Maior desafio de Cármen Lúcia no TSE é corrigir os erros cometidos por Moraes

Ministra Cármen Lúcia defende união de Direito, política e economia para o desenvolvimento | ASMETRO-SI

Charge da Pryscila (Arquivo Google)

Carlos Newton

Conhecida por seu equilíbrio decisório, a ministra Cármen Lúcia está de volta a presidência do Tribunal Superior Eleitoral para enfrentar o maior desafio de sua longa carreira na magistratura – corrigir os erros e exageros cometidos pelo antecessor Alexandre de Moraes à frente da Justiça Eleitoral.

Por mais que se esforce, porém, não conseguirá desfazer todos os equívocos da administração anterior, porque alguns já transitaram em julgado e só podem ser corrigidos se houver manifestação expressa da procuradoria-geral da República ou anistia do Congresso.

CASO DALLAGNOL – Um exemplo foi a cassação do deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Absolvido por unanimidade pelo TRE paranaense. no julgamento do TSE foi condenado também por unanimidade, porque houve três inconstitucionalidades na decisão.

Primeiro, o TSE não declarou a suspeição do relator Benedito Gonçalves, que foi investigado na Lava Jato por sua relação com empreiteiros. Depois, não respeitou sua própria jurisprudência, que havia sido fixada seis meses antes em ação contra o senador Sérgio Moro (União-PR). Por fim, aceitou cassar o deputado por “presunção de culpa”, uma possibilidade inexistente no Direito Universal,em que prevalece a presunção de inocência.

Cármen Lúcia nada pode fazer no caso de Dallagnol, porque a Procuradoria-Geral da República foi conivente com a farsa antidemocrática (e nem passaria pela cabeça dela fazê-lo).

COMISSÃO ILEGAL – No entanto, a nova presidente do TSE poderia iniciar sua gestão desfazendo a comissão especial criada por Moraes para aplicar censura nas redes sociais. Esse ilegal órgão colegiado funciona dirigido por um delegado federal e composto por agentes, que vasculham as redes sociais em busca de algo que caracterize alguma fake news.

Quando localizam algo do gênero, os federais fazem imediata denúncia à presidência do TSE, que  manda tirar do ar a postagem, determina punição ao infrator, pode bloqueá-lo e até desmoneitizá-lo, mandar prender, tomar passaporte, o diabo a quatro.

E tudo isso era feito por Moraes “de ofício’, por livre vontade do julgador, sem queixa judicial, sem inquérito, sem direito de defesa ou recurso, sem participação do ministério público. È triste constatar que tudo isso era executado por um professor de Direito Constitucional.

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P.S.
Podem escolher qualquer codinome ou apelido, mas estamos tratando mesmo é de censura, com o governo do Brasil pedindo a extradição de figuras como Allan dos Santos ou “Monark’, e os EUA negando, em nome da democracia, vejam a vergonha que temos passado no exterior. E a pergunta que não quer calar é a seguinte: Cármen Lúcia vai extinguir essa comissão de policiais federais ou dará sequência a essa insana censura? O povo quer saber. (C.N.)

Em recuo, governo retira imposto sobre previdência privada de projeto

Bernad Appy disse que o governo optou por retirar tributação

Pedro do Coutto

Felizmente, o governo recuou e retirou do segundo projeto de lei que regulamenta a reforma tributária a possibilidade de incidência do imposto sobre herança, de competência estadual, sobre planos de previdência privada aberta. A medida constava na versão do projeto entregue pelo Ministério da Fazenda à Casa Civil na segunda-feira, mas foi retirada no dia seguinte a pedido do presidente Lula da Silva.

A informação que o governo havia desistido de atender o pleito dos Estados foi revelada após o secretário extraordinário da reforma tributária, Bernard Appy, do Ministério da Fazenda, ter sido questionado em coletiva de imprensa sobre o assunto. “O projeto que está indo ao Congresso não trata desse tema. Fica tudo como está”, disse o secretário.

REPERCUSSÃO – Segundo fontes envolvidas na elaboração do projeto, a decisão de Lula foi tomada diante da repercussão negativa da proposta, já que a possibilidade de taxação foi revelada pelo jornal Estado de S. Paulo”, na segunda-feira.

Tinha sido um passo errado por parte da equipe econômica sujeita a impulsos que à primeira vista parecem positivos, mas que na realidade não acrescentariam pontos para o governo, retirando taxas de aprovação que influenciam no panorama político que envolve o Palácio do Planalto e o presidente Lula da Silva.

PRIVATIZAÇÃO – Enquanto isso, a contestação ao Projeto de Emenda Constitucional sobre privatização de praias e áreas à beira-mar ganha força, e levou o relator da matéria, o senador Flávio Bolsonaro, a dar um passo atrás em seu relatório. No recuo, ele afirmou que o projeto não vai tocar em amarras ambientais. Na verdade, são direitos, o que é muito diferente.

Se fosse aprovada a emenda, a confusão seria maior ainda. É preciso derrubá-la no momento em que aguarda parecer, pois a sua execução prática a mim parece impossível. A reação está sendo muito forte na proporção sobre o que projeto representa. O recuo do senador Flávio Bolsonaro, por ironia do destino, ocorreu no Dia Mundial do Meio Ambiente, esta quarta-feira.

RECUSO – A Procuradoria-Geral da República (PGR) vai recorrer da decisão que anulou todos os atos praticados pela 13ª Vara Federal de Curitiba contra Marcelo Odebrecht na operação Lava-Jato. O prazo para apresentar o recurso termina nesta terça-feira.  Após a apresentação do recurso, o magistrado pode avaliar o pedido individualmente ou levá-lo para a Segunda Turma do STF, colegiado em que esses temas ligados à Lava-Jato estão sendo analisados.

Cria-se uma situação inusitada, o procurador-geral recorre contra o despacho de um ministro do Poder Judiciário. A matéria ganha complexidade. De qualquer forma, o despacho causou sem dúvida perplexidade no mundo jurídico e em todo o país.

A doce e bravia loucura de quem traz a poesia na alma e não enxerga horizontes

João de Abreu Borges (@joaodeabreu) / X

João de Abreu, grande poeta carioca

Paulo Peres
Poemas & Canções

Formado em Letras (Português e Literatura), artista gráfico, músico e poeta carioca João de Abreu Borges (1951-2019), no poema “Loucos os Poetas”, louva a doce loucura de quem traz a poesia na alma e não enxerga horizontes.

