Complexo Militar que manda nos EUA não permitirá que haja paz no Oriente

Pesquisas mostram Kamala e Trump empatados em nível nacional

Trump e Kamala são apenas faces de uma mesma moeda

Roberto Nascimento

Não se pode destruir uma nação soberana, como o Líbano, sob o pretexto de aniquilar uma milícia instalada no Sul do país, que ameaça a segurança do invasor, sabidamente muito mais poderoso militar e economicamente, pois Israel é uma potência detentora de ogivas nucleares. Não bastou a destruição em 2006, agora Israel volta a atacar o Líbano com sua poderosa aviação lançando bombas na capital Beirute.

Dizem que são ataques cirúrgicos, para matar líderes do Hezbollah, mas essa precisão não existe. As bombas atingem prédios e pessoas naquele círculo definido pelas aeronaves como provável alvo. Nesta quarta-feira, por exemplo, num ataque cirúrgico, morreram mais de dez moradores da capital, sem contar os feridos e os desabrigados.

NOVO ÊXODO – Sob ataque, os moradores do Sul do Líbano estão deixando suas casas e se dirigindo para a capital, onde a maioria ficará desabrigada e morando nas ruas. É triste abandonar os bens construídos durante toda uma vida, deixar tudo para trás e seguir com a vida, pois as bombas destroem o que ficar, como aconteceu em Gaza.

Estima-se que mais de um milhão de libaneses vão migrar do Sul para o norte para fugir das bombas e dos combates. Numa população de 6 milhões de pessoas, pode-se dizer que um milhão deles vão se tornar moradores de rua. Uma tragédia anunciada, repetindo o ocorrido em Gaza, hoje reduzida a escombros.

Tudo isso ocorre sob as bençãos dos Estados Unidos. Resumindo: quem acredita nos acordos e na palavra dos políticos e militares americanos, significa comprar um passaporte para o inferno.

DEPOIS DO XÁ – O regime persa se tornou inimigo dos EUA, quando o Xá Reza Parhlevi foi derrubado. O Aiatolá Khomeini tornou o Irá uma potência do Oriente Médio. Em 1980. o presidente Jimmy Carter, dos EUA, ordenou uma invasão ao Irá, que foi um fracasso. Os helicópteros americanos caíram derrubados por tempestades de areia, coisas ridículas assim.

O governo de Bush pai preferiu instar o ditador do Iraque, Saddam Hussein, a declarar guerra ao Irá. A refrega durou oito longos anos. A economia do Iraque e do Irá chegou a colapsar, obrigando os dois países ao cessar-fogo.

Mas, quem mais sofreu com o esforço da guerra foi o Iraque. Para recuperar o país, Saddam resolveu invadir o vizinho Kuwait para tomar posse das reservas de petróleo. Os EUA aparentemente deram aval. Mas quando as tropas do Exército sunita do Iraque entraram no Kuwait, os EUA invadiram o país e obrigaram as tropas de Saddam a recuar.

NUM BURACO – Saddam passou a ser caçado pelas tropas americanas. Se escondeu num buraco por várias semanas. Quando o acharam, em 2005, estava destruído, parecendo um mendigo. Seu julgamento durou quase 13 meses. O ex-ditador foi condenado por crimes cometidos durante o regime que comandou no Iraque entre 1979 e 2005, como o massacre de 148 xiitas no povoado de Dujail, em 1982.

O ex-ditador foi condenado juntamente com seu meio-irmão Barzam Ibrahim al Tikriti e Awad al Bandar. A sentença foi confirmada pela corte de apelações do Iraque em dezembro de 2006. Foi enforcado em praça pública.

O julgamento foi considerado uma forma de “justiça dos vitoriosos”, uma vez que os Estados Unidos acompanharam o processo. Resultado, o que restou da elite do Exército iraquiano, de maioria sunita, foi para a clandestinidade, formando o núcleo do Estado Islâmico (Isis), que está ativo até hoje, cortando cabeça de quem não cumpre a Lei da Sharia.

ELEIÇÃO NOS EUA – Os norte-americanos se sentem donos do Oriente Médio. Republicanos ou democratas são o mais do mesmo. Ambos são reféns do Complexo Industrial Militar, que estimula as guerras para vender seus armamentos. Por isso, todo o esforço para a mediação dos conflitos, cessar-fogo e paz, enfim, quase sempre se transformam num rotundo fracasso.

Vejam como o governo de Joe Biden foi conivente com a reação de Israel. Espera-se dele uma atuação pró-ativa, mas isso não aconteceu em momento algum.

Entendo que na hipótese de vitória de Donald Trump, as guerras podem se tornar generalizadas. Assim, a ampliação da guerra no Oriente Médio deve servir de poderoso combustível para Trump derrotar Kamala Harris.

Tom Jobim tinha razão: o Brasil tem um histórico de atear fogo às florestas

Queimadas no país aumentam 101% em relação a 2023

Queimadas no país aumentam 101% em relação a 2023

 

Roberto Nascimento

Como bem disse o compositor, Tom Jobim, um gênio sempre preocupado com o meio ambiente e que recuperou a natureza em sua propriedade na região serrana do Rio de Janeiro, o Brasil tem histórico de tocar fogo na mata. Devastam tudo, depois chove e o terreno vira uma cerâmica. Aí, reclamam da seca.

Certa vez, quando trabalhei em Mato Grosso do Sul e fazia uma visita ao interior do Estado, um fazendeiro reclamou comigo da seca. Olhei aquela vastidão de terras no horizonte, sem nenhuma árvore e perguntei, por que cortaram todo o Cerrado? Ele respondeu que o pasto tem que estar limpo para a saúde do gado.

Expliquei que, sem as árvores, com o tempo nem o capim existirá mais. Ele fechou a cara, encerrando a prosa. O fazendeiro não sabia que a queimada vai progressivamente empobrecendo o solo.

VEM A SECA – No Nordeste tinha vegetação à vontade. De tanto desmatar e queimar, virou uma região árida, seca, um sertão de lascar. Padre Cícero criou um manual para recuperar os olhos d’água, mandando plantar árvores de espécies resistentes e capazes de alimentar o gado, como a algaroba, mas poucos seguem os ensinamentos do líder religioso ao qual tanto pedem amparo.

Até a Amazônia já enfrenta uma seca terrível. E se continuarem a desmatar e queimar, em poucos anos a floresta estará ameaçada. Calcula-se que, sem novas queimadas, vai demorar, no mínimo, uns 50 anos para a natureza devastada se recuperar totalmente, em reflorestamento natural. Mas isso só acontecerá, mesmo assim, se as áreas de floresta destruídas não virarem pasto e plantações de commodities para exportação de grãos.

É preciso agir rápido, mas o governo está muito lento, em todas as áreas. Tem muita coisa travada na administração federal. De quem é a culpa? É a pergunta de um milhão de dólares. Diria que todos têm a sua parcela de culpa nesse bolo solado.

DINO CLIMÁTICO – Parabéns ao ministro do Supremo Tribunal Federal, magistrado Flávio Dino , que se tornou na prática, a Autoridade Climática que o governo já deveria ter criado e não o fez, até agora. Diante do caos instalado, as autoridades correm atrás do prejuízo, em meio à fumaça que cobria o país de Norte só Sul.

O ministro Flávio Dino mostrou que realmente é uma autoridade que luta pela preservação das florestas nacionais. Mas faço um alerta a ele. É preciso muito cuidado com o Congresso, principalmente no tocante aos senadores da oposição, que estão visivelmente incomodados com as decisões rápidas do ex-governador e senador pelo Maranhão.

Na verdade, Flávio Dino é considerado muito perigoso na ótica canhestra desses senhores, porque tem demonstrado que pode providenciar o que o Congresso e o governo deveriam fazer e não fazem.

