O tempo que marca a eternidade da poesia de Paulo Mendes Campos

Um desesperado e florido poema de amor, na obra de Paulo Mendes Campos -  Flávio ChavesPaulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista, escritor e poeta mineiro Paulo Mendes Campos (1922-1991) explica que o instante é tudo, no soneto “Tempo e Eternidade”. Em seus olhos, o tempo é uma cegueira e a eternidade uma bandeira aberta à solidão.

TEMPO E ETERNIDADE
Paulo Mendes Campos

O instante é tudo para mim que ausente
Do segredo que os dias encadeia
Me abismo na canção que pastoreia
As infinitas nuvens do presente.

Pobre do tempo, fico transparente
À luz desta canção que me rodeia
Como se a carne se fizesse alheia
À nossa opacidade descontente.

Nos meus olhos o tempo é uma cegueira
E a minha eternidade uma bandeira
Aberta em céu azul de solidões.

Sem margens, sem destino, sem história
O tempo que se esvai é minha glória
E o susto de minh’alma sem razões.

Empréstimo consignado para trabalhadores CLT terá efeito apenas temporário

A medida entrou em vigor na última semana

Pedro do Coutto

A partir da última sexta-feira foi  iniciada uma nova modalidade de crédito consignado, denominada de Crédito do Trabalhador. Desta vez, a ação tem como foco pessoas que operam na iniciativa privada de maneira formal, ou seja, que estão empregadas no regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A medida abrange empregadores rurais e domésticos, além dos microempreendedores individuais que, com a nova modalidade, poderão solicitar empréstimos com juros reduzidos.

De acordo com o governo federal, o lançamento de crédito consignado para esse setor da população tem como objetivo melhorar o cenário atual da economia, a partir da ampliação de créditos em condições mais vantajosas para o trabalhador.  Atualmente, o Brasil possui cerca de 47 milhões de trabalhadores que se enquadram no grupo atendido pela iniciativa.

SALVAGUARDA – Para o fornecimento de empréstimos a juros menores, o Crédito do Trabalhador terá como salvaguarda até 10% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ou 100% da multa rescisória, caso haja demissão sem justa causa.

Além disso, o pagamento será descontado diretamente na folha do trabalhador, por meio do eSocial, sistema do governo no qual os empregadores registram informações dos funcionários. As parcelas do empréstimo terão valor de até 35% da renda do trabalhador. Aqueles que já possuem empréstimo consignado poderão, a partir de 25 de abril, realizar a mudança para a nova modalidade. Já a portabilidade entre instituições financeiras está prevista para o dia 6 de junho.

TEMPORÁRIO – Diante deste cenário é importante destacar que novo empréstimo consignado no sentido de recuperar o índice de aprovação do governo, na realidade, só fará efeito no primeiro mês em que o trabalhador receber o crédito. Mas, esse efeito vai se diluir a partir do segundo mês, quando a realidade voltar a imperar e demonstrar que o consignado não é a solução para o problema financeiro dos milhões de brasileiros que estão recorrendo ao crédito bancário.

Não vai resolver porque no segundo ou terceiro mês o efeito se fará sentir, e os limites são margens críticas. É preciso verificar quem está recorrendo para se analisar que quem está buscando o consignado tem algum débito a resolver. O crédito proporciona o consumo imediato, mas o efeito não será duradouro. A ação não ajudará, de fato, a alterar a popularidade do governo.

Nossos jogadores brilham nos clubes, mas ainda deixam a desejar na seleção

Real Madrid x Barcelona tem duelo a parte entre Vini Jr e Raphinha

Raphinha e Vini Jr. precisam se entender melhor em campo

Vicente Limongi Netto 

Valeu pela vitória. Aos trancos e barrancos. Joguinho atroz. Mesmo assim, alegrou a torcida. Melhorou o ânimo. André na reserva é patetice de Dorival Junior.

A seleção continua confusa. Pouco inspirada, mostrando caminhada espinhosa para o hexa. Jogadores brilhando nos clubes, ainda devendo pela seleção. Finalizações medonhas.

Falta um líder em campo. Talvez Neymar. Messi não joga contra o Brasil. Teoricamente boa notícia para nós. Excelente a estreia do lateral do Flamengo, Wesley, de 21 anos. Mostrou personalidade. Merece ser titular. 

ALELUIA, ALELUIA! –  Deuses do bom futebol informam que Paulo Henrique Ganso está liberado para treinar e voltou ao campo neste sábado, dia 22.

Breve o cerebral meia do Fluminense estará encantando os estádios, com seu futebol vistoso, objetivo, altamente técnico. Características em falta, hoje, no combalido futebol pentacampeão do mundo. O Fluminense e os torcedores sofrem com a ausência do Ganso. O time fica feio, perdido, não evolui, não reage, joga de forma bisonha. 

