Maior dúvida do mundo, atualmente, é saber se Trump é desequilibrado mental

Visão | Presidente Trump. A sério?

Donald Trump se comporta como se estivesse fora de si

Roberto Nascimento

No primeiro mandato. Trump se comportou normalmente. Os exageros que demonstrava, como o topete cuidadosamente sustentado a laquê, a maquiagem pesada e as caras e bocas, tudo era levados na brincadeira, porque Trump respeitava os limites de seu cargo, ouvia os conselheiros do Partido Republicano e portava-se como um presidente normal, dentro do protocolo.

Neste segundo mandato, tudo mudou e o presidente norte-americano se comporta como um ogro, que utiliza o formidável poder econômico e militar dos Estados Unidos para espalhar o pânico interna e externamente.

ERROS MONUMENTAIS – Trump está completamente desembestado (a palavra é esta) e neste mandato seus conselheiros revelam-se mais insanos do que ele, porque dão força a decisões absolutamente disparatadas.

A mais importante foi o tarifaço, que se revelou um equívoco injustificável, a ponto de ser criticado publicamente pelo empresário Elon Musk, assessor e amigo de Trump, que chamou de “imbecil” um dos principais assistentes comerciais da Casa Branca, Peter Navarro, classificando-o de “completo idiota” por ter dado força à guerra tarifária.

O pior é que Trump e sua equipe demonstram incapacidade de aprender com os próprios erros. A repercussão foi tão péssima que o presidente teve de recuar e adiou o tarifaço por 90 dias, mantendo a decisão apenas contra a China, dando início a uma guerra comercial que prejudicará os dois países.

MAIS ERROS – Depois, novo recuo, no caso das exportações chinesas das big techs, chegou a ser constrangedor. Ao mesmo tempo, acumulavam-se as derrotas na Justiça, que vem cancelando decisões ilegais nos casos dos imigrantes e outros temas.

E o ogro não sossega. Agora, utiliza o poder econômico para pressionar as maiores universidades do país, cujos alunos defendem os direitos dos palestinos. Conseguiu dobrar a direção da Universidade Colúmbia. Ameaçada de cortes financeiros, sucumbiu a Trump e aceitou todas as suas recomendações, dentre as quais proibir qualquer crítica a Benjamin Netanyahu, premier de Israel e amigo fiel de Trump.

Mas, a Universidade de Harvard, enfrentou o presidente e descartou qualquer interferência do Estado nas políticas educacionais. Trump, então retaliou, cortando os subsídios federais. Mas deu tudo errado. A partir dessa vingança de Trump, a Universidade de Harvard, bem recebendo bilhões de dólares de doação. Trump está uma fera ferida.

LEI DE 1798 – Para piorar o inferno astral do ensandecido presidente, a Suprema Corte decidiu que o governo não pode usar a Lei de 1798 para deportar imigrantes considerados criminosos, porque a legislação só lhe concede poderes ilimitados em caso de guerra.

Em resumo, Trump não pode manter essa política tarifária, que está desmontando a liderança dos EUA no mundo e causando rebuliços globais na economia das nações, atingindo empresas, consumidores e trabalhadores americanos, que começam a serem demitidos em massa, tanto na iniciativa privada como no serviço público.

Com toda certeza, Trump vai enfrentar a ira do povo e pode sofrer impeachment, por falta de habilidade política. Muitos sentem saudades de Joe Biden, o que deixa Donald Trump desesperado, porque não pode recuar inteiramente do tarifaço.

FORA DA REALIDADE – Sem medo do ridículo, o presidente colocou a Receita Federal (órgão que pretende extinguir) para devassar as contas das Universidade e investigar os doadores estrangeiros. Deseja interferir na liberdade acadêmica, sob a alegação de que Harvard estaria infestada de comunista.

Esse cidadão, eleito presidente, dá demonstração clara de falta de compreensão da realidade. Dá sinais de que pretende impedir estudantes estrangeiros de frequentar as Universidades americanas, mas precisaria da aprovação do Congresso. Quer fechar o país para o mundo.

Trump pensa que a Guerra Fria continua e a União Soviética ainda existe. Acha que os comunistas estão prestes a dominar a América e que o Muro de Berlim precisa ser derrubado para ele construir o Muro do México. Não tem equilíbrio emocional para comandar o maior país do mundo. Devia pedir para sair.

Protestos nas ruas demonstram que Trump errou a dose de suas reformas

Parem o mal': milhares vãos às ruas nos EUA contra Donald Trump

Nos Estados Unidos a democracia é sempre levada a sério

Roberto Nascimento

Neste sábado, dia 5, milhares de pessoas foram às ruas em várias cidades dos 50 Estados americanos, protestar contra Donald Trump e Elon Musk, contra as demissões em massa de servidores públicos e os cortes na Previdência e nas Agências de Proteção Social. O slogan dos manifestantes é: “Tirem as mãos daí!”

E olhem que o governo Trump tem menos de três meses e os americanos já começam a sentir o bafo do fogo do inferno. Aumenta a cada dia o número de americanos que se arrependem de terem votado em Trump.

TEMPOS CAÓTICOS – O clima nos EUA é o pior possível, porque já se sabe que a conta não ficará salgada apenas para imigrantes, mas também para os funcionários públicos, para as minorias LGBT e principalmente para os pobres, devido ao cenário de recessão, que pode provocar um efeito dominó em escala global.

Donald Trump está atropelando tudo, até acordos comerciais como o Nafta, celebrado entre EUA, Canadá e México, aprovado pelo Congresso nas duas Casas Legislativas. Atribuir 25% por cento ao tarifaço contra o Canadá e o México extrapolou a lógica e o bom senso.

Com medidas radicais, Trump torna os Estados Unidos, um país em quem não se pode confiar. Na quinta-feira, o Senado americano rejeitou as tarifas contra o Canadá, com parlamentares republicanos votando contra Trump. Falta a votação na Câmara dos Deputados, e maioria republicana. Será a primeira derrota de Trump no Legislativo.

GUERRA COMERCIAL – Como era esperado, a China aplicou a reciprocidade, imputando tarifas de mais de 40 por cento a todos os produtos americanos. A Guerra Comercial segue a todo vapor.

O Brasil deveria ficar satisfeito, porque 10 por cento, aplicado por Trump, é das menores tarifas globais, abaixo até da Argentina. Não é hora de brigar com o ogro da América. Ele vai se desgastar ao longo do tempo e aí, tudo voltará ao normal.

No setor do agronegócio, que é o nosso forte, devemos aumentar as vendas para a China, nossa parceira, e também para os próprios Estados Unidos, substituindo exportações de nossos maiores rivais, que foram sobretaxados mais pesadamente por Trump.

É preciso louvar e aplaudir a coragem e a competência do ministro Moraes

Anderson Torres, Mauro Cid... | A Gazeta

Charge do Amarildo (A Gazeta)

Roberto Nascimento

O ministro Alexandre de Moraes merece todas as homenagens pela coragem de enfrentar e colocar no banco dos réus tantos poderosos estrelados e ricos, membros da elite atrasada do Brasil.

É preciso lembrar que ele seria um dos principais atingidos pela conspiração, já que seria preso logo no primeiro ato da Junta do golpe, havendo até a possibilidade de seu assassinato pelo grupo militar auto denominado Punhal Verde e Amarelo.

CRÍTICAS E ACERTOS – A meu ver, o fato de ser tão criticado pelos golpistas demonstra o acerto das suas decisões judiciais. Na prática, desde a presidência do TSE o ministro Alexandre de Morais se agigantou para se tornar um impeditivo à tentativa de derrubada do governo Lula.

