Charge do Seppo (Arquivo Google)
Joel Pinheiro da Fonseca
Folha
A mudança climática traz um desafio complexo de coordenação. A ação —ainda que custosa— de cada país ou empresa, sozinho, é inócua. Se eu me sacrifico e meu vizinho nada faz, eu terei pago um preço alto, mas no fim das contas partilharemos do mesmo resultado. Mesmo que todos façam sua parte e sejamos capazes de refrear o aquecimento da Terra, isso não gerará efeitos visíveis.
A vida apenas seguirá normalmente, e teremos evitado desastres hipotéticos que nunca se materializaram. Dos desastres climáticos que ocorrem, é impossível selecionar qualquer um deles e dizer com certeza que ele é resultado direto da mudança climática. Se ninguém fizer nada, contudo, sua frequência aumentará, o clima da Terra será mais inóspito e o resultado será catastrófico.
META INÚTIL – A meta de reduzir emissões de forma a não aumentar a temperatura da Terra acima de 1,5 °C já não foi cumprida. Em geral, uma situação dessas exige que uma autoridade imponha restrições para todos e puna aqueles que, pensando apenas no próprio ganho de curto prazo, as descumpram.
Na falta de uma autoridade mundial capaz de punir os desobedientes, cabe a cada país escolher livremente se cumpre ou não suas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas). Se bater a meta, ótimo. Se não bater, nada acontece. Não é surpresa nenhuma que a adesão tem deixado a desejar.
E frente à hipocrisia que envolve os grandes eventos em nome do clima e as celebridades que os frequentam, é muito tentador para qualquer governo fazer o que Trump fez: negar que o problema sequer exista, transformá-lo em um ponto de polarização partidária, acabar com restrições ambientais, e entregar crescimento de curto prazo para sua população.
TRUMP AUSENTE – A presença do governador da Califórnia, Gavin Newsom, ajuda a mitigar um pouco a ausência do governo americano. Mas esse mau exemplo —e essa pressão— arrastam muitos outros atores.
A mudança de discurso de Bill Gates na questão climática é parte desse processo. A presença de empresas internacionais na COP é baixa. Assim como tem sido baixa a adesão empresarial a metas de sustentabilidade.
Num momento de nacionalismo em alta, alocar parte do orçamento em investimentos que não trarão benefício tangível direto para a população, mas que serão uma gota dentro de um esforço global de benefícios difusos, não é uma escolha política fácil. Ao contrário, por exemplo, da decisão de investir mais em armamentos quando uma potência agressiva ameaça suas fronteiras.
LULA DESPERTA – Vivemos um retrocesso geral justo no momento em que o Brasil propõe uma adesão mais ambiciosa à agenda ambiental. O discurso de Lula, colocando o Brasil à frente dos países que aderem a evidências científicas e que não querem retrocesso no combate ao aquecimento global, pode ser o caminho para mobilizar aqueles líderes que ainda têm essa prioridade.
Para que os compromissos feitos em Belém sejam sustentáveis, no entanto, será preciso trabalhar junto à opinião pública. Mostrar que a causa ambiental interessa a todos, que não é monopólio de nenhum lado da disputa política e que, se investirmos no cuidado com o meio ambiente, todos sairão beneficiados.
Se a sustentabilidade virar tema cativo da esquerda, ela se tornará um objetivo ainda mais distante do que tem sido até hoje.
Agora conta a do papagaio, seu Joel.
Realmente Lula é um grande ambientalista, assim como é um grande democrata que adora ditaduras e um identitarista que adora grupos terroristas homofóbicos e misóginos.
Ele é absolutamente insignificante neste debate, seu interesse é encher as burras de sua apaniguados e amiguinhos com os tilhões que vsava com seu fundo sem fundo (que nunca virão e, ao que parece, deve ficar nos 5 bil~hoes de alguns otários que jogam dinheiro próprio ou do seu povo na lata de lixo).
Discursos não resolvem os problemas climáticos. a vagabudagem “radical” trasnformaram sua militância discursiva-metafísica numa grande font de renda com esta sua mercadoria capitalista selvagem. A questão é a busca da alternativa aos combustíveis fósseis que atá agora não apareceu.
A solução da celeuma climática é a seguinte: a descoberta ou desenvolvimento de uma fonte de energia que substitua a dos combustíveis fósseis. O resto é kô da vagabundagem que fatura alto com sua militância ambiental metafísica, puramente léxica e que não tem que dar resposta e soluções reais. ]saõ us verdadeiros pela-sacos inúteis.
As fontes até agora criadas não se mostraram suficientes, tanto que o “ambientalista” Lula já liberou a prospecção do petróleo na Margem Equatorial.
Hipócrita, que acredita que os mandatários dos países desenvolvidos vão tirar do seu povo pra enfiar no seu fundo sem fundo.