Até a bola também está feliz com a volta de Ganso aos gramados. 

A DOR DA PERDA – Luto amarga a alma. Sangra o coração. Luto sussurra a tristeza em nossos ouvidos da amada. Desperta lembranças que invadem a solidão, porque o luto desperta carinhos. Leva sentimentos para o altar da ternura. Luto é o amor eterno. Mas também martiriza fundo, até os ossos.

Luto atormenta mãos impacientes, mas suaviza a eterna saudade. Luto convive com a aflição. Luto combate os ventos da sensatez. Luto embala a alma de agonias.  Luto fortalece o ânimo para viver. Sustenta boas recordações. Luto é o sofrimento à flor da pele. Luto é rosário espiritual. É a altivez da melancolia.

Nuvens no céu são ateliê do vento, na visão poética de Paulo Peres

Tribuna da Internet | No colo da mãe natureza, Paulo Peres criou versos nas  nuvens do ateliê do vento

Paulo Peres, grande poeta e compositor

Carlos Newton

O advogado, jornalista, analista judiciário aposentado do Tribunal de Justiça (RJ), compositor e poeta carioca Paulo Roberto Peres, inspirou-se na natureza para escrever o poema “Nuvens, Ateliê do Vento”.

NUVENS, ATELIÊ DO VENTO
Paulo Peres

A caneta do vento escreveu
Poemas de Nuvens

O cinzel do vento esculpiu
Mulheres de Nuvens

O pincel do vento pintou
Jardins de Nuvens

A caneta, o cinzel e o pincel
São veios infindos do vento

Qual estro, nos astros vagueiam
Raios de sonhos tangentes

Nuvens no céu,
Ateliê do vento,
No colo da mãe natureza

Relatório final do Orçamento de 2025 prevê superávit de R$ 15 bilhões para este ano

Superávit primário não reflete a realidade do país

Pedro do Coutto

O relatório final do projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 prevê um superávit para este ano de R$ 15 bilhões em vez dos R$ 3,7 bilhões estimados no texto original do governo. Os resultados excluem a despesa com precatórios, de R$ 44,1 bilhões, dedução que foi permitida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A meta fiscal para o ano é de equilíbrio entre receitas e despesas, portanto, déficit zero. Mas o arcabouço fiscal admite um déficit de até R$ 31 bilhões para 2025. O relator do Orçamento afirma que o superávit maior decorre principalmente da estimativa de receitas feita pela Comissão Mista de Orçamento no ano passado com acréscimo de R$ 22,5 bilhões.

ESTIMATIVA – “Em razão do teto de gastos em vigor, o excesso de arrecadação estimado no relatório da receita, após a repartição tributária com estados, Distrito Federal e municípios e a complementação da União ao Fundeb, contribui para melhorar a projeção desse resultado”, explica o senador.

O ministro do STF Flávio Dino decidiu que o aumento das emendas não poderia ser maior que o aumento das despesas não obrigatórias do Executivo, nem superior ao limite de crescimento do teto de gastos do arcabouço fiscal ou do que a variação da Receita Corrente Líquida, o que fosse menor. Isso vale até que o Supremo decida sobre o caso da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7697, que trata da execução de emendas parlamentares.

PEQUENA PARCELA – Apesar da apresentação de um superávit primário na ordem de R$ 15 bilhões, a parcela é muito pequena em face do orçamento cujo total oscila em cerca de R$ 6 trilhões. É exatamente o caso que focalizamos na edição de ontem de não se considerar as despesas com os juros pela rolagem da dívida interna brasileira. No ano passado, o orçamento estava na escala de R$ 5,7 trilhões. Como se verifica, o endividamento representa 80% do Produto Interno Bruto.

A dívida está na escala de R$ 600 milhões. Logo, não há superávit nenhum de R$ 15 bilhões. O confronto de receita de um lado e despesa de outro, não considera os juros da dívida. Não sei porque os jornais não citam os números absolutos da economia, limitando-se a citar percentuais. Mas os percentuais são sobre o quê? No caso brasileiro, em cima de R$ 600 bilhões. Portanto, o superávit primário ou o déficit primário não refletem a realidade da questão.

“Nada a temer senão o correr da luta, nada a fazer senão esquecer o medo…”

A vida do menino que vendia balas e emocionou Luiz Carlos Sá - Flávio Chaves

Luiz Carlos Sá, grande compositor

Paulo Peres
Poemas & Canções

O advogado, cantor e compositor carioca Luiz Carlos Pereira de Sá, o Sá do trio Sá, Rodrix e Guarabira, com seu parceiro Sergio Magrão, fala na letra de “Caçador de Mim” sobre os polos da vida: momentos de doçura, bondade, ferocidade e agressividade.