O golpe fracassou e foi colocado na conta de Moraes. Se tivesse sido desfechado, com apoio das Forças Armadas, seria vitorioso, estaríamos em nova ditadura, não haveria inquérito algum, nenhum de nós teria o direito de escrever sobre esses fatos, sob pena de sermos presos, torturados e até mortos ou desaparecidos, como Rubens Paiva, Wladimir Herzog e Stuart Angel Jones.

Os fatos que compõem a acusação foram tão contundentes e explícitos que os réus dificilmente escapam das condenações.

DIREITO DE DEFESA – É claro que terão amplo direito de defesa, no curso do devido processo legal. Se o plano golpista tivesse êxito, os defensores da democracia é que seriam os futuros réus, e não teriam a mesma sorte.

Viriam as prisões, torturas, desaparecimentos e mortes, tudo de maneira sumária, decidido pelo Comando Revolucionário, que tinha o número 1 e o número 2, ambos generais a serviço do futuro ditador civil, se é que os militares pretendiam continuar suportando Bolsonaro.

Os parlamentares, que hoje se apressam para votar a anistia e dar o dito pelo não dito, esquecem que seriam os primeiros a terem fechada a ”Casa do Povo”. E iriam sofrer as cassações em série dos mandatos de oposição. Foi assim na ditadura de 64 e seria da mesma maneira no futuro governo golpista. Alguém tem alguma dúvida?

O mundo inteiro espera que a Suprema Corte impeça uma “ditadura” de Trump

What John Roberts's Rebuke of Trump Left Out - The Atlantic

John Roberts disse verdades, e Trump fingiu não se importar

Roberto Nascimento

O mais importante embate da História da Democracia está se desenrolando diante de a opinião pública mundial, sem que nenhum país ou organização possa interferir, nem mesmo a ONU ou o Vaticano. O enfrentando é entre o presidente Donald Trump e a Justiça americana, representada pelo presidente da Suprema Corte, ministro John Roberts.

Trump tem tomado decisões absolutamente ilegais e Justiça Federal de primeira instância tem se posicionado rigorosamente contra, mostrando que nem mesmo o presidente americano pode interpretar as leis a ser bel prazer.

PRESOS DEPORTADOS – O presidente da Suprema Corte não teve dúvida ao repreender Donald Trump, por descumprimento sistemático das decisões judiciais.
O mais grave foi o presidente ter ignorado decisão judicial que impedia o voo que levava para El Salvador grande número de imigrantes presos por crimes diversos.

Trump se baseou numa lei de 200 anos, que obriga a deportação de criminosos estrangeiros para seus países de origem. Mas a grande maioria dos presos era de venezuelanos, não de salvadorenhos.

Trump não só descumpriu a ordem judicial, como ainda pediu o impeachment do juiz. Uma prática comum do atual presidente, quando as ordens judiciais contrariam seus desejos.

RESPEITAR A LEI – Na repreensão a Trump, Roberts enfatizou que eventuais contrariedades com decisões judiciais são combatidas através de apelações, acrescentando que pedir impeachment de juízes, além de intromissão indevida no Judiciário, representa um risco institucional, que pode romper os pilares da democracia.

O fato concreto é que o trator Donald Trump tenta se tornar mais um grande ditador, acima do Legislativo e do Judiciário. E o que Trump projeta contra as nações soberanas, começando pelo Canadá, a Groelândia, a Faixa de Gaza e o Panamá, também pode se voltar contra os pilares da maior democracia do planeta, atingindo também todas as demais.

Nesta quarta-feira, 19, Trump fingiu não levar em conta a repreensão: “Bem, [Roberts] não mencionou meu nome na declaração, e eu vi isso rapidamente”, disse, em entrevista à Fox News. “Ele não mencionou meu nome — e muitas pessoas já pediram o impeachment deste juiz”.

Trump pode muito, mas, não pode tudo. Um dia seu castelo de cartas cai e o tombo será grande. Já está começando, com a queda da popularidade, ao completar hoje dois meses no cargo.

Enfim, até os republicanos começam a reagir contra as decisões de Trump

É verdade que a economia dos EUA nunca esteve tão bem, como diz Trump? - 22/10/2018 - UOL Economia

Trump diz que a economia nunca esteve tão bem nos EUA

Roberto Nascimento           

Demorou, mas até os republicanos, muito diplomaticamente, têm levado a Donald Trump a preocupação do partido com a queda nas pesquisas e o medo dos agentes econômicos de redução dos lucros em seus negócios, além do aumento da inflação e da ocorrência de recessão.

É incrível que Trump ainda não tenha percebido que é um equívoco essa política de isolar os EUA, impondo tarifas a rodo até em aliados históricos, como o Canadá e a Europa, rompendo não somente acordos comerciais, como também militares, pois praticamente abandonou a OTAN e anunciou sua intenção de anexar o Canadá, a Groenlândia e o Canal do Panamá. É muita loucura para tão pouco tempo de governo.

PREÇO A PAGAR – Isso tem um preço, que Trump vai pagar e os americanos, também. É questão de tempo. Já começou com a queda das bolsas e a oscilação do dólar. Trump teve de recuar do tarifaço contra Canadá e México e manteve contra a China, que naturalmente vai adotar a reciprocidade comercial.

Na realidade, Trump suspendeu por um mês a tarifação, a fim de conter a volatilidade da moeda americana. Mesmo assim, as Bolsas aíram fortemente e o mercado ficou assustado. O perigo se concentra numa desaceleração da economia mundial, fruto da guerra comercial comandada por Trump.

O presidente americano está dando um tiro no pé com essa política isolacionista. O resultado da guerra das tarifas será inflação, alta dos preços das comodities e estagflação, a combinação de recessão e inflação, principalmente nos EUA.

CAUSA E EFEITO – Trump adota uma política suicida, parecendo não ter observado as relações de causa e efeito de uma guerra das tarifas. Seus parceiros tradicionais, os europeus, não confiam mais nos EUA, especialmente porque a  OTAN (Organização Tratado do Atlântico Norte) praticamente foi implodida por Trump, que priorizou a parceria com a Rússia de Vladimir Putin.

Em relação ao Brasil, impor tarifas sobre o aço e o etanol do país não se justifica à luz dos fatos. Os EUA têm superávit comercial conosco, portanto, exportam para cá muito mais do que exportamos para lá.

Novamente, mais tiro no pé. Esse tarifaço contra o Brasil mais parece uma vingança do Trump, pelo fato de Lula ter apoiado Kamala Harris. O Brasil não prejudica em nada a economia americana.

ANTIAMERICANISMO – Com essa política de ostra, voltada para dentro dos EUA, principalmente através da taxação de tarifas lineares, em 25 por cento para o aço de todos os países, Donald Trump vai sofrer do mesmo mal que ele atribuiu ao presidente Joe Biden: Aumento da inflação e recessão, está última dita por ele, como inevitável.

Trump conseguiu trazer de volta o antiamericanismo do passado. Na Europa e no Canadá as populações desses países já se movimentam para boicotar produtos americanos.

Trump operou uma ação (taxação das importações). E agora a reação está em marcha.

Essa ascensão da direita radical é um sinal dos tempos, que devemos evitar

Esquerdas sobem na opinião pública; e a direita recua - por Pedro do Coutto - Tribuna da Imprensa Livre

Charge do Duke (Rádio Itatiaia)

Roberto Nascimento

Tem um grupo aí que está aloprando. São as viúvas de Bolsonaro, que apostam na guerra, no confronto, na falta de civilidade. Os bolsonaristas estão dispostos a tudo para voltar ao Poder para barbarizar o governo, conforme Trump está fazendo nos EUA, já enfrentando resistências dos arrependidos, que deram a vitória ao ogro topetudo.

É um sinal dos tempos, pois regimes de esquerda e de centro estão perdendo as eleições por conta de problemas da imigração e da carestia no setor de alimentos.

