Lembrando Vinicius de Moraes sobre as eleições na Academia Brasileira de Letras

Pin de Ivanilda Fonseca em mensagem boas | Frases inspiracionais, Palavras  fortes, Citações inspiracionaisJosé Carlos Werneck

Sobre as últimas escolhas para a Academia Brasileira de Letras, um veterano jornalista lembrava, nesta sexta-feira, em um restaurante de Brasília, um comentário que Vinicius de Moraes fez a respeito dos chamados imortais.

Na década de 70, ao responder a uma pergunta sobre uma possível indicação do poeta e cronista Carlos Drummond de Andrade para a Academia Brasileira de Letras, o poetinha comentou: “Tadinho, que mal que ele fez?”

REPETIR A TIRADA – Agora, quando algum nome realmente consagrado for escolhido para alguma cadeira, os verdadeiros intelectuais poderão repetir a célebre tirada do grande poeta Vinicius de Moraes.

Em tempo: naquela época, como agora, a Academia estava desgastada com a indicação de imortais que nada tinham de intelectuais e viviam longe dos livros, a partir de Getúlio Vargas, e depois de militares e simpatizantes, como o general Aurélio de Lyra Tavares e Roberto Marinho, que estavam longe de serem escritores consagrados.

VINICIUS E OUTROS – O “poetinha”, como era carinhosamente chamado por seus colegas, era um sucesso anunciado em todas as iniciativas culturais de que fazia parte e é lembrado até hoje.

Vinicius com a sua consagrada e extensa bagagem cultural, tinha a mesma opinião de outros intelectuais contemporâneos, que se recusavam a aceitar, com a eleição previamente vencida, como o próprio Carlos Drummond de Andrade, Rubem Braga, Fernando Sabino, Helio Fernandes e muitos outros.

Com o seu sarcástico comentário, Vinicius fez muita gente sorrir amarelo.

Aprenda a envelhecer jovem como o poeta pernambucano Bastos Tigre

Relembrando a vida e a obra de Manuel Bastos Tigre – Biblioo

Bastos Tigre lendo a revista D. Quixote

Paulo Peres
Poemas & Canções

O publicitário, bibliotecário, humorista, jornalista, compositor e poeta pernambucano Manoel Bastos Tigre (1882-1957) explica no soneto “Envelhecer” que cada etapa da vida tem a sua juventude apropriada.

ENVELHECER
Bastos Tigre

Entra pela velhice com cuidado,
Pé ante pé, sem provocar rumores
Que despertem lembranças do passado,
Sonhos de glória, ilusões de amores.

Do que tiveres no pomar plantado,
Apanha os frutos e recolhe as flores
Mas lavra ainda e planta o teu eirado
Que outros virão colher quando te fores.

Não te seja a velhice enfermidade!
Alimenta no espírito a saúde!
Luta contra as tibiezas da vontade!

Que a neve caia! o teu ardor não mude!
Mantém-te jovem, pouco importa a idade!
Tem cada idade a sua juventude.

Procurador Gilberto Waller Jr. presidirá o INSS após escândalo de fraudes bilionárias

Cristovam pode desistir da Academia, que virou feudo da Organização Globo

Cristovam Buarque chega a Curitiba para lançar novo livro | UNINTER NOTÍCIAS

Cristovam teve 14 votos e perdeu para Miriam Leitão

Vicente Limongi Netto

Sugiro ao ex-ministro, ex-governador, ex-senador e escritor com grande número de livros, Cristovam Buarque, que na próxima vez que decidir disputar vaga na Academia Brasileira de Letras (ABL), decline da disputa se o concorrente for ligado ou, pior, pertencer ao grupo Globo.

A Casa fundada por Machado de Assis virou feudo da Vênus Platinada. Irretocável constatação. O presidente atual, Merval Pereira, é colunista do Globo e analista da GloboNews. O próprio Roberto Marinho foi empossado na ABL em 1993.

Depois de Miriam Leitão, o fardão poderá ficar elegante e vistoso, por exemplo, em outros globais, como Pedro Bial, Fernando Gabeira, ou, ainda, em Ancelmo Goes.

SORRISO AMARELO – Imortais da ABL como Rui Barbosa, Olavo Bilac, Marcos Vilaça, Eduardo Portela, Josué Montelo, Dias Gomes e Barbosa Lima Sobrinho sorriem amarelo, na confraria do céu. Acadêmicos da ABL não ganham salários, mas jetons pelo comparecimento nas reuniões. Têm plano de saúde e vaga no mausoléu da Casa. 

Buarque, teve 14 votos contra 20 obtidos por Miriam. Números que asseguram a ele a possibilidade de nova chance de vir a sentar, breve, ao lado de José Sarney, Ruy Castro e Ignácio Loyola Brandão. Vaga no mausoléu dos acadêmicos, com sábios como Machado de Assis e Rui Barbosa, também cativa o coração e a vaidade de Cristovam Buarque. Glória suprema.

MÃES MERECEM– Projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que vendas do Dia das Mães devem aumentar para 14,37 bilhões de reais este ano.

O crescimento deve ser apenas de 1,9% em relação às vendas do ano passado. Ou seja, os números avançam, mas seguem tímidos, para a segunda data comemorativa mais importante do varejo. A entidade explica que a razão é o encarecimento do crédito.

A enrascada do BRB no Banco Master e o silêncio estrondoso da grande mídia

Negócio entre BRB e Banco Master | LinkedIn

Charge reproduzida do Arquivo Google

Carlos Newton

No Brasil, quando o noticiário se cala de forma sincronizada sobre um fato público e notório, é preciso acender o sinal de alerta. A velha máxima do jornalismo — “o silêncio, às vezes, diz mais do que mil palavras” — nunca foi tão atual quanto agora, diante do escandaloso caso da aquisição do Banco Master pelo BRB (Banco de Brasília).

Um tema que deveria estar estampado nas manchetes e nas mesas de debate foi varrido para debaixo do tapete. E tudo indica que essa operação está cercada por uma névoa densa de irregularidades, com o beneplácito de setores que deveriam zelar pela lisura do sistema financeiro.

ANTES DO BALANÇO – Vamos aos fatos. A suspeitíssima “aprovação” da compra do Banco Master pelo Conselho de Administração do BRB ocorreu antes da publicação do último balanço do próprio Master.

Sim, leitor, você leu certo. A operação foi aprovada no escuro — ou então com base em informações privilegiadas, o que configuraria, em tese, crime de “insider trading”. Nenhum diretor de banco sério aprova uma aquisição dessa magnitude sem consultar, com lupa, os números mais recentes da instituição-alvo.

Para confirmar a gravidade da situação, basta consultar o parecer da auditoria — documento público que data de 1º de abril. Ora, para que esse parecer estivesse pronto, o balanço já teria de estar fechado e auditado, e já publicado muito antes.

ALTERNATIVAS NEFASTAS – Isso indica duas possibilidades, ambas nefastas: ou o Conselho do BRB aprovou a aquisição sem ter visto o balanço (o que seria imprudência temerária e talvez até improbidade), ou teve acesso prévio e exclusivo aos dados contábeis do Master, o que sugere violação grave das normas da CVM e do Banco Central.

Mas o enredo não para por aí. A coluna apurou que pelo menos um conselheiro do BRB manifestou sua indignação formalmente ao presidente da instituição, demonstrando inconformismo com a forma açodada e obscura com que se deu a aprovação da compra. Trata-se de uma informação de bastidor que já circula nos meios regulatórios e é motivo de inquietação no próprio Banco Central e na CVM.

Essa reação interna revela que a decisão não foi unânime nem pacífica — e reforça a tese de que o negócio está sendo empurrado com urgência artificial, talvez para evitar a exposição de problemas contábeis ou riscos ocultos nas operações do Master.

MÍDIA CALADA – E onde está a grande imprensa nesse vendaval? Curiosamente, em silêncio, como se nada estivesse acontecendo. Nenhuma reportagem investigativa. Nenhuma análise crítica. Nenhuma nota de rodapé nos cadernos de economia. Tudo em silêncio.

Um silêncio estrondoso, como se houvesse uma “concordata jornalística” para não incomodar Daniel Vorcaro, o controlador do Master, tampouco o próprio BRB — um banco estatal, que deveria agir com transparência redobrada, mas que tem a influência do poderoso Ibaneis e seus aliados.

A ausência de cobertura é ainda mais estranha considerando que estamos diante de um fato público, documentado, com potencial de repercussão institucional. Há risco real de dano ao erário, de quebra de confiança do mercado, e até de responsabilidade penal e administrativa por parte de conselheiros e dirigentes.

BANCO CENTRAL E CVM – Diante de tudo isso, impõe-se uma postura firme das autoridades reguladoras. O Banco Central não pode homologar essa transação sem uma devassa prévia e rigorosa.

A CVM deve investigar se houve vazamento de informações, omissão de deveres fiduciários e quebra do princípio da simetria informacional. A pressa, nesse caso, é o inimigo da legalidade.

Se houver o mínimo de prudência institucional, essa negociação será suspensa até que se esclareçam todas as circunstâncias. Caso contrário, estaremos diante de mais uma página vergonhosa da história do nosso sistema financeiro — com o aval tácito da mídia que deveria fiscalizar o poder.

###
P.S. – A Tribuna está aberta aos esclarecimentos do BRB, do Banco Master, de Daniel Vorcaro e dos reguladores. Mas é preciso dizer com todas as letras: essa operação fede, e a blindagem midiática só agrava o mau cheiro. Quem cala, consente. E quem investiga, previne desastres. (C.N.)

O homem de amanhã inspira o Primeiro de Maio de Chico e Milton

Domingo com Música. Chico e Milton, 'O que será, À For da Pele'

Milton e Chico, nos anos de ouro da MPB

Paulo Peres
Poemas & Canções

O cantor, escritor, poeta e compositor carioca Chico Buarque de Holanda, na letra de “Primeiro de Maio”, usou o infindo lirismo para inverter os papéis diários do casal de trabalhadores que, neste dia, através do amor, personificarão a usina e a ferramenta tecendo o homem de amanhã. A letra dessa música foi musicada por Milton Nascimento e gravada por Milton e Chico no Compacto Cio da Terra, em 1977, pela Philips/Phonogram.

PRIMEIRO DE MAIO
Milton Nascimento e Chico Buarque

Hoje a cidade está parada
E ele apressa a caminhada
Pra acordar a namorada logo ali
E vai sorrindo, vai aflito
Pra mostrar, cheio de si
Que hoje ele é senhor das suas mãos
E das ferramentas

Quando a sirene não apita
Ela acorda mais bonita
Sua pele é sua chita, seu fustão
E, bem ou mal, é seu veludo
É o tafetá que Deus lhe deu
E é bendito o fruto do suor
Do trabalho que é só seu

Hoje eles hão de consagrar
O dia inteiro pra se amar tanto
Ele, o artesão
Faz dentro dela a sua oficina
E ela, a tecelã
Vai fiar nas malhar do seu ventre
O homem de amanhã

Por ironia do destino, Jorge Béja nasceu dentro do tribunal e se tornou advogado

Museu da Justiça - O que saber antes de ir (ATUALIZADO Abril 2025)

Béja nasceu dentro do prédio que é hoje Museu da Justiça

Carlos Newton

Esta semana, ao enviar comentário sobre um texto de Vicente Limongi Netto, o jurista carioca Jorge Béja revelou aqui na Tribuna da Internet ter nascido no prédio onde funcionava o antigo Tribunal do Distrito Federal no Rio de Janeiro, há 79 anos. Fiquei curioso, pois Béja deve ter sido a única pessoa do mundo a nascer dentro de uma corte de Justiça. Pedi detalhes e ele me enviou esse precioso texto, que narra o nascimento de um homem nascido para fazer justiça.

###
UM PARTO DENTRO DO FÓRUM PAROU A JUSTIÇA
Jorge Béja

Minha família – pai, mãe e meus quatro irmãos – inicialmente morava em Bento Ribeiro. Meu pai era funcionário da Justiça. Isso em 1946. Aqui era o Distrito Federal. Anos depois meu pai foi integrar a equipe de segurança do presidente Getúlio Vargas, comandada por Gregório Fortunato.

Naquele dia 23 de abril de 1946, minha mãe saiu de casa às 5h30 da manhã. Sozinha. Carregava no barrigão uma criança que veio ao mundo pesando 5 quilos.

Foi caminhando com dificuldade até a estação de trem de Bento Ribeiro. Subiu a escadaria. Comprou passagem e ficou em pé na plataforma. O trem chegou e ela embarcou. Sozinha.

CENA DE CIÚME – Meu pai era muito bonito. Forte e culto. Ciumenta, ela desembarcou na Central do Brasil. Pegou um bonde cujo percurso era Av. Marechal Floriano, e no final dela o bonde entrava na Rua Dom Manuel. Mamãe desembarcou no ponto em frente ao Palácio da Justiça do então Distrito Federal (Rua Dom Manuel, nº 29).

Atravessou a rua para chegar ao Palácio da Justiça. O objetivo era confirmar se meu pai estava mesmo na 11ª Vara Cível do então DF. Ele era oficial de Justiça.

Quando minha mãe entrou no prédio e subiu os 11 degraus, ela não aguentou mais, sentou-se no chão e a criança nasceu ali. Dois juízes famosos à época, Osni Duarte Pereira e Bandeira Stampa, e outras pessoas vieram correndo prestar socorro. O Fórum parou, numa doida correria para atender a mulher e o bebê, que depois foram então levados de táxi para o Hospital dos Servidores do Estado, na Rua Sacadura Cabral.

DENTRO DO PALÁCIO – Foi assim que nasci. Dentro do Palácio da Justiça. Na certidão emitida pelo cartório consta: “Lugar do Nascimento: Rua Dom Manuel, 29, prédio do Palácio da Justiça – Distrito Federal “.

Aos 5 de idade, toda a família se mudou para Santa Teresa, perto do Largo dos Guimarães. E em  1952 ou 1953, o presidente Getúlio Vargas chamou meu pai para integrar a segurança pessoal dele. Meu pai contava que no dia 22 de abril de 1954, Getúlio perguntou a ele: “E o pequeno Jorginho, como vai”?

“Está muito bem, presidente. Amanhã, dia de São Jorge, ele completa oito anos”.

E Getúlio disse: “Então traga aqui para eu dar um abraço nele”. Meu pai imediatamente telefonou para minha mãe e pediu para ir pegar o bonde até a cidade e comprar roupa nova para mim.

NA CASA HERDEIRO – Lá fomos nós. Entramos na loja Herdeiro, na Rua Gonçalves Dias, e minha mãe comprou calça curta, sapato, suspensório, meia, camisa e uma gravata borboleta.

No dia seguinte, 23 de abril de 1954, fui com meu pai até o Palácio do Catete. Quando Getúlio chegou, ele me pegou e colocou em pé sobre uma cadeira. E eu pude ficar na mesma altura dele, que era baixinho. Me deu um abraço e um relógio, que tenho até hoje, funcionando. É da marca suíça Omega, de corda. Relógio de pulso.

Meu pai contava que Getúlio me perguntou: “O que o Jorginho vai querer ser quando crescer?”. E eu respondi: “Presidente da República”.

Ele disse: “Não, não, não, meu filho. Seja tudo, menos presidente”. Em seguida, a filha Alzira (Getúlio chamava de Alzirinha) me levou até à copa do palácio do Catete e todos cantaram o “Parabéns pra você”, com um bolo e uma vela do número 8.

SEMPRE NO TRIBUNAL – Tenho outras lembranças. Depois da morte do presidente em agosto de 1954, meu pai voltou a trabalhar no Palácio da Justiça. E me levava junto. O juiz presidente sempre ia com sua toga até à 11a. Vara Cível.

Naquela época somente um menor podia entrar no 1º Tribunal do Juri para sortear jurado. E sempre me chamavam. O principal daquela época foi o julgamento da fera da Penha, que matou uma criança chamada Taninha, de quatro anos, filha de seu amante.