Um governante preocupado com a questão fiscal e que tem responsabilidade com o dinheiro dos impostos de seu povo, caso contrário do gastão Lula, não vai arriscar em investir num fundo que será usado em países dominados pela corrupção, como são os amazônicos.
https://www.reportermt.com/papo-reto/alemanha-decide-nao-por-dinheiro-no-fundo-de-lula/227822
Ninguém vai enfiar dinheiro no fundo de manutenção da pilantragem.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/02/27/antes-de-ser-fechada-por-trump-usaid-previu-enviar-us-162-milhoes-para-a-conservacao-da-amazonia.ghtml
Como algum mandatário sério vai confiar num país que constitucionalizou a corrupção com assassinato da Lava Jato?
Enquanto isso 600 milhões de africanos não têm acesso a energia elétrica. Utilizam lenha e fezes secas para cozinhar.
A COP 30, o TFFF e o E-book que expôs a hipocrisia global
Por Johil Camdeab
A COP 30 DOS 17 LÍDERES QUE COMPARECERAM, aclamada como o grande evento ambiental do século, terminou em uma atmosfera de decepção, desconfiança e ironia internacional.
O Brasil, que buscava se consolidar como líder na proteção climática, deixou para trás discursos vazios, escândalos nos bastidores e promessas que se evaporaram.
O maior símbolo dessa contradição foi o TFFF – Fundo Florestas Tropicais para Sempre, apresentado como o “fundo definitivo para salvar o planeta”.
Um nome pomposo, uma proposta grandiosa – mas poucos apoiadores e resultados insignificantes. O projeto, divulgado como uma solução global, acabou se revelando nada mais do que uma manobra política disfarçada de marketing verde.
Desde o início, a conferência em Belém do Pará foi conduzida como uma campanha eleitoral. O presidente brasileiro usou o evento para consolidar sua imagem de “salvador da Amazônia”, ao mesmo tempo em que estabelecia o PT (Partido dos Trabalhadores) como a garantia da agenda ambiental global.
Os discursos foram apaixonados, mas previsíveis: autoengrandecimento pessoal, retórica populista e ataques velados a críticos.
A primeira-dama, ofuscada pelos holofotes, roubou a cena — não por seu compromisso com a proteção ambiental, mas pela ostentação e luxo de sua hospedagem.
Junto com a comitiva presidencial, ela passou dias a bordo de um iate que consumiu 135 litros de diesel por hora — um detalhe que se tornou um símbolo da discrepância entre teoria e prática.
A escolha de Belém como sede da COP 30 foi percebida internacionalmente como politicamente motivada, e não tecnicamente.
A cidade, carente de infraestrutura adequada, sofreu com escassez de água, preços exorbitantes, congestionamento de trânsito, acomodações superlotadas e serviços públicos sobrecarregados.
O que deveria ser um projeto exemplar de sustentabilidade tornou-se um símbolo de incerteza. Além da falta de infraestrutura, o descrédito internacional da liderança brasileira pesou muito sobre o país. Nos bastidores, a pergunta que se repetia era: “Como podemos confiar bilhões a um país cujo presidente foi condenado por corrupção, preso e depois reabilitado por decreto político de um Ministro da SUPREMA CORTE BRASILEIRA?”
O balanço final, mesmo levando em conta alguns números classificados como confidenciais, revelou uma relação custo-benefício escandalosa. Os gastos com segurança, publicidade, infraestrutura e marketing excederam em muito os valores efetivamente destinados ao fundo. Em outras palavras, gastou-se mais com a publicidade do TFFF do que o TFFF arrecadou.
FALTA DE AVISO NÃO FALTOU, haja visto a publicação gratuita do E-book “Corrupção Verde”, de José H. C. Abreu, um promissor candidato ao Prêmio Nobel de Literatura de 2026.
Enviado a organizações ambientais, o livro expôs as estruturas de poder e as práticas financeiras ocultas por trás do discurso ambiental.
Ao revelar como os fundos ambientais se tornaram instrumentos de manipulação política e enriquecimento institucional, a obra lançou luz sobre uma escuridão que muitos preferiam esconder.
“Corrupção Verde” não atacou a agenda ambiental em si, mas sim a forma como ela foi instrumentalizada.
Utilizando documentos, relatórios e análises, o autor expôs o abismo entre a promessa de salvação e a realidade por trás dos bastidores.
O E-book, amplamente comentado nos corredores diplomáticos, expôs a hipocrisia do sistema que lucra com a culpa climática e atingiu em cheio o ponto fraco da COP 30: a confiança.
O livro de José H. C. Abreu acabou se tornando o contraponto moral de um evento dominado por retórica.
Enquanto líderes discursavam sobre “salvar o planeta em definitivo”, a obra circulava discretamente pelos computadores e tablets em gabinetes e redações, lembrando que não há salvação ambiental possível sem integridade política.
A COP 30, anunciada como o evento que salvaria o planeta, terminou servindo como espelho do país que a organizou: grande nas promessas, pequeno nos resultados e imenso nas contradições.
O TFFF, nascido para ser um símbolo de esperança, acabou tornando-se um símbolo de desconfiança.
E no balanço final, talvez o verdadeiro legado da conferência tenha vindo de fora dos palanques — de um E-book que, ao expor a corrupção travestida de causa nobre, provou que o mundo só poderá ser salvo da poluição quando se livrar, primeiro, da poluição moral.