LOUCOS OS POETAS
João de Abreu

Loucos, distantes da realidade,
Os poetas nunca sentem saudade
Nem pensam no que o futuro vai trazer

Loucos, os poetas, amam como girassóis,
Diamantes e manhãs
São tão claros que enxergam no escuro

Loucos, os poetas, agarram-se entre as estrelas
Promovem feias e belas
E acabam com suas vidas
Entre os planetas que orbitam ao seu redor

Loucos, os poetas, sem ter qualquer nome algum
Não querem ser apenas um
E tornam-se os homens
Que ocupam a nossa mente e a nossa voz

Loucos,
são estrelas de tudo que não tem forma,
Porque não saíram de uma forma
E se sustentam sobre tantos pés

Estetas,
são tão loucos, não só por serem tão poetas,
Mas por terem as pernas tortas
E sempre driblarem os “joãos”

Loucos,
os poetas, que não enxergam horizontes
E só passam pelas pontes
Quando por elas passam os mais intensos vendavais

Loucos,
os poetas, que gritam pelos oprimidos
Sentem a dor dos sem-sentidos
E ficam ouvindo o mar quando ouvem os sem-faróis

Loucos,
os poetas, mesmo sem querer poder
Podem o que eles querem ser
Apenas com sua dor por sobre a palma da mão

Ainda olha para a lua
Como se ela ainda fosse sua
Última esperança, tanto quanto é esta canção
Ainda hoje, e principalmente hoje,
Mais do que nunca
Nua.

Aos poucos, Tarcísio vai se consolidando como futuro candidato da terceira via

Charge do JCaesar | VEJA

Charge do JCaesar | Veja

Carlos Newton

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, saiu-se bem das críticas que lhe foram feitas pelo pastor evangélico Silas Mafaiaia, em entrevista publicada pela coluna de Paulo Capelli no portal Metrópoles. O líder religioso lançou novas suspeitas sobre a fidelidade de Tarcísio ao ex-presidente, dizendo desconfiar que ele atua nos bastidores para manter Bolsonaro inelegível e poder ocupar a vaga dele.

Apanhado de surpresa pelas declarações de Malafaia. que é desvairado e adora uma teoria conspiratória, o governador paulista ligou para ele na segunda-feira e explicou que é tudo intriga da oposição, como se dizia antigamente. Por fim, Tarcísio prometeu que só disputará a Presidência da República em 2026 se tiver apoio do próprio Bolsonaro.

EM BRASÍLIA – Nesta terça-feira, o governador paulista esteve em Brasília, para cumprir agenda com ministros, e se reuniu também com Bolsonaro, a quem garantiu que não pretende disputar a sucessão de Lula em 2026 e vai trabalhar para eleger o próprio Bolsonaro ou algum outro nome ligado ao ex-presidente, se ele estiver inelegível.

Na entrevista, Malafaia citou os governadores Ratinho Júnior [PSD/Paraná], Ronaldo Caiado [União/Goiás] e Romeu Zema [Novo/Minas] como alternativas a Tarcísio, caso Bolsonaro continue inelegível.

E externou incômodo com a proximidade do governador de São Paulo a figuras rechaçadas pelo ex-presidente, como Alexandre de Moraes e Luciano Huck.

AMIGO E IRMÃO – Segundo o jornalista Paulo Capelli, do portal Metrópoles, que publicou as críticas de Malafaia, embora o descontentamento com Tarcísio de Freitas encontre ressonância entre deputados federais e estaduais próximos de Bolsonaro, o próprio ex-presidente não demonstra incômodo com o governador, a quem continua chamando de “amigo” e “irmão”.

Capelli diz que Tarcísio mantém uma ótima relação com Bolsonaro e Michelle, em parte, por prestigiar Diego Torres Dourado, irmão da ex-primeira-dama. Nomeações e decisões que envolvam o segundo escalão do governo paulista passam pelo crivo de Dourado. Oficialmente, ele ocupa o posto de assessor especial, com vencimentos mensais de R$ 21,5 mil.

NOVO ALVO – O fato é que Tarcísio de Freitas é o novo alvo dos políticos e leva petardos de diversos lados – dos petistas, dos demais esquerdistas de outros partidos, como PSol, PCdoB e PDT, e também de bolsonaristas, como Silas Malafaia.

Mas Tarcísio já aprendeu a fazer o jogo da política, se relaciona bem com Lula e diversos ministros do governo petista, mas se mantém fiel a Bolsonaro.

Assim, o governador paulista vai avançando como principal nome da terceira via, pois Ciro Gomes está fora de combate e Simone Tebet submergiu de vez ao se associar ao petismo.

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P.S.
Não adianta tentar mudar de assunto, porque a sucessão presidencial já está nas ruas. A culpa é da sede de poder do próprio Lula da Silva, ao afirmar que pretende viver até 120 anos, para se candidatar mais 10 vezes. Delírios à parte, Lula é um estorvo, porque atrapalha muito o governo. Ao que parece, desta vez ele não sossega enquanto não transformar o Brasil numa gigantesca Argentina. (C.N.)
 

PEC das Praias e a transferência da posse integral dos terrenos de marinha

Charge do Nei Lima (Arquivo do Google)

Pedro do Coutto

Dificilmente poderá surgir uma matéria tão confusa quanto o Projeto de Emenda Constitucional que se volta para privatizar terrenos de marinha e praias do país. Se o termo é privatizar é porque elas são estatais, como tal de uso coletivo. Portanto, a privatização seria uma forma de atingir a utilização praticada sem restrições e sem cobranças.

O Globo, edição de ontem, publicou uma página inteira focalizando as dúvidas e as intenções do projeto que tramita no Congresso Nacional. São feitas as análises em relação ao texto escrito. Lendo-se com atenção sobre os pontos tocados, chega-se à conclusão de que, se aprovado, a emenda constitucional criará no país um panorama de confusões com a necessidade de legislação complementar.

IMPACTO – Embora a PEC das Praias não trate diretamente do acesso ao mar ou das faixas de areia, recebeu esse nome por impactar imóveis localizados na orla e pelo risco, apontado por especialistas, de uma possível “privatização” ou flexibilização da proteção ambiental dessas áreas. Atualmente, a União detém 17% do valor dos terrenos e imóveis construídos em uma faixa de 33 metros a partir do mar, cobrando taxas como foro e laudêmio dos proprietários.

A proposta sugere a transferência completa desses terrenos de marinha para os atuais ocupantes. Dessa forma, os moradores deixariam de pagar essas taxas ao adquirir a parte federal. No entanto, o texto não esclarece se o atual ocupante será obrigado a comprar a fração pertencente à União ou se haverá um prazo para isso. Os moradores de áreas de baixa renda receberiam a posse total de forma gratuita.

