INSS exibe a conivência silenciosa do Estado com o crime institucionalizado

Charge do J. Bosco (liberal.com)

Pedro do Coutto

A recente revelação do esquema de fraudes em larga escala contra aposentados e pensionistas do INSS expõe, mais uma vez, a fragilidade estrutural da máquina pública brasileira. A dimensão das irregularidades não deixa dúvidas de que houve envolvimento de pessoas com acesso privilegiado ao sistema. Trata-se de um golpe que só pôde ser sustentado ao longo do tempo por meio da conivência, ou ao menos da complacência, de agentes públicos com conhecimento técnico e institucional.

A investigação aponta para uma rede criminosa profundamente enraizada não apenas na estrutura do INSS, mas também com possíveis vínculos em outras esferas da administração federal e, quiçá, estadual. Dada a complexidade do esquema e o volume financeiro desviado, é evidente que o sistema de controle interno falhou – ou foi deliberadamente sabotado. A repetição dos lançamentos ilegais, sem que fossem detectados por auditorias ou sistemas de monitoramento, levanta sérias dúvidas sobre a efetividade da fiscalização.

LINHA DURA – A postura do governo federal diante da gravidade do caso tem sido, até agora, tímida. Essa hesitação institucional é preocupante, pois transmite à sociedade a mensagem de que crimes contra o erário, mesmo quando atingem diretamente a população mais vulnerável, não são enfrentados com a devida prioridade.

Mais alarmante ainda é o indicativo de que parte da estrutura de fiscalização pode continuar contaminada ou inerte. Não há como justificar a ausência de respostas contundentes após o escândalo vir à tona. A demora em promover uma devassa completa no órgão, afastar os suspeitos e reforçar os mecanismos de controle mina a credibilidade da atual gestão e alimenta a sensação de impunidade.

A omissão histórica em relação às fraudes na Previdência é um traço crônico da administração pública. Porém, o momento exige mais que discursos e promessas de correção: é preciso responsabilização efetiva, reformas estruturais e transparência no andamento das investigações. Qualquer tentativa de proteger envolvidos ou minimizar o impacto político e institucional do caso será compreendida como cumplicidade.

SAQUE – Não é aceitável que o INSS, responsável por zelar pela dignidade de milhões de brasileiros que dependem de seus benefícios, continue sendo tratado como um território de saque institucionalizado. O rombo causado pelos desvios, além de moralmente inaceitável, gera impactos econômicos significativos e compromete a confiança da população no Estado.

Por fim, o caso revela a urgência de uma política de integridade mais robusta e autônoma dentro dos órgãos públicos. A corrupção, quando não combatida com firmeza, corrói a legitimidade das instituições e agrava o já profundo fosso entre o cidadão e o Estado. A sociedade brasileira, especialmente seus aposentados e pensionistas, exige respostas à altura da ofensa cometida – e o governo precisa decidir de que lado da história deseja estar.

6 thoughts on “INSS exibe a conivência silenciosa do Estado com o crime institucionalizado

  1. Deve-se isso em especial ao fachin que acabou com a Lava Jato, e deu passe livre para esse corrupto é ao toffoli que legalizou empresas corruptas.

    • Exatamente, quando soltaram o maior corrupto do Brasil e o levaram à presidência do Brasil, os juízes do STF deram a entender que a corrupção não era um crime e nem seria penalizada.

  2. “o caso revela a urgência de uma política de integridade mais robusta e autônoma dentro dos órgãos públicos. A corrupção, quando não combatida com firmeza”

    Pedro do Coutto chama o roubo de roubo, mas, em vez de dar nomes às ratazanas, prefere chover no molhado. De objetivo mesmo, quando o Bolsonaro tentou endurecer as regras para esse tipo de “contribuição”, a pelegada petralha comandada pelo ladrão Lula da Silva, o pai dos pobres [tirou milhões da pobreza] do Pedro do Coutto, cerrou fileiras contra as medidas.

  3. Divulga em apoteose a gravidade do roubo, mas nem meia vírgula sobre o ladrão.
    Dom Curro é um sujeito sem predicado, agora é um sujeito oculto, mas continua ladrão.

  4. Prezado mestre Pedro do Coutto.

    O desconto para Associações de Aposentados, como a CONTAG uma das mais antigas depende de autorização prévia e expressa do trabalhador.

    Empresas fantasmas, fraudaram essa relação simulando a aprovação dos aposentados, descontados pelo INSS

    Basta mudar a Lei 8212 de 1991, impedindo que o INSS seja o terceiro na relação entre o aposentado e as associações sindicais.

    Isso impedirá que novos escândalos desse porte volte a ocorrer. Nesse caso, cabe ao INSS ressarcir os aposentados que foram descontados indevidamente. O governo de e pagar e entrar na justiça para reaver os bem das empresas e das pessoas físicas a elas ligadas, que enriqueceram de forma ilícita.

    É preciso tomar medidas que dificultem as fraudes, tanto desse novo escândalo, como os que podem ocorrer no futuro, por exemplo no crédito consignado, de responsabilidade dos Bancos.

    Os exemplos dos rombos no INSS no caso da advogada Jorgina num passado bem distante, não foi o suficiente para os diferentes governos que se sucederam no Poder pudessem agir preventivamente contra os fraudadores.
    O Brasil está virando uma caverna do Ali Babá: por todos os lados os ilícitos abundam e ninguém quer fechar essa ferida aberta, pois se preocupam com ideologias perversa, discursos de ódio e um proselitismo político desastroso, buscando desqualificar o adversário para a tomada do Poder, para que? Para nada, quer dizer, apenas enriquecer a si, suas famílias, os amigos. O povo humilde nem é considerado, principalmente no Poder Legislativo, a desgraça da nação. Lá, nas duas casas congressuais, o único foco importante para eles, são as Emendas Parlamentares. Em segundo plano, vem o trancamento das ações penais para deputados e senadores. Ninguém lá poderá ser punido enquanto durar seus mandatos, independente dos crimes cometidos por suas excelências.

    Estamos vivendo uma tragédia grega de proporções medievais.

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