Lembrem o óbvio: se houvesse maior fiscalização, haveria menos queimadas

Queimadas em território florestal.

Na área de encosta o fogo se espalha com mais rapidez

Roberto Nascimento

As queimadas para fazer o manejo da terra e os consequentes incêndios florestais não são invenção brasileira. Muito pelo contrário, existem desde tempos imemoriais e tão cedo isso não acaba. O problema ocorre em todos os países do mundo em que há expressiva produção agrícola, incluindo Estados Unidos, Canadá, Índia, Austrália, Rússia e China.

A União Europeia, formada por países que se incendeiam anualmente, está aproveitando as queimadas provocadas pelos fazendeiros do Brasil e querem boicotar a importação de nossos principais produtos agrícolas e beneficiar os ruralistas locais.

COMO PROVAR? – Criar esse tipo de lei é fácil, mas é muito difícil provar que esse ou aquele produto agrícola é oriundo de desmatamento. Vai ser uma briga danada, porém certamente os países da UE vão arranjar as mais implausíveis justificativas para instituir o boicote.

No mundo inteiro, há fazendeiros que queimam as plantações após o corte, para renovar a pastagem para gado ou fazer o manejo da terra para suas culturas.

O problema aqui no Brasil e em outros países é que passaram a fazer também queimadas para desmatamento, destinadas a aumentar os campos de cultivo ou criação. Assim, deram um tiro no próprio pé, porque passaram do ponto, a seca foi muito mais intensa e espalhou o fogo da destruição pelo mundo, e aqui o Brasil foi praticamente inundado de fumaça tóxica.

PRIMEIRAS PRISÕES -Amazônia, Pantanal, Cerrado e até o interior de São Paulo ardendo no fogo da destruição. Foram além do previsível, o fogo ficou sem controle e a tendência é piorar, porque estamos longe do período de chuvas torrenciais, que começa em novembro. E o calor do verão promete ser avassalador.

 A Polícia Federal acaba de divulgar a prisão de incendiários do Pantanal, procurados desde as queimadas de 2020.

Essas áreas desmatadas pelo fogo estavam sendo usadas para pastagem de gado. Evidente, que pecuaristas de Corumbá estão no foco do crime.

SEM FISCAIS – Se houvesse fiscalização, nada disso aconteceria, porque no Pantanal o produtor agrícola tem de manter como reserva 50% da área de sua propriedade. Se queimou a floresta para ampliar pastagens, é fácil constatar, via satélite, mas não há vontade política.

Se não houver fiscalização, a tendência é acabar o Pantanal e secar a maior parte da região, conforme denuncia a ministra Marina Silva.

Se isso acontecer, esses criminosos vão usar os lobistas do Senado e da Câmara para conseguir bilhões de reais do Orçamento para usar o aquífero (águas subterrâneas) e dar de beber ao gado.

OMISSÃO TOTAL – O que o governador Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul, tem feito para coibir esse crime ambiental das queimadas provocadas em áreas privadas? Pelo visto, nada vezes nada.

Essa leva de políticos e de governadores é a pior de todos os tempos. O Brasil inteiro está sendo desmatado, o governo federal está claramente se omitindo e os governadores também nada fazem.

E não há a quem reclamar, porque os três Poderes são cúmplices entre si.  

Ataques de Malafaia fizeram Marçal perder votos de eleitores evangélicos

SILAS MALAFAIA CRITICA PABLO MARÇAL POR 'MANIPULAÇÃO' DA DIREITA

Reprodução do site da Rádio Itatiaia

Roberto Nascimento

Uma vitória de Pablo Marçal na Prefeitura de São Paulo seria um retrocesso medieval na política brasileira. Nesse ponto, muito constrangido, tenho que concordar com o pastor Silas Malafaia, que atacou o Marçal com vontade no palanque do Trio Elétrico no sete de setembro da Av. Paulista e nos dias seguintes.

Não me venham com chorumelas nem torcida apaixonada por Marçal. A verdade é que o ex-coach, hoje empresário de sucesso, bateu no teto nas pesquisas.

Não cola mais essa história de “outsider”, com o eleitorado preferindo votar em quem não é político. Em 2018, Bolsonaro usou esse estratagema para enganar os incautos, o que vem conseguindo até hoje, apesar de ser um político patrimonialista, que soube conquistar o voto dos militares e botou nessa mamata política a primeira mulher e os três filhos. Virou uma dinastia vivendo da política e surripiando parte dos salários dos funcionários dos gabinetes parlamentares.

IGUAL A DORIA – Bem, voltando ao Marçal, com seus movimentos de independência, o homem já falava em disputar o governo de São Paulo ou a Presidência, seguindo o exemplo de João Doria. Com isso, assustou o clã Bolsonaro e também o governador Tarcísio de Freitas.

Bolsonaro ainda tentou surfar nas duas canoas, um pé no Marçal e outro pé no Nunes, mas o governador, esperto e rápido no gatilho, embarcou de mala e cuia na campanha de Ricardo Nunes, dando uma bela demonstração de força eleitoral. Bolsonaro ficou no muro e só saiu dele, no sete de setembro, aconselhado pelo pastor Malafaia, o novo guru político do clã.

A subida de Nunes nas pesquisas, se deve a campanha no Rádio e na TV e no apoio irrestrito do governador. Nunes não precisa mais de Bolsonaro, apesar de que, nunca contou com o apoio dele em São Paulo, ao contrário do governador Tarcísio.
Michel Temer tem contribuído bastante também, na campanha de Nunes, mas é um político sem votos.

EMPATE TÉCNICO – O líder sem-teto Guilherme Boulos se mantém em empate técnico com Nunes e tudo indica que disputará no segundo turno com o atual prefeito. Já Marçal atingiu o teto e deverá ficar petrificado por volta de 20%, segundo as pesquisas do Data Folha e da Quaest.

Podem torcer à vontade, Pablo Marçal, atingiu o teto, e assim, está fora do segundo turno. Já se tem a percepção de que os ataques pessoais do pastor Malafaia contra Marçal retiraram os votos dos evangélicos que vinham migrando para Marçal.

São fatos, e contra os fatos não há argumentos. É a realidade fática, que fala mais alto, diferentemente do torcedor de futebol ou do militante político.

Índices de rejeição de Boulos e Marçal apontam que Nunes pode ser reeleito

Quem é Ricardo Nunes, novo prefeito de São Paulo | VEJA

Na reta final, Nunes demonstra que tem boas chances

Roberto Nascimento

O maior erro de Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo, foi acreditar em Bolsonaro. Agora, está levando uma facada nas costas, pior do que aquela histórica de Brutus contra Cesar. Nunes deveria dizer: “Até tu, Brusolnaro?”. No circo armado pelo pastor Silas Malafaia na Avenida Paulista, neste sete de setembro, Bolsonaro ficou longe de Ricardo Nunes, como se o prefeito fosse um desconhecido.

Ao mesmo tempo, o bloqueio montado pelo pastor Malafaia impediu o candidato Pablo Marçal de subir no palanque amarelinho. Marçal, um marqueteiro de mão cheia, então ficou correndo em volta do carro de som para lacrar nas redes sociais. Um climão para ninguém botar defeito.

DESCONFIANÇAS – O ex-presidente, inconfiável como ele só, mantém apoio informal e envergonhado à reeleição do prefeito Ricardo Nunes, mas ao mesmo tempo procura uma trégua com Pablo Marçal, para ter um candidato seu em eventual segundo turno, seja de Marçal com Boulos ou de Nunes com Boulos.

Bolsonaro sinaliza, com essa atitude dúbia, que ficará com um pé na campanha de Nunes e outro pé na campanha de Marçal, por entender que Boulos já está no segundo turno. Mas é claro que isso não é uma certeza absoluta.