RISCOS – Os que defendem a proposta veem potencial de desenvolvimento econômico nas regiões e maior arrecadação para a União, que no ano passado recolheu R$ 1,1 bilhão relativos a taxas de 564 mil imóveis nessas áreas. Já os críticos argumentam que, fora do âmbito da Superintendência Patrimonial da União, aumentam as possibilidades de fechamento de acessos a praias, desmatamento e outros riscos ambientais.

São terrenos importantes para a proteção da biodiversidade, e poderão ficar mais suscetíveis à especulação imobiliária. Fica clara a intenção do projeto, que é o lucro por parte de empreendedores que veem possibilidade econômicas e financeiras sobre a questão. É temeroso, e ao mesmo tempo absurdo, o que pode estar por trás dessa proposta.

“Podemos ser amigos simplesmente, coisas do amor nunca mais…”

Fernando Lobo - Dicionário Cravo Albin

Fernando Lobo, altamente inspirado

Paulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista, radialista e compositor pernambucano Fernando de Castro Lobo (1915-1996), ao compor “Chuvas de Verão”, retratou na letra o clima de confissões amorosas que prolongavam ou encerravam romances iniciados nos ambientes das boites dos anos 40 e 50.

A música, gravada originalmente por Francisco Alves, em 1949, pela Odeon, talvez não se tornasse um clássico, conforme reconheceu o próprio Fernando Lobo, não fora a versão gravada por Caetano Veloso, vinte anos depois.

Caetano Veloso juntou a beleza já existente na composição ao clima de rompimento amoroso, com uma delicadeza de tratamento que faltou à gravação original; a canção tem seu momento culminante no verso que repete o título, definindo com lirismo e precisão a transitoriedade dos romances de ocasião.

CHUVAS DE VERÃO
Fernando Lobo

Podemos ser amigos simplesmente
Coisas do amor nunca mais
Amores do passado, no presente
Repetem velhos temas tão banais

Ressentimentos passam como o vento
São coisas de momento
São chuvas de verão
Trazer uma aflição dentro do peito.
É dar vida a um defeito
Que se extingue com a razão

Estranha no meu peito
Estranha na minha alma
Agora eu tenho calma
Não te desejo mais

Podemos ser amigos simplesmente
Amigos, simplesmente, nada mais

Na era moderna, qualquer imbecil pode se julgar capaz de ser eleito presidente

Charge do Zé Dassilva: Debate presidencial - NSC Total

Charge do Zé Dassilva (NSC Total)

Carlos Newton

A legislação é restritiva quanto ao exercício de grande número de profissões, impondo uma série de providências para assegurar que os especialistas prestem serviços de qualidade. Mesmo assim, há distorções, que começam no excessivo número de faculdades ou cursos para certas profissões, que acabam deixando a desejar. O problema não é somente na filial Brazil, pois também ocorre em outros países, como na própria matriz USA, que nos exporta boas e más ideias.

Devido ao baixo nível dos advogados, os americanos criaram uma prova adicional – o “Bar Examination”, que nada tem a ver com boteco. No caso, “bar” é como se chama a barra ou cercado que nos julgamentos separa o público que assiste às sessões.

MUITAS DIFERENÇAS – Na matriz, o curso de Direito tem apenas três anos, enquanto aqui na filial são cinco. Mas a maior diferença é a qualidade do ensino. No Brasil não há fiscalização, há faculdades demais, muitas funcionam só no final de semana. Com as aulas home office, então, o sistema “pagou passou” se esculhambou de vez.

Há cerca de 1,8 mil cursos jurídicos no país e, atualmente, têm mais de 700 mil alunos matriculados. E somos recordistas mundiais, com um advogado para cada 164 habitantes. É claro que a grande maioria não sabe advogar, os clientes que se danem.

Agora, querem fazer exame para os acadêmicos formados em Medicina, outra profissão que tem cursos demais no Brasil e qualidade de menos no atendimento.

E NA POLÍTICA? – Infelizmente, não há cursos de Política. As exigências para ser presidente da república são mínimas – ter 35 anos, ser brasileiro nato, alfabetizado e estar no gozo dos direitos políticos, com ficha limpa.

É claro que um líder político talentoso, formado pela faculdade da vida, hipoteticamente tem condições de ser um prestigiado presidente. Para tanto, bastaria que tivesse um programa de governo consistente e um ministério à altura.

No caso do Brasil, o problema é que temos elegido presidentes sem a devida instrução e experiência, como Lula da Silva, Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro, que não sabem governar, mas se julgam o máximo e não sabem delegar poderes a ministros que tenham qualificação.

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P.S. 1
Na matriz USA, o exame Bar é totalmente estatal, pois concebido e executado por órgãos jurídicos estaduais. Aqui na filial, quem produz e aplica a prova é a Ordem dos Advogados do Brasil.

P.S. 2 É constrangedor ver figuras como Lula, Dilma e Bolsonaro a dar peruadas em assuntos econômicos, científicos e jurídicos. É claro que governos assim, tipo bagaça, não podem dar certo. O padrão de presidente deveria ser como Itamar Franco, um engenheiro que soube formar uma equipe e obrigou todos os ministros e auxiliares a andar na linha. A gente era feliz e nem sabia. (C.N.)  

Eleições de 2026 ainda estão longe, mas os preparativos se intensificam

Charges para rir, chorar e pensar a política dos nossos dias – livro leve  solto

Charge do Glauco (Arquivo Google)

Vicente Limongi Netto

Eu gostava de conversar política com o eterno craque, jornalista e cronista Paulo Pestana. Discreto e isento, ele pontuava o secretário de governo do DF, José Humberto, como nome forte para futuras rinhas políticas. Nessa linha, o próprio José Humberto (Eixo Capital- Correio Braziliense – 4/06), habitualmente de poucas palavras, soltou a língua no programa CB Poder.

Afirmou está aberto para conversas políticas, sob o comando do governador Ibaneis Rocha. Eleições de 2026 estão longe. Mas certezas, planos, conchavos, especulações, composições partidárias, tudo circula fartamente. O cardápio é farto e variado.

NOVAS LIDERANÇAS – Para todos os gostos. Com pratos saborosos, salgados, insossos, apimentados. É a política. Surgirão novas lideranças. Sempre bom sonhar com política grandiosa. Voltada para os interesses coletivos. Não há como fugir dela.

