Quem cortou o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial…

Roberto Pompeu de Toledo - Paiol Literário

Toledo, grande jornalista, escritor e poeta

Mário Assis Causanilhas

Para comemorar a passagem do tempo e do ano, nada melhor do que lembrar um poema que na internet é atribuído a Carlos Drummond de Andrade, mas na verdade foi criado pelo grande jornalista, escritor e poeta paulista Roberto Pompeu de Toledo, ex-redator-chefe da Veja, da IstoÉ e do Jornal do Brasil.

O jornalista é conhecido também pelo amor ao time do São Paulo. clube que foi presidido por seu pai, Cicero Pompeu de Toledo.

Agradeço a Nelson de Souza essas informações sobre a autoria desse grande poema. E também a Batista Filho, por ter percebido que um palavra importantísssima havia sido extirpada.

CORTAR O TEMPO
Roberto Pompeu de Toledo

Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo mercadologicamente genial.

Industrializou a esperança
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano
se cansar e entregar os pontos.

Aí entra o milagre da renovação
e tudo começa outra vez
com outro número e outra vontade de acreditar
que daqui para adiante vai ser diferente…

14 thoughts on “Quem cortou o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial…

  1. Perfeito! Porém, apesar da exegese, é esse mesmo tempo que acaba o ano, o mês e a hora…Afinal, tudo é, apenas, uma questão de escolha…Quanto ao “desejo”, ele vive apenas na nossa imaginação (algo ilimitado). Por isso, desejo a todos os leitores (ávidos e apaixonados) da TI um maravilhoso 2024!

  2. Errata (dedicada aos “ledores” de orelhas de livro)

    “Cortar o Tempo” foi escrito por Roberto Pompeu de Toledo.

    O presente poema, transcrito da forma em que se encontra – ofende aos dois grandes Poetas.

    Ademais, uma palavra, uma única palavra – introduzida por má-fé -, muda o sentido do Poema que originalmente é uma crítica contundente ao modo de produção capitalista e, por extensão, ao CAPITALismo

    … bem como foram acrescidos uma “cacetada” de versos “água com açúcar” que não são de Roberto Pompeu de Toledo nem de Carlos Drummond de Andrade.

    Segue “link” do Poema declamado por Antônio Abujamra no programa “Provocações”, da TV Cultura.

    https://youtu.be/78aeN7-dJQw?si=xiM1gKl-uvD8Y1OX

  3. Titio, segundo o meu pai, a galera aproveita o poema do mestre Drummond (Ano Novo) para fazer , com “ausência de malícia”, algumas confusões…Há quem afirme que o texto em questão inclui um poema de Roberto Pompeu de Toledo (primeira parte) e um trecho de Vilma Galvão. Bem, como estamos vivendo em uma “democracia relativa”, o importante é a mensagem, não é mesmo? O resto fica relegado para um campo sombrio, do qual temos uma certa vergonha em “falar”…

  4. ERRATA 2 (aos “ledores” de orelhas de livros e “dotores” de uatizapi e góugol)

    O remendo piorou o que já estava péssimo.

    (E olha que havia o link para o Poema CORRETO e COMPLETO, declamado magistralmente por Antônio Abujamra…)

    A ojeriza que essa curriola tem de ler livres-pensadores é desastrosa.

    (Não faço a mínima ideia de como Mary Shelley veria esse Frankstein produzido por reaças brazucas…)

    Voltando ao Poema: foi acrescido em mais de 50% de versos alienígenas. Arre, égua!

    (Ô, tropa “intelijente”, se conferir no link – certeza que não vira jacaré.)

    Obs. Não esquecer da PALAVRA SUPRIMIDA, uma única palavra, que faz toda a diferença, pois é ela que desanca o modo de produção capitalista… a partir daí, é simplesmente cortar (pouco) mais de 50% dos versos alienígenas…

    Obs. 2 – Segue novamente o link com o Poema – completo e correto:

    https://youtu.be/78aeN7-dJQw?si=xiM1gKl-uvD8Y1OX

    Nota: Um “tiquinho” só de Literatura Comparada evitaria todas essas aberrações que grassam na internet.

    • Não há de quê. Roberto Pompeu de Toledo, Carlos Drummond e Antônio Abujamra, bem como leitores e leitoras da TI – merecem conhecer a obra em questão completa e corretamente.

      Peço desculpa pela forma grosseira com que fiz as críticas.

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