Caso IOF é confissão de incompetência do governo Lula e do ministro Haddad

Charge do Boopo (Arquivo Google)

Carlos Andreazza
Estadão

Durma – ou acorde – com este barulho: “máquina pública ficaria em situação delicada sem alta do IOF”. É o que nos comunica, em tom de ameaça, o governo. Ao que o líder no Congresso somaria a chantagem: “O governo externou que a revogação do decreto tem uma consequência clara. A consequência é o shutdown. A paralisação da máquina pública”.

Paralisação também das emendas parlamentares, né? Derrubar a alta do IOF imporia engrossar o volume do congelamento orçamentário. Represar ainda mais as emendas. Chantageado o Congresso chantagista.

PARAR O GOVERNO -Sem a alta do IOF, imposto regulatório pervertido para fabricar arrecadação, a consequência seria o “shutdown”, com a imobilização da máquina administrativa.

Fala-se algo grave assim como se estivéssemos nesta vala por obra do espírito santo. O secretário do Tesouro foi explícito: a receita via IOF “é imprescindível”. Não há plano B.

As finanças públicas foram geridas para que o funcionamento do estado de repente dependesse do aumento do IOF. É confissão de incompetência. O governo Lula não começou ontem.

FALSO ARCABOUÇO – Chegou-se a esse lugar – acionado o botão do desespero, decretado o vale-tudo – a partir de escolha transparente desde a PEC da Transição. Faz tempo postas as razões – a constituição natimorta do arcabouço fiscal, por exemplo – para não se embarcar no compromisso desses haddads com a responsabilidade fiscal.

O Congresso é sócio na escavação do buraco, à parte o discurso oportunista do presidente da Câmara – o Hugo fiscalista! – pelo corte de gastos. No mundo real, governo e Parlamento conceberam Orçamento safado, que subestima despesas e superestima receitas – e em cujas margens parafiscais pendurou-se até o programa Pé-de-Meia. 

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