Tarefa de Ibaneis será árdua e meticulosa. Escalar time para não perder. Os adversários são aguerridos. Já estão com sebo nas canelas. Bolsonaristas surgirão com sangue nos olhos. Ibaneis senador, Celina Leão, governadora. Ibaneis tem o poder e a caneta cheia de tinta.

Deputados federais e distritais tentarão reeleição. Outros nomes vão querer entrar nas disputas. José Humberto poderia ser vice de Celina, ou suplente de Ibaneis.

DOIS SENADORES – Para o senado são duas vagas. Há quem prefira o operoso e experiente Paulo Otávio para vice-Governador de Celina. Chapa forte. Ou o ex-senador, ministro aposentado do Tribunal de Contas da União (TCU), operoso administrador de 3 cidades-satélites,  Valmir Campelo, para suplente de Ibaneis ou de Paulo Otávio, em chapa para o Senado. O PSDB trabalha para voltar a ter bons espaços na política brasiliense. Foi Valmir Campelo, como deputado constituinte, o autor do Fundo Constitucional que assegurou recursos para o Distrito Federal.

MÚSICA NO MUSEU – No Rio de Janeiro, Sergio Costa e Silva ganhou um grande presente de aniversário. Dia 27 de março passa a ser Dia da Música no Museu, decreto da Assembleia Legislativa, por iniciativa do Deputado Átila Nunes, e que foi inserido  no calendário oficial do Estado do Rio de Janeiro.

‘Música no Museu’, projeto cultural criado por Sergio Costa e Silva, aliás, é Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Rio de Janeiro e da Cidade do Rio de Janeiro.

Projeto abre espaço para Estados cobrarem imposto de herança

Medida está em minuta do segundo PL de regulamentação da reforma

Pedro do Coutto

Reportagem de Bianca Lima, Álvaro Gribel e Mariana Carneiro, Estado de S. Paulo, edição de ontem, acentua que a pedido dos Estados, o Ministério da Fazenda deve aproveitar o segundo projeto de lei complementar da reforma tributária, a ser enviado nesta semana ao Congresso, para detalhar a taxação sobre herança e doação no exterior, além de abrir caminho para a tributação de planos de previdência privada que visem ao planejamento sucessório.

Ambas as cobranças são alvo de longas disputas no Judiciário, inclusive no Supremo Tribunal Federal. Segundo interlocutores ouvidos pela reportagem, a inclusão desse tema no próximo texto da reforma – o qual abordará aspectos federativos do novo sistema – tem o objetivo de atender a uma demanda dos governadores. Isso porque esse tipo de tributação é de competência estadual e se dá por meio do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD).

MUDANÇAS – Dentre as modificações previstas no texto constitucional está a exigência de que o ITCMD seja progressivo em relação ao valor da transmissão. Ou seja: quanto maior o montante recebido pelo herdeiro ou beneficiário da doação, maior será a alíquota aplicada. O Estado também pode optar por criar uma faixa de isenção e realizar uma cobrança única acima desse patamar. Em todos os casos, a alíquota máxima não pode ultrapassar 8%.

Já existe, porém, uma resistência no Congresso em votar esse projeto dentro da Reforma Tributária. É procedente, pois taxar heranças e aplicações da Previdência Privada significa uma bitributação, fato que não encontra amparo na lei. A dificuldade que o governo encontrará em aprovar tais medidas está no fato de que só poderiam ser implementadas por lei complementar, exigindo maioria absoluta do Congresso. Não pode ser através de quórum simples, mas metade mais um de senadores e deputados.

Esse assunto volta e meia retorna às pautas, mas a questão significa um fator de desgaste político. Mais um entre os que o governo enfrenta. Lula parte em busca da popularidade perdida, mas não será através de projetos como esse que alcançará o seu objetivo.

Olhos tristes, que encantavam a assustavam a poeta Henriqueta Lisboa

Henriqueta LisboaPaulo Peres
Poemas & Canções

A consagrada poeta mineira Henriqueta Lisboa (1901-1985), no soneto “Olhos Tristes”, tem a sensação de uma despedida através de renúncias repetidas.

OLHOS TRISTES
Henriqueta Lisboa

Olhos mais tristes ainda do que os meus
são esses olhos com que o olhar me fitas.
Tenho a impressão que vais dizer adeus
este olhar de renúncias infinitas.

Todos os sonhos, que se fazem seus,
tomam logo a expressão de almas aflitas.
E até que, um dia, cegue à mão de Deus,
será o olhar de todas as desditas.

Assim parado a olhar-me, quase extinto,
esse olhar que, de noite, é como o luar,
vem da distância, bêbedo de absinto…

Este olhar, que me enleva e que me assombra,
vive curvado sob o meu olhar
como um cipreste sobre a própria sombra. 

Até quando o STF continuará aceitando as arbitrariedades do ministro Moraes

André Marsiglia | Regulação das redes não tem bicho papão, ministro Barroso

Barroso se omite e tenta desconhecer erros de Moraes e Toffoli

Carlos Newton

O pessimismo é um sentimento cavernoso, que todos devemos evitar. No meu caso, tento ser otimista nesta vida que se alonga, procuro fugir de notícias ruins, mas esse comportamento é rigorosamente proibido para certas profissões, como o jornalismo noticioso, a medicina de emergência e a atividade policial, entre outras atividades que nos colocam em contato com o que há de pior na vida, como as calamidades, as doenças, os crimes e as deformações de caráter em todas as camadas sociais.

No momento, sou obrigado a trabalhar a crise que o país enfrenta, devido ao apodrecimento simultâneo dos três Poderes da República. Procuro ser otimista, lembrando o alto astral de Juscelino Kubitschek, a seriedade de Tancredo Neves e a honradez de Itamar Franco, e não me surpreendo citando três admiráveis políticos de Minas Gerais.  

NÃO HÁ SONHO – Na verdade, os políticos mineiros sempre deram lições ao país. Porém, “Minas não há mais”, disse o poeta Carlos Drummond de Andrade. Ou seja, temos de nos socorrer com outras lideranças que precisam surgir, mas a maldita polarização não permite.

Os três Poderes estão decadentes por culpa do Supremo, que ressuscitou politicamente um criminoso vulgar como Lula da Silva, a pretexto de salvar a democracia. Mas é mesmo muita pretensão… Todos sabem que no Brasil quem evita golpes e protege o regime democrático é o Alto Comando do Exército, que não transfere essa prerrogativa a nenhum outro poder. Mas o Supremo fica com essa conversa fiada,

E o pior é que, com base na ficção desse salvamento da democracia, o Judiciário quer se transformar num superpoder, demonstrando uma arrogância que depõe contra o mais importante colegiado do país

FALSA SUPERIORIDADE – Esse súbito complexo de superioridade fez o Supremo se enlamear todo. Tinha obrigação de respeitar ao máximo a Lava Jato, que foi a fase de ouro de nosso Judiciário, porém o STF fez tudo às avessas. 