Portanto, a vida tornou o compositor um “buscador” de si mesmo, à procura daquilo que, realmente,  faz-lhe sentir-se em paz e harmonia consigo mesmo.

A música “Caçador de Mim” transformou-se em um grande sucesso, gravada por Milton Nascimento, em 1981, no LP Caçador de Mim, pela Ariola.

CAÇADOR DE MIM
 Sérgio Magrão e Luiz Carlos Sá

Por tanto amor, por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz, manso ou feroz
Eu caçador de mim

Preso a canções, entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar longe do meu lugar
Eu caçador de mim

Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito à força numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura

Longe se vai sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir o que me faz sentir
Eu caçador de mim.

BC aumenta taxa básica de juros para 14,25%, maior patamar desde governo Dilma

A decisão foi unânime entre os integrantes do Copom

Pedro do Coutto

O Comitê Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu nesta semana, como esperado, elevar a taxa básica de juros (Selic) em um ponto percentual, para 14,25% ao ano. Foi a terceira alta seguida nesta magnitude, dentro de um ciclo de elevações que começou em setembro passado.

A decisão foi unânime entre os integrantes do comitê. A taxa de juros igualou assim o nível observado entre o final de julho de 2015 até outubro de 2016. Caso o BC opte por algum novo aumento na próxima reunião, a Selic alcançará o maior patamar em quase 20 anos.

COMUNICADO –  O Comitê comentou no comunicado que o cenário mais recente é marcado por “desancoragem adicional das expectativas de inflação, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista”.

O comunicado informa ainda que, “diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião”.

“Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.”

PROJEÇÕES – Nas projeções para a inflação à frente, houve ligeira redução na projeção do IPCA fechado de 20025, de 5,2% (pela estimativa da reunião de janeiro) para 5,1%. Para os preços livres, a projeção foi elevada de 5,2% para 5,4%, enquanto a previsão para os preços administrados recuou de 5,2% para 4,3%. Já as estimativas para a inflação no terceiro trimestre de 2026 caíram, de 4,0% para 3,9% no IPCA cheio. A variação dos preços livres foi mantida em 3,8% e a dos preços administrados recuou de 4,6% para 4,2%.

Com  a decisão de elevar a taxa Selic para 14,25% ao ano, o Copom aumentou o endividamento numa escala de algumas dezenas de bilhões de reais. Não sei porque o processo de informação sobre o endividamento revela as percentagens dos aumentos ocorridos, mas não focalizam os números absolutos no crescimento da dívida. Não tendo dinheiro suficiente para pagar os juros anuais, o governo se vê na obrigação de emitir mais valores para a rolagem dos pagamentos. O aumento da Selic vem causando progressivamente a incorporação dos juros ao montante da dívida e deixa a certeza de que esta se tornará eterna.

Uma poesia mais livre e espontânea ansiada por Rachel de Queiróz

Quando se houverem acabado os soldados... Rachel de Queiroz - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

A romancista, contista, tradutora, jornalista e poeta cearense Rachel de Queiróz (1910-2003), em “Geometria dos Ventos”, mostra a poesia livre, sem limites de idioma, espontânea.

GEOMETRIA DOS VENTOS
Rachel de Queiróz

Eis que temos aqui a Poesia, a grande Poesia.
Que não oferece signos nem linguagem específica,
não respeita sequer os limites do idioma.

Ela flui, como um rio. como o sangue nas artérias,
tão espontânea que nem se sabe como foi escrita.
E ao mesmo tempo tão elaborada –
feito uma flor na sua perfeição minuciosa,
um cristal que se arranca da terra
já dentro da geometria impecável da sua lapidação.

Onde se conta uma história, onde se vive um delírio;
onde a condição humana exacerba,
até à fronteira da loucura,
junto com Vincent e os seus girassóis de fogo,
à sombra de Eva Braun, envolta no mistério
ao mesmo tempo fácil e insolúvel da sua tragédia.

Sim, é o encontro com a Poesia.

“Explode Um Novo Brasil”, sobre as Diretas Já, um belo trabalho de Kotscho

Kotscho retrata a explosão de manifestações políticas no país

Pedro do Coutto

Nos espaços que ocupa no O Globo e na Folha de S. Paulo, Elio Gaspari publicou um artigo destacando a importância do livro “Explode Um Novo Brasil – Diário da Campanha das Diretas”, do repórter Ricardo Kotscho, que cobriu para a Folha a maior campanha popular da história do Brasil.

Ela começou em março de 1983, quando o deputado Dante de Oliveira  apresentou um projeto de emenda constitucional restabelecendo as eleições diretas para a Presidência da República, e terminou em abril de 1984, quando a proposta foi ao arquivo porque faltaram-lhe 20 votos.