Bolsonaro estaria preparado para um segundo turno entre Ricardo Nunes e Pablo Marçal? Nessa hipótese, qual dos dois terá o apoio do “mito”? Se isso ocorrer, será um castigo do destino na testa de Bolsonaro, que não conseguirá sair sem queimadura ao passar nesse fogo no labirinto político.

DIZEM AS PESQUISAS – Pedro do Couto, mestre dos mestres, fez uma análise isenta e sem nenhum resquício de ideologia, sobre as pesquisas da Folha e da Quaest. Há um empate técnico, na visão do eleitor da capital paulista, entre Nunes, Boulos e Marçal.

Ressalvando as opiniões em contrário, Pedro do Couto entende, que em qualquer cenário do segundo turno, se não houver algum acontecimento impactante, o prefeito Ricardo Nunes venceria tanto Boulos quanto Marçal.

Pedro do Coutto se baseia na rejeição altíssima de Boulos e Marçal, em empate técnico no patamar de 38%, enquanto o atual prefeito, após o horário eleitoral gratuito, reduziu sua rejeição para 21%. Isso significa que Nunes deve ser considerado favorito.

PT precisa se preparar para sucessão de Lula, um decisão difícil de tomar

Lula diz que aumento do salário mínimo deixa brasileiro 'mais bonitão e mais gordo' | Jornal de Brasília

Lula faz 79 anos em outubro e já sente o peso da idade

Roberto Nascimento

Um assunto de extrema importância, trazido à baila pelo jornalista Carlos Newton – Lula precisa encontrar urgentemente um sucessor para se contrapor ao crescente poderio da extrema direita no Brasil, que avança de Norte a Sul. Já existem três sucessores de Bolsonaro, trabalhando a todo vapor, olhando 2026 com luva de pelica: Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado e Romeu Zema. No PT, o único com chances de suceder o presidente é o atual ministro Fernando Haddad, como muito bem pontuou Carlos Newton.

O Partido dos Trabalhadores parou no tempo, literalmente. Um exemplo fático – não elegerá prefeitos nas capitais do Rio, São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. É fato que Sul e Sudeste são, hoje, cidadelas da Direita. Não é diferente no Centro Oeste.

PT NAS ÚLTIMAS – Quando Lula se aposentar, o PT acaba, como o PSDB acabou após a aposentadoria de FHC. Ulysses Guimarães, o timoneiro do MDB, partiu e o partido diminui cada vez mais. Considerei um erro de Lula a aposta em Gleisi Hoffmann para presidir o PT. A atual dirigente não tem estatura política para enfrentar os desafios impostos pela extrema direita.

Por exemplo, não existe uma estratégia para uma necessidade evidente – aumentar a bancada do PT no Senado nas eleições de 2026. No Rio de Janeiro e em São Paulo, consideram caso perdido. Na eleição passada, conseguiram perder para o desconhecido astronauta Marcos Pontes, que no Senado é um zero à esquerda.

O Rio de Janeiro é o Estado com menor representação política na Câmara Alta, porque Flávio Bolsonaro, Carlos Portinho (assumiu como suplente de Arolde de Oliveira) e o jogador Romário, esses três senadores nada fazem pelo Rio de Janeiro. Mostram ser políticos que agem segundo seus próprios interesses, mas o eleitor não consegue visualizar esse cenário.

EXEMPLO DE ERRO – Em 2020, um erro crasso e estúpido do PSB e do PT, que se dividiram com candidaturas próprias ao Senado – de Alexandro Molon (PSB) e André Ceciliano (PT). Sabia-se que Ceciliano não tinha a mínima chance de vencer Romário, ao contrário de Molon. O tesoureiro do PSB, Márcio França, que não se elegeu em São Paulo e conseguiu virar ministro no governo Lula, chegou a negar recursos para a campanha de Molon, dando um tiro no pé do próprio partido.

Diante desses erros, o PL de Jair Bolsonaro e Valdemar agradece penhoradamente, fortalecendo-se para disputar as eleições deste ano e se prepararem para as eleições gerais em 2026.

Nesse cenário, estou pessimista em relação às eleições municipais, que devem ser vencidas pela direita e serão um belo termômetro para as eleições presidenciais e de governadores, deputados e senadores em 2026, quando tudo começa de novo.

PESO DA IDADE – No artigo desta quinta-feira, Carlos Newton acertou mais uma vez. O Poder não rejuvenesce; pelo contrário, envelhece. A presidência é uma máquina de moer o sujeito que senta naquela cadeira do Planalto.

Lembro de um, que sofreu mais do que todos: o general João Figueiredo. Um atleta forte e sadio, que em sua gestão teve sérios problemas de saúde. Sofreu um enfarto e fez pontes de safena em Cleveland. nos EUA. Ele mesmo disse que uma jamanta sentou no peito dele, depois, foi perdendo a visão.

Antes dele, o general Costa e Silva. O presidente foi tão pressionado, quando anunciou daria fim ao AI-5, que sofreu em 1969, um derrame avassalador. E logo partiu. Também o general Geisel, que teve uma tentativa de golpe dentro do golpe, não estava muito bem de saúde no final do governo. Numa solenidade passou mal e quase foi. Durou pouquíssimo tempo, após passar a faixa para Figueiredo.

O poder é mesmo uma carga pesada, um legado do qual ninguém escapa.

Moraes alerta que há um ataque em andamento contra o Supremo

Tribuna da Internet | Democracia Inabalada tornou-se cena de comédia com  discursos de Lula e Moraes

Charge do Sandez (Arquivo Google)

Roberto Nascimento

Assim como José Vidal, concordo que há um ataque contra o Supremo Tribunal Federal, especialmente contra o ministro Alexandre de Moraes, não há dúvidas. Assim, interpretada como “liberdade de expressão”, a defesa dos golpistas e das fake news é usada para tripudiar o ministro e, por extensão, a Suprema Corte, como instituição.

Vidal assinala que não são críticas pontuais para admoestar as decisões tomadas pelo ministro bola da vez, mas amplas e destruidoras, visando o quê? Ora, querem a ausência de regras para o exercício da politicagem.

O que diriam das regras que a população do Japãp possui?, indaga Vidal, acrescentando que o Legislativo arvorou-se ao direito de dispor de grande parte do orçamento federal, usurpando o poder do Executivo. Para conseguir mais ainda, precisa do enfraquecimento do STF. Alguns incautos (ou espertos) caem nessa, criticando exaustivamente o Judiciário, usando aquela velha máxima de que a repetição de algo se torna verdade.

DOSIMETRIA – Concordo plenamente com a análise de Vidal. Porém, com todas as escusas de estilo, a dosimetria das penas aplicadas aos vândalos golpistas realmente foi exagerada. Bem, é uma opinião, visto que não tenho acesso ao escopo das respectivas condutas individuais dos réus, que não foram levadas em conta, ao que dizem.

Quanto às cabeças pensantes, que ainda permanecem impunes, trata-se de membros das elites civis, militares e legislativas, aquela branquitude brasileira, que não suja as mãos de lama e terceiriza para os otários de sempre, que foram com tudo na quebradeira vandalista, para conseguirem uma desordem e abrir caminho para as tropas do Exército intervirem no processo político. Era um golpe de Estado clássico, bem delineado e que transcorria à vista de todos.

Entendo que a atuação do ministro Alexandre de Morais teve um peso significativo na derrota dos golpistas. E ele continua atuando com firmeza, contra tudo e contra todos. Está fazendo o papel dele, mesmo com o risco do impeachment, um tema que está na pauta do Senado.

ERROS E ACERTOS – Se Moraes erra, é claro que sim, não existe perfeição na ação humana. Ele ou qualquer ministro, não trabalha sozinho. Há uma equipe de suporte, auxiliando o magistrado e se eles erram, podem comprometer a atuação do magistrado.