Hoje, para os cidadãos-contribuintes-eleitores, chega a ser vergonhoso acompanhar a carreira desses onze ministros togados. São incapazes de fazer a menor autocrítica. Pelo contrário, cada um protege e esconde os erros dos outros, como tem ocorrido com Toffoli e Moraes, hoje os mais visados.

Essa conivência fez com que transformassem o ministro Alexandre de Moraes num caricato semideus, que denuncia, acusa, julga e condena,  ao mesmo tempo. Mas tudo precisa ter limites. e no final de semana o ministro viu-se obrigado a se afastar do inquérito contra dois militares que o ameaçaram. Sob pressão da OAB, declarou-se suspeito e se afastou do caso.

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P.S. 1
Mesmo assim, foi apenas uma decisão pela metade. Moraes aceitou se declarar suspeito, mas esqueceu de cancelar as prisões. E ainda continua como vítima, acusador e juiz no caso do Aeroporto de Roma, que apura aquela agressão que não houve, cujas imagens o ministro mantém sob sigilo, para não passar ainda maior vergonha.

P.S. 2Qualquer estudante de Direito percebe que Moraes não tem condição de integrar o Supremo. Para ele, o manto não significa uma honraria, é apenas um fardo. Diante desses fatos, que são públicos e notórios, rigorosamente verdadeiros, como aceitar que algum brasileiro se diga otimista? (C.N.)

Mídia profissional tem confiança maior de paulistanos que redes

Charge do Cazo(blogdoaftm.com.br)

Pedro do Coutto

Reportagem da Folha de S. Paulo de ontem, com base em pesquisa contratada pelo jornal sobre hábitos de consumo de informação dos paulistanos, feita nos dias 27 e 28 de maio com 1.092 eleitores, apontou que o morador da cidade de São Paulo confia mais na mídia profissional do que nas redes sociais na hora de se informar sobre a eleição municipal deste ano. A margem de erro é de três pontos percentuais.

Os jornais impressos lideram numericamente esse ranking de confiabilidade, com 49% dos ouvidos relatando confiar na informação por eles publicadas. Já 11% dizem confiar parcialmente e 38% não confiam no que é veiculado. Na sequência, no mesmo patamar, vêm os programas jornalísticos de rádio (48%, 13% e 36%, respectivamente) e de TV (46%, 15% e 38%).

CONFIABILIDADE – O X (antigo Twitter) é a rede social mais bem colocada, marcando 31%, 15% e 52%, enquanto as outras citadas ficam em patamar bem mais abaixo, flutuando em torno de 14% de confiabilidade e 70% de desconfiança total. O WhatsApp, rede campeã de audiência na cidade, com 88% de moradores a utilizando, só é visto como veículo confiável de notícias de política ou eleições por 13%. Outros 14% confiam em parte no que leem e 72%, não confiam.

No fundo da questão, as redes sociais representam um campo livre para que qualquer um seja capaz de dizer qualquer coisa, confundindo, muitas vezes, a realidade com o desejo pessoal. No jornalismo, as matérias que chegam às redações são analisadas por editores que têm poder de publicá-las ou não, tendo por base várias versões e a veracidade dos fatos. Essa diferença é essencial, sobretudo para conter a desinformação.

DESINFORMAÇÃO – Por isso, é muito menos provável que o jornalismo profissional incorra nos descalabros observados nas redes sociais. A desinformação vista nas mídias não profissionais ocorre em virtude da quase total falta de controle sobre o que é publicado. Nos jornais tradicionais, profissionais conseguem filtrar o que é verdadeiro ou não através da apuração. Não significa censura prévia,mas análise dos fatos.

As fake news crescem progressivamente nas redes sociais, como afirmei anteriormente, pela confusão do que é fato e o se deseja que seja a realidade. É preciso, para que isso seja minimizado, que as plataformas sigam as regras da imprensa que preveem um sistema de bom senso. A margem dos que confiam nos jornais tradicionais é muito grande.

Os produtores de conteúdos que visam enganar grandes parcelas da população, de forma intencional, se baseiam em inverdades e tentativas de falsificação de conteúdos políticos ou econômicos sociais, sobretudo, atualmente. Felizmente, os que buscam a informação verdadeira sabem que o jornalismo profissional é a fonte mais confiável para ter-se a correta apuração dos fatos e a contraposição de várias versões e ideias.

Todo poeta precisa sonhar, para se livrar de um mundo cada vez mais vil

Helena Kolody

Helena Kolody criou versos geniais

Paulo Peres
Poemas & Canções

A professora e poeta paranaense Helena Kolody (1912-2004), no soneto “Sonhar”, explica o tamanho do sonho e da pureza que são necessários para viver neste mundo.

SONHAR
Helena Kolody

Sonhar é transportar-se em asas de ouro e aço
Aos páramos azuis da luz e da harmonia;
É ambicionar o céu; é dominar o espaço,
Num voo poderoso e audaz da fantasia.

Fugir ao mundo vil, tão vil que, sem cansaço,
Engana, e menospreza, e zomba, e calunia;
Encastelar-se, enfim, no deslumbrante paço
De um sonho puro e bom, de paz e de alegria.

É ver no lago um mar, nas nuvens um castelo
a luz de um pirilampo um sol pequeno e belo;
É alçar, constantemente, o olhar ao céu profundo.

Sonhar é ter um grande ideal na inglória lida:
Tão grande que não cabe inteiro nesta vida,
Tão puro que não vive em plagas deste mundo

Piada do Ano! No combate às fake news, Brasil está à frente da Europa e dos EUA

Moraes afasta rumores de que inquérito das fake news será arquivado

Moraes perdeu o rumo e criou uma ditadura dentro do TSE

Carlos Newton

Entraram em vigor no dia 7 de janeiro deste ano as regras da União Europeia contra as fake News, recentemente elogiadas pelo ministro Alexandre de Moraes, que no dia 22 de maio chegou a sugerir que o Brasil seguisse o exemplo da UE. Na ocasião, tivemos de contestar aqui na Tribuna da Internet as declarações do ministro, porque ficou claro que ele jamais se interessou em ler e estudar essas normas europeias.

