
Nikolas Ferreira tem conseguido levar o governo à loucura
Dora Kramer
Folha
Não ficou muito claro o que o presidente Lula (PT) quis dizer quando anunciou que a partir de junho vai voltar a “fazer política”, percorrendo o país para “combater a canalhice”.
Talvez tenha querido dar um aviso aos navegantes de que aquele Lula, que na oposição arrasava quarteirões e na Presidência não dava moleza aos adversários, estará de volta, mostrando com quantos paus se faz um embate de mestre.
NIKOLAS CRESCE – Se foi esse o significado de suas palavras, vai ter de começar dando um jeito de não levar um baile de Nikolas Ferreira (PL-MG) a cada trapalhada do governo.
O jovem deputado de primeiro mandato, que antes havia sido vereador durante dois anos, virou referência de temor para o experiente PT em sua quinta estadia no Palácio do Planalto. Um contraste e tanto com Lula pela terceira vez presidente, tarimbadíssimo nas lides da política, às quais já dedica mais da metade de seus 79 anos de idade.
Haveria até sentido em atribuir as dificuldades comparativas a uma questão geracional se o deputado dos temidos vídeos fosse o único combatente em campo. Ele é apenas o mais estridente integrante de uma oposição composta majoritariamente por gente formada na escola de professores que a antiga crônica política chamava de raposas felpudas.
TUDO ERRADO – A esses seres matreiros o governo tem fornecido matéria-prima de trabalho com decisões atabalhoadas, declarações inapropriadas, arrogância desmedida e recuos improvisados. Tudo isso embalado numa repetição sistemática de erros que deveriam ter sido aprendidos e corrigidos.
Nenhuma lição parece ter sido tirada dos episódios das blusinhas, do Pix, dos atropelos ao Congresso, da crise no INSS e da confusão do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
É uma sucessão de surras autoinfligidas, das quais adversários e aliados de ocasião obviamente se aproveitam sem que o governo esboce capacidade de reação. E Lula acha que vai resolver tudo a partir de junho, quando, anuncia, percorrerá o país para “fazer política e combater a canalhice”.
Já se dizia em priscas eras, que não se ensina truques novos a cavalos velhos.
A turma ai do governo, sempre foi primária e primitiva e não vai ser no apagar das luzes do cacique
que vão mostrar luminosidade.
Viveram sempre nas trevas, e vão continuar.
A ” FILA ” anda.
Delfin Neto, de grande economista em 1972,, saiu fracassado pelas portas do fundo em 1983. O grande Falcão da Copa de 82, foi para o banco de reserva em 86. O arquiteto Jaime Lerner, prefeito duas vezes e governador mais duas vezes, saiu da vida pública desgastado em 2002 ( seu candidato a governador não foi nem para o segundo turno). FHC depois de vencer a presidência duas vezes no primeiro turno, nunca mais elegeu ninguém. O seu partido ( PSDB) virou poeira.
Quando falou acabar com a canalhice, deveria estar olhando num espelho e contemplando o maior canalha de nossa história
Com poucas palavras disse tudo. É isso aí.
O desespero de Lula tem nome e sobrenome: Nikolas Ferreira!
É Nikolas (que nem sei quem é) que ele tenta e não consegue barrar.
Esse papo de regulamentação das redes sociais é pura conversa fiada.
E a de que vai “começar a andar pelo país” é outra conversa mole de Lula. Pois há anos que ele não anda nas ruas, com medo de vaias e manifestações do povo.
O governo Barba virou uma empulhação.
Acorda, Brasil!