Vicente Limongi Netto
Músicas do genial Lupicínio Rodrigues cativam jovens e adultos. Bom programa assistir, se deliciar e se comover com documentário sobre a vida do cantor gaúcho, que manteve a chama do amor no peito a vida inteira. Lupicínio nunca teve vergonha de amar.
Letras de suas músicas alimentam a alma. Entre elas, “Nunca”, “Vingança”, “Nervos de aço”, “Se acaso você chegasse” e “Ela disse-me assim”. Letras de Lupicínio são acordes de sinfonia abrindo clarões no céu. Poderiam soar como tristes e amargas, mas são candentes, belas e eternas.
DOR-DE-COTOVELO – Lupicínio sabia que o amor amacia sentimentos. Alimenta emoções e aplaca ternuras. A famosa dor de cotovelo das letras de Lupicínio enaltece o que há de mais belo na vida: o amor. Falta com a verdade quem diz que nunca teve decepção amorosa.
Lupicínio foi mestre inigualável em transformar as dores do amor e do desamor em letras eternas. Seus romances e namoros eram sua razão de viver. Nunca deixou de idolatrar a paixão. Sem ela, sentia vazio no peito.
O esplendor do amor e do romance duradouro ou efêmero que Lupicínio vasculhava no coração mostram que nem tudo está perdido no oceano de rancores, ambições e podridões que tomaram conta do mundo.
BELO DOCUMENTÁRIO – Foi prazeroso ouvir no cinema, abraçado com o coração, ao lado da minha neta, músicas de Lupicínio nas vozes de gigantes como João Gilberto, Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Elza Soares, Nei Matogrosso, Jamelão, Linda Batista e Ciro Monteiro. Letras de Lupicínio transformam a desolação e a tristeza em recordações e lembranças difíceis de se apagar.
Lupicínio tem lugar destacado no panteão dos eternos e sublimes artistas brasileiros. Merece louvores e aplausos. Viveu cantando o amor. Sofria por ele. Sentia prazer de conviver com o sofrimento. Nunca desistiu de ser feliz. Quem torcer o nariz ao ouvir canções de Lupicínio resta procurar um psiquiatra.
O documentário é “Confissões de um Sofred0r”, de Alfredo Manevy, que fez o roteiro com Marcia Paraíso e dirigiu o filme.