Mas, sabedor do erro humano, o ministro Moraes tem submetido ao crivo da Corte Suprema suas decisões mais contundentes, principalmente relacionadas ao andar de cima. É um sinal de humildade e cuidado.

No entanto, apareceu um novo ministro, que é ainda mais duro. Trata-se de Flávio Dino, ex-juiz federal ex-deputado e ex-governador.

O NÚMERO UM – Além de muita coragem, Dino, conhece como ninguém os regimentos Internos do Senado e da Câmara, mais do que Arthur Lira e Eduardo Cunha juntos e ganha de goleada de Pacheco e Davi Alcolumbre.

Nos bastidores da política, o ministro jurista Flávio Dino pode se tornar o número 1 do Supremo para ser impichado pelo Senado em 2027, quando a oposição de fazer maioria na casa dos sêniores, a Câmara Alta senatorial.

Os pobres de espírito não suportam a inteligência alheia e fogem de quem demonstra capacidade e espírito público. Esta é a nossa realidade, nesses tempos sombrios.

Objetivo maior dos ataques a Moraes é abrir caminho para anistiar Bolsonaro

Alexandre de Moraes é alvo de “superpedido” de impeachment da oposição | Metrópoles

Moraes abriu a guarda e agora está recebendo o troco

Roberto Nascimento

Nesses tempos obscuros, de trevas no horizonte pátrio, é sempre bom lembrar o vaticínio do saudoso Ulysses Guimarães, o tripresidente (Câmara, Constituinte e MDB, simultaneamente), ícone insubstituível da resistência democrática, um homem de coragem,  respeitadíssimo em todo o país: ”Se vocês reclamam desse Congresso, esperem o próximo”, previu Ulysses. E o sistema funciona como se fosse uma maldição – a cada quatro anos, o nível dos parlamentares piora ainda mais.

O próximo Congresso, que se avizinha, terá o poder de uma bomba atômica contra o país. As piores figuras deverão ser eleitas e se juntar aos medievalistas atuais, sob o comando de Davi Alcolumbre, de novo presidente do Senado, fazendo uma dupla com o deputado a ser indicado por Arthur Lira para presidir a Câmara. Assim, o que está ruim hoje vai ficar muito pior amanhã.

DIFICULDADES – Nenhum governo pode ter vida fácil com essas feras, que, como os bárbaros, pretendem assaltar nossa esperança de um país melhor. E os sofrimentos do povo tendem a se agravar com a próxima reforma da Previdência, pois os altíssimos salários, pensões, aposentadorias e penduricalhos das elites do funcionalismo civil e militar terão de ser mantidos a qualquer custo, enquanto são reduzidos os direitos sociais do povo.

No momento, o foco se volta para o próximo pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Este é propósito dos senadores da direita, como Eduardo Girão, Magno Malta e Rogério Marinho, um trio do capeta.

Com base nas acusações genéricas de que alguns investigados, vão exigir de Pacheco, uma pauta para votação de impeachment de ministros do STF, a começar por Alexandre de Morais, e Flávio Dino também já está no radar deles, mas não há como acusá-lo, por ser estreante.

GRAVES AMEAÇAS – Essas figuras dantescas e demoníacas são hoje as maiores ameaças à democracia no país. O objetivo maior não é destruir Alexandre de Moraes, simplesmente. O que eles querem é aprovar a anistia a Bolsonaro e aos financiadores e executores do movimento de 8 de Janeiro.

Com essa insanidade, podem acabar eliminando o Estado Democrático de Direito. A essa altura do campeonato, isso pode significar a própria destruição do país, sempre ameaçado pela cobiça internacional em relação à Amazônia.

Essas peças, que o povo elegeu enganado, usam a mesma tática de Nicolás Maduro e outros ditadores. Se dizem nacionalistas democráticos, mas só estão interessados em seus próprios projetos de poder. Alguém tem dúvidas?

Proximidade de Lula com ditaduras prejudica a política externa do país

Lula exige avião com sala de reunião, escritório pessoal e suíte para  casal; veja quanto custará - Estadão

Apoio a ditadores e terroristas tem repercussão negativa

Roberto Nascimento

O presidente Lula está perdendo a terceira chance de se tornar um mediador de crises no cenário das nações. Na primeira, falhou grosseiramente. Ao invés de se portar como árbitro, que não pode ter preferência, foi logo se alinhando a Putin no caso da invasão da Ucrânia

Na segunda oportunidade, atacou duramente Israel, até com certa razão, mas não condenou com a mesma veemência o inacreditável ataque terrorista do Hamas. Recebeu imediatamente o troco de Netanyahu, primeiro-ministro israelense, e ficou novamente desclassificado como mediador.

CASO DA VENEZUELA – Na terceira vez, Lula se perdeu numa entrevista a uma TV de Mato Grosso do Sul, quando relativizou a eleição vencida por Edmundo Gonzales. Chegou até a ironizar a imprensa, que a seu ver estaria comparando a crise venezuelana à Terceira Guerra Mundial.

Ficou claro que Lula ou desconhece a realidade venezuelana ou apoia Maduro incondicionalmente. Assim, passou a ser criticado por gregos e troianos, interna e externamente, e Lula resolveu silenciar.

Apoiar diversos ditadores, como Nicolás Maduro na Venezuela, Daniel Ortega na Nicarágua, Daniel Ortega, é um contrassenso. Não se pode ser contra a ditadura e tentativa de golpe aqui no Brasil, mas achar que isso é normal na terra dos outros, achar que é normal. Essa atitude dúbia se refletirá na aprovação de Lula nas próximas pesquisas.

HUMILHAÇÕES – Maduro humilhou Lula, mandando que tomasse chá de camomila, e Ortega fez o mesmo, ao expulsar da Nicarágua o embaixador brasileiro da Nicarágua. Maduro recomendou o presidente brasileiro a beber chá de camomila e disse que nossas Urnas Eletrônicas não são confiáveis. Estamos aguardando o troco de Lula e do governo brasileiro. Uma resposta à altura tem que vir do Brasil.

O Brasil e Lula devem manter distância regulamentar dessas duas ditaduras, Venezuela e Nicarágua, que prendem, torturam e matam seus opositores. Nem os clérigos, bispos e padres escapam das prisões.

DIAS CONTADOS – Os dias desses dois ditadores estão contados, porque os generalecos que apoiam essas duas tristes figuras, não vão conseguir oprimir o povo por muito tempo. Na Venezuela, o povo vai perdendo o medo e indo para às ruas protestar. A vida lá tem se tornado uma descida para o inferno.

Ditaduras não dão flores para o povo, pelo contrário, matam e torturam quem se opõe a elas, além de tirar paulatinamente, todos os direitos do bem estar social, levando o povo a penúria total. Até o limite, que ninguém aguenta mais. É quando se aproxima o caos, como ocorre na Venezuela e na Nicarágua.

O Brasil não tem condições de mediar, negociar, de nada fazer. Só os povos venezuelano e nicaraguense têm condições de sair desse labirinto, mas sempre às custas de muito sangue, suor e lágrimas, como dizia Churchill, quando a democracia mundial foi ameaçada na Segunda Grande Guerra.

Situação na Venezuela é muito difícil e nem Maduro sabe buscar a solução

Protestos anti-Maduro deixam mortos e feridos na Venezuela

Corina levou uma enorme multidão às ruas neste sábado

Roberto Nascimento

Aqui no Brasil, a tentativa de golpe foi metodicamente planejada, muito antes da eleição de 2022. Jair Bolsonaro sabia que estava arriscado a perder no voto, por isso começou a desacreditar as urnas eletrônicas, pelas quais foram eleitos e reeleitos ele próprio e os filhos. Mas faltou uma estratégia mais eficaz, equivalente ao golpe de 1964.