ELEIÇÕES – Gaspari relembra a dimensão extraordinária da campanha, principalmente nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, na iniciativa que terminou se concretizando nas eleições presidenciais de 1989, quando Fernando Collor foi vitorioso. Uma conquista que se transformou em derrota poucos anos depois com os escândalos da atuação de Collor e de seu tesoureiro, Paulo César Farias.

Mas esses fatos pertencem ao passado, entretanto, é bom lembrar que da campanha pelas “Diretas Já” nasceu o impulso da liderança de Tancredo Neves que ao traduzir os efeitos mais fortes e positivos disse que iria colocar a sua candidatura no colégio eleitoral para destruí-lo. E foi verdade. Apenas ele não viveu o suficiente para chegar à conclusão da ideia que tomou conta do país e encerrou um ciclo ditatorial que atravessou de 1964 a 1985, mais de duas décadas de governos militares.

“Ler o diário de Kotscho permite revisitar a explosão de manifestações políticas de um Brasil alegre, atirado em doces paradoxos. No primeiro, a campanha das Diretas foi derrotada, mas Tancredo Neves foi eleito indiretamente marcando o fim da ditadura. No segundo, eleito, Tancredo morreu sem assumir. José Sarney, seu vice, saído do partido do governo, conduziu a transição para a democracia e, em 1989, presidiu a primeira eleição direta desde 1960”, afirma Gaspari.

LIBERDADE – Hoje, lembrando o correr do tempo, chega-se à conclusão de que as ditaduras são sempre negativas na medida em que subvertem o princípio da liberdade como característica maior da identidade humana. O “Diário” de Kotscho, fartamente ilustrado, está no site da Livraria do Senado. Lá, na Biblioteca Digital, sua versão eletrônica (e completa) pode ser baixada, de graça.

Aliás, vale lembrar que a Biblioteca Digital do Senado oferece, sempre de graça, centenas de livros de grandes autores sobre a História do Brasil, desde a coleção dos Fundadores do Império, de Otávio Tarquínio de Sousa, à “História do Brasil” de John Armitage. Um verdadeiro tesouro.

O mundo inteiro espera que a Suprema Corte impeça uma “ditadura” de Trump

What John Roberts's Rebuke of Trump Left Out - The Atlantic

John Roberts disse verdades, e Trump fingiu não se importar

Roberto Nascimento

O mais importante embate da História da Democracia está se desenrolando diante de a opinião pública mundial, sem que nenhum país ou organização possa interferir, nem mesmo a ONU ou o Vaticano. O enfrentando é entre o presidente Donald Trump e a Justiça americana, representada pelo presidente da Suprema Corte, ministro John Roberts.

Trump tem tomado decisões absolutamente ilegais e Justiça Federal de primeira instância tem se posicionado rigorosamente contra, mostrando que nem mesmo o presidente americano pode interpretar as leis a ser bel prazer.

PRESOS DEPORTADOS – O presidente da Suprema Corte não teve dúvida ao repreender Donald Trump, por descumprimento sistemático das decisões judiciais.
O mais grave foi o presidente ter ignorado decisão judicial que impedia o voo que levava para El Salvador grande número de imigrantes presos por crimes diversos.

Trump se baseou numa lei de 200 anos, que obriga a deportação de criminosos estrangeiros para seus países de origem. Mas a grande maioria dos presos era de venezuelanos, não de salvadorenhos.

Trump não só descumpriu a ordem judicial, como ainda pediu o impeachment do juiz. Uma prática comum do atual presidente, quando as ordens judiciais contrariam seus desejos.

RESPEITAR A LEI – Na repreensão a Trump, Roberts enfatizou que eventuais contrariedades com decisões judiciais são combatidas através de apelações, acrescentando que pedir impeachment de juízes, além de intromissão indevida no Judiciário, representa um risco institucional, que pode romper os pilares da democracia.

O fato concreto é que o trator Donald Trump tenta se tornar mais um grande ditador, acima do Legislativo e do Judiciário. E o que Trump projeta contra as nações soberanas, começando pelo Canadá, a Groelândia, a Faixa de Gaza e o Panamá, também pode se voltar contra os pilares da maior democracia do planeta, atingindo também todas as demais.

Nesta quarta-feira, 19, Trump fingiu não levar em conta a repreensão: “Bem, [Roberts] não mencionou meu nome na declaração, e eu vi isso rapidamente”, disse, em entrevista à Fox News. “Ele não mencionou meu nome — e muitas pessoas já pediram o impeachment deste juiz”.

