Logo saberemos se a defesa de Bolsonaro caiu na armadilha de Moraes

Não podemos deixar Moraes sozinho nessa', diz leitora - 27 ...

Moraes bolou um plano genial para destruir Bolsonaro

Carlos Newton

Nesta sexta-feira, dia 28, ou na próxima segunda-feira, dia 1º, já deveremos estar sabendo se as defesas de Jair Bolsonaro e dos outros réus fizeram a coisa certa, apresentando embargos infringentes à Segunda Turma, ou se caíram na armadilha do ministro Alexandre de Moraes e encaminharam esses recursos ao Plenário ou à Primeira Turma.

Todos precisam estar atentos ao ardil preparado pelo relator, que decretou propositadamente a ilegal extinção do processo, para fazê-los recair em erro ao recorrer.

NADA A VER – O fato concreto é que a Primeira Turma não tem mais nada a ver com o processo. Portanto, os embargos infringentes não devem ser encaminhados a ela.

Da mesma forma, não podem ser apresentados ao Plenário, que também não tem nada a ver com isso, não é órgão revisor das Turmas.

Quem julga, em grau de recurso, as decisões da Primeira Turma é a Segunda Turma, e vice-versa. Esse procedimento foi adotado justamente para que os réus criminais possam ter direito a duas instâncias, o que reduz em 50% a possibilidade de erros judiciários.

COISA JULGADA – Essa confusão foi armada astuciosamente por Moraes, para tumultuar as estratégias das defesas, nessa fase crucial do processo.

Vejam o que diz o artigo 335 do Regimento do STF: “Da decisão que não admitir os embargos, caberá agravo, em cinco dias, para o órgão competente para o julgamento do recurso”.

Notem que ainda não houve decisão contra os embargos, porque eles nem foram apresentados, vejam só a esperteza da jogada de Moraes.

RITO CORRETO – Assim, se os advogados de defesa quiserem recorrer da extinção prematura do processo usando agravos, precisam se dirigir à Segunda Turma que é “o órgão competente para o julgamento do recurso”, pois os trabalhos estão encerrados na Primeira Turma, repita-se ad nauseam.

Os advogados não podem bobear. Precisam fazer dois recursos simultâneos, ambos a serem dirigidos à Segunda Turma, o órgão competente para rever decisões da Primeira Turma, algo que não compete ao Plenário.

Um dos recursos é o agravo contra o encerramento ilegal do processo, e o outro recurso é o embargo infringente, tendo como base as afirmações do voto absolutório de Luiz Fux na Primeira Turma.

DE PROPÓSITO – Repita-se que toda a confusão está sendo provocada propositadamente por Moraes, aproveitando o fato de o Regimento não especificar a quem dirigir o agravo, criando a possibilidade de ser destinado à Segunda Turma, por engano.

É um golpe genial, mas os advogados de defesa somente cairão na armadilha se forem movidos pela raiva e não estudarem as normas processuais.

Moraes só conseguiu montar essa arapuca porque se trata de uma situação absolutamente nova, e o funcionamento harmônico das duas Turmas ainda está em desenvolvimento.

DUAS TURMAS – Lembrem que somente em 2014 o Regimento transferiu do Plenário para as Turmas o julgamento de ações penais e inquéritos originários, destinados a apurar crimes atribuídos a autoridades com foro privilegiado no STF. 

Desta vez é o mais importante julgamento da História Republicana, mas está sendo conduzido de forma ilegal pelo relator Alexandre de Moraes, que atua como juiz, promotor e vítima, ao mesmo tempo, sem se declarar suspeito, e conseguiu transformar em terroristas os participantes de um simples quebra-quebra.

Como o destino anda a cavalo, hoje Moraes e a esposa também são considerados terroristas nos Estados Unidos E vida que segue, diria João Saldanha.

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P.S.
Na sexta-feira ou na próxima segunda, já saberemos se os advogados de defesa caíram na artimanha de Moraes. Façam suas apostas e comprem pipocas. (C.N.)

6 thoughts on “Logo saberemos se a defesa de Bolsonaro caiu na armadilha de Moraes

  1. “SEJA COMO FOR, a defesa ajuizará no curso do prazo estabelecido pelo regimento, o recurso que entende cabível.”

    NESSE INADVERTIDO ‘SEJA COMO FOR’, A DEFESA JÁ NÃO ESTARIA EXPONDO A SUA FALTA DE EXPECTATIVA QUANTO A UM EVENTUAL RESULTADO FAVORÁVEL AO RECURSO?

    Tem mais: Se a defesa do ex-mito estiver sendo paga pelo “Boy de Mogi”, ela (defesa) não pode estar sendo paga para ‘correr para não chegar’?

    Ou alguém acredita mesmo que “Boy” (que demonstra sua preferência por Micheque) quer ver o ex-mito livre e ainda podendo tomar-lhe o comando do partido?

    Acorda, Brasil!

  2. Ex-mito é cada vez mais carta fora do baralho

    Publicamente, o Centrão acende uma vela e faz uma prece para o ex-mito; mas, no privado, dá um viva para Alexandre de Moraes

    A prisão do ex-mito foi um alívio para muitos aliados que torcem pelo derretimento de sua influência na disputa presidencial de 2026. Seu status de influencer está debilitado com as trapalhadas da família, e as novas barbeiragens devem acelerar o desgaste.

    Até os aliados mais fiéis ficaram desnorteados com a suposta alucinação envolvendo escuta na sua tornozeleira. O ex-mito é, cada vez mais, carta fora do baralho. O Centrão, quietinho, comemora.

    A perda de influência na direita é um movimento detectado em pesquisas encomendadas pelos próprios aliados.

    Os números mostram que o potencial de transferência de votos diminuiu no decorrer de 2025. Isso é avaliado em diferentes perguntas, entre as quais “você votaria num candidato apoiado pelo ex-mito?”.

    Numa das regiões estratégicas do país, a resposta “sim” passou de 38% para 28%. Outra forma de medir a perda de força é a rejeição. Pesquisa Quaest mostra que ela passou de 55%, em maio, para 63%, em outubro.

    Hoje o ex-mito é menor que a direita. Antes mesmo da “paranoia” com a tornozeleira, a Quaest já mostrava que apenas 13% se declaravam bolsonaristas, diante de 22% que se diziam de direita, mas não bolsonaristas.

    Os independentes, que poderão definir a eleição, são mais que o dobro dos bolsonaristas, 31%.

    Diante desse cenário, os profissionais da política sabem que o ex-mito pode atrapalhar mais do que ajudar. Mas não pretendem descartá-lo (…) agora.

    Numa eleição fragmentada pela direita, como se desenha hoje, o apoio dele poderá fazer diferença para chegar ao segundo turno. Se o ungido por ele passar pela prova do primeiro turno e chegar lá, a disputa ganha outra lógica: a conquista do centro. Aí, é tchau, ex-mito.

    O que se quer hoje, portanto, é um ex-mito fragilizado. Um ex-mito que não seja capaz de dar as cartas em 2026, mas que possa ajudar no jogo, como coadjuvante.

    A prisão ajuda nesse “mapa do caminho” traçado por um Centrão animado, mais que nunca, com a possibilidade de emplacar como candidato do grupo o Tarcínico. Publicamente, uma vela e uma prece para o ex-mito; no privado, um viva para Alexandre de Moraes.

    Se decidir mesmo disputar a eleição, Tarcínico terá que incluir a Micheque como vice na chapa (é o pedágio que terá que pagar para ter o seu ambicionado apoio do ex-mito), que se une ao já anunciado indulto ao ex-mito.

    Afinal, o ex-mito é, cada vez mais, carta fora do baralho. Mas ainda tem potencial para estragar o “mapa do caminho” do Centrão.

    Fonte: O Globo, Opinião, 27/11/2025 00h06 Por Julia Duailibi

  3. Que todos os envolvidos na pseudo ” intentona golpista ” sejam inocentados e indenizados por serem vítimas de tamanha injustiça , segundo o editor – defensor Carlos Newton .

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