Refém de Alcolumbre, só resta a Lula assistir à fritura de Haddad e Marina

Haddad e Marina estão na fritura, que não tem alcatra

Bruno Boghossian
Folha

Fernando Haddad (Fazenda) e Marina Silva (Meio Ambiente) estão em posições distintas, mas compartilham uma condição peculiar. Os dois veteranos foram escolhas pessoais de Lula (PT) para áreas que o presidente gostaria de ter como vitrines em seu terceiro mandato. Ao mesmo tempo, ocupam flancos vulneráveis de um governo incapaz de oferecer blindagem à dupla.

O processo permanente de desgaste dos dois ministros é sintoma de fragilidades individuais, mas também resultado de circunstâncias políticas que limitam a capacidade de ação e reação do terceiro governo Lula.

CHUVA DE BALAS – O frequente bombardeio ao ministro da Fazenda e o longo ataque direcionado à ministra do Meio Ambiente nas últimas semanas resumem esse ambiente.

Ambos assumiram a posição de alvos preferenciais num governo recheado de divisões internas e rodeado de aliados que guardam interesses em conflito com as agendas da dupla. Nesses círculos, há gente poderosa o suficiente para aplicar derrotas em série aos dois ministros.

Haddad se tornou um frequentador assíduo dessa arena. Ao patrocinar uma agenda de controle de gastos, o ministro entrou em conflito direto com pretensões políticas de colegas da Esplanada e, em muitos casos, do próprio Lula. O ministro da Fazenda manteve protegida a espinha dorsal dessa plataforma, mas quase sempre foi incapaz de evitar certas torções, das menos às mais violentas.

VOTOS SOCIAIS – A decisão do governo de adotar soluções financeiras criativas para bancar programas de isenção da conta de luz e distribuição de botijões de gás foi a repetição de uma longa tensão interna que opõe Haddad a operadores políticos que defendem a expansão de medidas capazes de alavancar a popularidade de Lula até as próximas eleições, como Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia).

O constante fogo amigo levou o ministro da Fazenda a buscar, em muitos casos, um refúgio de autopreservação marcado por alguma dose de isolamento na fabricação das medidas econômicas consideradas mais sensíveis.

Em circunstâncias como essas, Haddad mantém sua autoridade, mas também assume quase sozinho a responsabilidade por passos em falso. O tumulto provocado pela edição do decreto que aumentou o IOF, parcialmente revogado, pode ser considerado um exemplo dessa situação.

LULA ENFRAQUECIDO – No meio do campo, há um presidente com energia insuficiente para se dedicar à proteção de peças-chave de seu governo. A estabilidade da agenda de Haddad pode ser um ativo para Lula, mas o presidente também tem sua própria sobrevivência política em vista, num horizonte mais próximo.

A queda de popularidade, a ameaça à reeleição e a proximidade da disputa tornaram mais imediatos os cálculos feitos pelo presidente na arbitragem de disputas internas envolvendo Haddad. A adoção de políticas que podem estar no programa eleitoral do petista no ano que vem se torna prioridade.

Parte desses elementos também explica a vulnerabilidade de Marina. O avanço aparentemente inabalável do processo de liberação da exploração de petróleo na Margem Equatorial é uma amostra de que, em nome de projetos econômicos vultosos, o governo é capaz de andar na contramão da ministra e de braços dados com aliados fortes como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP)

REGRAS AMBIENTAIS – Nos últimos dias, essa aliança deixou Marina no caminho de um trator, pilotado por Alcolumbre, que aprovou a flexibilização de regras de licenciamento ambiental.

Cada vez mais dependente do senador, no meio da hostilidade enfrentada na própria base governista, a equipe de Lula nem mesmo teve condições de reforçar as linhas de defesa da ministra.