Ao agir assim tão irresponsavelmente, na verdade o ministro do Supremo acabou transmitindo ao país uma tremenda fake news, sem a menor base na realidade.

CIBERSEGURANÇA – O mais interessante é que não existe uma lei europeia contra fake news, como vem sendo apregoado aqui no Brasil. o que há é apenas uma “Estratégia Nacional de Cibersegurança”, que os países-membros devem seguir, mas cada um com suas próprias leis, como é o sistema da União Europeia. E até agora nenhum dos países-membros já aprovou suas normas.

Quando Alexandre de Moraes estava na presidência do Tribunal Superior Eleitoral, atropelou por fora e se apressou em criar sua própria lei contra fake news, sem passar pelo Congresso e sem consultar ninguém.

Assim, podemos chamá-la de Lei Moraes, no estilo da Viúva Porcina, aquela que foi sem ter sido…, como dizia Dias Gomes. E assim a Lei Moraes entrou clandestinamente em vigor na eleição de 2020, sem ter sido sancionada pelo presidente da República, que à época era Jair Bolsonaro.  

HÁ DIFERENÇAS – As normas europeias mandam que cada país crie uma comissão específica, chamada de Comitê de Resposta, para “monitorizar e analisar ciberameaças, vulnerabilidades e incidentes a nível nacional.

O Comitê deve “ativar os mecanismos de alerta rápido, enviar mensagens de advertência, fazer comunicações e divulgar informações às autoridades e a outras partes interessadas, se possível em tempo quase real.

Na Europa, até agora não está formado nenhum comitê, mas no Brasil o próprio Moraes, como presidente do TSE, criou em 2020 uma comissão formada por agentes da Polícia Federal, comandada por um delegado, que recebia denúncias ou agia por conta própria, para requerer que o ministro retirasse postagens perfis e youtubes das redes sociais, fizesse bloqueios e até desmonetizações.

ATOS DITATORIAIS – No embalo da embriaguez do poder, o ministro e sua comissão de policiais foram cada vez mais além e fizeram prisões, buscas e apreensões, suspensões de passaportes e bloqueio de contas bancárias, sem devido processo legal ou direito de defesa, como se fossem detentores de um AI-5 modernoso, em plena democracia.

Por essas e muitas outras excentricidades, Alexandre de Moraes foi ficando famoso no exterior e já teve sua foto exibida na Câmara de Representantes dos EUA, uma situação deplorável para qualquer pessoa, nem precisa ser ministro do Supremo.

Portanto, antes que a situação se complique cada vez mais, seria recomendável que o ministro desfizesse sua comissão de policiais federais, anulasse todos os seus atos irregulares e passasse a respeitar as leis do país, como se exige a qualquer cidadão.

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P.S. –
Com seus atos espúrios, Moraes está criando uma legião de cidadãos brasileiros que podem pedir indenização por responsabilidade civil do Estado, aplicando-se a teoria do risco administrativo, com a obrigação estatal de indenizar sempre que vier a causar prejuízo a terceiros, conforme está previsto no artigo 37 da Constituição, parágrafo 6º. por exemplo, é líquido e certo o direito de serem indenizadas essas vítimas da comissão ilegal criada por Moraes. (C.N.)

Juros bancários praticados no Brasil são um enorme desestímulo aos poupadores

Ainda mais difícil explicar nossas altíssimas taxas de juros – blog da  kikacastro

Charge do Glauco (Arquivo Google)

José Carlos Werneck

Circula na Internet desde 2013 o seguinte texto: “Se um correntista tivesse depositado R$ 100,00 (cem Reais) na poupança em qualquer banco, dia 1º de julho de 1994 (data de lançamento do Real), teria hoje na conta R$ 374,00 (trezentos e setenta e quatro reais). Se esse mesmo correntista tivesse sacado R$ 100,00 (cem Reais) no Cheque Especial, na mesma data, teria hoje uma dívida de R$139.259,00 (cento e trinta e nove mil e duzentos cinquenta e nove reais) no mesmo banco. Ou seja: se tivesse usado R$ 100,00 do Cheque Especial hoje estaria devendo o equivalente a onze carros populares. Já com o valor da poupança conseguiria comprar apenas dois pneus. Não é à toa que o Bradesco teve em torno de R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais) de lucro líquido somente no 1º semestre de 2013, seguido de perto pelo Itaú. Dá para comprar um outro banco por semestre! Campanha pela Reforma Tributária e Financeira no Brasil, já! Se você passar para frente esta mensagem, já estará contribuindo!”

O texto é impressionante e continua sendo retransmitido na internet, apesar de necessitar de atualização monetária que o tornará ainda mais aterrador.

ANTIPOUPANÇA – Spread bancário é a diferença entre os juros que o banco cobra ao emprestar e a taxa que ele mesmo paga ao captar dinheiro, O valor do spread varia de acordo com cada operação, dependendo dos riscos envolvidos e, normalmente, é mais alto para pessoas físicas do que para as empresas.

Realmente, o spread bancário no Brasil é um total desestímulo ao poupador e todos sabem que a riqueza dos cidadãos se faz com poupança. Isso é válido para qualquer país do mundo.

No Brasil, os juros pagos ao poupador são uma piada e um desestímulo total às pessoas que precisam poupar, para ter um futuro um pouco melhor. O pouquíssimo dinheiro que sobra vai para o consumo, muitas vezes de itens supérfluos.

MUITAS CAUSAS – O elevadíssimo spread no Brasil é reflexo da situação macroeconômica do país, da estrutura de nosso sistema bancário, da assimetria de informação, dos altos custos de intermediação financeira, da insegurança jurídica, além de outros fatores.

É a lógica básica utilizada pelos bancos para obter lucro, ou seja, é a diferença entre o que o banco paga a um investidor para obter os recursos e o que ele cobra para emprestar esses mesmos recursos.

Resumindo: quanto maior o spread bancário, maior será o lucro dos bancos nas operações e mais caro serão os juros que os clientes pagarão ao utilizarem empréstimos e financiamentos. Assim se torna humanamente impossível que a maioria das pessoas possam sonhar com a casa própria, a educação dos filhos e uma velhice menos amarga.

Trump e Bolsonaro arrasam os manguezais morais e éticos dessa democracia moderna

Podcast debate como Trump estimulou teorias conspiratórias - 14/03/2024 - Podcasts - Folha

Após o julgamento, Trump atacou todo mundo, inclusive o juiz

Roberto Nascimento

Em relação à tragédia climática no Sul, a solução chinesa das cidades-esponjas, implantada o na China pelo arquiteto e paisagista Kongjian Tu, é umá proposta que pode ser viável, por prever uma mais absorção das águas das chuvas, ser eficaz e de baixo custo.