Trump pode muito, mas, não pode tudo. Um dia seu castelo de cartas cai e o tombo será grande. Já está começando, com a queda da popularidade, ao completar hoje dois meses no cargo.

Um prelúdio para a paz do amor, na inspiração de Luiz Vieira

Luiz Vieira - Musicas E Videos

Luiz Vieira foi criador de muitos sucessos

Paulo Peres
Poemas & Canções

A letra de “Paz do meu amor (Prelúdio nº 2)” idolatra de uma forma poética a conquista do amor infindo pelo radialista, cantor e compositor pernambucano Luiz Rattes Vieira Filho (1928-2020), o famoso Luiz Vieira. A música foi um de seus maiores sucessos, que ele próprio gravou, em 1963, pela Copacabana.

PAZ DO MEU AMOR (Prelúdio nº 2)
Luiz Vieira

Você é isso:
Uma beleza imensa,
Toda recompensa
de um amor sem fim.

Você é isso:
Uma nuvem calma
No céu de minh’alma;
é ternura em mim.

Você é isso:
Estrela matutina,
Luz que descortina
um mundo encantador.

Você é isso: É
parto de ternura,
Lágrima que é pura,
paz do meu amor.

Lula envia isenção de Imposto de Renda até R$ 5 mil ao Congresso

A taxação dos dividendos é um ponto polêmico da proposta

Pedro do Coutto

O presidente Lula da Silva enviou ao Congresso Nacional o projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. O projeto também reduz a incidência do tributo para quem recebe de R$ 5 mil a R$ 7 mil por mês. A medida é uma das promessas de campanha de Lula e é concretizada em um contexto de queda de popularidade da gestão petista, inclusive diante da classe média, a mais beneficiada pela iniciativa.  

Ela começará a tramitar pela Câmara dos Deputados e deve ser analisada por comissões antes de ir ao plenário da Casa. Se aprovado, o texto seguirá para análise do Senado. Em todo esse percurso, o projeto pode sofrer alterações. Para ser válido já no ano de 2026, ele precisa ser aprovado e sancionado ainda neste ano.

TRIBUTAÇÃO – A proposta apresentada vai ainda tributar em 10% os dividendos acima de R$ 50 mil por mês recebidos por acionistas e investidores. A retenção será feita na fonte – hoje, o rendimento obtido em dividendos é isento. Se aprovada ainda neste ano, a retenção do IR sobre dividendos começa a valer no próximo ano e a restituição, se for o caso, ocorrerá em 2027.

A taxação dos dividendos servirá para tributar contribuintes considerados de alta renda pela Receita Federal – que recebem mais de R$ 600 mil por ano (R$ 50 mil por mês). Eles serão obrigados a recolher uma alíquota efetiva mínima de IR que é crescente e chega a 10% para quem aufere R$ 1,2 milhão por ano (R$ 100 mil por mês) ou mais. Os dividendos farão parte da base de cálculo para a tributação.

POLÊMICA – Reportagem de Geralda Doca no O Globo de ontem, focaliza amplamente os pontos fundamentais do projeto. A taxação dos dividendos é um ponto polêmico. A matéria  tributária não é pacífica, inclusive porque não focaliza nenhuma parcela da remuneração do capital para melhorar os salários dos trabalhadores e funcionários públicos. Pelo contrário, a proposição aumenta a incidência do tributo sobre os salários mais altos para financiar, segundo o ministro Fernando Haddad, os que ganham menos na sociedade brasileira.

A incidência de maior percentual  sobre os salários mais altos será inevitavelmente o foco da apresentação de muitas emendas. Prevendo isso, o presidente Lula da Silva optou pela apresentação de projeto de lei  e não através de Medida Provisória que constituiria um efeito imediato da matéria. Lula sabe que a complexidade do assunto é grande deve se estender por longos debates, pois as forças de pressão vão se fazer sentir e refletir na votação do projeto pelo Congresso.

Espanhóis da OEI faturaram mais de R$ 1 bilhão com corrupção no Brasil

Primeira-dama do Brasil recebe diretor da OEI

Janja com Luciano Barchini, o petista que dirigia a OEI

Carlos Newton

É impressionante a criatividade e a impunidade dos gravíssimos atos de corrupção cometidos no Brasil pela Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), cujas atividades ilegais no Brasil são coordenadas desde abril de 2023 pela primeira-dama Janja da Silva.

Como apoiar que em 18 dezembro de 2024 essa ONG espanhola tenha sido contratada pela Casa Civil, por módicos R$ 478,3 milhões, a pretexto de “cooperação entre as partes visando a preparação, organização e realização da COP30” (30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima)? Quer dizer que o Itamaraty e o Ministério do Meio Ambiente não têm competência para montar um evento que inclusive já ocorreu no Brasil, no governo Collor?