Restou ao presidente ficar ao lado de Marina depois que ela foi alvo de um ataque baixo de senadores na sessão desta terça-feira (27) da Comissão de Meio Ambiente. Lula e seus auxiliares deram apoio à ministra sem poder, ao menos até aqui, mudar de posição nos embates de mérito.

6 thoughts on “Refém de Alcolumbre, só resta a Lula assistir à fritura de Haddad e Marina

  1. A verborrágica Marina, que Lula, igualmente papudo, há tempos não suporta e que já havia deixado de lado, agora deverá sair de cena de vez!

    Marina já era. Não há como subsistir a tamanho barraco público. Esquece.

    —————–

    Quanto a Haddad, o seu imediato Durigan já anda dando entrevista por aí como ‘ministro de fato’

  2. No palco do Poder aprende-se que política é muito mais o que registra olhos atentos, do que eventualmente o que chega a ouvidos da plateia.

  3. Democracia é assim mesmo. Todos se expressam e seus pontos de vista são explanados, quaisquer que sejam. Pois muito bem, eu só não entendo é o motivo de não se ter dado a devida atenção ao que aconteceu no Rio Grande do Sul. Marina pode ser a vidraça da vez e outros do mesmo time, mas a vontade de desenvolvimento e avanços a qualquer custo tem que respeitar a mãe natureza. O que tem acontecido , em termos ambientais, requer o devido respeito à ciência pois, do contrário, estaremos fadados enfrentar desastres ambientais cada vez mais intensos.

  4. REFÉNS, VÍTIMAS, SÚDITOS E ESCRAVOS, verdade seja dita justiça seja feita, somos todos nós, masoquistas por injunção, do pseudo congresso nacional que, na real, afeiçoa-se a uma congregação de picareta$, salvo exceções, oriundos em sua maioria das regiões norte, nordeste, insaciáveis, sediados em Brasília, onde perfazem uma espécie de “Ilha da Fantasia” dos me$mo$, conservadores, há 135 anos, via golpes, ditaduras e estelionatos eleitorais, da plutocracia putrefata com jeitão de cleptocracia e ares fétidos de bandidoicracia, fantasiada de democracia apenas para ludibriar a crédula e tola freguesia, copiada mal e porcamente dos EUA, alicerçada no tripé da gastança, da comilança e da impostança, combo esse imposto há 135 anos pelo militarismo e o partidarismo, politiqueiro$, e seus tentáculos velhaco$, negócio esse bilionário para os seus operadores, loucos por dinheiro, poder, vantagens e privilégios, sem limite$, capazes de tudo e qualquer coisa para lograrem os seus intento$, operados à moda todos os bônus para ele$ e o resto que se dane com os ônus,com a velha imprensa falada, escrita e televisionada a bordo da comilança, na proa, fantasiada de “quarto poder” do famigerado quinto dos infernos” dos simples mortais que, no frigir dos ovos, querem apenas viver e conviver pacificamente, do próprio suor, como gente normal e civilizada, trabalhar, estudar, namorar, beijar na boca e, se possível, ser feliz, simples assim, para as quais me deu ao trabalho de cerca de 40 anos, a fio, elaborar, burilar e desenvolver a Revolução Pacífica do Leão, com projeto próprio, novo e alternativo de política e de nação, a nova via política extraordinária, que mostra o possível novo caminho para o novo Brasil de verdade, confederativo, com Democracia Direta, Meritocracia e Deus na Causa, a nova política de verdade, contra o continuísmo da mesmice dos me$mo$ que nos conduziram ao estado de coisa$ e coiso$ que aí estão, prazo de validade vencido há muito tempo, conjunto da obra esse pronto para ser mandado para a Tonga da Mironga do Kabuletê, como sugerido pela música de Toquinho em parceria com Vinícius, pronto falei e tenho dito. Simples assim. https://www.tribunadainternet.com.br/2025/05/29/refem-de-alcolumbre-so-resta-a-lula-assistir-a-fritura-de-haddad-e-marina/#comments

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