BIDEN É EXEMPLO – Nos Estados Unidos, Joe Biden deportava mais imigrantes ilegais do que Trump está fazendo. Mesmo assim, os democratas perderam a eleição por causa da carestia, porque a Economia americana ia bem e o desemprego atingiu seus índices mais baixos desde o governo Bush.

O premier alemão Olaf Scholz perdeu as eleições deste domingo na Alemanha, por causa da recessão econômica há dois anos, com inflação no setor de alimentos e desemprego crescente.

Principal problema foi a alta dos altos preços do gás importado. A Alemanha comprava gás da Rússia, muito barato, mas as sanções ao regime de Vladimir Putin, por causa da invasão à Ucrânia, proibiram a importação.

ALTA DOS PREÇOS – A coalizão da democracia cristã de direita venceu a eleição, e a extrema direita, próxima ao nazismo, ficou em segundo lugar. O partido do premier de esquerda, chegou em terceiro, mas pode compor o governo.

A oposição tanto lá como cá e principalmente aqui, tem explorado nas redes sociais a alta dos preços dos alimentos.

Essa lógica irracional se reflete nas pesquisas de opinião, a qual o governo não está preparado para rebater, porque a oposição nesse campo tem um preparo melhor e usa a rede de pastores evangélicos bolsonaristas para agirem nos púlpitos das Igrejas e nas lives, dia sim dia não.

PAPEL DE IMITAÇÃO – Acho que os brasileiros querem imitar o povo norte-americano. Observem bem, porque é uma tragédia anunciada. Aquele que posa de salvador da pátria nos Estados Unidos age insanamente, não tem limites em seu prazer de semear o medo. Ninguém sabe o que pode acontecer por lá.

Aqui no Brasil, a queda do governo nas pesquisas é um reflexo da alta dos alimentos. Perguntei a um feirante no sábado, qual a razão dos preços absurdos do mamão?

Resposta: as chuvas torrenciais de Linhares (ES) derrubaram a produção da fruta. Linhares é o maior produtor de mamão.

CALOR INTENSO – Fui na barraca do ovo, fiz a mesma pergunta. Por que dobrou o preço? Resposta: o calor intenso fez cair a qualidade do ovo e aumentou a mortalidade das galinhas de 2 por cento para 8 por cento.

Os produtores, ao investir em climatização nas granjas, vão tentar reduzir os danos. Mas, o custo da eletricidade será repassado. E o forno nacional deste verão também prejudicou a cultura do café, que já passa de R$ 30 nos supermercados.

COMO SOLUCIONAR? – E aí, minha irmã e meu irmão, qual o antídoto para solução desses problemas?

Com a palavra, o PT e o governo de coalizão, nesse semipresidencialismo envergonhado, que os parlamentares dominam com suas emendas PIX individuais, de comissão e de bancada. É muito dinheiro na mão de suas excelências.

Com isso, votar leis do interesse do país ficou em segundo plano. E o governo no momento se perde numa disputa interna pelo espólio do líder Lula da Silva, que dá sinais de exaustão.

É muita estranha essa movimentação de Elon Musk para derrubar Lula

Elon Musk a ameaça Lula após bloqueio do X

Musk passa dos limites ao defender impeachment de Lula

Roberto Nascimento

Assisti aqui no Rio ao filme “Trilha Sonora para um Golpe de Estado”, do cineasta belga Johan Grimonprez, um dos favoritos ao Oscar de Melhor Documentário deste ano, vencedor do Prêmio Especial do Júri por Inovação Cinematográfica no Festival de Sundance.

O roteiro mistura jazz e descolonização nesta passagem histórica, que reescreve o episódio da Guerra Fria que levou os músicos Abbey Lincoln e Max Roach a invadirem o Conselho de Segurança da ONU em protesto contra o assassinato de Patrice Lumumba — político que liderou a independência da República Democrática do Congo.

CONGO E BRASIL – Pensando aqui, sobre a queda da popularidade de Lula, repentina e violenta, divulgada pelo Datafolha, de 42 para 24 por cento, comparei o cenário com o vivido por Patrice Lumumba.

A luta do líder nacionalista congolês foi um grito de dor para salvar seu povo do colonialismo belga.
Assumiu o cargo de Premier em 30 de junho de 1961 e assassinado cinco meses depois, a mando do rei belga e do presidente americano Eisenhower.

Houve de tudo, assassinatos, destruição de aldeias inteiras, mercenários pagos pelos belgas e traidores da pátria, como o coronel Desirée Mobutu, um genocida corrupto, que roubou as riquezas minerais do Congo dividindo com belgas e americanos..
Não foi diferente dos assassinatos na América Latina, nas décadas de 60 e 70.

QUEDA DE JANGO – Aqui em 1964, Jonh Kenedy ordenou à CIA para preparar a queda de João Goulart. Iniciou-se uma sequência de paralisações na atividade produtiva, greves, aumento de alimentos e falta de arroz e feijão nas feiras e mercados.

Agora, me parece que o processo de desmantelamento do governo Lula está a todo vapor. Até o assunto impeachment entrou na pauta, após a fala do deputado Sóstenes Cavalcante, da bancada da Bíblia e líder do PL na Câmara.
O deputado Hugo Motta, presidente da Câmara e unha e carne de Eduardo Cunha, que pautou o impeachment de Dilma não é confiável.

Não se justifica, a alta nos preços do café, da laranja e de outros produtos essenciais, um absurdo. O empresário Elon Musk, número dois de Trump, trabalha para derrubar Lula e implodir o STF, ao impulsionar suas plataformas sociais.

NOVO RETROCESSO – Não se trata de defender o governo ou qualquer personagem sentado no trono presidencial, mas de deixar um alerta sobre a marcha para um novo retrocesso no Brasil, através de um golpe parlamentar ou mesmo de uma intervenção militar com apoio de Donald Trump, assim como Kenedy atuou contra João Goulart.

Os motivos são de ordem estratégica para os americanos, remeto à liderança do Brasil nos BRICS, à proximidade diplomática e ao crescente comércio com a China; à fala sobre a substituição do dólar pelas moedas locais nas transações comerciais; e principalmente à captura das riquezas minerais intocadas da Amazônia para exploração pelos novos detentores do poder nos EUA.

O Brasil vai virar o Congo, se as elites do agro e da Indústria embarcarem em nova intervenção militar. É melhor deixar o povo escolher seus representantes nas urnas para o bem ou para o mal. Na próxima eleição, tira o elemento ruim e bota outro lá no Planalto. No golpe, são sempre os mesmos e matam a gente sem pudor algum e com requintes de crueldade.

Todos sabem que Trump não vale nada, mesmo assim devolveram-lhe o poder

No Globo de Ouro, Meryl Streep disse quem é Trump…

Roberto Nascimento

Em 2017, ao receber o prêmio Globo de Ouro, a atriz americana Meryl Streep comoveu a plateia, ao lamentar que o então presidente Donald Trump, em seu primeiro mandato, tenha zombado de um repórter deficiente físico. De lá para cá, nada mudou. Esse presidente das trevas odeia os negros, os deficientes físicos, assim como odeia os imigrantes da África e da América Latina, brasileiros inclusos, e também os fracos, os humildes, os deserdados das benesses capitalistas.

O todo-poderoso presidente desconhece que um belo dia ele não estará mais aqui. Nesse fatídico dia, o empresário/político Trump não terá tempo para se arrepender, até porque não vai adiantar nada. Pessoas como ele nunca se arrependem do mal que causaram aos outros. Se acham infalíveis e acima de todos.

