Decisões exóticas provocam críticas ao STF dentro e  fora do país

Fotos: O mensalão em charges - 19/09/2013 - UOL Notícias

Charge do J.Bosco (O Liberal)

Renata Galf
Folha

O STF (Supremo Tribunal Federal) tem acumulado embates fora do Brasil, que incluem desde críticas na imprensa internacional até negativas de extradição de bolsonaristas alvos da corte.

Enquanto parte dessa exposição é lida no contexto da disputa política mais ligada à extrema direita e seus aliados, outras têm maior potencial para desgastar a imagem do tribunal.

PROTAGONISMO – Especialistas consultados pela Folha fazem diferentes análises sobre o assunto, mas destacam que, em certa medida, o Supremo se tornou protagonista não porque tomou essa decisão, mas por ter sido transformado em alvo da extrema direita.

Apenas no último mês de abril, o Supremo foi tema de dois textos da revista britânica The Economist, ambos com tom negativo para a corte.

Um deles, intitulado “A Suprema corte do Brasil está sob julgamento”, traz duras críticas ao tribunal, afirmando que seus juízes têm “poder excessivo”. Ao final, a revista sugere que o STF deveria exercer contenção e que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro deveria ser feito pelo plenário, não pela Primeira Turma, para “restaurar sua imagem de imparcialidade”.

BARROSO REAGE – Dias depois, em um movimento pouco comum, o presidente da corte, Luís Roberto Barroso, assinou uma nota em que rebate afirmações da revista e chega a afirmar que o enfoque do texto corresponde “mais à narrativa dos que tentaram o golpe de Estado do que ao fato real de que o Brasil vive uma democracia plena”.

A revista traz como protagonista o ministro Alexandre de Moraes –que também foi destaque em abril de longa reportagem da revista norte-americana The New Yorker.

No outro texto da revista The Economist, cujo foco é Moraes, um dos casos de destaque é seu embate com Musk, que culminou na suspensão do X no ano passado. Por causa do episódio, o ministro também já tinha sido amplamente retratado em reportagens ao redor do mundo.

GRANDE DÚVIDA – Reportagem do jornal The New York Times do ano passado questionava, por exemplo: “O Supremo está salvando ou ameaçando a democracia?”.

Em abril, a Justiça da Espanha decidiu negar o pedido de extradição do influenciador bolsonarista Oswaldo Eustáquio feito pelo governo Lula (PT). Ele é alvo de dois mandados de prisão do Supremo e suspeito de crimes contra a democracia e corrupção de menores.

Argumentou-se que a solicitação tinha motivação política e que não há acordo bilateral entre os dois países permitindo a extradição nesse tipo de situação. O governo brasileiro decidiu que recorreria da decisão da Espanha.

TRAFICANTE SOLTO – Em resposta à negativa espanhola, Moraes resolveu suspender a extradição do búlgaro Vasil Georgiev Vasilev, acusado de tráfico de drogas. Moraes deixou-o em prisão domiciliar, alegando falta de reciprocidade do país – em decisão considerada controversa.

Também no início do ano passado, ainda sob a gestão de Joe Biden, o governo dos Estados Unidos comunicou ao Brasil que não poderia extraditar o influenciador bolsonarista Allan dos Santos por delitos que os americanos veem como crimes de opinião.

Allan dos Santos é considerado foragido pela Justiça brasileira desde que teve a prisão preventiva ordenada, em 2021, no âmbito do inquérito de fake news. Desde então, Moraes vem determinando a suspensão dos novos perfis criados por ele.

REDES SOCIAIS – Ao longo dos últimos anos, a corte, em movimento protagonizado pelo ministro Alexandre de Moraes, tem dado duras decisões e ordens a plataformas, em geral envolvendo suspensão de perfis, remoção de conteúdo e entrega de dados, sob pena de altas multas.

