Rosa Weber colocou a questão: Para evitar o aborto, o caminho é o planejamento familiar

Rosa Weber votou para descriminalizar aborto

Pedro do Coutto

Em seu voto para descriminalizar o aborto, a ministra Rosa Weber, que está deixando o Supremo Tirbunal Federal no fim deste mês, afirmou que o caminho adequado e eficaz está no planejamento familiar e não na criminalização da prática abortiva como revelam dados acumulados nas pesquisas brasileiras e mundiais. “A criminialização não se mostra como política estatal adequada para enfrentar os problemas que envolvem o aborto”, afirmou a ministra.

Na década de 1960, acentuo, funcionava no país uma entidade chamada Bemfam que colocou em prática métodos de planejamento familiar voltados para evitar a gravidez não desejada na base de distribuição de anticoncepcionais e de colocação de dispositivos intrauterinos. A entidade foi contestada por muitos que viam nela uma maneira de reduzir o crescimento populacional brasileiro. Mas a Bemfam era presidida pelo médico Walter Rodrigues e vinculada à uma Fundação internacional presidida pelo então governador da Geórgia, Jimmy Carter.

PLANIFICAÇÃO – Walter Rodrigues chamou a atenção para a importância da planificação da família. Foi no início dos anos 70. O problema é que pesquisa feita pela Bemfam, e que reunia muitos médicos ligados ao tema, revelou que anualmente eram praticados 1,5 milhão de abortos no Brasil, dos quais 20% acarretavam necessidades de atendimentos médico complementar, pois eram feitos de forma não técnica.

O atendimento dessas 300 mil mulheres acarretava uma ocupação de 300 mil leitos, pelo menos por dia, na rede hospitalar pública. Tudo isso seria evitado se o planejamento familiar fosse uma política praticada como é hoje. Tem que se evitar a prática com medidas preventivas e eficazes de anticoncepção. A mulher é a dona de seu corpo e de sua vontade.Se tal procedimento tivesse sido realizado, centenas de milhares de casos  dramáticos ou ate trágicos seriam evitados.O aborto é um dos temas mais complicados não só Brasil, mas na humanidade em geral.

As complicações são muitas e os desfechos em grande parte não seguem normas médicas. Daí a necessidade de complementação para casos mal-sucedidos. Falando sobre os últimos 60 anos, Rosa Weber lembrou “que nós, as mulheres, em várias épocas, não tivemos como nos expressar na elaboração das leis”. O seu voto e a força de sua sinceridade ficará na história da Justiça brasileira. Inclusive porque marcou a despedida de sua atuação no STF. No O Globo a reportagem é de Marianna Muniz e Rafael Moraes Moura. No Estado de S. Paulo, de Rayssa Motta.

AÇÕES – Com a publicação das declarações do tenente-coronel Mauro Cid, estabeleceu-se um debate sobre a culpabilidade de militares que aderiram ao projeto de golpe contra a Constituição e, portanto, violaram a legislação brasileira no atentado à democracia. Esse aspecto está bastante claro, mas para que tenham prosseguimento às ações contra componentes das Forças Armadas que integravam até escalões superiores, é indispensável que tais processos comecem pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro.

Afinal de contas, de acordo com Mauro Cid, foi Bolsonaro quem convocou comandos militares numa reunião no Alvorada tentando encontrar caminhos para anular o resultado das urnas de 2022. Não encontrando o apoio necessário, não desistiu da ideia e, evidentemente, enveredou pelo caminho que levou à invasão de Brasília.

Se oficiais superiores aderiram à tal ideia e participaram das articulações é porque a ideia existia, exposta pelo ex-presidente da República. Com o veto do Exército, o ex-presidente desistiu do lance fatal. Mas os seus seguidores partiram para a invasão e a depredação das sedes do Congresso, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal.

ALTAS HORAS –  Na edição de sábado do Estado de S. Paulo, Danilo Casaletti publica reportagem destacando a importância do programa de Sérgio Groisman na TV Globo, Altas Horas, aos sábados. O programa é um musical com entrevistas que se encontra no ar há 23 anos.

A sua importância é a de lembrar às novas gerações que surgem e vão se sucedendo sobre a existências e os desempenhos de artistas que ficaram no passado e no seu tempo deram a contribuição à arte que se eterniza através das várias épocas da humanidade.

10 thoughts on “Rosa Weber colocou a questão: Para evitar o aborto, o caminho é o planejamento familiar

  1. Oficiais da Marinha, ligados ao ex- comandante Almir Garnier, estão alegando que o tenente coronel Mauro Cid brindou o Exército na Delação Premiada.

    Informação equivocada, pois o ex- ministro da Defesa, general Braga Neto também foi citado. General Heleno, e – chefe do GSI idem.

    A quebra do sigilo do depoimento de Mauro Cid vai esclarecer todas as dúvidas da participação de civis e militares

  2. Eis a hipocrisia dos liberais brasileiros, conservadores e cristãos:
    Covid: vai morrer gente sim, a economia vem em primeiro lugar.
    Aborto: o feto é uma vida, não pode abortar!

    Canalhas fiscais de útero alheio.

  3. O planejamento familiar, nos moldes executados pela China, pode advir no envelhecimento acelerado da população e causar o estrago na empregabilidade dos nativos e a implosão do Sistema Previdenciário. A Europa está nesse patamar, principalmente França e Itália. O Brasil caminha rumo a essa tragédia, porque a classe média tem feito o planejamento familiar desde a década de 90.

    Toda a política de Estado tem suas consequências.

  4. Sei que serei censurado não tenho nenhuma dúvida, não tenho. Mas vou dizer o que penso. Essa ministra usa anéis nos polegares, nos polegares. Nem falar sabe, ela gagueja gagueja nunca consegue ser lógica, ser clara é um nunca acabar de ignorância, mas chegou a ministra do Supremo. Só mesmo aqui nesse consórcio desgraçado em que passa pano nessa gente. Vou dizer, vou dizer, vou dizer, sem medo de errar. Um dia isso acaba, não tenho nenhuma dúvida. não tenho. Ah país vagabundo.

Deixe um comentário para Roberto Nascimento Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *