A grave crise do INSS e o espelho partido do Governo Lula

Charge de Fred Ozanan (paraibaonline.com.br)

Pedro do Coutto

A entrevista concedida pelo ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Carvalho, ao jornal O Globo, revelou mais do que uma disputa narrativa sobre a crise do INSS: escancarou a desorganização política interna do governo Lula e a fragilidade de suas estruturas de governança.

Ao afirmar, com clareza incomum no ambiente palaciano, que “todo mundo conhecia o problema do INSS e o ministro Rui [Costa] sabe disso”, Carvalho rompeu o protocolo de lealdade ministerial e acendeu um sinal de alerta sobre o grau de deterioração do diálogo dentro do núcleo do Executivo.

FRAUDES – A operação que revelou fraudes bilionárias no INSS — mais de R$ 6,3 bilhões em descontos indevidos de aposentados e pensionistas — deveria ser, em tese, um ponto de união para o governo: combate à corrupção, proteção ao cidadão vulnerável, resgate da imagem pública.

Mas o que se viu foi um jogo de empurra, uma batalha por versões, e uma tentativa velada — mas agora exposta — de se atribuir culpas e responsabilidades de maneira seletiva. Rui Costa, ministro da Casa Civil e figura central na coordenação política do governo, chegou a insinuar que a CGU falhou ao não alertar previamente sobre as irregularidades. A resposta veio na forma de uma entrevista-bomba, onde Vinícius Carvalho, respaldado por documentos e pelo próprio mandato legal da CGU, devolveu a crítica com a contundência de quem se sente injustamente alvejado.

A dimensão política da crise vai além dos embates verbais. O caso do INSS é, por si só, uma tragédia institucional: milhões de brasileiros, a maioria em situação de vulnerabilidade, foram vítimas de um esquema que, ao que tudo indica, contou com conivência ou omissão de agentes públicos e empresas privadas. O fato de que isso se arrastou por anos sem uma resposta firme expõe falhas não apenas de controle interno, mas de prioridade política. A leniência com o problema, agora transformado em escândalo, cobra seu preço.

REAÇÃO – O ponto mais sensível, no entanto, está na forma como o governo reage. Ao invés de uma atuação articulada e transparente, a sociedade assiste a ministros trocando acusações, como se a responsabilidade institucional fosse um fardo a ser repassado. Esse tipo de comportamento mina a credibilidade do governo não apenas diante do eleitorado, mas também entre os próprios aliados. Expõe um gabinete fraturado, onde cada ministério parece operar sob lógicas próprias, muitas vezes conflitantes.

O presidente Lula, que construiu sua imagem sobre a ideia de diálogo e liderança política, agora enfrenta o desafio de recompor a unidade e restabelecer autoridade. Não se trata apenas de encontrar culpados, mas de entender por que os sistemas de controle falharam e como evitar que tragédias administrativas se transformem em desastres políticos. Mais ainda, é necessário dar respostas rápidas à população afetada — com ressarcimento, responsabilização e, principalmente, mudança.

O episódio do INSS, portanto, não é um caso isolado. Ele é sintoma de algo mais profundo: a dificuldade do governo em organizar sua própria estrutura interna, em comunicar-se com clareza entre si e com o público, e em reagir de forma institucional — e não emocional — às crises. A depender da forma como for conduzida daqui em diante, essa crise pode marcar uma inflexão no governo Lula, revelando que a terceira gestão do petista convive com as mesmas mazelas que um dia jurou combater.

5 thoughts on “A grave crise do INSS e o espelho partido do Governo Lula

  1. O problema da Organização Petista é sua total e irreversível decadência moral, civilizacional e temporal. Quem a comece de perto como nós, tá careca de saber que se trata de uma seita de espertalhões, sem caráter, sem empatia e cujos interesses são tão somente os seus pessoais.

    Um dos fundadores da seita, já rompemos em 2009, quando saímos da realidade paralela, resgatamos o senso de realidade, a crítica e a auto-crítica e com a certeza que a putrefação político-ideológica já se tornara metastática e irreversível. Aspectos interditados pela seita aos seus membros fundamentalistas, apoiadores e eleitores, dado sua brutal dominção ideológica para ocultar a essência do seu ser.

    Cansado de discutirmos politicamente com a Organização, vimos que o bó era da seara jurídica, dado o tipo de gente que contestávamos.

    Já tendo cumprido sentença de prisão domiciliar por ter me exaltado nas críticas a membra dela, passei a acionar o Ministério Público, levando a cizânia para seu campo próprio, conforme abaixo:

    https://www.mpmg.mp.br/portal/auxiliar/busca/?query=%22delcio+do+carmo+lima%22+%22carlos+roberto+lima%22

    Estas denúncias ao MPMG levaram a centenas de ações civis e criminais públicas que são cozinhadas em fogo brando na Justiça. Mas já são uns 50 milhões em bloqueio de bens, pra se ver o tamanho do bó.

    Pra cima de nós, sem chance. Sabemos muito bem o que é a Organização, seu caráter e seu modus operandi.

    Aguardamos, talvez inocentemente, o parecer da Justiça sobre as atividades da Organização. Se baseadas na ética e princípios juridicos ou se na imoralidade, esculhambação e ilegalidade.

    Por enquanto, com a viola no saco, esperamos, pois emitir opinião pode me levar à prisão de novo.

    • Estamos escrevendo livro em que fazemos uma anatomia político-ideológica da Seita. Será “as veias abertas” da Organização Petista.

      Dado a total transformação das Ciências Sociais em Aparelho Ideológico da Organização, tornada produtora de dogmas superticiosos, é mandatório que preenchamos a imensa lacuna de produção minimamente científica sobre ela.

      Trata-se de um trabalho insalubre, que embrulha qualquer estômago científico. No momento debruço-se sobre o dogma de que o impeachmento da pior Presidente do Brasil, Dilma, fora um “golpe parlamentar”. A pilantragem travestida de cientistas sociais, ainda credita tal acontecimento à influência “imperilaista”.

      Creio que o pior efeito maléfico e mais duradouro da Organização é a subjulgação das Ciências a favor da ocultação de seu caráter, fundamentos e modus operandi.

    • Quando estourara a Lava Jato, uns 5 anos depois de nossa ruptura com a seita, não fora para nós nenhuma novidade.

      Está escrito há séculos:

      “Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis”.

      Mateus 7:17-20

    • Tive dois prazeres político-ideológicos, um fora termos fundado a Organzição na década dos 80. Outro foi termos sido fundamentais pra interrar a seita em nossa cidade.

      Já tendo três mandatos, o último encerrado precocemente por ilegalidades elitorais, nas ultimas eleições não chegaram a 4%.

      Lá a árvore má foi podada e jogada no fogo das profundezas do Inferno, de onde não há a menor chance de ressurgir das cinzas.

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