Houve também outros julgamentos. Me recordo do caso dos jovens Ronaldo Castro, Cassio Murilo e Antônio João de Sousa, acusados de matar uma moça chamada Aída Curi em Copacabana.

Outro caso célebre foi o crime do Sacopã, com envolvimento do Tenente Bandeira, oficial do Exército.

CERTIDÃO NO MUSEU – Para terminar: no Fórum nasci, no Fórum cresci e no Fórum me criei. E aquele Palácio da Justiça, onde o “Jorginho” tanto iria trabalhar, está lá até hoje, primorosamente preservado por tombamento, e foi transformado no Museu da Justiça.

Décadas atrás era presidente do Tribunal de Justiça o desembargador Miguel Pachá. Quando soube do caso, me pediu a certidão de nascimento para colocar estampada no Museu da Justiça e eu entreguei. Creio que está lá no Museu. Qualquer dia vou lá conferir.

Ressarcimentos do INSS podem exigir realocação de verba, diz Tesouro

Ceron afirma que o INSS é o responsável por fazer o pagamento

Pedro do Coutto

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse na última terça-feira, que o ressarcimento dos desvios indevidos de benefícios do INSS pode exigir realocações no Orçamento Federal. Segundo ele, seria “natural” em uma eventual necessidade. Uma investigação da Polícia Federal mostrou em abril que associações e sindicatos conseguiram aproximadamente R$ 6,5 bilhões com esquema de retenção indevida de 2019 a 2024. Se todos os valores não forem recuperados, essa seria a quantidade desembolsada pelos cofres públicos para bancar a compensação. A Previdência tem um Orçamento trilionário.

“Pode eventualmente ter que tirar um adicional de alguma outra pasta para poder atender uma despesa de outro órgão. Isso é natural. Está tudo bem. E faz parte ali do processo”, declarou Ceron. O secretário afirmou mais de uma vez que a competência das devoluções é do INSS e que suas análises dizem respeito às visões da equipe econômica.

AGENDA – Segundo ele, o dinheiro economizado com revisões de cadastros em benefícios sociais também poderia ser utilizado para bancar o ressarcimento. “Tem toda uma agenda de revisão cadastral do INSS que tem gerado resultados e pode ser intensificada inclusive para abrir margem para acomodar esse tipo de ressarcimento, ainda que seja uma antecipação”, disse.

Uma realocação no Orçamento viria no Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas. O documento faz congelamentos nas verbas públicas para evitar aumentos excessivos nos gastos que prejudiquem as metas fiscais.

Segundo a Polícia Federal, sindicatos e associações realizavam um Acordo de Cooperação Técnica com o INSS para oferecer benefícios aos aposentados associados.  O acordo permitia que as entidades realizassem um desconto de “mensalidades associativas” na folha de pagamento dos beneficiários.

CADASTRO – Tais entidades cadastraram os aposentados sem a autorização, utilizando documentos e assinaturas falsas. As investigações indicam que não tinham estrutura para manter os serviços oferecidos. Com isso, falsificavam assinaturas para associar o pensionista a entidades e realizar os descontos automáticos na folha de pagamento dos beneficiários.

A Controladoria também identificou que 70% das 29 entidades analisadas não entregaram a documentação completa ao INSS. A PF informou que apreendeu carros de luxo, dinheiro em espécie, joias e quadros. Os valores totais e a quantidade exata ainda estão em levantamento.

No fundo da questão, a verdade é que no fim das contas o governo acabará tendo que pagar R$ 6 bilhões aos aposentados e pensionistas do INSS que foram vítimas de um roubo colossal tramado por criminosos. E agora, quando se fala em devolver o dinheiro, o governo federal para poder equilibrar o que ocorreu terá que injetar recursos do Tesouro para cobrir os prejuízos mais prováveis. Vejam a quanto anda as atividades, características de ações que perduraram por anos.

OMISSÃO – Essa despesa, assim, não era prevista, mas terá que ser concretizada através de recursos que sairão dos bolsos da própria sociedade. Impressionante como nada foi feito durante todo esse período, inclusive com o fato de o ministro Carlos Lupi não ter dado a devida importância aos fatos, omitindo-se completamente .

É preciso ver como a falsificação ocorreu para que os responsáveis possam ser penalizados. O governo tenta reverter a crise, passando a usar um tom a favor da apuração das responsabilidades. Mas isso é uma obrigação. É incrível como ainda aconteçam coisas desse tipo no Brasil.

Collor estaria aplicando o mesmo golpe de Maluf para ter prisão domiciliar

Collor interpreta papel de maluco com a maior facilidade

Carlos Newton

Depois de anos e anos de recursos e apelações, em 20 de dezembro de 2017 o deputado Paulo Maluf enfim foi preso pelo Supremo e imediatamente assumiu um novo personagem. Além de político hábil e desonesto, Maluf demonstrou ser também um extraordinário ator.

Com impressionante desenvoltura, passou a interpretar o papel de preso idoso e doente, cujo estado de saúde começou a preocupar os companheiros de cela e a diretoria do presídio.

Maluf tinha dificuldades para se locomover, não dormia direito à noite, precisava urinar a todo momento, era um problema ir até a privada, os outros detentos precisavam ajudar, a cela se tornou um inferno.

