A ignorância está ao alcance de todos, nos julgamentos de “terroristas” no Supremo

O primeiro método para estimar a... Maquiavel - PensadorJosé Carlos Werneck 

Da tribuna do Supremo Tribunal Federal o advogado Hery  Kattwinkel afirmou com toda a pompa e circunstância que o momento exigia: “Diz ‘O Pequeno Príncipe’: os fins justificam os meios”.

A gafe foi prontamente refutada pelo ministro Alexandre de Moraes, que fazendo também uma gafe, ressaltou que o advogado estava se esquecendo da defesa do cliente para fazer “discursinho” para as  redes sociais.

CORREÇÃO ERRADA – “Realmente é muito triste (…) confundiu ‘O Príncipe’, de Maquiavel, com ‘O Pequeno Príncipe’, de Antoine de Saint-Exupéry, que são obras que não têm absolutamente nada a ver”, disse o ministro .

Mas o ilustre ministro também fez uma confusão dos diabos em sua exótica fala ao misturar, em indigesta receita, Niclolau Maquiavel com Antoine de Saint-Exupéry.

Em tempo: A frase usada por Kattwinkel, embora seja geralmente creditada ao “O Príncipe”, não consta da obra de Maquiavel nesses exatos termos. A célebre frase na verdade seria do poeta romano Ovídio, em sua obra “Heroides”.

MAIS FRASES – A confusão literária no Supremo poderia ser explicada pelo próprio Maquiavel, que dizia: “Todos veem o que parece, poucos percebem o que é”.

Mas não faz mal, porque nesses tempos de pouquíssima leitura e muita internet, “a ignorância está ao alcance de todos”, digo eu, que estou sempre estudando para diminuir a minha, que continua abissal!

E parodiando o grande Fernando Pessoa: “Estudar é preciso, ignorar não é preciso”

7 thoughts on “A ignorância está ao alcance de todos, nos julgamentos de “terroristas” no Supremo

  1. Importante e manifesto reconhecimento do “sei, que nada ou pouco sei”, próprio de quem não descalça as “sandálias da humildade”, o que difere da arrogância trejeitos e CARRANCA do incorporado e encapado “Benito”, o “Dita-dor”!

  2. 1) Acredite quem quiser: de acordo com o Buda a Lei do Karma rege o universo.

    2) Nos antigos Vedas, um dos nomes do Criador era Karman…

    3) Portanto, os que estão sendo condenados estão pagando os seus próprios carmas dessa vida ou de outras antigas…

    4) E se algum juiz está sendo injusto, ele também, mais adiante irá pagar a sua cota de carma…

    5) Eis a vida…

  3. Parabéns. Concordo com o autor do texto. Temos que estudar bastante para diminuir, que seja pouco, a nossa ignorância. Sempre digo que o que desconhecemos é muito maior que aquilo que conhecemos.

    Diferentes autores disseram a mesma coisa de maneiras diferentes. Extraí de uma análise:

    “Em Heroides, um poema de Ovídio escrito entre 25-2 a.C., Ovídio escreve “Exitus ācta probat” ou “O resultado justifica as ações”.

    No Discursos: I, 9 de O Príncipe, do teórico político italiano Niccolò Machiavelli, o autor observa que “Pois embora o ato condene o executor, o fim pode justificá-lo”.

    E no livro de ensaios Fins e Meios (uma investigação sobre a natureza dos ideais e sobre os métodos empregados para sua realização), de 1937, de Aldous Huxley, publicado pela primeira vez em 1937, o famoso autor de Admirável Mundo Novo, falou de guerra, religião, ética e nacionalismo, tópicos dos quais ele acreditava que o fim justifica os meios que o pensamento permeou.”

  4. Evoluímos materialmente, mas nos atrasamos moralmente e espiritualmente.
    A razão da vida tem um propósito que está além de nossa imaginação e,
    o caminho da verdade está, através dos ensinamentos dos grandes filósofos e, somente cada um de nós, com reflexão e meditação, podemos chegar a verdade e a razão da vida.
    Quando Jesus de Nazaré disse, “meu mundo não é este mundo”, mostrou que há outro mundo e que a vida material, é como um sonho que tem prazo de validade.
    É difícil se libertar da vida material da Terra, porque não vivemos na Terra, nos somos a Terra. Todo nosso corpo é produto de mais de 80 sais minerais, água e outros elementos vindos da terra.
    Se ajudarmos uns aos outros, seria um grande passo para evolução verdadeira material e espiritual.

    Se pegar o nome de cada um deste blog e anotar num papel e dobrar para que o nome não fique a vista e espalhar numa sala e mandar que cada um ache seu nome, seria uma confusão e levaria um tempo enorme para cada um achar seu nome. Mas, se cada um pegasse qualquer papel e entregasse a quem estava o nome, em menos de um minuto cada um estaria com o papel e com seu nome na mão.
    Isso é um exemplo do valor da ajuda entre as pessoas.

  5. Artigo excelente, nobre, necessário, bem redigido, rico de sabedoria e humildade. Vem do punho e do talento de José Carlos Werneck.
    Doutor Werneck,
    Alexandre de Moraes parece que não sabe pronunciar palavras escritas em francês.
    Antoine (cuja fonética é Antoâne) Morais pronunciou
    (Antôine).
    Forte abraço e prazer ao lê-lo, Doutor Werneck.

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