
Bolsonaro tentou transformar o banco dos réus em palanque
Por Marcelo Copelli
Revista Fórum
Nesta terça-feira (10), Jair Bolsonaro compareceu ao Supremo Tribunal Federal não como um cidadão comum, mas como um ex-presidente buscando a todo custo reescrever a sua biografia diante da maior e mais grave acusação que já enfrentou: a de liderar uma conspiração para subverter a ordem democrática no Brasil.
Entretanto, no plenário da Corte, não optou por uma defesa técnica e contida, apostando as suas fichas em um discurso político travestido de depoimento jurídico em uma tentativa de transformar o banco dos réus em palanque, ratificando o típico recurso de “líderes” populistas quando postos em xeque.
NEGATIVA – Conforme era esperado, Bolsonaro negou veementemente qualquer intenção golpista, repetindo incansavelmente que nunca cogitou atentar contra a democracia ou que tenha compactuado com uma ruptura institucional, garantindo que toda a narrativa construída contra ele é produto de uma perseguição política.
“Nunca houve hipótese de golpe no meu governo”, declarou. De forma previsível, carregou no tom de indignação, dando uma feição quase teatral às respostas mais direcionadas à sua base de apoiadores do que aos próprios ministros da Corte. Porém, por mais que tenha tentado, destaque-se, a sua indignação colidiu, em cada detalhe, com elementos robustamente documentados nos autos.
Em depoimento, o tenente-coronel Mauro Cid, atualmente colaborador da Justiça, afirmou que Bolsonaro não só teve acesso a uma minuta que previa a prisão do presidente do TSE e a convocação de novas eleições, como também a leu, sugeriu alterações e a direcionou para análise.
ESTRATÉGIA – Some-se a tais dados, os registros de reuniões com militares, movimentações de tropas e uma insistente retórica de desconfiança em relação às urnas eletrônicas, construída ao longo de anos, apesar de ele mesmo, Jair Bolsonaro, e todos os seus filhos, terem sido eleitos justamente pelo sistema que, sem provas factuais, insistem em questionar. O tratamento de todos esses fatores como meras especulações não é apenas uma estratégia de defesa, mas um insulto à inteligência institucional da sociedade brasileira.
Bolsonaro tentou, em vão, estruturar a sua linha argumentativa sob o manto da liberdade de expressão. Segundo ele, criticar o sistema eleitoral, ainda que de forma contundente, não configura crime. Porém, apesar da liberdade de expressão ser um pilar da democracia, ela não cobre ações que, quando articuladas com agentes públicos e integrantes das Forças Armadas, buscam desacreditar um resultado eleitoral legítimo.
ENCADEAMENTO – Não cabe aqui o desgastado discurso de que se trata de punir opiniões, mas, sim, compreender o encadeamento de atos, declarações e omissões que, em seu conjunto, alimentaram o clima para o que culminou nos inaceitáveis ataques do 8 de janeiro. Sobre esse episódio, aliás,
Bolsonaro optou pela linha do afastamento físico, declarando, de forma rasa, que estava nos Estados Unidos e, logo, não poderia ser responsabilizado pelos ataques.
Evidentemente, a sua ausência geográfica não o isenta de responsabilidade política e moral. O levante que resultou na depredação das sedes dos Três Poderes não foi um surto coletivo imprevisível. Foi alimentada e “justificada” por meses de ataques verbais ao processo eleitoral, às instituições e à legitimidade do próprio Supremo.
ATAQUES – Outro ponto que escancarou as contradições do ex-presidente foi a sua tentativa de deslegitimar a delação do seu ex-ajudante de ordens, classificando-a como “contraditória”, “sem provas” e “vingativa”.
No entanto, a sua própria defesa não conseguiu desmontar os principais pontos levantados por Mauro Cid, ou sequer apresentar outra versão dos fatos que se sustente com a mesma força probatória. Atacar o delator é um caminho comum quando não se consegue refutar o conteúdo da delação.
Adicionalmente, Bolsonaro e sua defesa insistiram em questionar a competência da Primeira Turma do STF para julgá-lo, alegando que o caso, por sua magnitude, deveria ser levado ao plenário completo. Trata-se de mais uma tentativa de ganhar tempo e politizar o processo. O regimento da Corte é claro quanto à atribuição das turmas, e os próprios ministros já rechaçaram o argumento por maioria. O objetivo aqui parece menos jurídico e mais simbólico: sugerir que há uma tentativa de condená-lo “às escondidas”, discurso que ecoa entre seus apoiadores.