CÂNCER MALIGNO – Sua defesa então ingressou com um pedido de prisão domiciliar, alegando que Maluf tinha câncer maligno e precisava se tratar fora da penitenciária. Antes mesmo de receber os prontuários e exames médicos, o emotivo ministro Dias Toffoli concedeu habeas corpus em 28 de março, colocando o deputado em prisão domiciliar.

Em tradução simultânea, o espertíssimo Maluf ficou menos de 90 dias preso, porque Toffoli não examinou o caso, foi logo aceitando o habeas corpus. Se tivesse exigido os atestados médicos e exames oncológicos, teria ficado sabendo que Maluf teve câncer, mas retirou a próstata em 1990 e não houve remissão. Desde então, era considerado sadio e nem tomava medicamento.

A única punição veio pela Câmara, que cassou o mandato de Maluf, que desde então está fora da política, vivendo como um nababo com o dinheiro que extraiu dos cofres públicos.

AGORA É COLLOR – Sete anos depois, aparece Collor no mesmo papel interpretado por Maluf. Mas ele dobrou a aposta – além de doenças graves, Collor demonstra também desequilíbrio mental, que é o seu forte. Assim, chegou sozinho ao aeroporto de Maceió em plena madrugada, quando não há voos, dizendo ter passagem para viajar a Brasília e se entregar à Justiça.

Preso na Polícia Federal, Collor disse ao juiz de custódia que estava sadio, não tinha nenhuma doença. Ao mesmo tempo, seus advogados alegavam no Supremo que ele está com Mal de Parkinson, bipolaridade e apneia do sono grave. Afirmaram que ele toma diariamente oito remédios pesados.

Mas Collor chegou ao aeroporto sem nenhum remédio no bolso, desacompanhado, como se não tivesse mulher, filhos e empregados, ninguém que se preocupasse com um idoso tão doente que faz pena. “Oh, coitado!”, diria a comediante Gorete Milagres.

###
P.S. 1
Collor já venceu o primeiro round, pois o procurador-geral Paulo Gonet aceitou prontamente a prisão domiciliar, antes mesmo de analisar os prontuários médicos. Gonet ficou impressionado com o deplorável estado de saúde daquele outrora atlético presidente da República. Só faltou pedir desculpas por ter concordado com a prisão de Collor pelo desvio de parcos R$ 20 milhões.

P.S. 2Falta agora o round decisivo, contra o ministro Alexandre de Moraes, que está exigindo histórico médico, prontuários, laudos e exames que comprovem as comorbidades. Alguns documentos já foram entregues pela defesa, mas não será fácil vencer a reticência de Moraes. Essa bagaça pode não acabar bem. (C.N.)

A antiga propaganda eleitoral de poeta Belmiro Braga está valendo até hoje

Cachaça Du Botti - O poeta brasileiro que deu nome a cidade de Belmiro  Braga. Saiba mais sobre ele👇🏼 🧐Belmiro Ferreira Braga foi um poeta,  membro e o primeiro tesoureiro da Academia

Belmiro Braga, grande poeta mineiro

Paulo Peres
Poemas & Canções

O poeta Belmiro Ferreira Braga (1872-1937), nascido em Vargem Grande (MG), fez através deste soneto a sua “Propaganda Eleitoral” e, por incrível que pareça, foi eleito, mas não assumiu, embora, em sua homenagem, seu local de nascimento tenha recebido seu nome após ser elevado à categoria de município, passando a ser chamado Belmiro Braga.

PROPAGANDA ELEITORAL
Belmiro Braga

Meu caro Coronel Martins Ferreira,
candidato extrachapa a deputado
ao congresso da Câmara Mineira,
desejo ser aí o mais votado.

A minha fé de ofício é de primeira.
Vale por um programa o meu passado,
e no congresso não direi asneira
todas as vezes…que ficar calado.

Fui caixeiro, depois fui negociante,
e do torrão natal, representante,
agora aspiro a ser como escrivão;

e, eleito, espero, mas que maravilha!
ser pai da Pátria e receber da filha
todo o subsídio, quer trabalhe ou não…

Representantes do INSS receberam mais de R$ 17 milhões, aponta PF

Denise Frossard justifica por que é proibido intimar pessoas internadas

Denise Frossard - Alchetron, The Free Social Encyclopedia

Denise foi deputada federal e teve uma brilhante atuação

José Carlos Werneck

A excelente magistrada Denise Frossard, que enfrentou e prendeu os comandantes do jogo do bicho no Rio de Janeiro, publicou em sua página no Facebook as fundadas razões da não intimação de pessoas internadas em hospitais, conforme previsão legal no Código de Processo Civil.

Por que, quando eu expedi o mandado de prisão contra Castor de Andrade, que se encontrava num hospital no Rio de Janeiro, eu não permiti que meus Oficiais de Justiça adentrassem o local? Ora, porque hospitais e templos são tradicionais lugares de asilo, e uma das conquistas da civilização é a compreensão, pelo Poder Temporal (principalmente pela Justiça) das suas limitações, sem que haja necessidade de que leis venham explicitar isto. Este rompimento se dá sempre em épocas de guerras ou por regimes autocrático”.

DOCUMENTÁRIO – E prosseguiu a juíza aposentada Denise Frossard: “Quem quiser pode acionar o excelente documentário da Globoplay ‘Doutor Castor’, de 2021, onde eu abordo, ao final, exatamente isto!!!!”

