
Bolsonaro fez tudo errado e a tarefa do prximo presidente
Fernando Canzian
Folha
Com agenda ultraconservadora em um pas macunamico e discurso antipoltica que acabou no centro, Jair Bolsonaro jamais unificou polticos e sociedade em torno de um projeto que oferecesse recompensa econmica para a maioria.
Assim, grupos de interesses arraigados trataram de proteger o que seu. Parlamentares e seus bilhes em emendas; funcionalismo com altos salrios contra a reforma administrativa; empresas e setores em posse de R$ 300 bilhes anuais em subsdios tributrios; entre outros.
UM PESADELO – A pandemia atrapalhou, mas a engrenagem ruim construda por Bolsonaro com aparelhamento tosco e ideolgico em educao, sade e meio ambiente dificilmente produziria um pas melhor. Falta um tempo ainda, mas o pesadelo pode estar chegando ao fim.
A menos de um ano da eleio, as principais pr-candidaturas Presidncia esto na praa. Nela, apresenta-se tambm, ntida, a maior tarefa que o prximo mandatrio ter de enfrentar para no incinerar rapidamente seu capital poltico: o equilbrio fiscal.
O assunto no deveria ser maante, mas prioritrio na ateno dos eleitores. Pois do equilbrio oramentrio vivenciado pelo pas entre 1998 e 2013 derivaram os melhores anos para os brasileiros, no emprego e na renda, desde o Plano Real (1994).
BONS TEMPOS – No perodo, o Brasil produziu anualmente supervit entre o que arrecadou e gastou, sem contar juros da dvida pblica reduzida no processo. Menos endividado o pas, os juros caram, bilhes de dlares entraram com o “grau de investimento”, distribuiu-se renda e o crescimento chegou a 7,5%, em 2010.
poca, a soluo para o equilbrio foi a de sempre: mais impostos, taxas e contribuies, como a CPMF, que vigorou entre 1997 e 2007. O arranjo, porm, foi passageiro, e a carga tributria maior s chancelou nova engorda do Estado.
A ponto de, em 2016, o governo Temer ter aprovado emenda Constituio (o teto de gastos) para limitar o aumento da despesa inflao, regra agora burlada pela PEC dos Precatrios.
ACORDO POLTICO – A esperteza sai pela culatra, com deteriorao geral de indicadores macroeconmicos e populares, como os preos do dlar e da gasolina.
O momento definir o Brasil: fazer um ajuste estrutural ou ficar atrs de salvadores da ptria para o que no tem salvao. O desafio buscar um acordo poltico e social que convena a maioria de que, desta vez, grupos de interesse devem perder para o bem maior de todos.
disso que se trata o palavro consolidao fiscal e seu interessante paradoxo: algo aborrecido, mas uma potente plataforma de campanha e de unificao. Afinal, bem mais fcil explicar o que j deu certo.
Lula afirma estar com teso para consertar o pas
https://www.metropoles.com/brasil/politica-brasil/em-podcast-lula-diz-estar-com-tesao-para-consertar-o-pais
Alckmin mais prximo de fechar a chapa…
https://www.metropoles.com/colunas/guilherme-amado/geraldo-alckmin-ja-ensaia-discurso-para-aceitar-a-vice-de-lula
A esquerda sendo esquerda, quer tirar a gordura dos podres de ricos, como se eles fossem deixar.
Agora vai, Moro vira para a direita e tira votos de l.
Outro jornalista da Folha diz que as atitudes de Bolsonaro so simiescas.
Mais uma da esquerda que vi no CH:
O mundo d voltas
No incio de 2020, quando o ento presidente dos EUA, Donald Trump, quis fechar as fronteiras para evitar a chegada do coronavrus, foi taxado de xenfobo por Joe Biden, que acaba de anunciar o mesmo.
Mas a esquerda tambm trada.
Esquerda trada.
O Partido da Causa Operria deplora a chapa Lula e Geraldo Alckmin. Ser um duro golpe s bases do prprio PT, CUT e aos movimentos populares (MST, CMP), dirigidos pelo PT.
rfos inconsolveis
Guilherme Boulos (Psol), que sonhava com a vice de Lula, e at se utiliza do jeito de falar do dolo, tambm criticou esse casamento de jacar com cobra dgua representado pela aliana com Alckmin.
A chapa Lula Alkimim o Efeito Orloff de Bolsonaro e o Centro.
A tal “consolidao fiscal” s acontecer se nem o mito nem o Luladro forem os prximos presidentes, caso contrrio o caos fiscal vai continuar. S um presidente diferente destes dois que conseguir tal feito, se que conseguir.