O marinheiro e o almirante são heróis eternamente em guerra na Marinha

Por que João Cândido ainda incomoda tanto o alto comando da Marinha? |  Opinião SocialistaOpinião Socialista

Desprezado pela Marinha, Cândido é herói da Nacionalidade

Elio Gaspari
O Globo

Tramita na Câmara um projeto aprovado pelo Senado que manda inscrever no livro dos Heróis da Pátria o marinheiro negro João Cândido, líder da Revolta da Chibata, de 1910.

Essa revolta começou no encouraçado Minas Gerais e espalhou-se por outros navios da frota da baía de Guanabara e durou quatro dias. Pediam: “que desapareçam a chibata, o bolo, e outros castigos”, bem como o aumento do soldo. Bombardearam o Rio, com a morte de duas crianças. Terminado o motim, os rebeldes foram anistiados, com o apoio de Rui Barbosa.

O comandante da Marinha, almirante Marcos Olsen, escreveu à Comissão de Cultura da Câmara, desaconselhando a iniciativa: “Nos dias atuais, enaltecer passagens afamadas pela subversão, ruptura de preceitos constitucionais organizadores e basilares das Forças Armadas e pelo descomedido emprego da violência de militares contra a vida de civis brasileiros é exaltar atributos morais e profissionais, que nada contribuirá ao pleno estabelecimento e manutenção do verdadeiro Estado democrático de Direito”.

HÁ DESEQUILÍBRIO – Tudo bem. Revolta é revolta e revoltoso é revoltoso, mas a Marinha precisa equilibrar a equação. Desde 1933 ela manteve na sua frota o navio-escola Saldanha da Gama. Desativou-o em 1990 e está construindo outro, com o mesmo nome, para apoio na Antártica.

Luís Filipe Saldanha da Gama (1846-1895) era um almirante de vitrine e se achava. Revoltou a Armada em 1893 contra o governo do marechal Floriano Peixoto, perdeu e foi combater no Rio Grande do Sul. Lá, foi batido e degolado.

Saldanha queria que Floriano convocasse eleições. Foi um rebelde do andar de cima. João Cândido, insurreto do andar de baixo, queria acabar com a chibata. Ambos se revoltaram, porém prevaleceram. Um é nome de navio da Marinha, o outro é nome de um petroleiro da Transpetro.

6 thoughts on “O marinheiro e o almirante são heróis eternamente em guerra na Marinha

  1. A Marinha é a mais antiga das Forças e sua importância é gigantesca.

    Com riquezas gigantescas a defender, tanto em toda a costa afortunada de petróleo e recursos incalculáveis, considerando as dimensões do Brasil e do Atlântico Sul, bem como a corrida armamentista do politicamente instável e perigoso mundo do século XXI, a Marinha do Brasil merece investimentos em tecnologia e equipamentos de ponta, enquanto instituição permanente, de Estado e não apenas de governo, destinada à defesa da pátria.

    Não há paz possível neste mundo sem o fortalecimento militar, em suas funções institucionais, e poder dissuasório.

    Por um Brasil forte e respeitado, para isso viveram e vivem os que dedicam a sua vida à Marinha.

  2. Senhor PEDRO RICARDO MAXIMINO , com toda importância da Marinha do Brasil . ela foi relegada a ultimo plano pelos congressista , ao aprovarem e instituir o tal ” REB ” no país , permitindo que embarcações naveguem e explorem todo o litoral
    do país , contribuindo para a destruição das Cias. de navegação Brasileira , sendo que nenhum país do mundo permite tal afronta , com o agravante de que não cobraram do então presidente Lula , a renovação do acordo internacional que instituiu os limites do ” mar territorial das 200 milhas ” , que expirou no governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso , que Lula não renovou , no seu primeiro mandato .

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