E lembrem que até o movimento contra o presidente João Goulart quase foi por água abaixo, quando o general Olímpio Mourão Filho se antecipou, descendo com suas tropas de Juiz de Fora para o Rio. Foi um corre-corre. Por essa falha, Mourão Filho foi solenemente ignorado no regime militar e ele próprio disse à época que se sentia uma “vaca fardada”.

DESPREPARO TOTAL – No episódio de 2022, o despreparo dos militares ficou em evidência, erraram em tudo. Não servem pra absolutamente nada. O general Pazuello, hoje deputado, é uma amostra da incompetência dessa gente.

Até entendo que ele recebia ordens de Bolsonaro, mais despreparado ainda, porém em alguns casos o despreparo de Pazuello ficou à mostra.

O tenente-coronel Mauro Cid, é outro incompetente. É duro acreditar que poderia ser um “tríplice coroado”, sempre em primeiro lugar nos cursos militares, sem conhecer antecipadamente perguntas e respostas. Junto com o pai, general Lourena Cid, e o irmão Daniel Cid, o ajudante de ordens de Bolsonaro fez fortuna misteriosa nos Estados Unidos, e ninguém investiga nada.

FRACASSO TOTAL – O golpe liderado por Bolsonaro e pelo general Braga Netto não deu certo, porque foi mal estruturado e não teve apoio do Alto-Comando do Exército, que não queria apoiar Lula da Silva, mas também não quis compactuar com sublevação tão primária, preferiu simplesmente obedecer a lei.

Na Venezuela, Maduro nomeou 2 mil oficiais para cargos de alta remuneração na petrolífera PDVSA e em outras estatais. É o principal fator de apoio da cúpula das Forças Armadas, mas existem também os oficiais inferiores, que tem parentes e amigos passando extremas dificuldades de sobrevivência.

Se Maduro só estiver contando com a cúpula dos militares, os oficiais inferiores podem se rebelar e entornar o caldo. Neste sábado, a líder oposicionista Maria Corina, ameaçada de prisão, levou uma enorme multidão às ruas. Tudo isso indica que a situação na Venezuela está muito difícil e nem o próprio Maduro tem certeza de nada. 

Atuação de Maduro faz lembrar eleições durante a ditadura brasileira de 1964

Geisel, o presidente desconhecido | GZH

General Geisel decidiu criar os senadores biônicos

Roberto Nascimento

Um exemplo de ditador que não respeita o resultado das urnas, como o venezuelano Nicolas Maduro, se deu no Brasil. Era o ano de 1976 e o regime militar estava muito desgastado. Nas eleições de outubro de 1974 o MDB derrotara afrontosamente a Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido dos militares.

O MDB elegeu 21 governadores e a maioria dos senadores. Só perdeu em Alagoas, terra hoje dominada por Arthur Lira e Renan Calheiros, onde então pontificava Teotônio Vilella, da Arena do bem.

PACOTE DE ABRIL – Pois bem, o presidente era o general Ernesto Geisel, ditador de plantão, que não se fez de rogado nem passou recibo. Deixou terminar os anos de 1975 e 76, sabia que ia perder de novo em 1978. Por isso, em abril de 1977 lançou um Pacote ditatorial, fechou temporariamente o Congresso e nomeou 21 senadores biônicos, nomes escolhidos a dedo pelo SNI (Serviço Nacional de Informações), a Abin daquela época.

Com isso, Geisel restabeleceu sua maioria no Senado e tocou o barco para a frente, até entregar o governo a João Figueiredo, o último presidente militar, que devolveu o poder aos civis.

Dou esse exemplo do passado, para que possamos pensar no futuro, já em 2026. O PL de Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto trabalha dia e noite para eleger senadores suficientes para obterem maioria no Senado. A meta é contar com metade mais um dos senadores, que seguiriam as ordens de Bolsonaro.

OS OBJETIVOS – Se até lá o Congresso não aprovar a anistia de Bolsonaro e envolvidos no 8 de Janeiro, essa nova bancada seria encarregada de fazê-lo e de votar também impeachment de ministros do Supremo, impor mandato para os atuais e futuros ministros e eliminar as decisões monocráticas.

No primeiro momento vão focar no Supremo, mas numa segunda etapa vão colocar um garrote em todas as pautas que chegarem ao plenário do Senado e não forem do interesse bolsonarista.

O que pode atrapalhar esse plano megalomaníaco é a votação do regime semipresidencialista, que parece já estar em vigor informalmente. A tendência é de que futuros presidentes se transformem em rainhas da Inglaterra, por terem de se submeter à ditadura do Legislativo, simultaneamente à ditadura do Judiciário, que já dá as cartas na Praça dos Três Poderes.

Kamala inicia firme sua campanha e está fazendo um discurso por dia

Kamala celebra apoio de delegados: “Ansiosa para aceitar nomeação”

Kamala Harris diz estar ansiosa para aceitar a nomeação

Roberto Nascimento

A vice-presidente Kamala Harris discursou nesta quinta-feira no Estado de Indiana. Repetiu o mesmo script de quarta-feira no Estado de Wisconsin, acrescido de dados sobre a morte de mulheres negras, na hora do parto, nos EUA, é o índice maior dos países ricos.

Assim, Kamala está fazendo um contraponto ao candidato Donald Trump, que demoniza as mulheres, tratando-as como objeto de seu prazer, ridicularizando o feminino como nunca se viu na América.

QUESTÃO DO ABORTO – Trump, como Arthur Lira, o PL, os pastores e o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), autor da proposta de criminalização da mulher, que praticar aborto após o prazo, mesmo nos casos previstos lei, exemplo do estupro, que prevê pena de 20 anos, enquanto o estuprador só pode ser penalizado por 6 a 12 anos.

Pois bem, Donald Trump pensa como Sóstenes Cavalcante, a ponto de querer implantar o mesmo projeto contra a mulher lá nos Estados Unidos. Um absurdo completo.

Falando nas mulheres, sempre atacadas por Trump, a senadora e ex–candidata a presidente dos EUA, Hillary Clinton, enviou uma carta aos jornais em apoio a Kamala Harris. Está demorando a manifestação de Barack Obama e Michele Obama. Talvez seja por que Obama magoou Biden, seu grande amigo, ao pedir a renúncia dele.

LIBERDADE E CAOS – No primeiro comício de Kamala em Wisconsin, a candidata disse que o povo americano vai escolher entre a liberdade ou o caos. Esse mencionado caos e o perigo para a democracia têm nome: Donald Trump., que já tentou aplicar um golpe em 6 de Janeiro de 2020, quando ele incentivou e tramou a invasão de seus apoiadores ao Capitólio, no Congresso, provocando cinco mortos e dezenas de feridos.

Trump responder, dizendo que Kalama é doida, porque ri demais. Sinceramente, numa disputa pela presidência da maior potência mundial, usar um argumento desse tipo é demonstrar um amadorismo político estarrecedor.

Desse jeito, Trump será derrotado por ele mesmo.

Biden desiste da candidatura e a eleição americana agora volta à estaca zero

Barack Obama e Joe Biden durante o evento, na Casa Branca

Obama levou Joe Biden a repensar sua candidatura

Roberto Nascimento

Ninguém pode cravar que a vice Kamala Harris será a escolhida ou se terá condições de vencer Donald Trump com mais facilidade do que Joe Biden. Os democratas estão numa sinuca de bico. Não sabem agora em quem apostam no Plano B.

Entendo que mudar agora foi apostar no imponderável e facilitar a vida do maior mentiroso da história dos EUA. No entanto, a pressão para Joe desistir, estava se tornando avassaladora. Até o presidente Barack Obama entrou de cabeça na pressão.

OBAMA ERROU? – Insta salientar que Obama indicou Hillary Clinton, sua secretária de Estado, para disputar com Trump em 2016, colocando seu vice Joe Biden de escanteio, portanto. Hillary teve mais 300 mil votos que Trump, mas perdeu no chamado Colégio Eleitoral. Assim, Obama não deveria opinar, nesse caso atual.