Ela notabilizou-se nacionalmente por condenar 14 contraventores e membros do crime organizado em 1993. No ano seguinte, Frossard foi admitida pelo presidente Itamar Franco na Ordem do Mérito Militar, no grau de Oficial especial.

Frossard aposentou-se do Poder Judiciário para postular cargos públicos eletivos. Em 1998 candidatou- se ao Senado, obtendo o quarto lugar. Nas eleições de 2002, Frossard foi eleita deputada federal, com a maior votação para o cargo nas eleições do Rio de Janeiro daquele ano.

DEPUTADA ATUANTE – Denise Frossard foi deputada federal pelo Rio de Janeiro no período de 2003 a 2007 e também professora de Direito e autora de obras jurídicas.

Seu partido, o PSDB, a escolheu para representá-lo na CPI dos Correios, onde teve atuação destacada nas audiências.

Em 2006, já filiada ao PPS, teve lançada sua candidatura à sucessão da então governadora Rosinha Matheus. Denise disputou o segundo turno das eleições contra Sérgio Cabral Filho, que a venceu com folga e acabou na cadeia, condenado cerca de 300 anos, mas os solícitos ministros do Supremo já o devolveram à liberdade.

Nos 60 anos da Globo, faltou o ministro Barroso cantando com Roberto Carlos

Boni diz que não foi convidado para festa de 60 anos da Globo

Boni também faltou porque esqueceram de convidá-lo

Vicente Limongi Netto

Tristeza no Supremo. Alguns ministros estão indignados. A festa dos 60 anos da TV Globo foi bonita. Emocionante em algumas ocasiões. Mas os togados da Suprema Corte, dona absoluta do Brasil, não gostaram porque o ministro Luís Roberto Barroso não foi convidado para cantar com Roberto Carlos.

O rei, por sua vez, também lamentou. Soube de boas fontes que Barroso leva jeito. É solicitado para cantar em aniversários, batizados, churrascarias, festas de políticos, casamentos e feiras. O presidente do STF não faz feio, ataca bem de bolero, funk, samba e marchas carnavalescas.

LANÇAR CD – Algumas gravadoras insistem com Barroso para gravar um álbum, mas ele tem resistido às investidas. No momento, o ministro foca suas ações na punição severa para vândalos de 8 de Janeiro e novos convites para viajar com Lula pelo mundão de Deus.

Está realizando seu sonho de viajar com Janja e Lula por esse mundo a fora. Passou a ser convidado de honra de lula nas viagens. Que se dane a compostura do cargo. O judiciário já está mesmo desmoralizado.

“Perdeu, Mané”, porque Barroso tem razão. 

ULTRAJE DA CBF– Inacreditáveis os disparates do dinheiro. Novo anunciante/patrocinador promete camisa vermelha para a seleção brasileira na Copa de 2026.

O azul e o amarelo ficam no banco. Absurdo. Contra a bandeira brasileira, contra o bom gosto e contra o bom senso. Torcedor odiando. 

Lembrando Dolores Duran, a eterna rainha das canções de amor e desamor

Vida e obra de Dolores Duran geram monólogo musical em São Paulo com a  atriz Rosana Maris | Blog do Mauro Ferreira | G1

Dolores compunha realmente músicas geniais

Paulo Peres
Poemas & Canções

A cantora e compositora carioca Adiléa da Silva Rosa (1930-1959), conhecida como Dolores Duran, foi uma das maiores representantes do samba-canção, gênero musical onde prevaleciam a “fossa e a dor de cotovelo” nos anos 50, conforme a letra de “Castigo”, que expõe o arrependimento pela perda de um amor. O samba-canção “Castigo” foi gravado por Roberto Luna no LP “Luna Canta para Você”, lançado em 1958, pela RGE.

CASTIGO
Dolores Duran

A gente briga,
Diz tanta coisa que não quer dizer
Briga pensando que não vai sofrer
Que não faz mal se tudo terminar

Um belo dia,
A gente entende que ficou sozinha
Vem a vontade de chorar baixinho
Vem o desejo triste de voltar

Você se lembra,
Foi isso mesmo que se deu comigo
Eu tive orgulho e tenho por castigo
A vida inteira pra me arrepender

Se eu soubesse
Naquele dia o que sei agora
Eu não seria esse ser que chora
Eu não teria perdido você

Omissão de Lupi poderá ter reflexos na disputa presidencial de 2026

Lupi reconheceu demora do INSS para investigar fraude

Pedro do Coutto

Numa entrevista à repórter Geralda Doca, O Globo, o ministro Carlos Lupi afirmou que sabia o que estava acontecendo no INSS em matéria de descontos ilegais para entidades fictícias, mas que só poderia agir diante de provas concretas dentro de um ritmo que marca questões desse tipo na área do governo federal.

Porém, se ele sabia o que estava acontecendo desde 2023, por que não tomou providências mínimas a respeito do caso? Se havia identificado os pontos de fraude, os empréstimos consignados para entidades que não forneceram recursos, por que ficou em silêncio? A entrevista só piorou a sua situação. Setores do governo defendem a sua demissão e acham que ele deveria tomar a iniciativa de sair até para resguardar o presidente Lula.

ALERTA – A postura de Lupi acendeu o forte sinal de alerta diante do fato que, mesmo que o escândalo tenha começado no governo Bolsonaro, multiplicou-se na gestão petista. Ocupando um cargo de confiança, Carlos Lupi foi informado sobre a fraude no início do governo. Depois, em junho a comunicação sobre a fraude foi registrada em ata – ou seja formalizada.