O tribunal também tem atuado para regular as redes por meio do julgamento sobre a constitucionalidade de trecho do Marco Civil da Internet.

Mas o episódio que fez a imagem de Mores –e da corte– ganhar destaque no exterior foi seu embate com o empresário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), que culminou com a suspensão da plataforma no Brasil.

MORAES VENCEU? – Na queda de braço, Moraes, que foi respaldado por outros ministros, acabou vencendo. Musk indicou um representante legal no Brasil e cumpriu as ordens. Apesar disso, o episódio serviu para jogar luz à atuação do ministro e também gerou críticas e questionamentos.

Após o embate com Musk, Moraes também passou a ser alvo de republicanos nos Estados Unidos, em movimento alinhado com atores do bolsonarismo. Além disso, decisões dele envolvendo a conta de Allan dos Santos estão no centro de um embate judicial envolvendo a plataforma de vídeos Rumble, que é popular na direita, e a empresa de mídia do presidente dos EUA, Donald Trump.

As duas entraram com uma ação conjunta contra o ministro em um tribunal federal americano. As plataformas afirmam que recentes ordens dele violam a soberania dos Estados Unidos, a Constituição americana e as leis do país.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Esses faniquitos de Moraes depõem contra a Justiça brasileira e levam o país à desmoralização no exterior. E o que ele e o Supremo ganham com isso? Nada, rigorosamente só perdem. (C.N.)

4 thoughts on “Decisões exóticas provocam críticas ao STF dentro e  fora do país

  1. Os roubados do INSS que se danem no inferno da burocracia para terem o dinheiro devolvido

    Na farra do INSS, a menor preocupação de governo e oposição é com os aposentados e pensionistas roubados por essas organizações criminosas conhecidas como associações e sindicatos disso e daquilo, que já deveriam ter sido hermeticamente fechadas.

    Não há inocentes nessa história, seja por leniência ou por cumplicidade, mas não se pode perder de vista, no inventário de culpas, que essas associações nasceram de costelas dos sindicatos companheiros do petismo.

    A fonte financeira dos sindicatos, igualmente bilionária, secou depois da aprovação da reforma trabalhista, em 2017, quando a tunga conhecida como imposto sindical foi extinta e, ato contínuo, a sua ressurreição virou bandeira petista.

    Como a fonte secou, está evidente que companheiros de luta viram nos descontos associativos de aposentados e pensionistas uma forma de matar a sua sede por dinheiro do trabalhador — e o caminho se abriu para a gatunagem que o ministro Flávio Dino chamou de “tragédia social”.

    Ttragédia urdida conscientemente, meticulosamente, sadicamente até, pela quase totalidade daqueles que ocupam posições de poder político e econômico no país, e o “quase” é otimismo da minha parte.

    Está longe de ser improvável que salvadores da pátria apontem a ressurreição do imposto sindical como remédio preventivo de roubalheiras como a que vitimou aposentados e pensionistas. Milhões deles, em escala jamais vista.

    Fonte: Metrópoles, Opinião, 19/05/2025 10:00 Por Mario Sabino

  2. Nada como uma jornalista Secom tentando passar pano no STF. Circunda a notícia sem se ater ao essencial. Engraçado como ela fala do bolsonarismo mas em nenhum momento ela se refere ao mal maior que é o petismo lulista associado ao STF que está acabando com o Brasil

  3. O Barroso reage: “Mais a narrativa dos que tentaram o golpe de estado do que ao fato real de que o Brasil vive uma democracia plena”.
    E ele ainda vai julgar a turma do 8 de janeiro?
    Já esta dizendo que são todos culpados, ou isto não é pré julgamento?
    Que justiça mais supimpa.

  4. O traficante Boca de Veludo pediu para a CIA (departamento de estado USA) dar uma força, contra o Bozo, na fraude eleitoral de 2022.

    Com o apoio da CIA, a demogracinha da facção criminosa PT/STF venceu e todos voltaram a roubar impunemente.

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