Universidades pedem que estrangeiros fiquem nos EUA durante as férias

Faculdades alertam e brasileiros passarão férias nos EUA temendo não voltar  | Jamil ChadeJamil Chade
do UOL

Neste final do ano letivo nas universidades norte-americanas, os alunos estrangeiros não estão apenas preocupados com suas provas ou entrega de trabalhos. Muitos precisam tomar uma outra decisão: voltar ou não a seus países de origem durante as férias de três meses?

O UOL apurou como universidades pelo país enviaram nos últimos dias cartas a seus alunos estrangeiros alertando sobre os riscos de saírem dos Estados Unidos. Numa delas, a reitoria avisou: “Não temos como garantir que vocês retornarão”.

RECURSOS CORTADOS – Alvos de uma ofensiva por parte de Donald Trump contra a elite intelectual dos EUA, as universidades passaram a ter seus recursos cortados e foram denunciadas pela Casa Branca por supostamente apoiar vozes dissidentes, além de promover a diversidade.

Estudantes estrangeiros realmente entraram em foco. O governo Trump alertou que os vistos não significam direitos, mas um “privilégio” que poderia ser retirado a qualquer momento.

Cruzar a fronteira, portanto, passou a ser uma decisão difícil. Na Universidade Columbia, em Nova York, um casal de brasileiros decidiu que, neste ano, não voltará ao Brasil. Falando sob condição de anonimato diante do temor de serem identificados, os estudantes confirmam que optaram por permanecer nos EUA.

O JEITO É FICAR – Também em Nova York, outros dois brasileiros confirmaram à reportagem que não viajarão às suas cidades de origem. Pelo mesmo temor de não voltar aos EUA, uma brasileira ainda desistiu de ir a uma festa importante de sua família em São Paulo, e que ocorreria durante as férias escolares.

Em Boston, um outro casal de doutorandos adotou a mesma estratégia e evitará viagens ao Brasil ou a qualquer outro país, no esforço para garantir suas vagas e terminar seus cursos, a partir de setembro, quando as aulas retornam.

“Tenho mais um ano apenas de doutorado. Não vou arriscar, apesar de jamais ter me envolvido em política e de estar com meu visto em dia”, afirmou uma brasileira, sempre na condição de anonimato.

APOIO AOS ESTRANGEIROS – Na Boston University, os alunos estrangeiros receberam da presidência da instituição uma mensagem há duas semanas com detalhes sobre o que cada um deles poderia fazer, caso decidisse ficar nos EUA nos próximos três meses. Alojamentos e facilidades estavam sendo organizados pela universidade.

Há também a possibilidade de pedir ajuda, inclusive financeira, para “estudantes que necessitem de forma emergencial de residência em base temporária”. No comunicado, a universidade ainda oferece apoio de psicólogos, advogado e até um capelão para os imigrantes.

Na Universidade de Harvard, que decidiu responder aos ataques de Trump, as instruções aos estudantes estrangeiros são as mesmas: evitem sair dos EUA.

CORTES EM HARVARD – O alerta ocorreu depois que, em meados de abril, a secretária do Departamento de Segurança Interna, Kristi Noem, anunciou o cancelamento de dois programas totalizando mais de US$ 2,7 milhões para a Universidade de Harvard.

A ação segue a decisão de Trump de congelar US$ 2,2 bilhões em financiamento federal para a Universidade de Harvard, e propondo a revogação de seu status de isenção de impostos supostamente devido à sua ideologia radical.

Além disso, a secretária enviou uma carta ameaçando revogar imediatamente a certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (SEVP) de Harvard, a menos que informações abrangentes sobre as ações violentas e ilegais de portadores de visto de estudante estrangeiro fossem apresentadas até 30 de abril de 2025.

CONTROLE TOTAL – De acordo com lei citada por Noem na carta, as universidades devem fornecer informações sobre o programa de graduação dos alunos estrangeiros, matrículas em cursos, notas e status acadêmico, incluindo desistência, liberdade condicional, suspensão ou expulsão.

De acordo com o site do Immigration and Customs Enforcement —a agência de imigração— os atuais alunos estrangeiros com vistos patrocinados pela universidade terão que decidir se mudam seu status de imigração, se transferem para outra universidade ou se deixam o país se Harvard perder tais programas.

No final de abril, apesar de fazer uma resistência pública contra Trump, a Harvard cedeu e entregou os nomes e dados sobre os estudantes estrangeiros, apontando que a lei a exigiria. A decisão foi comunicada à comunidade de alunos e professores, gerando fortes críticas.

VIDA NO CAMPUS – Outro sinal considerado preocupante foi a decisão da universidade de renomear o escritório de sua reitoria que se ocupava de promover diversidade e igualdade. A partir desta semana, o departamento se chama apenas “Comunidade e Vida no Campus”.

A reitoria ainda anunciou que, neste ano, não vai financiar festas separadas de graduação de grupos como LGBTQI+, afrodescendentes, latinos ou religiosos. No ano passado, mais de dez eventos para as diferentes comunidades tinham sido organizados, além das cerimônias que reuniam todos.

Num e-mail aos alunos, porém, a reitoria tenta incentivá-los a continuar a estudar. “Para nossos alunos e bolsistas do exterior, incentivamos que continuem a se concentrar o máximo possível em suas atividades acadêmicas”, escreveu.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Estamos andando para trás, e termos de democracia e civilidade. As novas gerações terão ódio de nós, com justa razão, pois a liberdade está sendo cerceada. (C.N.)

4 thoughts on “Universidades pedem que estrangeiros fiquem nos EUA durante as férias

  1. NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Estamos andando para trás, e termos de democracia e civilidade. As novas gerações terão ódio de nós, com justa razão, pois a liberdade está sendo cerceada. (C.N.)

    Calma. Sr. Newton

    Nem tudo está perdido..

    O Xandão do Borel junto com toda a Facção Criminosa vão salvar a “demogracinha” tanto aqui na República Bananeira como na Matrix do Laranja Mecânica….

    Ah, já ia me esquecendo, quem também está junto nessa para salvar a demogracinha é aquela Máfia do Dendê , com seus intelectuais da Aristocracia Comunista do Leblon/Vila Madalena, com muita maconha e cocaina…..

    aquele abraço

    • Comunistas intelectualizados do Leblon e energizados com maconha e cocaína, é ótimo.
      Me lembrei do cara da indonésia, “Aquele que chegar aqui com pó, em pó retornará numa caixinha, pois será incinerado.

  2. A época da migração em massa para os Estados Unidos já passou.
    A época dessa migração para os países socialistas nunca existiu nem vai existir, lá não tem o que distribuir.
    Ninguém quer ir estudar na Coreia do Norte ou trabalhar em Cuba.
    Abrigar legiões e legiões de imigrantes legais ou ilegais tem um custo alto e Tio Sam não quer bancar.

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