Os movimentos para conter um esquema de fraude que chegou ao número de R$ 6 bilhões em aposentadorias e pensões do INSS desviados, sendo a maior parte deles no governo petista, foi muito tímida. Lupi foi omisso ao assumir que sabia do caso, aproveitando até para colocar a culpa no próprio governo pela inação e demora.

BOLA FORA – “No governo, tudo é demorado. Eu sabia o que estava acontecendo, das denúncias. Eu sabia que estava havendo um aumento muito grande [dos descontos nas mensalidades], que precisava fazer uma instrução normativa para acabar com isso e comecei a me irritar pela demora. Só que o tempo no governo não é o tempo de uma empresa privada”, afirmou o ministro para a jornalista Geralda Doca.

A declaração aumentou o descontentamento no Palácio do Planalto. O que o mantém no cargo hoje é a fragilidade do governo na relação com o Congresso e proximidade da eleição de 2026.

A Previdência é um setor dos mais críticos, pois os roubos praticados de cifras bilionárias atingiram diretamente aposentados e pensionistas. Os descontos têm esse aspecto cruel. Lupi não se mostra disposto a se demitir, mas a sua posição é insustentável. Ele tinha obrigação de agir e denunciar a trama sinistra que se dissolvia nos porões no INSS.  Foi um desastre para o presidente Lula o que ocorreu na Previdência Social.

“O mar, quando quebra na praia, é bonito, é bonito”, cantava o genial Caymmi

Quem vem pra beira do mar Dorival Caymmi - Letra e Música

Caymmi tinha o mar como inspiração

Paulo Peres
Poemas & Canções

O violonista, cantor, pintor e compositor baiano Dorival Caymmi (1914-2008) construiu sua obra inspirado pelos hábitos, costumes e tradições do povo baiano, tanto que desenvolveu um estilo pessoal de compor e cantar, demonstrando espontaneidade nos versos, sensualidade e riqueza melódica.

A letra de “O Mar” relata a tragédia de Pedro, símbolo do pescador que (quando sai, nunca sabe se volta) e de Rosinha, a mulher sofrida que (vive na beira da praia) e enlouquece ao constatar que Pedro não volta mais.

“A canção “O Mar” foi gravada por Dorival Caymmi no LP Caymmi e o Mar, em 1957, pela Odeon.

O MAR
Dorival Caymmi

O mar quando quebra na praia
É bonito, é bonito
O mar… pescador quando sai
Nunca sabe se volta, nem sabe se fica
Quanta gente perdeu seus maridos seus filhos
Nas ondas do mar
O mar quando quebra na praia
É bonito, é bonito

Pedro vivia da pesca
Saia no barco
Seis horas da tarde
Só vinha na hora do sol raiá
Todos gostavam de Pedro
E mais do que todas
Rosinha de Chica
A mais bonitinha
E mais bem feitinha
De todas as mocinha lá do arraiá

Pedro saiu no seu barco
Seis horas da tarde
Passou toda a noite
Não veio na hora do sol raiá
Deram com o corpo de Pedro
Jogado na praia
Roído de peixe
Sem barco sem nada
Num canto bem longe lá do arraiá

Pobre Rosinha de Chica
Que era bonita
Agora parece
Que endoideceu
Vive na beira da praia
Olhando pras ondas
Andando rondando
Dizendo baixinho
Morreu, morreu, morreu, oh…

O mar quando quebra na praia.
É bonito, é bonito…

Luppi foi alertado sobre golpes em aposentadorias muito antes das investigações

Lupi protelou o máximo para agir contra fraudes

Pedro do Coutto

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, foi informado ainda em junho de 2023 sobre indícios de irregularidades nos descontos aplicados diretamente na folha de pagamento de aposentados e pensionistas. Apesar dos alertas apresentados em reunião do Conselho Nacional de Previdência Social, presidido por ele, as providências foram postergadas, e o tema só voltou à pauta quase um ano depois, já sob intensa investigação de órgãos de controle.

Na reunião, a conselheira Tonia Galleti pediu que fosse discutida a situação dos Acordos de Cooperação Técnica firmados entre o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e entidades que realizavam descontos em benefícios. Segundo a ata do encontro, o pedido foi negado com a justificativa de que a pauta já estava previamente definida.

DENÚNCIAS – Diante da negativa, Galleti insistiu, citando a existência de “inúmeras denúncias”, e sugeriu ainda que fossem apresentados dados sobre a quantidade de entidades conveniadas, a evolução no número de associados e propostas de maior regulamentação.

O ministro reconheceu a importância do tema, mas afirmou que seria necessário um “levantamento mais preciso” e prometeu que o assunto seria o primeiro item da próxima reunião. O compromisso, no entanto, não foi cumprido.

A falta de ação permitiu que as suspeitas crescessem sem enfrentamento. O CNPS só retomou o debate em abril de 2024, quando o Tribunal de Contas da União já concluía uma investigação e a Controladoria-Geral da União avançava em auditorias que revelariam um esquema bilionário.

COBRANÇAS – As investigações apontaram que, entre 2019 e 2024, entidades sindicais e associações cobraram indevidamente cerca de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas, segundo a Polícia Federal. A fraude consistia em firmar ACTs com o INSS para descontar mensalidades como se os beneficiários fossem associados às entidades — sem que, na maioria dos casos, houvesse qualquer autorização formal.

