
O caso de Bolsonaro é grave e não há previsão de alta
Vicente Limongi Netto
Longa e arriscada, a nova operação de Bolsonaro não altera as convicções dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Muito menos orações e romarias de seguidores. Bolsonaro continua réu e vai sofrer as consequências de suas ações infames e nada republicanas na presidência da República. Faniquitos do PL, na Câmara dos Deputados também não sensibilizarão Alexandre de Moraes e companhia.
O ministro Luiz Fux pode surgir isolado como astro de protesto, entre os ministros. Uma andorinha só nunca fez verão. Nessa linha, no meu artigo do dia 27 de março, aqui na Tribuna, enfatizei o drama de Bolsonaro. Com feliz e competente título do editor Carlos Newton, sintetizando tudo: “Inferno astral de Bolsonaro será longo e o Supremo negará a anistia”.
PATÉTICO ESCARCÉU – Não vejo novidades na matéria do Estadão (13/04) sobre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Patético escarcéu. Francamente. Vestais grávidas não sossegam o facho. Quem ganhar de qualquer jeito. As surradas revelações nasceram com a revista “Piauí”. Bom jornalismo? Tenho sérias dúvidas.
A chamada “bancada da bola” sempre existiu. Também o escritório da entidade em Brasília. A CBF é entidade privada. Brasília abriga, há décadas, escritórios empresariais que também costumam convidar autoridades para viajar e participar de cerimônias. Nessa linha, a CBF convida para viajar quem quiser.
SEM VERBAS – A entidade não recebe um centavo do governo. Convites para parlamentares, artistas e jornalistas assistirem a jogos da seleção brasileira é costume mais antigo do que a invenção do bonde. Alguns convidados inclusive divulgam fotos e vídeos dos passeios. Convidados que não dão nenhuma importância para patrulheiros encomendados.
O presidente Ednaldo Rodriques não inventou nada. Muito menos teme CPI, como frisou na matéria da Estadão. Mensalidades para presidentes de federações estaduais de futebol, é outra prática antiga. Com a medida, a CBF colabora para o desenvolvimento do futebol nos Estados. Evidente que nenhum forasteiro, mesmo ex-jogador famoso, sem o apoio das Federações, se elege presidente da CBF.
BOM RETORNO – Neymar se movimentou bem jogando todo o segundo tempo contra o Fluminense. Vai mesmo se adaptando a jogar mais recuado, como meia. Enxerga o jogo, tem repertório espetacular de dribles e tem bom passe.
Só jogando, ganhando ritmo, voltar a boa forma. O Brasil precisa de Neymar na seleção. Com ele o hexa pode surgir no fim do túnel. Sem ele, impossível. Precisa parar de reclamar do árbitro e das faltas. Será sempre caçado em campo. Está demorando a se acostumar.