O cenário está se definindo em favor de Donald Trump, porque os adversários entraram no modo “barata voa”, ninguém se entende e a divisão prenuncia uma derrota dos democratas.

Donald Trump é um homem mau, mentiroso, golpista, vingativo e só quer voltar a presidência por ambição e vaidade, para se vingar de promotores e juízes e continuar novamente dominando a maior democracia do mundo.

TODOS ENVELHECEM – Joe Biden é melhor do que Trump e, a meu ver, ainda tinha condições de vencer o homem por trás da invasão do Capitólio. Na questão relativa a idade de Biden, 81 anos e o seu esquecimento de nomes e trocas frequentes, isso é comum, e  Donald Trump, que tem 78 anos, também troca nomes e esquece com frequência.

O grande nó da política americana, é a ameaça da volta de um homem, que tentou fraudar e reverter o resultado das eleições perdidas para Joe Biden. Donald Trump é tão perigoso para o mundo, que cúpula da OTAN está preocupadíssima com a possibilidade de sua vitória.

Em relação ao atentado contra Trump, ainda é cedo para afirmar, que o eleitor irá se sensibilizar e transformar o empresário político em vítima, dando-lhe os votos necessários para vencer Joe Biden em 5 de novembro.

BOM GOVERNO – Tenho esperança de que o povo americano irá votar no candidato ou candidata democrata, porque todos os indicadores econômicos e sociais melhoraram em relação ao governo Trump. Afinal, é isso que realmente importa para o cidadão: emprego, renda e melhoria de vida para a família.

Enquanto isso, aqui no Brasil têm se tornado impressionantes os erros e mancadas do presidente Lula, toda vez que precisa enfrentar o improviso. O caso do corintiano, agora a entrevista da Record e tantas outras barbaridades indicando uma tendência joebideana. Será Lula um repeteco de Biden em 2026, ao enfrentar o trumpista Jair Bolsonaro, anistiado pelo Congresso?

Os astros cismaram com o EUA e o Brasil. As coincidências existem ou não? Parece que sim.

No mundo inteiro, a política democrática mostra estar em forte decadência

Gilmar Fraga / Agencia RBS

Charge do Gilmar Fraga (Gaúcha/Zero Hora)

Roberto Nascimento

O mundo está sem alternativas, com líderes fracos e sem estatura para os desafios da modernidade. Estados Unidos, China, União Europeia e Rússia lutam pelos espaços na economia global e na ampliação de suas esferas de influência.

A guerra da Ucrânia está inserida nesse contexto de poder. Já a  China deseja invadir Taiwan, a ilha nacionalista, que se tornou independente de Pequim em 1959, ano da Revolução Socialista liderada por Mao Tse Tung.

Ao mesmo tempo, os Estados Unidos tentam manter a supremacia econômica e política no Oriente Médio, porém encontram forte resistência do Irá, seu antigo aliado dos tempos do Xá Reza Pahlevi, e da Síria, apoiada pela Rússia.

ELEIÇÃO DECISIVA – É nesse quadro que os norte-americanos caminham para uma eleição decisiva. O atual presidente Joe Biden, com todos os problemas atribuídos a ele, tais como esquecimento de nomes e lentidão nas respostas dos debates, tem muito mais conhecimento de política internacional e de política interna do que o adversário Donald Trump.

O candidato republicano já mostrou seu caráter ditatorial, quando desacreditou o processo político e tentou desferir um golpe de estado, na transição do governo, há quase quatro anos, mandando invadir o Capitólio.

Será que os americanos vão dar uma segunda chance a Trump, para ele completar o que não conseguiu no primeiro mandato? Lembrem-se que ele atenta contra a democracia, quer reduzir a assistência à saúde, demonstra ódio visceral aos imigrantes, trata com desleixo a política externa, quer liberação total de armas e munições, nas mãos de quem quiser comprar, e atua pelo enfraquecimento da OTAN.

IMPACTO ELEITORAL – Vamos ver quantos pontos o atentado soma para Trump nas próximas pesquisas. Aliás, os assassinatos de presidentes e políticos nos EUA são uma marca histórica do país, um dos mais violentos do mundo, nesse aspecto.

John Kenedy, presidente democrata, foi assassinado no exercício do Poder. Logo depois, seu irmão, promotor de justiça, foi assassinado quando saía de um restaurante.

Depois disso, outro presidente dos EUA, Ronald Reagan, levou um tiro na barriga no exercício do mandato.

POR POUCO – Trump foi salvo, escapou por pouco, ao levantar o braço para apontar algum local, no momento do disparo, que pegou a orelha dele de raspão. Se não houvesse a movimentação, atingiria a nuca de Trump.

Importante salientar que o autor do atentado não era nenhum comunista. Trata-se de um jovem de 20 anos, filiado ao Partido Republicano, do próprio Trump.

Essa confusão é resultado da política liberal armamentista dos EUA. Lá, qualquer cidadão pode comprar armas, em qualquer loja da esquina. Aqui no Brasil, também iniciaram esse processo de armas para todo mundo. Armas supostamente legais vão parar na mão do crime organizado. As forças policiais, estaduais e federais perderam o controle da política armamentista.

MATANÇA – De norte a Sul, há mortes diariamente, nos confrontos entre quadrilhas pelo domínio do território, enquanto trabalhadores, crianças, mulheres e idosos são atingidos por balas perdidas, inclusive nas suas residências e as crianças nas escolas.

O tempo passa, realizam-se as eleições, há alternância de poder, mas não acontece nada. As quadrilhas e os milicianos continuam dando as cartas nas favelas e nos bairros pobres, onde assumem os serviços de fornecimento de água, energia, TV a cabo e venda de gás de cozinha. Até quando?

 

Apesar do tesão, a inabilidade de Lula diminui as chances dele ser reeleito

Chequei Ancap on X: "🚨URGENTE: Charge da Revista Oeste satiriza viagens de  Lula e Janja ao redor do mundo. https://t.co/178lRyQc8S" / X

Charge do Schmuck (Revista Oeste)

Roberto Nascimento

Nos assuntos econômicos e também nas relações administrativas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deveria ser mais ouvido pelo presidente Lula, que tem preferido o péssimo conselheiro Rui Costa, ex-governador da Bahia, que desde assumir a Casa Civil colocou na cabeça o sonho de herdar o legado de Lula, mas não tem as mínimas condições de ser o futuro aiatolá do PT, um partido dividido em múltiplas alas.

Se continuar com essas divisões internas, movidas por Rui Costa, Gleisi Hoffmann, Lindbergh Faria e companhia limitada, o bolsonarismo, concentrado no PL e no Centrão, vai empurrar o PT para ser o futuro PSDB, que está nas cordas, justamente pelas divisões dos caciques Eduardo Leite, João Dória e Aécio Neves, três coveiros dos tucanos.

ERROS DOS OUTROS – Essa turma do PT precisava aprender com os erros dos outros partidos. O MDB, que dominava o país, também está morrendo aos poucos. A cada eleição, míngua ainda mais, até chegar ao fim.

Lula não vem se saindo bem, politicamente. Perdeu o timing político e suas falas não têm ajudado ao governo, portanto, atira no próprio pé. Atacar o mercado não é bom negócio, é péssimo. O dólar disparou, prejudicando a economia.

Antigamente, Lula usava o vice José Alencar para cumprir esse papel de criticar os juros altos. Desta vez, Lula não quer pedir o apoio de Geraldo Alckmin, e assim perde pontos com o sistema financeiro e com a classe média, porque ninguém aguenta a subida do dólar toda vez que Lula ataca Roberto Campos Neto.