NO SALÃO OVAL – O que dirão os trumpistas, diante dessa nova manifestação do presidente, em entrevista no Salão Oval, opinando irresponsavelmente sobre o acidente entre um helicóptero militar e uma aeronave comercial, que se chocaram em pleno ar sobre um rio próximo ao aeroporto Ronaldo Reagan em Washington, capital dos EUA, em que 64 pessoas morreram em consequência da explosão.

Pois bem, Trump atribuiu o acidente às políticas de inclusão social dos presidentes Barak Obama e Joe Biden, que empregaram deficientes físicos na Agência de Aviação dos EUA.

Trump tenta colocar a culpa pelo acidente no profissional da torre de controle, sem esperar a conclusão das investigações.

ERRO DO PILOTO – As gravações que vieram a público, demonstram que o controlador avisou ao piloto do helicóptero militar, para se afastar da rota, e perguntou se a aeronave estava em seu campo visual. Portanto, agiu corretamente, conforme os padrões de segurança operacional do tráfego aéreo.

Mas Trump usou essa tragédia para anunciar o fim das políticas de inclusão de deficientes físicos e de negros no mercado de trabalho do serviço público.

Trata-se de uma declaração racista e na linha da limpeza étnica, porque, para piorar, Trump afirmou que os brancos são excluídos dos empregos em prol dos negros e deficientes físicos.

LÍRIOS DO CAMPO – Sobre essas primeiras ações do presidente Trump, é importante citar trehos do livro: “Por Dentro do III Reich”, de Albert Speer.

”O líder maquiavélico possuí intuição teatral, adota um comportamento público segundo as mais diversas situações, porém, age negligentemente diante de seis servidores e colaboradores”. E concluiu:

“Os homens poderosos são como os lírios do campo; um dia fortes e bonitos, no outro dia murchos e sem vida. Como são efêmeros os dias do Poder, propensos a chuvas e trovoadas… Ingênuo é aquele que acredita na perpetuação do mando, exercendo os poderes do Estado com prepotência, principalmente diante dos mais humildes e fracos.

Críticas merecidas a Trump marcaram uma semana de maus prognósticos

Luciana Genro - A bispa de Washington disse que não irá pedir desculpas para Trump. Mas você sabe por que ele está exigindo que ela se desculpe? Porque ela pediu MISERICÓRDIA para

Roberto Nascimento

Constrangimento total da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro e do filho 03, Eduardo Bolsonaro, literalmente ignorados pelo cerimonial da posse de Donald Trump. O mais revoltante é saber quem pagou as viagens para o séquito bolsonarista ser humilhado em Washington.

Foi o PL que pagou a viagem da madame Bolsonaro e do seu cabeleireiro, porque os partidos estão milionários, distribuindo benesses aos seus integrantes com dinheiro público do Fundo Partidário, o que significa improbidade.

E OS DEPUTADOS? – No caso de Eduardo Bolsonaro, a Câmara dos Deputados pagou tudo. Na verdade, foram autorizadas as viagens e estadia em hotéis de luxo para 13 parlamentares, e os demais dizem que vão assumir, o que significa descontá-los nas verbas mensais que recebem.

O fato é que o Legislativo torra dinheiro público, financiando viagens de deputados, que só pensam em dinheiro. Comportam-se como os integrantes do Judiciário, que vivem por conta de penduricalhos salariais, que os transformaram nos magistrados mais bem pagos do mundo.

Cabe ao presidente do Supremo e do Conselho Nacional de Justiça dar um basta nessas benesses injustificáveis, mas o ministro Luís Roberto Barroso acha que esses privilégios estão rigorosamente dentro da lei.

CRÍTICAS A TRUMP – A direita brasileira está indócil e incomodada com as merecidas críticas ao presidente Donald Trump e seus decretos dos primeiros dias, especialmente os que ameaçam os imigrantes de deportação sumária.

Trump não demonstra misericórdia a ninguém. Ficou incomodado com o pedido da bispa anglicana para os gays, imigrantes e as crianças. Apoplético, chamou-a de “esquerdista” e exigiu pedido público de desculpas, mas as palavras da líder religiosa jamais serão esquecidas:

“As pessoas que colhem em nossas plantações, que limpam nossos prédios, […] que lavam a louça depois que nos alimentamos em restaurantes e que trabalham nos turnos noturnos em hospitais – elas podem não ser cidadãs ou ter a documentação adequada, mas a grande maioria dos imigrantes não é criminosa”, disse a bispa ao aturtido Trump.

Erros frequentes de Lula estão sendo usados para fortalecer a oposição

O presidente #Lula (PT) disse, nesta quarta-feira (8), que maridos são mais  apaixonados por amantes do que pelas esposas. A fala aconteceu durante  discurso no evento sobre #democracia, em alusão aos doisRoberto Nascimento

Essa tragédia do 08 de janeiro não deveria ser comemorada, o que é diferente de ser esquecida. É certo que as ditaduras já estão no passado, como o golpe que levou Getúlio Vargas ao poder em 1930 e também o golpe de 1964, que o pretenso “historiador” Dias Toffoli prefere chamar de revolução….

Porém, jamais devemos esquecer a tentativa mais recente, quando assistimos ao passado pretender voltar como farsa, com uma versão tardia de 1964 assombrando a sociedade brasileira no final de 2022.

TUDO SE SABE – Não há mais segredos, porque tudo se sabe sobre as ditaduras do passado. Livros foram escritos aos borbotões sobre o período medieval da ditadura de 64.

Cito duas obras emblemáticas: “O General do Pijama Vermelho”, da diplomata Laurita Mourão, filha do general Olympio Mourão Filho, que deu início ao golpe e depois se arrependeu, dizendo ser “uma vaca fardada”; e “Ditadura Envergonhada”, escrita pelo jornalista Elio Gaspari, que revisitou o regime militar por inteiro.

Falta saber a verdade sobre o malogrado golpe de 2022, que perdeu apoio militar a partir do fracasso do governo Bolsonaro na tentativa de provar fraude na eleição/apuração.

SEM COMEMORAR – Dois anos depois, o presidente Lula cometeu grave erro ao insistir em “comemorar” o 08/01.  O pronunciamento preparado para ser lido por Lula foi muito bom. Mas o discurso de improviso acabou sendo um desastre monumental.

Não citava nada de democracia e sim fatos pessoais da vida do presidente, mencionados na sua versão pessoal, além de gracinhas desnecessárias, como chamar o ministro presente na cerimonial de “Xandão”.

A grande bola fora e com tiro no pé de Lula foi dizer que ”na maioria das vezes, a amante é melhor do que as esposas”.

MUNIÇÃO DE GRAÇA – Desse jeito, o presidente deu munição de graça para a oposição e com certeza ainda perderá o apoio de muitas mulheres casadas, se concorrer à reeleição.

Pode-se esperar que esse recorte desastroso será reverberado à exaustão na campanha eleitoral de 2026. Lula era muito bom de improviso, mas agora caiu demais.

“Por que não te calas, senhor Lula?”, podíamos perguntar, parodiando o então rei Juan Carlos, da Espanha, que sentiu o peso da idade, não quis se perpetuar no trono e abdicou em favor do príncipe Filipe.

Anistia a militares golpistas é uma clara ameaça à democracia no Brasil

Chico Alencar | ESSA “ANISTIA” É CONTRA A DEMOCRACIA! Hoje a Comissão de  Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados vota o PL que absolve e  livra... | Instagram

Charge Nando Motta (Arquivo Google)

Roberto Nascimento

Por esse pedido de anistia aos golpistas, incluindo Bolsonaro, feito pelos atuais comandantes militares a Lula, em reunião neste sábado no Palácio da Alvorada, furo de reportagem de Eliane Cantanhêde do Estadão, está provado que os militares não gostam de cortar na carne, de punir seus fardados, mesmo aqueles que se reuniram para assassinar pessoas e tomar o poder pela força.

Os militares golpistas chegaram ao ponto de pressionar o então comandante do Exército, general Freire Gomes, chamando-o de covarde e até palavrões, são oficiais de bocas sujas e mal lavadas, desculpem a redundância.

QUEBRA DE HIERARQUIA – Ameaçaram o então comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Baptista Junior, dizendo que iriam tocaiar a família do brigadeiro chefe militar, incluindo filhos e netos. Os diálogos são impressionantes, incabíveis, uma quebra colossal da disciplina e da hierarquia.

Diante dessa realidade, anistiar é dar um passaporte para nova tentativa de golpe, com os mesmos oficiais e outros agregados, mais violentos ainda

Importante salientar que Juscelino Kubitschek anistiou militares golpistas de dois movimentos contra sua posse em 1955. Dez anos depois, em 1965, os militares cassaram Juscelino e o exilaram. O presidente bossa nova morreu triste e amargurado.

NÃO ZERA NUNCA – A pergunta é: Lula vai cometer o mesmo erro de Juscelino, confiando nos militares e levar uma rasteira, achando que o jogo vai ser zerado? Esse jogo não zera nunca. O golpe militar ronda o país, de tempos em tempos. Eles se acham os melhores para governar a nação, na base da força, é claro.

O Alto Comando do Exército e os comandantes Baptista Junior, da Aeronáutica, e Freire Gomes, do Exército, evitaram uma tragédia no final de 2022.

Desta vez, o golpe de estado seria mais violento do que 1964. Prisões de adversários, torturas e assassinatos em série faziam parte do planejamento perverso da tomada de poder, arquitetado por militares assassinos, para se manterem com as regalias concedidas por Bolsonaro, que eles faziam de gato e sapato, sem a menor cerimônia.

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Roberto Nascimento

Em qualquer governo militar, o líder é um general. Trata-se do princípio da hierarquia, um dogma das Forças Armadas, respeitado por gregos e troianos, sejam generais, brigadeiros e almirantes.

Aqui no Brasil, começou com o marechal Deodoro da Fonseca, que deu o golpe. Um ano e meio depois, o marechal Floriano Peixoto deu o golpe dentro do golpe e assumiu o governo ilegalmente, sem convocar novas eleições.

PÓS-VARGAS – O único golpe que fugiu à regra foi em 1930, quando os militares sabiamente entregaram o poder a um civil, o líder gaúcho Getúlio Vargas.

Durou 15 anos, até Getúlio Vargas eleger o marechal Eurico Gaspar Dutra, seu ministro da Guerra, como era chamado na época o todo poderoso chefe do Exército.

Quando o presidente-general Costa e Silva sofreu um AVC em 31 de agosto de 1969, houve um golpe dentro do golpe para impedir a posse do jurista e vice presidente Pedro Aleixo. Assumiu uma Junta Militar, composta pelos ministros do Exército, da Aeronáutica e da Marinha. Um ano depois, a caserna entronizou o novo presidente, o general Emílio Garrastazu Médici.

GOLPE DE FROTA – No governo Ernesto Geisel, (1974-1979) também houve mais uma tentativa de golpe dentro do golpe, sob liderança do ministro do Exército, general Silvio Frota, integrante da linha dura. Geisel soube da trama, convocou o Alto Comando para reunião em Brasília e comunicou a demissão do general Frota.

Na mesma hora, se dirigiu para o Forte Apache, quartel-general do Exército, e comunicou a demissão ao general. Ordenou que ele voltasse imediatamente para o Rio de Janeiro, porque a mudança iria depois.

O golpe tinha sido descoberto pelo general Hugo de Abreu, chefe de gabinete de Geisel e primeiro na lista de promoção do Exército. Mas o presidente preferiu promover o general João Figueiredo, para que pudesse ser presidente.

ABREU NA RESERVA – O general Hugo de Abreu foi automaticamente para a reserva, ressentido, magoado com Geisel, e escreveu um livro devastador: “O Outro Lado do Poder”.

Logo, não é uma ação isolada a tentativa de golpe dentro do golpe, agora novamente vivenciada. Neste golpe fracassado, o chefe de governo provavelmente seria o general Braga Netto. Acho que Bolsonaro intuiu esse desfecho, de bobo ele não tem nada.

Afinal, quem foi mais poderoso no governo Bolsonaro, o general Braga Netto ou o general Augusto Heleno? Como todos sabem, Braga Netto era mais poderoso e radical do que Heleno. Assim, seria ele o autor do golpe dentro do golpe. Mas Bolsonaro percebeu, fugiu para os Estados Unidos e o golpe fracassou. Foi isso o que aconteceu.

Enquanto a direita cresce, Lula resolve inventar a esquerda privatista

 A decisão de Fachin também livra Lula de pagar multas de R$ 1,78 milhão

Charge do Lézio Júnior (Arquivo Google)

Roberto Nascimento

Dizem por aí que a vitória de Trump foi de lavada. Isso é uma fake news dos direitistas do Brasil, principalmente dos bolsonaristas, que adoram interpretar as eleições por uma ótica canhestra e particular, sem se aterem aos fatos.

Uma diferença de quatro pontos percentuais não pode ser considerado uma lavada e está dentro da margem de erro. E agora já surgiram os principais motivos da derrota dos democratas.

PRAZO DE VALIDADE – A economia, no que tange ao aumento dos gêneros alimentícios, à estagnação da renda do trabalho e ao medo da concorrência dos imigrantes, tudo isso pesou na derrota de Kamala Harris, vice de Joe Biden, um presidente com seu prazo de validade já mais do que vencido.

Trump ficou com medo de perder para uma mulher inteligente, e só fez um debate, se recusando a participar do segundo. Demonstrou covardia e medo de Kamala Harris. Recorreu aos recursos mais baixos, chamando-a de comunista etc. e tal.

Foi preponderante, também o tempo de campanha do Trump e o tempo de campanha de Kamala. Trump estava há quatro anos na estrada e Kamala não completou quatro meses de campanha. E mesmo assim, quase que Kamala Harris chega lá.

CONJUNTO DE FATOS – Uma derrota eleitoral depende de um conjunto de fatos, os quais, somados, determinam a queda.

Economia, imigrantes, duas guerras, na Europa e no Oriente Médio, e a escolha de um vice que não agregou nada a Kamala. Penso que o governador da Pensilvânia teria sido uma escolha mais acertada para vice.

Bem, é nas derrotas, que se abrem os caminhos para uma futura vitória. Corrigir os rumos, os erros e seguir em frente. O eleitor deu um recado ao PT nessas findas eleições municipais, com uma guinada gigantesca para o conservadorismo.

NO DNA BRASILEIRO – Na verdade, o conservadorismo está no DNA dos brasileiros, desde sempre. Portanto, usar o comunismo como um perigo para o Brasil é uma enganação, tipo fake news, mentira deslavada. Não tem relação de causa e efeito com o quadro político e eleitoral, majoritariamente conservador.

Em entrevista concedida ao jornalista e ex-deputado, Roberto D’Ávila, na GloboNews de quarta-feira, José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil do primeiro governo Lula, admitiu a derrota nas eleições e conclamou o PT para iniciar a renovação dos quadros e procurar entender as novas demandas dos antigos eleitores fiéis do partido.
Por qual razão os eleitores migraram para o Centrão, para a Direita Bolsonarista ou pare enganadores como Pablo Marçal e Nikolas Ferreira?

DIREITOS SOCIAIS – Os conservadores querem conservar na acepção da palavra e nunca mudar a vida do cidadão, a não ser as deles mesmos.

Tanto, que as pautas conservadoras seguem a linha da supressão dos direitos sociais, privatização em massa da Saúde e da Educação, porque quase não existem mais estatais para privatizar.