FEDENTINA – É uma negociata que fede a quilômetros de distância, com um valor por demais vultoso para simples “cooperação entre as partes”, com recebimento adiantado de duas parcelas milionárias antes da assinatura do contrato.

E o pretexto é “realização de ações administrativas, organizacionais, culturais, educacionais, científicas e técnico-operacionais, em conformidade com o plano de trabalho, consubstanciado no instrumento”.

E o mais incrível é que a tal OEI não fará nada, absolutamente nada, porque até já convocou licitação para escolher uma empresa que efetivamente realizará o evento da COP30.

DIZ A OEI – Procurada pela CNN, a direção da OEI confirmou que, desde 2004 no Brasil, apenas “promove atividades e projetos nas áreas de educação, ciência, cultura, direitos humanos e democracia com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário”. E acrescentou:

“A OEI, portanto, não faz a gestão financeira dos recursos da COP30 no Brasil, mas sim apoia o Estado brasileiro nas ações de planejamento e organização para a realização do evento no país”, disse nota enviada pela organização.

Não dá para entender… A OEI já está recebendo R$ 478,3 milhões para organizar a COP30 e nem prestará contas, pois não fará a gestão financeira do evento.

ALTO FATURAMENTO – Os cálculos iniciais mostram que a OEI já faturou no Brasil mais de RS 1 bilhão, levando-se em conta os contratos com o governo federal, 12 governos estaduais, diversas prefeituras e estatais.

Em 20 anos de operações lesivas ao erário, a ONG espanhola somente foi investigada uma vez, na gestão de Abraham Weintraub no MEC, após receber R$ 178 milhões.

Os repasses foram aumentando ao longo dos anos: de R$ 4,4 milhões em 2008, quando o ministro era Fernando Haddad (PT), passaram a R$ 37,4 milhões em 2018, quando o cargo foi ocupado por Mendonça Filho (DEM) e Rossieli Soares. Mesmo assim, apanhada em flagrante, a OEI não foi expulsa do país.

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P.S. 1
A mistura de impunidade e ganância foram fatais para a falsa organização intergovernamental, que não passa de uma ONG altamente trambiqueira. Se não tivesse dado o golpe de R$ 478,3 num só contrato com a Casa Civil, sob os auspícios da coordenadora Janja da Silva, não teria surgido o escândalo e o Tribunal de Contas da União não estaria colocado o time em campo.

P.S. 2E para que ninguém esqueça. Organizações estrangeiras só podem fazer contratos com o presidente da República, que nem pode delegar poderes. Mas o contrato com a OEI foi assinado por Francisco Montojos, funcionário do MEC, e depois o então ministro Paulo Renato assinou um acordo de sede. Ou seja, o funcionamento da OEI é ilegal, nenhum presidente assinou contrato com a audaciosa e ardilosa organização. (C.N.)

Bolsonaro observa desgaste gradativo e luta para não ser abandonado

Bolsonaro reuniu bem menos gente que nos atos anteriores

Pedro do Coutto

No último domingo, em Copacabana, o ex-presidente Jair Bolsonaro, do alto de um trio elétrico, declarou que “Ainda dá tempo”, logo após afirmar que: “Se algo, na covardia, acontecer comigo, continue lutando”. Entretanto, se a intenção da mobilização era demonstrar força ou sugerir que sua possível prisão poderia desencadear o caos social, o resultado ficou muito aquém das expectativas bolsonaristas que, inicialmente, previam um público de um milhão, que depois foram reduzidas para 500 mil.

No fim das contas, porém, no fundo da questão, o Monitor do Debate Político do Cebrap/USP apontava que o ato contou com apenas 18,3 mil participantes — bem abaixo dos 45 mil da Avenida Paulista em 7 de setembro, dos 185 mil em fevereiro e dos 32,7 mil que compareceram a Copacabana em abril de 2023. Até a audiência online refletiu essa queda: a transmissão oficial atingiu no máximo 29 mil espectadores simultâneos, um número inferior ao que Bolsonaro costumava alcançar no passado.

DESGASTE – Esse cenário pode indicar um certo desgaste entre seus próprios apoiadores, possivelmente refletindo um distanciamento das preocupações mais urgentes da população. O evento foi pautado, oficialmente, por dois temas principais. De um lado, a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, questão destacada por Bolsonaro na abertura de seu discurso.

O segundo era o “Fora Lula em 2026”, já que o ex-presidente descartou apoiar um pedido de impeachment imediato, preferindo deixar o governo enfrentar dificuldades sem interferência direta. Assim, seu tom em relação a Lula foi moderado, assim como o da maioria de seus aliados. O principal alvo dos ataques permaneceu sendo Alexandre de Moraes.