SABER RECUAR – É preciso saber recuar, sempre que uma estratégia política não dá certo. Persistir no erro é uma sandice. Um exemplo é o Arthur Lira, que preside a Câmara. Levou porrada das mulheres por pautar a PEC da Criminalização da Mulher em caso de Aborto, com a pena de 20 anos, enquanto o estuprador pega no máximo 10 anos, e ainda, de maneira inexplicável, impôs o regime de urgência. O autor do projeto, deputado pastor evangélico Sostenes Cavalcante, da Assembléia de Deus, se escondia diante das críticas avassaladoras das mulheres, que foram às ruas nas capitais para execrar Arthur Lira.

O presidente da Câmara sentiu o golpe e transferiu para agosto, a votação da PEC do Aborto e a PEC da Anistia aos Partidos Políticos, que apenas o PSOL e o Novo foram contras. O PT, enterrou a cabeça na areia, igual um avestruz. O eleitor não deveria perdoar essas atitudes políticas.

Se Donald Trump vencer, quem sairá perdendo será o povo norte-americano

67% consideram Trump vencedor do debate contra Biden

Trump usou sua experiência na TV para roubar a cena

Roberto Nascimento

As análises políticas sobre o primeiro debate entre Joe Biden e Donald Trump, apontam na direção da vitória do candidato republicano. Tenho visão diferente sobre quem venceu ou quem perdeu. Se Trump venceu, quem perdeu foi o povo americano, que é o ator principal e sofreu uma contundente derrota.

Fala-se que o problema é a idade – Trump completou 78 anos dia 14 de junho, é três anos e meio mais jovem do que o democrata Biden, que completa 82 anos no dia 20 de novembro, 15 dias depois da eleição.

UMA AMEAÇA – Todos sabem que Donald Trump é uma ameaça à democracia nos Estados Unidos e no mundo. Seu currículo é impressionante – um empresário misógino, apresentador de TV, abusador de mulheres, mentiroso, sonegador de impostos, cínico, troglodita e principalmente um tremendo de um golpista.

Na sucessão passada, Trump fez de tudo para fraudar a vontade do eleitor americano, a ponto de incentivar a invasão do Capitólio (Congresso americano). Foi uma tragédia que poderia ter ocasionado um massacre de senadores. No final, morreram quatro policiais na invasão e um outro foi levado ao hospital em vida, mas não resistiu.

Trump tem um espírito autoritário e vingativo. Ele usa as armas de psicologia das massas, atuando nas consciências individualistas e nacionalistas, que abominam a concorrência dos imigrantes.

PROMESSAS VÃS – Como candidato, é de uma falta de caráter impressionante, fazendo promessas vãs, que nunca irá cumprir, como o muro da fronteira com o México, a redução drástica dos impostos, subsídios aos combustíveis, pleno emprego e inflação abaixo de zero. É a América primeiro, na enganação dos marqueteiros republicanos.

Portanto, se essa figura dantesca conseguir voltar ao Poder, quem perderá, além dos americanos, serão os demais habitantes do planeta.

Trata-se de um perigo anunciado. A vitória desse ogro significará um passaporte para militares e golpistas da América Latina, principalmente, que sonham em experimentar novo ciclo de ditaduras militares e civis. Aliás, uma avant-première de quarteladas protagonizadas por generais ocorreu nesta semana na Bolívia.

GOLPES EM SÉRIE – A Bolívia, como toda a América Latina, tem histórico de golpes em série. Mais de tentativas de golpes foram desferidas contra a democracia boliviana nos últimos 30 anos. Lembro do troglodita Hugo Banzer, um dos mais violentos ditadores da Bolívia, do mesmo DNA do general paraguaio Strossner e do chileno Augusto Pinochet, quem em 1973 invadiu o Palácio Lá Moneda e matou o presidente Salvador Allende

Os brasileiros precisam ficar atentos, porque o que acontece nos Estados Unidos costuma se repetir por aqui. Esse é o cenário da tragédia anunciada. Por isso, a vitória de Joe Biden ou de outro candidato democrata, significará a preservação do regime em sua inteireza.

Sou otimista e tenho esperança em dias melhores para a humanidade, que nunca correu tanto perigo de extinção como agora, tanto através de uma guerra nuclear, quanto ao perigo das repetidas tragédias climáticas.

Campos Neto não tem condições éticas para ser presidente do Banco Central

Charge do Aroeira (Arquivo Google)

Roberto Nascimento

O economista Roberto Campos Neto perdeu as condições de dirigir o Banco Central em 2021, quando foi envolvido no escândalo Pandora Pampers, numa investigação sobre sonegação de impostos. Na época, foi confirmado que Paulo Guedes, ministro da Economia, e Roberto Campos Neto, presidente do BC, mantinham contas secretas em paraísos fiscais.

Ou seja, Guedes e Campos Neto não confiavam na própria política monetária que estavam colocando em prática. Para fugir dos impostos sobre transações financeiras no Brasil, ganhavam dinheiro no Brasil e investem no exterior. Pode até ser legal, mas é imoral.

TUDO CERTO – Nenhum dos dois pensava no Brasil. É muito fácil jogar pedras no quintal alheio e ficar caladinhos do nosso lado. Não aceitam nenhuma crítica, nada, nada, certamente acham que está certo conduzir a economia brasileira, mas manter os investimentos pessoais no exterior, mas é claro que se trata de total desmoralização.

Sob esse critério antiético, os outros são corruptos, mas nossos aliados são santos, mas só se forem santos do pau oco, para levar nosso ouro clandestinamente, como na era da colônia.

Portanto, Roberto Campos Neto perdeu as condições morais de permanecer no comando da Banco Central naquela época. Seria preciso autorização do Senado para demiti-lo, mas teria valido a pena.

COM TARCÍSIO – E aí está o Roberto Campos, agora engajado na campanha de Tarcísio de Freitas a presidente em 2026. No showmício e banquete promovido pelo governador de São Paulo, em homenagem ao economista, entre loas e afagos, Campos Neto foi convidado para ministro da Fazenda do novo governo, se Tarcísio vencer, é claro.

Há dois sinais claros, que vislumbro do banquete das elites empresariais de São Paulo, com a nata do sistema financeiro:

1- Os donos do poder financeiro e industrial descartaram o ex- presidente Jair Bolsonaro, que já teria cumprido o seu papel e agora vai ser solenemente dispensado.

2- Esse grupo político e empresarial, não conta com a possibilidade de reeleição de Lula em 2026. Como Jair, o presidente Lula deixou de ser o queridinho do Poder Econômico.

ESTÁ EM CAMPANHA Os nomes de Caiado e Zema são como aqueles bois de piranha, fracos e doentes de votos, que vão para o sacrifício para a boiada do governador Tarcísio de Freitas passar livre, leve e solta no caminho do Palácio do Planalto.

Muitos não querem ver, porque estão cegos pela polarização e pela ideologia, mas os movimentos de Tarcísio são claros. Ele vem tendo boa interlocução com o Supremo, com a bancada evangélica (em cultos foi visto rezando com olhos fechados) e, principalmente, o governador implementou ampla medida de cortes de gastos públicos, ambicioso programa de privatizações, inclusive nas Escolas Públicas, a exemplo do implantado no Paraná.

Pergunto: tudo isso é obra do acaso?

Jogo sujo! Lira escolhe a evangélica Benedita da Silva para relatar projeto do aborto

Tietagem a Lira prenuncia chance de reeleição histórica - Diário do Poder

Lira sabe que Benedita, como evangélica, é contra o aborto

Roberto Nascimento

A consagrada escritora Simone de Beauvoir disse que basta uma crise econômica, política ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados pelos homens. Por isso, elas precisam se manter vigilantes. Uma verdade inquestionável de Simone de Beauvoir, que é símbolo da luta pelos direitos das mulheres.