Já começaram a privatização de escolas no Rio, em São Paulo e no Sul. No Rio, além de escolas públicas, com gestores privados, também estão entregando hospitais públicos para empresas privadas e o seu exemplo clássico foi a maior emergência do Rio, o Hospital Souza Aguiar.

CAMINHO INVERSO – A Ministra da Saúde, Nísia, está entregando o Hospital de Bonsucesso para ser gerido por um gestor privado. Será que o caminho para a modernidade e o atingimento de corações e mentes dos eleitores é esse, caro ex-deputado José Dirceu?

Outra coisa, trocar a incompetente Gleisi Hoffmann, atual presidente do PT pelos candidatos postos na mesa de apostas, os senhores, José Guimaraes Guimarães, líder da bancada na Câmara, e o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, sinceramente é o mesmo que trocar seis por meia dúzia.

Eleição demonstrou que existe um sentimento de repúdio à política e aos três poderes

O voto em branco - Espaço Vital

Charge do Duke (O Tempo)

Roberto Nascimento

Uma coisa é unânime, entre gregos e troianos. Os dois maiores líderes nacionais, são Lula da Silva e Jair Bolsonaro, os outros estão na parte de baixo da tabela. Por enquanto, é claro.

O Brasil não é para principiantes. O alto índice de votos brancos e nulos, principalmente no segundo turno, é exemplo claro da insatisfação da sociedade com os políticos, magistrados e administradores públicos.

TUDO ERRADO – Há um clima de revolta contra as ações corporativas, a leniência com a corrupção nos três poderes, o orçamento secreto, com emendas de bancada e emendas PIX, além da roubalheira sem precedentes em governos estaduais, prefeituras, assembleias legislativas e câmaras municipais, enquanto o eleitor luta para sustentar a família e sofre com o péssimo atendimento público, sobretudo nas filas dos transportes e no terrível atendimento nas emergências e nos hospitais públicos lotados.

Tudo isso vem resultando no fortalecimento da direita e no sentimento antipetista, demonstrados no troco da sociedade nas urnas.

Pessoalmente, eu já começo a considerar e advogar a anistia para Bolsonaro disputar as eleições de 2026, como uma medida que se impõe, justificando a marca da sociedade brasileira de pacificação entre suas correntes políticas e libertando os manifestantes do 8 de Janeiro.

ATOS GOLPISTAS – Importante salientar que os inquéritos sobre os atos golpistas estão em fase de conclusão e quando forem entregues pela Polícia Federal ao relator Alexandre de Moraes para decisão, o plenário do Supremo se manifestará votando com o ministro ou não, porque a pressão pela anistia aumenta progressivamente.

Assim, mesmo na hipótese de uma nova condenação de Bolsonaro, o Congresso pode optar por uma anistia, ampla, geral e irrestrita.

O fato é que a decepção com a política é cada vez maior. Exemplo solar, o eleitor paulista disparou sua inconformidade com uma abstenção em massa. Mais de 3 milhões de paulistanos se abstiveram do direito ao voto, ultrapassando a votação do prefeito eleito, Ricardo Nunes, que somou 3 milhões e pouquinho.

HÁ CONTROVÉRSIAS – A alegria, o riso nervoso, os pulos, os abraços no comício da vitória, tudo isso não se coaduna com a rejeição do povo da maior metrópole do país ao prefeito eleito e ao adversário, Boulos, que perdeu para a rejeição, manchado pela alcunha de radical, colocada na testa dele pelos adversários devido a seu passado de invasões sociais de casas e apartamentos.

Em Porto Alegre, os gaúchos preferiram votar no candidato inoperante das inundações, um prefeito apático e mal gestor nas calamidades, do que na deputada Maria do Rosário, do PT, porque ela também é identificada como radical de esquerda.

O mesmo fenômeno ocorreu em outras grandes cidades, no segundo turno, porque está acontecendo uma aversão medonha à política, mais notadamente aos corruptos e radicais de esquerda. Os políticos sabem o que fizeram no verão passado, mas ignoraram que o povo poderia lembrar de tudo que eles têm aprontado.

É incrível! Bolsonaro ficou com medo e não deu resposta ao pastor Malafaia

Malafaia detona pastores que não se manifestaram sobre operação da PF  contra Bolsonaro: 'Covardes' - ContraFatos

Malafaia cantou de galo e ridicularizou Jair Bolsonaro

Roberto Nascimento

O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, soltou o verbo, acionou a metralhadora giratória para cima de Jair Bolsonaro. O X desse processo de autofagia no campo da direita bolsonarista tem um nome: Pablo Marçal.

Malafaia se tornou um inimigo mortal do Marçal por duas razões: 1) A pregação do ex-coach contra o pagamento do dízimo. 2) Marçal expôs os supostos problemas conjugais do pastor, sem apresentar nenhuma prova, assim como ele fez com Ricardo Nunes, num suposto caso de agressão à esposa do prefeito, por fim, falsificou um atestado de um médico falecido, segundo o qual Guilherme Boulos tinha problemas com drogas, insinuando que ele era “cheirador de pó”.

MAIS IDENTIFICADO – Então, Malafaia ficou incomodado, com o apoio de Bolsonaro a Pablo Marçal, que é mais identificado com os ideais do Bolsonarismo, tais como: negação da ciência, desleixo com as leis ambientais, diminuição do Estado até que não exista mais, esse Poder Moderador entre os ricos e os pobres, e ataque sem tréguas a tudo que diz respeito ao ideário comunista.

O Clã Bolsonaro dá sinais de medo do pastor Silas Malafaia. Não é o estilo deles, que se refere a tiro, porrada e bombas, contra quem crítica a família.

Desta vez, demonstraram medo e covardia, temendo saírem chamuscados, se partirem para o confronto com o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.

ABAIXAR AS ARMAS – Bolsonaro não vai contar mais nenhum segredo para Malafaia. Isso, Bolsonaro faz muito bem. O amigo, quando o trai, se torna inimigo para sempre. Malafaia expôs os segredos de Bolsonaro, principalmente no quesito: macho que não chora nunca.

Vão abaixar as armas e esperar a poeira abaixar, depois da porrada do Malafaia na testa do Bolsonaro e tentar um acordo. Porém, nunca será como antes. Quando o cristal quebra, se torna impossível colar os pedaços.

A galera, que segue o líder, não suporta a fraqueza do comandante. Desse jeito, Pablo Marçal poderia herdar o espólio de Bolsonaro, isso ficou claro na eleição municipal de São Paulo, mas a Justiça Eleitoral o deixará inelegível.

Complexo Militar que manda nos EUA não permitirá que haja paz no Oriente

Pesquisas mostram Kamala e Trump empatados em nível nacional

Trump e Kamala são apenas faces de uma mesma moeda

Roberto Nascimento

Não se pode destruir uma nação soberana, como o Líbano, sob o pretexto de aniquilar uma milícia instalada no Sul do país, que ameaça a segurança do invasor, sabidamente muito mais poderoso militar e economicamente, pois Israel é uma potência detentora de ogivas nucleares. Não bastou a destruição em 2006, agora Israel volta a atacar o Líbano com sua poderosa aviação lançando bombas na capital Beirute.

Dizem que são ataques cirúrgicos, para matar líderes do Hezbollah, mas essa precisão não existe. As bombas atingem prédios e pessoas naquele círculo definido pelas aeronaves como provável alvo. Nesta quarta-feira, por exemplo, num ataque cirúrgico, morreram mais de dez moradores da capital, sem contar os feridos e os desabrigados.

NOVO ÊXODO – Sob ataque, os moradores do Sul do Líbano estão deixando suas casas e se dirigindo para a capital, onde a maioria ficará desabrigada e morando nas ruas. É triste abandonar os bens construídos durante toda uma vida, deixar tudo para trás e seguir com a vida, pois as bombas destroem o que ficar, como aconteceu em Gaza.

