Haddad, ex-preferido, foi atropelado pelas novas necessidades eleitorais de Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante cerimônia no Palácio do Planalto

Lula não tem amigos na política e já descartou Haddad

Merval Pereira
O Globo

O fato de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estar sendo citado para vários cargos, como candidato a presidente da República, governador de São Paulo ou Senador sinaliza que o presidente Lula já está encostando seu ministro da Fazenda.

Fernando Haddad nem foi à China. Poderia ter ido, porque a agenda internacional não impediria. Mas é uma ideia de Lula de cada vez mais tirar o foco de Haddad e colocar no que ele acha que precisa fazer para se eleger: investimentos, aumento dos gastos públicos e dos benefícios sociais.

AFASTAR O MINISTRO – Até a eleição, será uma política que nada tem a ver com Haddad. A ideia é afastar o ministro da Fazenda tanto da disputa para a presidência, evidentemente, quanto pela possibilidade de ele continuar na Fazenda.

Acho que ele vai para o sacrifício e se candidatar ao Senado. Lula, com toda razão, está preocupado com o Senado em 2026, porque a direita está toda jogando em cima de fazer mais de dois terços da Casa.

Então Lula vai querer Alckmin no Senado ou no governo de São Paulo, abrindo vaga para uma composição com um novo vice.

TUDO ENGAVETADO – As teses do ministro Haddad, de equilíbrio fiscal, foram atropeladas pelas necessidades eleitorais. Isso faz com que ele seja cogitado para várias funções que não ministro da Fazenda.

Começa a enfraquecê-lo até o ponto em que será trocado – até mesmo para se candidatar. O caminho é neste sentido.

A indicação é que ele está enfraquecido e enfraquecendo e terá novos caminhos partidários, como dirão quando ele se desincompatibilizar para se candidatar a algum cargo.

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