
Charge do J.Bosco (O Liberal)
Vinicius Torres Freire
Folha
Nos últimos dois meses, disseminou-se a tese de que o Banco Central poderia deixar a Selic abaixo de 14,75% – no início do ano, se discutia se taxa básica chegaria perto de 16%. Qual a ideia? A economia do mundo perderia ritmo, preços de commodities cairiam, o dólar ficaria bem-comportado, graças em parte a Donald Trump.
“Então”. No comunicado em que anunciou a Selic em 14,75%, o BC não deu sinal de que vá encerrar a campanha de alta de juros. Não deu pista do que vai fazer. Disse que a incerteza é maior, assunto a que destinou trechos extensos do texto, que aliás ficou bem parecido com o do Fed, BC dos EUA.
TATEAR NO ESCURO – Logo, é possível mais um aumento de 0,25 ponto percentual, com Selic a 15%. O BC vai tatear no escuro sob céu turvo. Houve ligeiro indício de que Selic vá ficar alta por tempo mais prolongado, caindo talvez só passado o primeiro trimestre de 2026.
De mais diferente, o BC disse que os “riscos” de inflação mais alta ou mais baixa estão elevados (na reunião passada, o risco “altista” parecia maior).
No “mercado”, a projeção mediana de inflação para o fim de 2026 ainda é de 4,51% (a meta é de 3%). O modelo do BC dá inflação de 3,6% em fins de 2026, soube-se nesta quarta.
É INSUSTENTÁVEL – Além dessas discussões preciosistas sobre décimos de porcentagem de juros, talvez seja mais importante lembrar em que ponto estamos do arrocho. As taxas estão muito altas faz muito tempo e não há perspectiva de que vão cair tão cedo. É insustentável.
A taxa futura de juros de um ano está perto de 9% ao ano, em termos reais. No pânico de dezembro do ano passado, chegou a triscar os 10%. Em março de 2024, essa taxa estivera em média em 6% ao ano. Um salto mortal.
Em abril de 2024, o governo mudaria sua meta de superávit fiscal, o que detonou um início de descrédito. A seguir, a inflação corrente voltou a aumentar. A partir do terceiro trimestre, solavancos do mercado americano e a vitória de Trump deram mais impulso à alta do dólar. Em novembro, o caldo azedo entornou por causa do fiasco do anúncio do pacote fiscal.
TUDO PIORA – Taxa de juros reais a 9% ou a 8% a perder de vista exige providência drástica. Com dívida alta e crescendo sem limite, sem plano de arrumação das contas públicas, fica ainda pior a perspectiva para o governo que vai tomar posse em 2027.
As taxas de juros nos Estados Unidos eram muito baixas ou perto de zero na maior parte da década de 2010, o que é relevante para o nível das taxas no Brasil.
Ainda assim, interessa lembrar dos juros por aqui. Em dezembro de 2017, estavam em 2,9% (taxa futura real de um ano). Dezembro de 2018: 3%. Dezembro de 2019: 0,6%. Nesses anos, a taxa básica do Fed (nominal) ficou entre 1,5% e 2,5% (ora está perto de 4,5%).
CRESCIMENTO MÍSERO – Os anos de 2017 a 2019 foram também de economia deprimida no Brasil, com crescimento médio de mísero 1,4% ao ano e crise feia no emprego – também não presta. Mas havia o teto de gastos a limitar despesa. Era um outro arcabouço fiscal também insustentável, a seu modo, embora tenha contribuído para evitar que as contas do governo explodissem.
Quando a leitora pensar em discutir aquele 0,25 ponto percentual a mais ou a menos na Selic, considere essa história de solavancos, de juros baixos em depressões e controles de despesa insustentáveis ou de juros altos em tempos de porteira aberta para gastos, tudo também insustentável.
Em resumo, não sabemos o que é equilíbrio macroeconômico. Assim, não vai dar.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Não dá para entender esses especialistas do Copom. Cada vez que eles aumentam os juros, e só operam em unanimidade, a dívida pública automaticamente se eleva. E aonde é que vamos parar? Só Deus sabe. (C.N.)
Bukele, tem o remédio!
Cadê os “adevogados”, as ovelhinhas, os cúmplices do ladrão, a macacada, os velhos velhacos, o cronista pé-de-cana e todos os demais assemelhados para pedirem a cabeça do presidente do BC, porque “assim não sobra dinheiro para investimentos “?
Não adianta o Lula e o PT querer colar o roubo do INSS no Temer, no Bolsonaro, que não vai colar.
O roubo do INSS está definitivamente colado em Lula, por conta dos sindicalistas envolvidos inclusive, e dele não vai descolar.
O Lula pode ir para a Rússia, para a China, que a crise da roubalheira dos aposentados vai e volta junto com ele.
Não vi ninguém falar mal do cumpanheiro que está aumentando os juros…O anterior, cada aumento, só faltavam mandar fuzila-lo…
Esse idiota deveria perguntar a DEUS quando essa turma da esquerda vai parar de nos roubar. Será que o Boca de Veludo vai latir nos eliminamos os corruptos do pt
O jornalista amestrado da Secom ainda não sabe que a taxa de juros está atrelada a capacidade do governo governar? Ele ainda acredita na história da inflação? O aumento da taxa de juros causa mais inflação do que a sua diminuição mas, se o governo não passa confiabilidade, o mercado exige taxas mais altas para manter a economia rodando. Quem é o maior tomador de dinheiro senão o próprio governo? Se, em algum momento, o mercado não comprar mais títulos públicos o país acaba. Quando se elege um débil mental para governar um país, como o Brasil, o que se espera? Relembrem o número de lambanças, roubos e casos de corrupção praticados durante o governo Lula III, já dá para escrever um livro de mil páginas! E querem que o investidor estrangeiro traga o seu capital para o Brasil para correr um risco infindável sem nenhuma proteção? O jornalista amestrado deveria pensar seriamente quando for votar em 2026.
A subida dos juros é consequência dos gastos do Estado, enquanto Lula continuar gastando dinheiro que o país não tem, os juros vão continuar subindo, por dois motivos básicos:
1 – Conter a inflação que é decorrência direta da ampliação da base monetária.
2 – Manter a capacidade do governo de se financiar, pagando mais aos credores que não querem fazer empréstimos de risco.
A subida do juros é mera consequência, o Banco Central esta simplesmente aplicando o remédio para conter os sintomas da doença que é o alto gasto público.
Se o Sr. CN parece de ler bobagens socialistas entenderia o problema e não estaria perguntando por que os juros sobem.