
Gonet levanta controvérsias dar sustentação às acusações
Cézar Feitoza
Folha
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, mudou nesta quinta-feira (22) o estilo de inquirição das testemunhas no processo pela trama golpista. O novo perfil foi adotado após ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) criticarem a forma como o procurador conduziu o depoimento do ex-chefe do Exército Freire Gomes.
Assim, Gonet passou a a ser mais firme na audiência com as testemunhas escolhidas pela defesa do tenente-coronel Mauro Cid, na avaliação de dois integrantes do tribunal. Em especial com o general Júlio Cesar de Arruda, ex-comandante do Exército.
FUGIU DO TEMA – O procurador interrompeu a fala de Arruda quando o general fugiu do tema central das perguntas e explorou trechos do depoimento considerados controversos.
A mudança de postura de Gonet ficou clara já no início da inquirição. Ele perguntou ao ex-chefe do Exército se confirmava o teor de reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo que mencionava um encontro entre Arruda e o general da reserva Mario Fernandes, acusado de planejar o assassinato de autoridades na trama golpista.
“A imprensa coloca muitas coisas, né. Eu conheço o general Mario e ele foi meu aluno no curso de comandos, em 1988. Eu fiz o curso em 1987, em 1988 fui instrutor. E ele era um dos oficiais mais modernos. Servimos juntos”, disse Arruda.
ESTEVE LÁ – Gonet interrompeu a resposta por avaliar que o general fugiu do tema. Ele queria saber se o encontro era verdadeiro. “Não foi isso que perguntei. Confirma que ele [Mario] esteve lá?”, perguntou Gonet.
Arruda acabou confirmando que o encontro ocorreu, em 28 de dezembro de 2022, em seu gabinete no Departamento de Engenharia e Construção do Exército. Negou, porém, que o general tenha feito apelos golpistas ou que tenha expulsado o colega da sala.
O procurador ainda explorou uma divergência no depoimento de Arruda sobre os motivos da visita de Mario Fernandes. Na primeira versão, o depoente disse que o general da reserva queria saber se Arruda seria realmente nomeado comandante do Exército.
DIVERSOS ASSUNTOS – Em segunda resposta sobre o mesmo tópico, Arruda disse que a pergunta não foi feita porque a nomeação já era de conhecimento público. “Conversamos sobre diversos assuntos”, disse o general, sem dar detalhes sobre a conversa.
Na segunda-feira (19), primeiro dia de depoimentos, parte dos ministros do Supremo avaliou que o procurador não conseguiu se contrapor à versão considerada mais amena apresentada por Freire Gomes sobre as articulações golpistas.
Em vez de explorar controvérsias no depoimento, o PGR fez digressões para confirmar se a resposta do ex-chefe do Exército poderia ser entendida conforme foi narrada na denúncia.
MINUTA DO GOLPE – Uma dessas intervenções ocorreu quando o ex-chefe do Exército disse que não se espantou quando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou aos comandantes militares a primeira minuta do decreto golpista.
Freire Gomes disse que Bolsonaro apresentou o documento como um estudo, embasado na Constituição, e que o então presidente informou que voltaria ao assunto após consultar outros auxiliares.
“Posso dizer, então, que ele estava preparando os senhores, com razões jurídicas, para apresentar mais a seguir medidas de intervenção que ele já estava antecipando que ia tomar?”, perguntou Gonet.
DIRECIONAR A RESPOSTA – O advogado Celso Vilardi, defensor de Bolsonaro, disse que a pergunta buscava direcionar a resposta do general. O ministro Alexandre de Moraes negou a questão de ordem, e o microfone de Vilardi foi cortado.
“Doutor Paulo Gonet, não necessariamente”, respondeu o ex-comandante. “Talvez ele tenha nos apresentado por questão de consideração, já que alguns aspectos dos documentos se referiam a GLO [Garantia da Lei e da Ordem], estado de defesa e estado de sítio”.
Moraes acabou interrompendo o interrogatório de Freire Gomes, sob a justificativa de que ele estaria mudando versões, e disse que o general deveria falar a verdade em juízo.
O mais vergonhoso equívoco da Procuradoria Geral da República em toda a história do Direito pátrio, foi, sem dúvida, o de ignorar a tese universalmente aceita pelas ciências sociais e políticas, dentre essas o Direito, de que o indivíduo em grupo e sob influência de um líder se despersonaliza (Freud em Psicologia das massas e analise do eu), de modo a provocar a desarmonia social entre uma condenação gigantesca de Débora Rodrigues dos Santos ao lado de Bolsonaro sem julgamento e solto. Namastê!
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Namastê significa “eu me curvo diante de ti”. Está evidente que o golpe estava sendo planejado e que Bolsonaro tentava o apoio das Forças Armadas. Mas está evidente também que o ministro Moraes, com auxílio do procurador Gonet, direciona respostas para justificar suas teses, e ainda há quem chame isso de Justiça. (C.N.)
Sr. Newton
Será que entendi bem..
“sem transparência sobre sua destinação”..?
Não foi o que disse o Narco-Rato de Nove Dedos na campanha, disse que se eleito ,não existiria mais o negócio de “secreto” no governo.
“..Governo começa a liberar verbas de ‘novo orçamento secreto’ na Saúde
Até R$ 3 bi serão repassados à base aliada sem transparência sobre sua destinação..””
aquele abraço..
Sr. Newton
Este vídeo vai para os comunistinhas acéfalos e “ceguidores” “baba-ovo” do Narco-Rato de Nove Dedos.
Ao vivo e a cores, tudo gravado, para não terem dúvidas…
Orçamento secreto é “maior bandidagem” em 200 anos, diz Lula
https://www.youtube.com/watch?v=p0edvib0kmc
aquele abraço…
PS.
È por essas e outras que a Primeira-Monga , o Narco-Rato e o Tiradentes Carrasco querem desligar minha internet..
A Rede não perdoa, está tudo gravado, nos seus mínimos detalhes.
Alguém ainda acredita em julgamento? Estão todos julgados e condenados. Hoje o Estadão fez mais uma “mea culpa”.
STF mira Eduardo e ameaça a liberdade política, afirma Estadão
https://revistaoeste.com/imprensa/stf-mira-eduardo-e-ameaca-a-liberdade-politica-afirma-estadao/
CN, quando a Dilma consultou com o general Villas Boas, comandante das Forças Armadas, se era viável e se as Forças Armadas apoiariam a decretação de um Estado de Defesa e o comandante recusou; essa ação da Dilma foi um golpe, tentativa de golpe ou uma consulta legítima?
Se o que o Bolsonaro fez foi um golpe, ou tentativa de golpe, o que a Dilma fez , também. Mas para o mesmo peso existem duas medidas.
Toda consulta é legítima, creio eu. O erro está em não fazer a denúncia.
ABS
CN
– Mas “glória” não significa “argumento infalível” – Alice protestou.
– Quando eu uso uma palavra – Humpty Dumpty falou, mais uma vez num tom desdenhoso –, ela significa o que eu quero que ela signifique … nem mais nem menos.
– A questão é – Alice falou – se o senhor pode fazer as palavras significarem coisas tão diferentes.
– A questão é – disse Humpty Dumpty – quem é que manda … e isso tudo.
No Brasil do Alexandre de Moraes, ele é quem manda … e isso é tudo.
Eu fico pensando cá com meus botões: como é que um camarada com limitações cognitivas óbvias, como Bolsonaro, conseguiu passar na prova de seleção da EspecEX/AMAN?