Estima-se que mais de um milhão de libaneses vão migrar do Sul para o norte para fugir das bombas e dos combates. Numa população de 6 milhões de pessoas, pode-se dizer que um milhão deles vão se tornar moradores de rua. Uma tragédia anunciada, repetindo o ocorrido em Gaza, hoje reduzida a escombros.

Tudo isso ocorre sob as bençãos dos Estados Unidos. Resumindo: quem acredita nos acordos e na palavra dos políticos e militares americanos, significa comprar um passaporte para o inferno.

DEPOIS DO XÁ – O regime persa se tornou inimigo dos EUA, quando o Xá Reza Parhlevi foi derrubado. O Aiatolá Khomeini tornou o Irá uma potência do Oriente Médio. Em 1980. o presidente Jimmy Carter, dos EUA, ordenou uma invasão ao Irá, que foi um fracasso. Os helicópteros americanos caíram derrubados por tempestades de areia, coisas ridículas assim.

O governo de Bush pai preferiu instar o ditador do Iraque, Saddam Hussein, a declarar guerra ao Irá. A refrega durou oito longos anos. A economia do Iraque e do Irá chegou a colapsar, obrigando os dois países ao cessar-fogo.

Mas, quem mais sofreu com o esforço da guerra foi o Iraque. Para recuperar o país, Saddam resolveu invadir o vizinho Kuwait para tomar posse das reservas de petróleo. Os EUA aparentemente deram aval. Mas quando as tropas do Exército sunita do Iraque entraram no Kuwait, os EUA invadiram o país e obrigaram as tropas de Saddam a recuar.

NUM BURACO – Saddam passou a ser caçado pelas tropas americanas. Se escondeu num buraco por várias semanas. Quando o acharam, em 2005, estava destruído, parecendo um mendigo. Seu julgamento durou quase 13 meses. O ex-ditador foi condenado por crimes cometidos durante o regime que comandou no Iraque entre 1979 e 2005, como o massacre de 148 xiitas no povoado de Dujail, em 1982.

O ex-ditador foi condenado juntamente com seu meio-irmão Barzam Ibrahim al Tikriti e Awad al Bandar. A sentença foi confirmada pela corte de apelações do Iraque em dezembro de 2006. Foi enforcado em praça pública.

O julgamento foi considerado uma forma de “justiça dos vitoriosos”, uma vez que os Estados Unidos acompanharam o processo. Resultado, o que restou da elite do Exército iraquiano, de maioria sunita, foi para a clandestinidade, formando o núcleo do Estado Islâmico (Isis), que está ativo até hoje, cortando cabeça de quem não cumpre a Lei da Sharia.

ELEIÇÃO NOS EUA – Os norte-americanos se sentem donos do Oriente Médio. Republicanos ou democratas são o mais do mesmo. Ambos são reféns do Complexo Industrial Militar, que estimula as guerras para vender seus armamentos. Por isso, todo o esforço para a mediação dos conflitos, cessar-fogo e paz, enfim, quase sempre se transformam num rotundo fracasso.

Vejam como o governo de Joe Biden foi conivente com a reação de Israel. Espera-se dele uma atuação pró-ativa, mas isso não aconteceu em momento algum.

Entendo que na hipótese de vitória de Donald Trump, as guerras podem se tornar generalizadas. Assim, a ampliação da guerra no Oriente Médio deve servir de poderoso combustível para Trump derrotar Kamala Harris.

Tom Jobim tinha razão: o Brasil tem um histórico de atear fogo às florestas

Queimadas no país aumentam 101% em relação a 2023

Queimadas no país aumentam 101% em relação a 2023

 

Roberto Nascimento

Como bem disse o compositor, Tom Jobim, um gênio sempre preocupado com o meio ambiente e que recuperou a natureza em sua propriedade na região serrana do Rio de Janeiro, o Brasil tem histórico de tocar fogo na mata. Devastam tudo, depois chove e o terreno vira uma cerâmica. Aí, reclamam da seca.

Certa vez, quando trabalhei em Mato Grosso do Sul e fazia uma visita ao interior do Estado, um fazendeiro reclamou comigo da seca. Olhei aquela vastidão de terras no horizonte, sem nenhuma árvore e perguntei, por que cortaram todo o Cerrado? Ele respondeu que o pasto tem que estar limpo para a saúde do gado.

Expliquei que, sem as árvores, com o tempo nem o capim existirá mais. Ele fechou a cara, encerrando a prosa. O fazendeiro não sabia que a queimada vai progressivamente empobrecendo o solo.

VEM A SECA – No Nordeste tinha vegetação à vontade. De tanto desmatar e queimar, virou uma região árida, seca, um sertão de lascar. Padre Cícero criou um manual para recuperar os olhos d’água, mandando plantar árvores de espécies resistentes e capazes de alimentar o gado, como a algaroba, mas poucos seguem os ensinamentos do líder religioso ao qual tanto pedem amparo.

Até a Amazônia já enfrenta uma seca terrível. E se continuarem a desmatar e queimar, em poucos anos a floresta estará ameaçada. Calcula-se que, sem novas queimadas, vai demorar, no mínimo, uns 50 anos para a natureza devastada se recuperar totalmente, em reflorestamento natural. Mas isso só acontecerá, mesmo assim, se as áreas de floresta destruídas não virarem pasto e plantações de commodities para exportação de grãos.

É preciso agir rápido, mas o governo está muito lento, em todas as áreas. Tem muita coisa travada na administração federal. De quem é a culpa? É a pergunta de um milhão de dólares. Diria que todos têm a sua parcela de culpa nesse bolo solado.

DINO CLIMÁTICO – Parabéns ao ministro do Supremo Tribunal Federal, magistrado Flávio Dino , que se tornou na prática, a Autoridade Climática que o governo já deveria ter criado e não o fez, até agora. Diante do caos instalado, as autoridades correm atrás do prejuízo, em meio à fumaça que cobria o país de Norte só Sul.

O ministro Flávio Dino mostrou que realmente é uma autoridade que luta pela preservação das florestas nacionais. Mas faço um alerta a ele. É preciso muito cuidado com o Congresso, principalmente no tocante aos senadores da oposição, que estão visivelmente incomodados com as decisões rápidas do ex-governador e senador pelo Maranhão.

Na verdade, Flávio Dino é considerado muito perigoso na ótica canhestra desses senhores, porque tem demonstrado que pode providenciar o que o Congresso e o governo deveriam fazer e não fazem.

Lembrem o óbvio: se houvesse maior fiscalização, haveria menos queimadas

Queimadas em território florestal.

Na área de encosta o fogo se espalha com mais rapidez

Roberto Nascimento

As queimadas para fazer o manejo da terra e os consequentes incêndios florestais não são invenção brasileira. Muito pelo contrário, existem desde tempos imemoriais e tão cedo isso não acaba. O problema ocorre em todos os países do mundo em que há expressiva produção agrícola, incluindo Estados Unidos, Canadá, Índia, Austrália, Rússia e China.

A União Europeia, formada por países que se incendeiam anualmente, está aproveitando as queimadas provocadas pelos fazendeiros do Brasil e querem boicotar a importação de nossos principais produtos agrícolas e beneficiar os ruralistas locais.

COMO PROVAR? – Criar esse tipo de lei é fácil, mas é muito difícil provar que esse ou aquele produto agrícola é oriundo de desmatamento. Vai ser uma briga danada, porém certamente os países da UE vão arranjar as mais implausíveis justificativas para instituir o boicote.

No mundo inteiro, há fazendeiros que queimam as plantações após o corte, para renovar a pastagem para gado ou fazer o manejo da terra para suas culturas.

