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Baptista Junior confirmou reunião sobre trama golpista
Pedro do Coutto
O depoimento do tenente-brigadeiro Carlos Baptista Júnior ao Supremo Tribunal Federal (STF) marca um ponto de inflexão na apuração sobre as articulações golpistas no final do governo Jair Bolsonaro. Ao confirmar a realização de reuniões com discussões sobre um possível golpe de Estado, o ex-comandante da Aeronáutica coloca luz sobre uma fase obscura da transição democrática no Brasil. O que antes era alvo de especulações políticas e jornalísticas agora adquire contornos concretos, com o envolvimento direto de integrantes da cúpula militar.
As declarações prestadas por Baptista Júnior revelam que havia, sim, uma articulação em curso para impedir a posse do presidente eleito Lula da Silva. Mais do que uma teoria conspiratória, tratava-se de um ambiente de “brainstorming” onde ideias radicais como a prisão do ministro Alexandre de Moraes e a anulação do resultado eleitoral foram aventadas. A fala do brigadeiro é reveladora ao mostrar como propostas antidemocráticas circulavam nos bastidores do poder, mesmo que sem consenso ou adesão unânime.
POSTURA – Um ponto decisivo do depoimento diz respeito à postura do então comandante do Exército, general Freire Gomes, que teria ameaçado prender o presidente Jair Bolsonaro caso ele insistisse em levar adiante qualquer tentativa de ruptura institucional. Essa informação, ainda que negada posteriormente pelo próprio Freire, levanta sérias dúvidas sobre a unidade e o comprometimento das Forças Armadas com a Constituição. O simples fato de uma ameaça como essa ter sido cogitada aponta para um grau de tensão raramente visto desde a redemocratização do país.
A menção à apresentação de uma minuta com propostas golpistas pelo ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, também adiciona gravidade ao episódio. Baptista Júnior relata ter recusado sequer ler o documento ao perceber seu teor antidemocrático. O gesto, embora digno de nota, demonstra que o conteúdo chegou a circular entre os altos escalões do poder, reforçando que o risco de uma ruptura institucional não era meramente hipotético.
Mais inquietante ainda é o relato sobre a postura do então comandante da Marinha, Almir Garnier, que teria sinalizado apoio irrestrito ao presidente Bolsonaro. A disposição declarada de suas tropas “ao presidente” indica um desalinhamento preocupante com os preceitos da legalidade e da neutralidade política exigida das Forças Armadas. O desconforto posterior de Garnier com a falta de consenso revela o quanto o ambiente entre os militares estava fragmentado e tensionado.
CRISE DE CONFIANÇA – Esse conjunto de revelações desnuda a profunda crise de confiança entre o poder civil e os militares no final do governo Bolsonaro. A existência de facções dentro das Forças Armadas com visões distintas sobre o papel da instituição diante da vitória eleitoral de Lula é um fato que deve alarmar qualquer defensor da democracia. O papel constitucional das Forças Armadas não comporta ambiguidades: sua missão é proteger a soberania nacional e garantir a ordem constitucional, não arbitrar disputas políticas.
Além disso, o depoimento demonstra que parte significativa da cúpula militar estava, no mínimo, disposta a debater alternativas golpistas. Mesmo que não houvesse um plano consolidado, o simples fato de que essas reuniões ocorreram dentro do governo, com a presença de altos oficiais, já representa uma afronta à normalidade democrática. A expressão “brainstorming”, utilizada por Baptista Júnior, não deve ser tratada com leveza quando envolve a subversão do regime democrático.
O STF, ao reunir esses depoimentos, cumpre um papel institucional crucial no esclarecimento dos fatos. A condução do inquérito com rigor técnico e respeito ao devido processo legal será essencial para evitar que eventos como esses voltem a ameaçar o país. A Justiça deve se manter firme na apuração das responsabilidades, sejam elas de natureza militar ou civil, para restabelecer a confiança nas instituições.