Uma das poucas exceções foi Flávio Bolsonaro, que chamou Lula de ladrão. Já Tarcísio de Freitas, embora tenha feito uma defesa veemente da anistia, focou nas dificuldades econômicas do país, especialmente a inflação dos alimentos. Como em atos anteriores, Silas Malafaia adotou o discurso mais agressivo contra o STF e, em especial, contra Moraes, a quem chamou de “criminoso” e “ditador”. Ele também alertou que uma eventual prisão de Bolsonaro poderia gerar consequências imprevisíveis, insinuando um cenário de instabilidade.

CRÍTICA –  Após receber o microfone das mãos de Malafaia, Bolsonaro mencionou as mulheres presas pelos atos de 8 de janeiro e criticou as penas impostas pelo STF. Pouco depois, porém, desviou o foco para sua própria situação, repetindo argumentos já utilizados em discursos anteriores para denunciar o que considera uma perseguição por parte do TSE e relembrar o processo eleitoral de 2022.

Em determinado momento, Bolsonaro deu sinais de que tem poucas esperanças de reverter seu quadro jurídico, que pode levá-lo à prisão.  Os eventos recentes indicam uma queda na capacidade de mobilização do ex-presidente. A cada nova manifestação, o público diminui, ainda que ele continue a ser recebido com entusiasmo por seus apoiadores mais fiéis. Diante da velocidade dos processos judiciais que podem levá-lo a uma condenação ainda este ano, Bolsonaro decidiu intensificar suas convocações. Em uma espécie de ‘tour final’, tenta, sob a bandeira da anistia, proteger a si mesmo.

No palco, o que se viu foi Bolsonaro tentando transmitir, tanto em suas palavras quanto nas entrelinhas, um apelo para não ser abandonado. Talvez um dos últimos, antes de enfrentar o que parece ser um destino inevitável.

Com apoio total de Janja, a OEI está ampliando seu esquema de corrupção

Lula e Mariano Jabonero, secretário-geral da OEI. Foto: Reprodução/Instagram

Jabonero, chefão da OEI, conseguiu ficar amigo de Lula

Carlos Newton

O esquema de corrupção da Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), começou a ser montado em 2004, primeiro governo Lula, quando instalou seu escritório em Brasília. A operação começou pelo Ministério da Educação, de forma tímida, com a ONG espanhola fechando contratos milionários para fornecer consultores aos órgãos públicos, que pudessem aperfeiçoar a qualidade dos serviços públicos.

Com o tempo, expandiu-se para outros órgãos públicos federais, estaduais e municipais, e atualmente a organização espanhola tornou-se uma fábrica de desviar recursos públicos no Brasil, que realmente necessita de uma investigação profunda pelos auditores do Tribunal de Contas da União.

ATUAÇÃO DE JANJA – É óbvio que a atuação da primeira-dama Janja da Silva foi fundamental para a ampliação da rede de corrupção da OEI, e cresceu de tal maneira que será difícil para o TCU identificar todas as fontes de receita irregular da organização, que consegue ser remunerada para realizar trabalhos que teriam de ser executados pelo poder público.

São conhecidos seis contratos milionários com o governo em 2024. Foram R$ 35 milhões com o MEC; R$ 10 milhões com a Secretaria de Micro e Pequena Empresas; R$ 8,1 milhões com a Presidência da República; R$ 478,3 milhões com a Casa Civil, através da Secretaria Extraordinária da Cop30; R$ 15 milhões com a Secretaria de Micro e Pequena Empresas; e R$ 15,7 milhões com a Secop (Receita Federal).

JANJAPALOOZA – Além disso, à última hora dona Janja fez Lula incluir a OEI na G-20, que atuou e faturou não só na reunião internacional, mas também no festival Lollapalooza, uma invenção de Janja, e agora a OEI está novamente envolvida no evento musical em 2025.

Estatais destinaram R$ 83,5 milhões ao G20 e ao “Janjapalooza”. Banco do Brasil, Caixa e Petrobras investiram até R$ 18,5 milhões cada; Itaipu contribuiu com R$ 15 milhões adicionais.

A denominação de Janjapalooza foi merecida, porque a ideia de promover um show musical foi exclusivamente dela, que foi a maior atração do G-20, com o xingamento “Fuck You, Elon Musk”.

OVOS DE OURO… – A OEI atua em 23 países, mas o secretário-geral Mariano Jabonero está sempre no Brasil, que se tornou a galinha dos ovos de ouro da organização, Em 2023, na onda da Janja, ele fechou contrato até com Tribunal Superior do Trabalho.

Este ano, em 12 de fevereiro, Jabonero foi novamente recebido pelo presidente do TST, ministro Aloyiso Corrêa da Veiga. Na ocasião, o espanhol ofereceu novas parcerias entre as duas instituições, principalmente voltadas ao intercâmbio de tecnologia, inteligência artificial e comunicações.