O problema aqui no Brasil e em outros países é que passaram a fazer também queimadas para desmatamento, destinadas a aumentar os campos de cultivo ou criação. Assim, deram um tiro no próprio pé, porque passaram do ponto, a seca foi muito mais intensa e espalhou o fogo da destruição pelo mundo, e aqui o Brasil foi praticamente inundado de fumaça tóxica.

PRIMEIRAS PRISÕES -Amazônia, Pantanal, Cerrado e até o interior de São Paulo ardendo no fogo da destruição. Foram além do previsível, o fogo ficou sem controle e a tendência é piorar, porque estamos longe do período de chuvas torrenciais, que começa em novembro. E o calor do verão promete ser avassalador.

 A Polícia Federal acaba de divulgar a prisão de incendiários do Pantanal, procurados desde as queimadas de 2020.

Essas áreas desmatadas pelo fogo estavam sendo usadas para pastagem de gado. Evidente, que pecuaristas de Corumbá estão no foco do crime.

SEM FISCAIS – Se houvesse fiscalização, nada disso aconteceria, porque no Pantanal o produtor agrícola tem de manter como reserva 50% da área de sua propriedade. Se queimou a floresta para ampliar pastagens, é fácil constatar, via satélite, mas não há vontade política.

Se não houver fiscalização, a tendência é acabar o Pantanal e secar a maior parte da região, conforme denuncia a ministra Marina Silva.

Se isso acontecer, esses criminosos vão usar os lobistas do Senado e da Câmara para conseguir bilhões de reais do Orçamento para usar o aquífero (águas subterrâneas) e dar de beber ao gado.

OMISSÃO TOTAL – O que o governador Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul, tem feito para coibir esse crime ambiental das queimadas provocadas em áreas privadas? Pelo visto, nada vezes nada.

Essa leva de políticos e de governadores é a pior de todos os tempos. O Brasil inteiro está sendo desmatado, o governo federal está claramente se omitindo e os governadores também nada fazem.

E não há a quem reclamar, porque os três Poderes são cúmplices entre si.  

Ataques de Malafaia fizeram Marçal perder votos de eleitores evangélicos

SILAS MALAFAIA CRITICA PABLO MARÇAL POR 'MANIPULAÇÃO' DA DIREITA

Reprodução do site da Rádio Itatiaia

Roberto Nascimento

Uma vitória de Pablo Marçal na Prefeitura de São Paulo seria um retrocesso medieval na política brasileira. Nesse ponto, muito constrangido, tenho que concordar com o pastor Silas Malafaia, que atacou o Marçal com vontade no palanque do Trio Elétrico no sete de setembro da Av. Paulista e nos dias seguintes.

Não me venham com chorumelas nem torcida apaixonada por Marçal. A verdade é que o ex-coach, hoje empresário de sucesso, bateu no teto nas pesquisas.

Não cola mais essa história de “outsider”, com o eleitorado preferindo votar em quem não é político. Em 2018, Bolsonaro usou esse estratagema para enganar os incautos, o que vem conseguindo até hoje, apesar de ser um político patrimonialista, que soube conquistar o voto dos militares e botou nessa mamata política a primeira mulher e os três filhos. Virou uma dinastia vivendo da política e surripiando parte dos salários dos funcionários dos gabinetes parlamentares.

IGUAL A DORIA – Bem, voltando ao Marçal, com seus movimentos de independência, o homem já falava em disputar o governo de São Paulo ou a Presidência, seguindo o exemplo de João Doria. Com isso, assustou o clã Bolsonaro e também o governador Tarcísio de Freitas.

Bolsonaro ainda tentou surfar nas duas canoas, um pé no Marçal e outro pé no Nunes, mas o governador, esperto e rápido no gatilho, embarcou de mala e cuia na campanha de Ricardo Nunes, dando uma bela demonstração de força eleitoral. Bolsonaro ficou no muro e só saiu dele, no sete de setembro, aconselhado pelo pastor Malafaia, o novo guru político do clã.

A subida de Nunes nas pesquisas, se deve a campanha no Rádio e na TV e no apoio irrestrito do governador. Nunes não precisa mais de Bolsonaro, apesar de que, nunca contou com o apoio dele em São Paulo, ao contrário do governador Tarcísio.
Michel Temer tem contribuído bastante também, na campanha de Nunes, mas é um político sem votos.

EMPATE TÉCNICO – O líder sem-teto Guilherme Boulos se mantém em empate técnico com Nunes e tudo indica que disputará no segundo turno com o atual prefeito. Já Marçal atingiu o teto e deverá ficar petrificado por volta de 20%, segundo as pesquisas do Data Folha e da Quaest.

Podem torcer à vontade, Pablo Marçal, atingiu o teto, e assim, está fora do segundo turno. Já se tem a percepção de que os ataques pessoais do pastor Malafaia contra Marçal retiraram os votos dos evangélicos que vinham migrando para Marçal.

São fatos, e contra os fatos não há argumentos. É a realidade fática, que fala mais alto, diferentemente do torcedor de futebol ou do militante político.

Índices de rejeição de Boulos e Marçal apontam que Nunes pode ser reeleito

Quem é Ricardo Nunes, novo prefeito de São Paulo | VEJA

Na reta final, Nunes demonstra que tem boas chances

Roberto Nascimento

O maior erro de Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo, foi acreditar em Bolsonaro. Agora, está levando uma facada nas costas, pior do que aquela histórica de Brutus contra Cesar. Nunes deveria dizer: “Até tu, Brusolnaro?”. No circo armado pelo pastor Silas Malafaia na Avenida Paulista, neste sete de setembro, Bolsonaro ficou longe de Ricardo Nunes, como se o prefeito fosse um desconhecido.

Ao mesmo tempo, o bloqueio montado pelo pastor Malafaia impediu o candidato Pablo Marçal de subir no palanque amarelinho. Marçal, um marqueteiro de mão cheia, então ficou correndo em volta do carro de som para lacrar nas redes sociais. Um climão para ninguém botar defeito.

DESCONFIANÇAS – O ex-presidente, inconfiável como ele só, mantém apoio informal e envergonhado à reeleição do prefeito Ricardo Nunes, mas ao mesmo tempo procura uma trégua com Pablo Marçal, para ter um candidato seu em eventual segundo turno, seja de Marçal com Boulos ou de Nunes com Boulos.

Bolsonaro sinaliza, com essa atitude dúbia, que ficará com um pé na campanha de Nunes e outro pé na campanha de Marçal, por entender que Boulos já está no segundo turno. Mas é claro que isso não é uma certeza absoluta.

Bolsonaro estaria preparado para um segundo turno entre Ricardo Nunes e Pablo Marçal? Nessa hipótese, qual dos dois terá o apoio do “mito”? Se isso ocorrer, será um castigo do destino na testa de Bolsonaro, que não conseguirá sair sem queimadura ao passar nesse fogo no labirinto político.

DIZEM AS PESQUISAS – Pedro do Couto, mestre dos mestres, fez uma análise isenta e sem nenhum resquício de ideologia, sobre as pesquisas da Folha e da Quaest. Há um empate técnico, na visão do eleitor da capital paulista, entre Nunes, Boulos e Marçal.

Ressalvando as opiniões em contrário, Pedro do Couto entende, que em qualquer cenário do segundo turno, se não houver algum acontecimento impactante, o prefeito Ricardo Nunes venceria tanto Boulos quanto Marçal.

Pedro do Coutto se baseia na rejeição altíssima de Boulos e Marçal, em empate técnico no patamar de 38%, enquanto o atual prefeito, após o horário eleitoral gratuito, reduziu sua rejeição para 21%. Isso significa que Nunes deve ser considerado favorito.