Yu acredita que o modelo tradicional, centrado no concreto e focado em represas, barragens, piscinões e canais de drenagem, que fracassaram no Rio Grande do Sul, deve ser acrescido pelo sistema de conter as águas através de vegetação, manguezais, ações verdes, que funcionam como esponjas.

Em São Paulo, há uma lei que obriga a manter uma área verde em toda construção. Deveria ser adotada em todas as cidades do país.

POUCO MUDOU – Depois da Pandemia, pouca coisa mudou na percepção humana das tragédias, portanto, não creio que mudará muito, quando a poeira abaixar e as águas voltarem ao curso normal no Rio Grande do Sul.

O mercado não tem nenhuma disposição para resolver a crise climática. A única preocupação do mercado é o lucro. No Estadão, um artigo do lendário Thomas Friedman aborda os manguezais cortados na Mata Atlântica e os manguezais destruídos da sociedade americana por Trump.

Friedman destaca a importância dos manguezais para o ecossistema: suas raízes trançadas servem de criadouros de peixes e crustáceos, porque impedem a entrada dos predadores, além de absorver parte das toxinas da poluição marinha.

MANGUEZAIS MORAIS – Como os manguezais da Mata Atlântica, também estão sendo destruídos os manguezais morais e políticos da sociedade americana. A sociedade da maior democracia do mundo não se importa mais com os vigaristas, os mentirosos, os corruptos, os sonegadores, os misóginos e com homens como Trump.

O bilionário não ligou para o filho recém-nascido, foi se encontrar com a prostituta famosa e mandou seu advogado pagar pelo serviço. Mas os apoiadores de Trump não ligam para esses deslizes do seu ídolo, que sabe conduzir com maestria esse tipo de gado eleitoral.

Brasil e Estados Unidos estão cada vez mais iguais, na substância e no conteúdo. Donald Trump, apesar de tudo o que ele fez, se mantém em primeiro lugar nas pesquisas nas eleições presidenciais do dia 5 de novembro deste ano.

BRASIL E EUA – O manguezal moral da América foi cortado, vale tudo nos EUA. O que vejo de semelhança com o Brasil, é que ocorre o mesmo com Bolsonaro. Ele também destruiu filtros morais da sociedade brasileira e seus apoiadores continuam firmes com ele.

Sua atuação na Pandemia, a venda de joias por meio ilegal, a falsificação da carteira de vacinação, o planejamento do golpe de Estado, o uso da máquina pública em eventos comemorativos da República para atacar o Judiciário, o incentivo a política de armas para todos, tudo isso e muito mais, numa ampla destruição de manguezais morais e éticos.

Bolsonaro, será candidato em outubro de 2026. O Congresso prepara uma anistia ampla, geral e irrestrita para o mito e todos os envolvidos na tentativa do golpe de Estado. no dia oito de janeiro. O exemplo de Donald Trump está tão vivo que sinto o rufar dos tambores aqui no Brasil.

Condenação de Trump: um forte abalo na campanha do ex-presidente americano

O ex-presidente americano foi considerado culpado de 34 imputações

Pedro do Coutto

A decisão do Tribunal de Nova York sobre Donald Trump foi um acontecimento terrível para a sua campanha na tentativa de voltar à Casa Branca. O ex-presidente americano foi considerado culpado, na quinta-feira, de 34 imputações referentes a três casos relacionados à falsificação de registros comerciais antes das eleições presidenciais de 2016, incluindo o suposto suborno de US$ 130 mil da atriz pornô Stormy Daniels para abafar um caso extraconjugal que mantiveram dez anos antes, e que ele sempre negou. Segundo a agência Reuters, as penas, somadas, podem chegar a 136 anos de prisão.

Trump foi denunciado, tornando-se o primeiro presidente dos EUA a enfrentar acusações criminais. Os promotores alegaram que Trump esteve envolvido em uma conspiração para minar a integridade da eleição de 2016, participando de um plano ilegal para suprimir informações negativas que potencialmente poderiam ser prejudiciais à campanha eleitoral.

PAGAMENTO – Trump também foi acusado pelo suposto pagamento de US$ 30 mil em troca do silêncio de um porteiro da Trump Tower que dizia ter informações sobre um suposto filho ilegítimo do republicano e de propina a uma suposta ex-amante que cobrou US$ 150 mil para não tornar a relação pública.

Na sexta-feira, Trump voltou à carga contra o julgamento, que descreveu como “fraudado” durante um pronunciamento de 33 minutos na Trump Tower, em Nova York, no qual afirmou que apelará do veredicto. Sem provas, o republicano alegou que sua condenação criminal trata-se de uma instrumentalização política da Justiça e uma “caça às bruxas”, transformando o discurso em um mini comício ao fazer ataques contra o presidente Joe Biden e seus aliados democratas.

FORTE GOLPE – Trump recebeu um forte golpe, tanto que saiu atirando em todas as direções. Não creio que se tenha um precedente deste tipo na história americana. Afinal, os jurados decidiram por unanimidade. Agora as ações serão objeto de divisão, pois são 34 fatos, havendo condenação de todos esses. Não se trata de contestar apenas, mas de analisar os seus reflexos que não são bons para o ex-presidente. As penas têm que variar, pois a importância dos delitos praticados não são iguais.

Há ainda os reflexos estaduais quanto às aplicações das condenações porque há regiões em que o nome de Trump não poderá constar nas cédulas. O golpe foi incrível e sua candidatura desabou. Joe Biden agora joga para explorar o declínio de Trump. Foi uma bomba que explodiu junto à legenda republicana. Tenho a impressão que o pleito de novembro estará decidido em grande parte por consequência do julgamento de Nova York. Trump naufragou e a unanimidade é um fato que reforça o abalo ao qual foi submetido. Não creio que se recupere.

Lá no alto, a alma de Tom Jobim cantava, quando ele via o Rio de Janeiro

95 anos do nascimento de Tom Jobim | PSTU

Tom Jobim, um carioca de verdade

Paulo Peres
Poemas & Canções

O maestro, instrumentista, arranjador, cantor e compositor carioca Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (1927-1994) é considerado o maior expoente de todos os tempos da música brasileira e um dos criadores do movimento da bossa nova. A letra de “Samba do Avião” expõe a alegria de Tom Jobim ao avistar o Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa, que ele descreve como um cartão postal. Essa bossa nova foi gravada pelo grupo Os Cariocas no LP A Bossa dos Cariocas, em 1962, pela Philips.