APELAÇÃO – Por fim, o que mais chama atenção no depoimento de Bolsonaro é a sua tentativa de manter um pé em cada lado da história. O ex-mandatário apela para as vestes institucionais, que não lhe cabem, defende a Constituição e se diz vítima de perseguição. De outro, continua lançando farpas contra o sistema, ironiza a Corte e mantém aceso o discurso de que o Brasil vive um estado de exceção. Essa ambiguidade friamente calculada tipifica lideranças autoritárias que operam dentro da democracia enquanto testam seus limites.
A presença de Bolsonaro no STF não foi, como deveria ser, um momento de esclarecimento técnico e autocrítico. Foi um ato político ensaiado para preservar a sua imagem diante do seu cada vez mais reduzido cercadinho que ainda o vê como vítima do sistema.
Mas os autos falam mais alto do que a retórica. Os documentos, as gravações, as atas de reuniões, as delações — tudo aponta para um projeto de poder que não aceitava a derrota nas urnas e estava disposto a tudo para revertê-la. Não serão, porém, o falso carisma, a questionável eloquência ou as acusações de perseguição que decidirão o destino de Jair Messias Bolsonaro — mas os fatos. E eles, até o momento, têm se mostrado implacáveis.
Será que o jornalista Secom já se deu conta que o 8 de janeiro ocorreu sob a responsabilidade do governo Lula? Que o ministro da Justiça a quem caberia o controle do distúrbio embora informado com antecedência nada fez? E, que o G Dias mesmo tendo sido alertado desde o dia 6, também nada fez? Oito de janeiro foi na verdade orquestrado pelo governo Lula com o apoio das FFAA.
https://www.cnnbrasil.com.br/politica/g-dias-foi-alertado-5-vezes-sobre-risco-de-invasao-aos-poderes-revelam-mensagens/
Nem com o convite para ser vice o Xande Pavão se comoveu.
Se quisesse fazer palanque, Frouxonaro faria caras e bocas, discursos inflamados, algo para causar.
Tudo indica que ele está com cagaço.
E covardia não dá voto.
Esse cabra recebeu, segundo o próprio TSE, 58.206.304 votos há pouco mais de dois anos.
O voto foi de protesto. Assim como em 2018.
Lula será derrotado pelo antipetismo, que é muito maior do que Bolsonaro.
Um outro, sem o seu sangue de guerreiro, sem a vontade de se sacrificar em favor do seu povo, um outro, repito, teria fugido COVARDEMENTE para os Estados Unidos deixando seus defensores ao léu.
Mas não foi o caso do nosso herói! Embora fisicamente na Florida, mantinha seu espirito próximo do campo de batalha.
Cara a cara, Bolsonaro e Moraes jogaram pelo empate
Bolsonaro e Moraes preferiram fazer um dueto em vez de um duelo
Há motivos pelos quais os dois evitaram um bate-boca transmitido ao vivo; entre eles, não sair derrotado
(xxx)
Depois de tanta espera pelo encontro cara a cara de Jair Bolsonaro com Alexandre de Moraes, o que se viu no STF mais parecia uma valsa do que um enfrentamento.
Era visível que nenhum dos dois pretendia transformar a atual fase do processo em um bate-boca transmitido ao vivo para todo o Brasil. Mais do que isso: como ninguém queria sair derrotado, os dois jogaram pelo empate.
Tal postura não teve a ver com uma eventual esperança de ser absolvido, pelo contrário. Como Bolsonaro tem certeza de que será condenado, sabe que nada do que diga vai mudar significativamente o rumo do processo.
O que vai ficando claro é que à medida que a conclusão do processo se aproxima, juiz e réu começam a pensar numa estratégia para o dia seguinte.
Neste momento, os dois parecem ter concluído que teriam mais a perder se apresentando como realmente são do que interpretando um personagem para os cortes de redes sociais.
Fonte: O Globo, Opinião, 11/06/2025 03h00 Por Malu Gaspar – Rio
Apresentação de peça teatral onde o expectador foi ludibriado.
Ninguem lembrou do duelo esperadossimo em Tombstone downtwon entre Roberto Jeferson e José Dirceu que terminou rm gargalhadas?
O sr me provoca os meus mais baixos instintos??( acho que foi mais ou menos isso
Como se dizia: a farsa se repete como……farsa