Haddad está perdido e desesperado, perdeu inteiramente a credibilidade

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, mostrou falta de convicção no episódio do IOF

Lula, Gleisi e PT conseguiram destruir a imagem de Haddad

Carlos Andreazza
Estadão

O ministro da Fazenda está perdido. Perdidaço. Suas últimas entrevistas foram constrangedoras. Suas decisões mostram incapacidade – falta de recursos para avaliações técnicas e políticas – e fraqueza. Fernando Haddad não tem convicção. Comunica isolamento. Foi atropelado.

Anunciou conjunto de medidas – o pacote original de aumentos no IOF, com implicações em câmbio e crédito – como um “pequeno ajuste”. Um grupo de iniciativas – para repressão financeira – que propunha controle de capitais: “pequeno ajuste”. São leitores assim, sob tal desconexão com o mundo real, que tomam decisões econômicas no Brasil.

VALE TUDO – A lógica que fundamenta as decisões econômicas deste Dilma III: arrecadar; arrecadar para gastar. Só o crescimento da despesa é seguro. Por criativo que seja o agente arrecadador, em algum momento a engenhosidade se esgotará.

Não tardaria até que acionassem o botão do IOF. A regra é clara – a história ensina: apelou para o IOF, girou a chave da agonia. Recorreu ao IOF, declarou o vale tudo.

(O cronista chama a atenção para a fila de espera a que cidadãos possam alcançar o direito à aposentadoria-pensão: eram 914 mil os que aguardavam quando Lula assumiu. São quase 2,7 milhões agora. Dados da própria Previdência Social, que não os divulgava desde dezembro. A falta de transparência nos autorizando a especular sobre se o governo do povo estaria represando gastos à custa dos nossos mais velhos e vulneráveis.)

PELA REELEIÇÃO – Vem aí a eleição e nós – de novo – financiaremos a tentativa de reeleição de um presidente. Não há de onde tirar mais grana. E a rapaziada nunca cortará despesas estruturalmente.

Restaria convocar o IOF para pedalar a conta e rolar o explosivo adiante – dinheiro extra a nos ser cobrado também para que os haddads finjam cumprir as regras frouxas do tal arcabouço fiscal que eles mesmos criaram. Pronto.

Um conjunto de ações – mais IOF, em 2025 – por meio do qual a turma acreditava estar colaborando com o Banco Central. Conjunto que onera o crédito às empresas, que tributa meios de produção, que interfere na economia real – e a Fazenda avaliando que ajudaria o BC no combate à inflação. Delirante.

“CREDIBILIDADE” – Um conjunto de ações por meio do qual – falou o secretário do Tesouro Nacional – a galera imaginava “gerar credibilidade”. Uau!

E então o recuo. Recuo parcial decidido em reunião sem Haddad. Decisão que seria produto “de diálogo e avaliação técnica”. Os técnicos que optaram por voltar atrás: Rui Costa, Gleisi Hoffmann e Sidônio Palmeira.

O ministro da Fazenda está perdido e desesperado. Recorrer ao IOF é expressão de desespero. As reações que colhe sendo menos em função do impacto material do bicho. Se estão lançando a cartada do IOF já agora, ao que apelarão até a eleição? Lembre-se de que Simone Tebet declarou que o mundo acabará em 2027, quando explodirá a bomba fiscal que engordam e empurram.

4 thoughts on “Haddad está perdido e desesperado, perdeu inteiramente a credibilidade

  1. Ser ministro da Fazenda é um ‘fardo’, uma ‘tortura’ para Haddad

    Lula empregou o advogado ‘cumpanheiro’ Fernando Haddad como ministro da Fazenda, por ele ter ficado desempregado após perder as eleições para presidente, em 2018, e para governador de SP, em 2022.

    Foi o que aconteceu: Haddad assumiu o cargo de titular do ministério sem a menor vontade de exercer a função, que o aborrece e entedia. (Lembre-se que Haddad queria ser presidente, governador. Queria, enfim, assumir um posto de comando – para mandar! -, e não cargo para ser um ‘pau mandado’ de Lula.)

    Haddad não tinha e não tem nenhum projeto ou convicção como ministro da economia. Não é o que ele queria, como se viu. Apoiou-se no início em Gabriel Galípolo e agora apoia-se em Dario Durigan, que deverá sucedê-lo a partir de sua desincompatibilização (para ser de novo candidato a alguma coisa) no ano que vem.

    Está ‘contando as horas’ para cair fora. Acrescente-se que Haddad também nunca foi lá muito afeito ao trabalho.

    Acorda, Brasil!

  2. O fato de ‘trabalhar pouco’ marcou a gestão de Haddad na prefeitura de São Paulo, de 2013 a 2017. Vide registros do historiador Marco Antonio Villa.

    Apreciava ficar sem fazer nada. Não tanto quanto o recordista Bolsonaro, evidentemente.

  3. Dom Curro de La Grana sabe escolher as figuras mais incompetentes para governar.
    E no desgoverno joga a culpa nos antecessores, nada que passa pela mão ele dá certo, é o vício de origem. Esse papo de herança maldita só atende aos cretinos fundamentais.
    Vejam a reação do velhaco, do pilantra que se julga a palmatória do mundo, bostejou o Barba, ” O cinema do país não deve nada a ninguém”, refere-se a Cannes e o prêmio ganho.
    Barba, só um que deve ao pais é seu outro amigo ladrão que está dando um tomé no Brasil, o ditador da Venezuela, que deve e não paga.
    Barba deixa de ser safado, aumentar imposto e roubar dos aposentados não é governar.

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