Relatórios da CGU identificaram falhas graves nos mecanismos de controle do INSS, incluindo a ausência de verificação rigorosa das autorizações de desconto e indícios de falsificação de documentos. Parte das vítimas sequer teria condições de firmar associações legalmente, como pessoas com deficiência, indígenas analfabetos e cidadãos que residem no exterior.

Embora as entidades justificassem os descontos prometendo supostos serviços e benefícios, como descontos em academias e planos de saúde, muitas sequer tinham estrutura para cumprir o que ofereciam, conforme afirmou o ministro da CGU, Vinícius Carvalho.

SUSPENSÃO – Diante das evidências, o INSS suspendeu novos ACTs e endureceu as regras para parcerias com entidades no segundo semestre de 2023. Ainda assim, foi apenas nesta última semana que 11 entidades tiveram oficialmente seus acordos suspensos por decisão judicial.

O caso lança luz sobre falhas estruturais no sistema de proteção dos aposentados e sobre a demora na resposta institucional, mesmo após alertas explícitos. A evolução das investigações deverá trazer novos desdobramentos sobre responsabilidades administrativas e possíveis omissões no âmbito do Ministério da Previdência Social.

O escândalo que marca a corrupção no INSS funciona para que se tenha uma noção aproximada de como é colossal a roubalheira no Brasil. Se um grupo de criminosos conseguiu se apoderar de R$ 6 bilhões em alguns anos, a quanto atingirá o total do produto do roubo em diversos setores em todo o país ?

Intimar Bolsonaro na UTI foi abuso do STF, diz jornal britânico “The Times” 

STF diz que live com Bolsonaro demonstrou possibilidade de intimação

Depois da intimação, a pressão de Bolsonaro subiu muito

José Carlos Werneck

A revista “Oeste” publicou matéria informando que o jornal britânico “The Times” publicou reportagem sobre a intimação do ex-presidente da República do Brasil, Jair Bolsonaro, enquanto se recuperava em uma UTI, no Hospital DF Star, em Brasília, após uma cirurgia abdominal.

Diz a “Oeste” que o jornal britânico destacou “que a ação judicial foi tida como um abuso sem precedentes, gerando indignação internacional”.

DENTRO DA UTI – Segundo a reportagem, Jair Bolsonaro foi formalmente notificado do início de seu julgamento mesmo em estado delicado, internado em uma Unidade de Terapia Intensiva. O jornal ressalta o impacto negativo que a intimação causou em sua saúde, agravando seu quadro clínico.

A matéria igualmente falou sobre as acusações imputadas ao ex-presidente, tratadas como “esdrúxulas”, entre elas, a alegação de que Bolsonaro teria articulado com militares e políticos um golpe para anular o resultado das eleições de 2022, tese sem nenhuma comprovação concreta até o hoje.

A matéria, republicada pela “Oeste” diz, ainda, que, conforme destacou o “The Times”, Bolsonaro foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral, até 2030. Mas, mesmo assim, reforçou o seu desejo de disputar, novamente, a Presidência da República em 2026, deixando claro que não se retirará da vida pública.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Com um Supremo de baixíssimo nível, a tendência é de que a imagem do Brasil no exterior fique cada vez mais desgastada. (C.N.)

Papa ensinou que o mais importante para todos é aprender a viver em paz

Papa: os pobres são pessoas, têm rosto, uma história, coração e alma |  Pontifícias Obras Missionárias

Papa Francisco deixou um importante legado ao mundo

Vicente Limongi Netto

Perto dos 81 anos de idade, estou aprendendo a não acumular ódios, mágoas nem ressentimentos, com o Papa Francisco pregava. Alimentar raiva e inveja faz mal ao coração. É preciso também não se envolver em brigas alheias. O desgaste emocional é imenso. Geralmente os brigões acabam fazendo as pazes e a gente é que fica com cara de bobo.

Jamais desisto de brigar pelo que acho justo. Não fujo da raia. É do meu temperamento. Devolvo insultos no tom que o assunto exigir.  Apenas procuro conter o ímpeto que afaste os bons argumentos e atraia bobagens que acabam me levando para a praça dos tolos e iludidos. 

Procuro sentir a melodia da alma. Embalar minhas energias em bons sentimentos. Com filhas, genro, netos e amigo de fé. Envolvido em uma vida melhor e feliz. É isso. 

CLAREZA E TERNURA – Impecáveis textos da jornalista Ilze Scamparini, da TV Globo, morando há anos, na Itália, sobre o velório e funerais do Papa Francisco.

Relatando todos os detalhes e histórias do amado Francisco, com muita riqueza, clareza e ternura, Ilze deu show especial no excelente trabalho de Willian Bonner e equipe. Rica e importante contribuição para o jornalismo brasileiro o trabalho de Ilze Scamparini. 

O “mal secreto” de Raimundo Correia ridiculariza a hipocrisia humana

A tempestade vem assombrado por onde... Raimundo Correia - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

O magistrado, professor, diplomata e poeta maranhense Raimundo da Mota de Azevedo Correia (1859-1911), no soneto “Mal Secreto”, procura mostrar uma visão da hipocrisia humana, pois muitos usam uma máscara que esconde a realidade.

MAL SECRETO
Raimundo Correia

Se a cólera que espuma, a dor que mora
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;

Se se pudesse o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!