SAMBA DO AVIÃO
Tom Jobim

Minha alma canta
Vejo o Rio de Janeiro
Estou morrendo de saudade
Rio, teu mar
Praias sem fim
Rio, você foi feito pra mim

Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar

Rio de sol, de céu, de mar
Dentro de mais um minuto
Estaremos no Galeão
Aperte o cinto, vamos chegar
Água brilhando, olha a pista chegando
E vamos nós
Aterrar                

Parceria espúria com Lula derruba para 14% o índice de aprovação do Supremo

O cão que fuma...: Compensa, ou não compensa?

Charge do Zappa (humortadela.com)

Carlos Newton

Como ex-funcionário do IBGE, onde comecei a trabalhar antes de ser jornalista, não acredito muito em pesquisa eleitoral, devido às manipulações a que podem ser submetidas. Mas outros tipos de pesquisa podem e devem ser considerados da maior importância. É o caso da mais recente pesquisa do PoderData, uma das empresas subsidiários do Poder360, o importante portal de notícias originário do blog do jornalista político Fernando Rodrigues, que fez longa carreira na Folha de S. Paulo

O levantamento, realizado semana passada, de 25 a 27 de maio, indica que a avaliação positiva do Supremo Tribunal Federal caiu incríveis 17 pontos percentuais desde o início do terceiro mandato do presidente Lula da Silva.

DESPENCANDO – Notem que em dezembro de 2022, logo depois das eleições, a Suprema Corte desempenhava um trabalho “ótimo” ou “bom” para 31% dos eleitores – a maior taxa desde que o PoderData começou a fazer a pergunta, em junho de 2021, quando o Supremo já sofria dura críticas pela libertação e descondenação de Lula.

Agora, os percentuais de “ótimo” ou “bom” estão em 14% – os mais baixos desde o início da série histórica. Já a taxa dos que acham que o STF faz um trabalho “ruim” ou “péssimo” saltou 11 pontos percentuais, de 31% para 42%, em um ano.

Assim, retomou o patamar registrado ao final do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando era 40%. Há ainda 33% da população que avaliam a Corte como “regular”. Outros 11% não souberam responder.

EFEITO BOLSONARO – Segundo os analistas do PoderData, a avaliação do STF havia tido um refresco de setembro de 2022 a junho de 2023 – possivelmente. um reflexo da menor influência do ex-presidente Jair Bolsonaro na percepção da população.

Bolsonaro tinha uma relação conflituosa com a Corte e sua escalada retórica contribuía para que as taxas de “ruim”/”péssimo” avançassem, pois atingiram o ápice de 46% em setembro de 2022, em plena campanha eleitoral.

Na reta final das eleições de 2022 e no início do governo Lula, em especial depois dos atos extremistas do 8 de Janeiro, o discurso de que a Corte teria sido responsável por supostamente “salvar a democracia” parece ter arrefecido as críticas, egundo a análise do PoderData.

APOIO DE LULA – Agora, sem Bolsonaro e com apoio de Lula, o STF tem discutido temas sensíveis (aborto, responsabilização de jornais, 8 de Janeiro e porte de drogas) e entrado em conflito, inclusive, com o Congresso – que até já aprovou, no Senado, uma PEC para reduzir os poderes dos ministros togados, e agora falta a decisão da Câmara.

A sequência de duras decisões monocráticas e o ativismo do Supremo, pelo que indicam os dados acima, não tem agradado aos eleitores que elevam as críticas com mais rigor.

Espera-se que haja respeito a esse tipo de pesquisa e os ministros façam uma autocrítica de que é preciso parar com estranhas inovações, interpretações extravagantes e julgamentos eivados de suspeição.

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P.S.
– Neste sábado, dia 1º, houve um avanço, porque o ministro Alexandre de Moraes foi duramente criticado pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Beto Simonetti, e se declarou suspeito, abandonando o inquérito sobre ameaças a ele próprio e sua família.  Se estivesse entre nós, Machado de Assis repetiria sua célebre pergunta: “Mudou o Natal, mudamos nós ou mudou Moraes?”. (C.N.)

Trump torna-se o primeiro ex-presidente dos EUA a ser condenado por crimes dolosos

Trump é condenado por suborno de atriz pornô

Pedro do Coutto

Donald Trump tornou-se, nesta quinta-feira, o primeiro ex-presidente americano a ser condenado criminalmente na história dos Estados Unidos, após um júri popular considerá-lo culpado em todas as 34 acusações das quais era alvo em um caso sobre falsificação de registros de negócios para encobrir um escândalo sexual que ameaçava prejudicar a sua campanha presidencial em 2016.

O veredicto, cuja sentença está prevista para julho, finaliza um julgamento que testou a resiliência do sistema de justiça americano e que transformou o Trump em um criminoso condenado. O problema maior das condenações aplicadas ao ex-presidente pelo Tribunal de Nova York está agora nas penalidades a serem impostas pelos diversos casos  de transgressão.

PERSPECTIVA  – A derrota de Donald Trump foi total, não só pela singularidade do julgamento em bloco, mas por abrir a perspectiva de penalidades judiciais. Com isso, dificilmente ele poderá ser candidato nas eleições deste ano, uma vez que sofrerá fortes restrições certamente.

Após cinco semanas de testemunhos, os 12 jurados nova-iorquinos do Tribunal Criminal de Manhattan, em Nova York, deliberaram durante dois dias para decidir um caso decorrente da primeira candidatura de Trump à Casa Branca, quando, dizem os procuradores, ele perpetrou uma fraude contra o povo americano ao privá-los de informação vital antes das eleições de 2016.

FRAUDES – O júri concordou que Trump cometeu fraudes contábeis para esconder o real propósito de um dinheiro dado a seu ex-advogado Michael D. Cohen. Apesar de disfarçados de gastos legais comuns, os pagamentos na verdade eram o reembolso por US$ 130 mil dados por Cohen como suborno à atriz pornô Stormy Daniels para que não revelasse ter mantido uma relação sexual com Trump.

Existe agora uma questão mais ampla, uma vez que parte da sociedade americana mudará a sua intenção de voto, fortalecendo a posição de outros candidatos. Trump está sem argumentos. Afinal, o que poderá dizer diante de tantas reviravoltas? As respostas serão dadas pelas penalidades através das quais foi acusado. A sua situação não é nada boa e dificilmente conseguirá se desvencilhar da rede de condenações.