Na trilha aberta pela escritora francesa, as mulheres aprenderam a se defender e não estão de bobeira. No final de semana, houve manifestações em muitas cidades do país. Em São Paulo, as ativistas ocuparam a Avenida Paulista em protesto contra os deputados Sóstenes Cavalcante e Arthur Lira, criador e patrocinador desta sandice contra as mulheres. E a campanha contra o projeto será cada vez mais forte.

REAÇÃO FORTE – No Congresso, os parlamentares estão apavorados com a reação das mulheres e também dos homens que têm humanidade em seus corações, que apoiam a causa feminina e defendem os direitos que elas conquistaram ao longo do tempo.

O autor desse projeto da criminalização do aborto é o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), representante do segmento evangélico. Entrevistado pela jornalista Andréia Sadi, disse que vai propor para estuprador a pena máxima de 30 anos, mas não pretende reduzir a pena que sugeriu para punir a mulher que aborta, que no projeto é de 20 anos.

Não contente com essa insanidade absoluta, Sóstenes disse à repórter Andréi Sadi que pretende testar o presidente Lula, que assinou uma carta para os evangélicos em 2022, assegurando ser contra o aborto. Se Lula vetar a lei, vão espalhar na Internet que o presidente é mentiroso e não merece confiança.

URGÊNCIA INDEVIDA – Por manobra do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi aprovada urgência para o projeto, que assim vai direto ao plenário, sem passar pelas comissões técnicas. Maia errou também ao escolher a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) para relatar a proposta. Ela é evangélica e ativista contra o aborto.

O fato concreto é que as esquerdas e o governo estão sendo covardes, ao não defender com o devido empenho os direitos das mulheres. Somente no fim de semana Lula tocou no assunto, criticando o  projeto.

Mas quem sabe o que a mulher deseja fazer com o seu corpo são elas e não os homens, que não conhecem nem eles próprios. A lei em vigor hoje é muito melhor do que o projeto. Mesmo que escalem parlamentares que sejam pastores retrógrados para fazer lobby no Congresso, não se pode aceitar que eles queiram agravar e piorar a legislação pertinente.

Se vocês acham que Moraes recriou a censura, esperem o que vem por aí

Charge sobre censura - Donny Silva

Charge do Nani (nanihumor.com

Roberto Nascimento

Vem aí mais uma vergonha protagonizada pelo Congresso, em especial da lavra do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, que aproveita a queda nas pesquisas e a atual fragilidade do presidente Lula para passar a boiada, literalmente.

São regras flexíveis, que serão votadas desfigurando o Código Eleitoral, para inviabilizar a punição de políticos que fizerem a festa nas verbas de campanha, oriunda de recursos públicos do Fundo Eleitoral. Vai ser um vale tudo, na qual deputados e senadores poderão fazer o que eles bem entenderem. Lei votada, ninguém mais vai botar o guizo no gato.

DESIMPROPIDADE – Outra mudança em andamento é a flexibilização da Lei de Improbidade Administrativa. Se tornará uma impossibilidade prática a punição de gestores corruptos.

Mas o pior está por vir e atingirá os críticos e comentaristas da Tribuna da Internet: Será considerado crime criticar deputados e senadores, em qualquer plataforma das redes sociais e na internet em geral.

Estão querendo uma pena de 4 anos de prisão em regime fechado, se escreverem que Arthur Lira é corrupto na gestão dos recursos da Câmara dos Deputados, por exemplo. Uma barbaridade, em comparação à Lei da Mordaça e à censura feroz da Ditadura Militar.

BLINDAGEM – Os defensores dessas restrições não têm medo do ridículo e querem acabar com as liberdades democráticas no país. Os chefes dos Três Poderes, por exemplo, não poderão ser criticados de maneira alguma, segundo os articulares dessa reforma medieval. Nenhuma crítica, sob pena de prisão inafiançável.

Lembram de uma PEC da Mordaça? Sim, aquela que José Dirceu tentou aprovar, impedindo o Ministério Público de divulgar trechos de inquéritos contra políticos e autoridades? Pois bem, a Câmara dos Deputados também colocou essa mordaça no radar, e para ontem.

Na prática, vão inviabilizar a ação investigadora do Ministério Público. Seria melhor acabar com o MP, porque aprovada essa PEC do fim do mundo, o procuradores e promotores não teriam mais serventia.

DELAÇÃO PREMIADA – A Lei da Delação Premiada, inspiração da presidente Dilma Rousseff, que foi execrada e depois impichada por não ter vetado essa PEC da Delação está em vias de ser votada em regime de urgência, decretada por Arthur Lira, para acabar totalmente com a Delação Premiada, principalmente se o delator estiver preso. Se trechos da Delação forem vazados, o responsável pela investigação pode ser demitido, a bem do serviço público.

Se todas essas medidas draconianas passarem, ninguém mais vai ser preso no Brasil. Os advogados criminalistas estão rindo à toa, porque essas leis terão o condão de livrar seus clientes das grades e cárceres.

Medidas surrealistas, parece brincadeira, mas não é. Trata-se da realidade nua e crua. Estão tramando tudo isso aí. E há chances robustas de serem aprovadas. Votos, eles têm. Será que a sociedade brasileira vai fazer ouvidos de mercador e aceitar o que deputados e senadores querem aprovar goela abaixo, contra o país?

Proposta para privatizar praias está sendo considerada “traição ao país”

A proposts passou fácil na Câmara e agora falta o Senado

Roberto Nascimento

Concordo com a análise de Pedro do Couto. Essa PEC das Praias nada mais é do que privatização imobiliária do litoral. O debate é salutar, porque traz a lume uma série de problemas que estavam por debaixo do tapete. O foco principal é que essa proposta de privatizações das praias é uma traição nacional.

É preciso raciocinar que a ilegalidade já existe há muito tempo, e o grande exemplo é a quantidade de orla marítima e de ilhas que já estão privatizadas, em todas as regiões do país banhadas pelo Oceano Atlântico.

NA VIDA REAL – As praias de Angra dos Reis, Mangaratiba e Paraty, por exemplo, já foram privatizadas há tempos. Ou seja, para esses municípios pouco muda, porque neles o mais difícil hoje é encontrar uma praia ou ilha que ainda não esteja privatizada.

Ao invés de combater as invasões, as prefeituras incentivam a ilegalidade, para aumentar a arrecadação de IPTU. Assim, a PEC da entrega de patrimônio público para o privado se destina apenas a legalizar a privatização das praias e ilhas, que as elites empresariais e políticas já ocupam em pontos estratégicos da costa brasileira.

Já existem leis sobre a ocupação das praias. Uma das regras é ter uma servidão de acesso ao mar a cada 100 metros, por exemplo. O objetivo da privatização é justamente evitar que sejam preservados esses acessos, para que as praias se tornem totalmente particulares.

RELATOR RECUA – Assustado com a repercussão negativa na opinião pública, o senador Flávio Bolsonaro, relator da PEC das Privatizações das Praias, anunciou que vai modificar a proposta, para incluir itens que proíbam os proprietários de terrenos e ilhas de cercear o acesso as praias. Ora, quem vai botar o guizo no gato?

O suposto recuo do relator é apenas estratégico, para aguardar instruções dos maiores interessados, as redes hoteleiras internacionais, que aguardam a legalização dos cassinos para investir mais pesadamente na construção de grandes hotéis e resorts no país.

A proposta foi aprovada na Câmara com a maior facilidade. Só falta a aprovação do Senado para virar emenda constitucional. A dificuldade atual deriva da reação da atriz Luana Piovani, que peitou o jogador Neymar nas redes sociais e denunciou o esquema. É que, ao invés de se dedicar ao futebol, Neymar agora resolveu ser empresário no ramo da hotelaria. Luana Piovani tomou-lhe a bola, deu um drible da vaca nele, que passou vergonha e já saiu de campo. Melhor assim.