Congresso acerta ao propor acordo para anistia apenas ao 8 de Janeiro?

Drika Arretada - A Notícia como deve ser - Com rito acelerado, a anistia pode ser aprovada este mês na Câmara

Charge do Eri (Arquivo Google)

Joel Pinheiro da Fonseca
Folha

Os presidentes do Senado e da Câmara protagonizam uma negociação junto ao Supremo para a redução da pena dos invasores do 8 de janeiro. Assim, eles poderão logo ir para casa sob progressão de pena; evitando assim a completa anulação de seus processos e a anistia prévia a Bolsonaro e outros cabeças do golpismo. Mais uma vez, é o Congresso resolvendo um problema criado pela polarização do país.

De um lado, centenas de fanatizados pelo bolsonarismo que se fizeram de bucha de canhão de uma tentativa insana de golpe de Estado. Do outro, um Supremo que —sob a liderança de Alexandre de Moraes— pune os invasores de maneira exemplar, chegando a penas superiores às de muito assassino. Moraes se tornou um herói da esquerda petista.

UMA BOA SAÍDA – A ideia de um acordo que solucione impasses políticos — como o dos presos do 8 de janeiro — é visto por muitos como uma certa traição de princípios. Não deveria. Democracia é isso: saber negociar e chegar a soluções de meio do caminho. Sem isso, só nos restaria a guerra ou a tirania. É uma virtude, não um defeito, de nossa política.

O Brasil está polarizado. Dois polos se odeiam e arrastam consigo o resto do país. O Congresso, por sua vez, atua contra a polarização no dia a dia. Primeiro ao representar de forma ampla a população e seus muitos interesses. Mesmo causas minoritárias conseguem seus representantes na Câmara.

Segundo, servindo como freio ao Executivo com muito mais eficácia do que, por exemplo, o Congresso americano, que tem se mostrado inútil para conter Trump.

GRAÇAS AO CONGRESSO – Muitas das piores ideias de Lula e de Bolsonaro não foram para frente graças ao Congresso. E quando um presidente tentou governar sem o Congresso — como Dilma ou Bolsonaro—, logo viu seu poder se esvair. Lá, um impeachment é praticamente impossível. Aqui, bem sabemos, não.

Ao mesmo tempo, o Congresso é visto como o locus do interesse escuso, da corrupção, do fisiologismo. E não sem razão. Acompanhamos no início do ano a dificuldade que foi impor regras de transparência para as emendas parlamentares, algo que deveria ser padrão.

No escândalo do INSS descoberto há pouco, torcedores de ambos os lados já tentam colar a responsabilidade em Lula ou em Bolsonaro. Provavelmente, as decisões que permitiram pagamentos automáticos passaram por baixo do radar de ambos. Mas não do radar dos parlamentares que, pouco a pouco, introduziram mudanças na lei para permitir essas cobranças.

Será que o trade-off de uma política capaz de moderar os extremos com base na negociação é uma política que se deixa corromper?

SEMIPRESIDENCIALISMO –  Volta e meia, vemos do próprio Congresso discussões sobre a mudança na forma de governo — migrando para o semipresidencialismo ou para o parlamentarismo —, o que lhe daria ainda mais poder. A população provavelmente rejeitaria essa mudança, a exemplo de plebiscitos passados. A confiança no Legislativo é baixa.

Negociar apoio em troca dos interesses de estados, regiões e grupos econômicos é do jogo político. O parlamentar está lá também para isso. Mas essa negociação tem que se pautar pela legalidade.

Quando os próprios parlamentares derem exemplo de transparência e fortalecimento do combate à corrupção, quem sabe possam esperar legitimidade perante o povo para consagrar seu protagonismo na política nacional.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGO artigo do filósofo Joel Pinheiro da Fonseca é primoroso, mas parte de uma premissa errada. O nível da política brasileira caiu tão baixo que inviabiliza esse tipo de acordo, que seria acertado, não há como contrapor. Também sem a menor dúvida, vai haver obstrução no Congresso e o artigo reduzindo penas do 8 de Janeiro será modificado pela oposição para servir de anistia ampla, geral e irrestrita. Infelizmente, o presidente da Câmara é jovem e despreparado, mas já está se achando o máximo, em pleno covil de abutres. Quando acordar, será tarde demais. (C.N.) 

11 thoughts on “Congresso acerta ao propor acordo para anistia apenas ao 8 de Janeiro?

  1. Sr. Newton

    Tá tudo dominado, a Facção Criminosa do Roedor de Nove Dedos e do Dez Dedos também, tomaram o Brasil de assalto…..

    Entidade alvo da PF por fraude no INSS contratou filho de Lewandowski

    Associação na mira da PF contratou escritório de advocacia do filho do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para manter acordo no INSS

    https://www.metropoles.com/sao-paulo/entidade-alvo-da-pf-por-fraude-no-inss-contratou-filho-de-lewandowski

    aquele abraço

  2. “Moraes se tornou um herói da esquerda petista.”

    …donde se conclui que Moraes se tornou um herói do próprio filósofo Joel, exemplo de representante da extrema-esquerda seja lá do que for…

        • Chamar Joel de extremista da esquerda é mais que miopia política. É caso de cegueira.

          Vincular “o Filósofo” a aborto, dizendo que ele é “entusiasta do aborto”, mostra se tratar de mais um elemento irracional desse bolsonarismo, felizmente em via de extinção.

          • Caiu de paraquedas para atacar de “grátis”…..

            Me atacar de bolsonarista, só posso achar também que se trato de mais um elemento irracional desse petralhismo, tucanismo, felizmente em via de extinção…

          • “…VIRANDO AO CONTRÁRIO –

            O mesmo Supremo que legalizou o aborto dos anencéfalos punia políticos corruptos. Agora, o Supremo que talvez libere o aborto antes de 12 semanas (pauta com a qual concordo, por sinal) é o mesmo que solta políticos corruptos e até traficantes.

  3. Em especial foi aquela aberração humana do molusco e de toda esquerda que sempre relinchavam é nós contra eles, que começaram essa polarização.

  4. Até ontem, toda essa escumalha estava zurrando “sem perdão para os golpistas”. Agora, fica claro que o objetivo comum dos quadrilheiros tucanalhas, como esse fElósofo, e petralhas é esquartejar o Bolsonaro, salgar e exibir os pedaços nas praças públicas para servir de exemplo de como não se deve governar um país.

    Onde já se viu estatais dando lucros, onde já se viu publicar MP para impedir o roubo do dinheiro dos velhinhos, onde já se viu cortar a bufunfa dos maconheiros da Rouanet, onde já se viu cortar a grana da mídia prostituída, onde já se viu reduzir o lucro dos banqueiros, onde já se viu diminuir impostos e mesmo assim entregar o país no azul? Antes que essa moda pegue, melhor cortar o mal pela raiz.

  5. Joel Pinheiro e a desonestidade intelectual dos militantes pró-aborto – Opinião

    Fonte: https://www.ilisp.org/artigos/joel-pinheiro-e-a-desonestidade-intelectual-dos-militantes-pro-aborto/

    Conclusão

    O artigo de Joel Pinheiro da Fonseca possui todos os elementos típicos da argumentação pró-aborto: manipulação de dados, supressão de evidências, apelo a uma pesquisa pró-aborto em desfavor dos dados oficiais, etc. Mostrando que, às vezes, não é necessário ter os dois pés na esquerda para mentir com dados e colocar toda a desonestidade intelectual possível no papel.

    Um pé na esquerda já é suficiente.

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