LIMITES – A instabilidade vivida no período pós-eleitoral de 2022 reforça a necessidade de redefinir os limites da atuação política das Forças Armadas. É preciso que haja um pacto institucional claro sobre a separação entre o poder militar e o poder civil, com mecanismos de controle e responsabilização mais eficazes. A politização dos quartéis é um risco contínuo que precisa ser enfrentado com coragem e lucidez.
O que se viu no apagar das luzes do governo Bolsonaro foi uma tentativa de subversão da ordem institucional que só não avançou graças à resistência de alguns setores da própria estrutura militar e da firmeza de instituições como o STF. Esse momento exige vigilância, reforma e memória — para que o país não volte a flertar com os fantasmas de seu passado autoritário.
SITUAÇÃO COMPLICADA – Com o depoimento de Baptista Júnior, complica-se a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro no julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado que incluía até a morte do presidente Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo, Alexandre de Moraes.
Bolsonaro teve que recuar ao não encontrar respaldo, ficando com a sua atuação limitada aos anexos instalados em frente aos quartéis pelo país. O absurdo foi tamanho que terminou nas depredações observadas em Brasília. O julgamento do ex-presidente ficou facilitado, inclusive porque terá que responder ao que informou o ex-comandante da Aeronáutica. Não poderá ficar em silêncio. Terá que rebater de alguma forma o que lhe foi atribuído.
Utilidade Pública!
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O depoimento do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Batista Júnior, confirma com riqueza de detalhes, o planejamento e as discussões entre militares de alta patente, chamados de tempestade de ideias ( brainstorming), sobre como fazer. Tinha minuta de golpe e até discurso de Bolsonaro, anunciando as primeiras medidas do novo governo ditatorial. Vinham atos Institucionais, prisões de ministros do STF, cassações de deputados e senadores, prisões e mortes.
Teve um áudio gravado, extraído do computador de um agente da PF, em que ela fala. ‘Nós vamos.matar meio mundo’. E em seguida se mostra apreensivo: Bolsonaro está com medo de dar a ordem, para começarmos a agir, porque se sente traído pelos comandantes e pelo Alto Comando.
Bolsonaro desconhece muita coisa, nunca leu um livro, nada sabe de economia, mas, sabe que sem unidade nos comandos do Exército, o Golpe não sai.
Tem que ocorrer a unanimidade envolvendo o Primeiro Exército, Segundo Exército, Terceiro Exército, Quarto Exército e o Comando da Amazônia. Os militares de alta patente teem responsabilidade na manutenção da Unidade Nacional. A divisão poderia desencadear numa guerra civil.
Os militares, que pressionaram os comandantes da Aeronáutica e do Exército, foram desleais com os colegas de farda e faltou a eles o espírito da caserna: Hierarquia e Disciplina. Também zero de preocupação com as consequências do Golpe na vida nacional.
O foco dos golpistas era somente um: permanência no Poder. Para quê? Prender gente, matar gente e enriquecer no comando da máquina do Estado.
Hoje será o depoimento do Comandante da Marinha, O Almirante Olsem, vai depor na qualidade de testemunha do réu , ex comandante, Almirante Garnier.
Nada de novo no front. Será dito, que as falas de Garnier, botando as tropas da Marinha (13 mil direitos navais) a disposição do Golpe tentado por Bolsonaro era pura bravata.
O atual Comandante Olsem, comandava as tropas operacionais da Marinha. Garnier tinha que conversar com Olsem, antes de se comprometer com as tropas nas ruas.
Bem, é melhor aguardar o fim do depoimento do almirante.
Enquanto isso, ouçamos:
https://youtu.be/vxZ2MEVKA-o?si=PQVI8S5opQQu67KL
Golpes foram dados pelo STF quando manteve os direitos políticos da Dilma, rasgando a Constituição e quando os juízes descondenaram o Lula no arrepio da Lei. O resto é conversa de jornalista Secom e de petista medroso com a possibilidade de perder a teta pública.
Quantas pessoas o grupo guerrilheiro da Dilma matou nos anos áureos?