Aliás, no Orçamento federal deste ano, estão previstos mais R$ 26,5 milhões em “contribuições voluntárias” à OEI. São R$ 25 milhões do MEC, R$ 1 milhão da Presidência da República e R$ 500 mil do Ministério da Microempresa. Nada mal, para começar, é claro.

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P.S. –
A OEI já fatura alto também em 12 governos  estaduais e diversas prefeituras. Até o Museu do Arte do Rio é hoje administrado pela OEI, como se a Prefeitura do Rio não tivesse competência para geri-lo. Mas isso tem de acabar. Não é possível que essa ONG espanhola seja oficializada como co-gestora deste país. Do jeito que as coisas estão indo, daqui a pouco entregam as chaves do Planalto para o tal de Jabonero, que já é conhecido em Brasília como o rei do Jabá, por distribuir generosas propinas aos servidores que colaboram com ele. (C.N.)

Lula quer reverter desaprovação, mas dá munição de presente à oposição

Deslizes desviam foco de anúncios positivos da gestão

Pedro do Coutto

Reportagem de O Globo deste domingo, focaliza os deslizes cometidos pelo presidente Lula da Silva e que estão influindo na sua imagem à frente do governo. As gafes têm reflexo negativo sem que o presidente se dê conta. Em meio à maré de baixa aprovação, Lula tem implementado uma série de mudanças na comunicação, apostando em medidas populares para reverter o cenário. A investida, no entanto, esbarra em declarações do chefe do Executivo, que entrega “de presente” polêmicas a serem exploradas pela oposição.

Um exemplo foi a sua fala sobre a ministra Gleisi Hoffmann, de Relações Institucionais. Aos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, o petista afirmou que escolheu “uma mulher bonita” para melhorar a relação com o Congresso Nacional.

APOSTA – O fato ocorreu durante a cerimônia de lançamento do programa Crédito do Trabalhador, que busca ampliar o empréstimo consignado para trabalhadores que possuem vínculo CLT. Esta é justamente uma das apostas para reverter a onda de impopularidade escancarada nas últimas pesquisas de opinião. No mesmo evento, Lula chamou o líder do governo na Câmara, deputado cearense José Guimarães de “cabeçudão do Ceará”.

Dessa forma, os holofotes, que deveriam estar voltados ao programa anunciado, foram ofuscados pelas gafes do petista. A oposição usou o deslize, classificando a fala contra Gleisi como misógina.  As últimas sondagens de opinião apontam para um cenário desfavorável à gestão de Lula.

Uma das estratégias para frear a alta da impopularidade é expor mais o presidente da República, colocando-o como principal mensageiro do governo. A tática, desenhada pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, inclui ampliar as entrevistas e os pronunciamentos de Lula, além de aumentar as viagens do petista pelo país.

DESLIZE – No início de fevereiro, um deslize de Lula sobre a alta no preço dos alimentos também foi muito explorado pela oposição. Em entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia, o petista afirmou que, se os brasileiros deixarem de adquirir os alimentos caros, os supermercados vão diminuir os preços. Na entrevista, Lula também sugeriu que os consumidores brasileiros substituam itens mais caros por produtos similares, com preços mais acessíveis.

Para melhorar a sua posição, Lula precisa ter cautela ao falar, sobretudo quando faz declarações sob o improviso. É necessário reverter o quadro de impopularidade que abala o governo se quiser continuar no cenário eleitoral em 2026.  

Autorização para OEI atuar no Brasil foi ilegal e não tem a menor validade

Lula on X: "Hoje o maior ministro das Relações Exteriores que o Brasil já teve, e o melhor que eu poderia ter, completa 80 anos. Desejo um feliz aniversário, saúde e paz

Amorim e Lula pensaram (?) que a OEI tivesse sido licenciada

Carlos Newton

Como a Tribuna da Internet se tornou o único veículo de comunicação social a continuar publicando novas informações sobre corrupção em órgãos federais, praticadas em conluio com a Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), é natural que novas denúncias estejam sendo apresentadas à TI.

Uma das acusações mais curiosas é de que a OEI, que se diz uma organização inter-governamental formada por 23 países, na verdade nem teria licença válida para funcionar no Brasil, porque a autorização que alega possuir é nula de pleno direito.

DENÚNCIA VERDADEIRA – Como sempre fazemos, checamos essa denúncia e comprovamos que é verdadeira. Para que o Brasil aceite se integrar a uma organização estrangeira, é competência exclusiva do presidente da República celebrar tratados, convenções e atos internacionais (inciso IV do artigo 84 da Constituição).

O mesmo artigo, que constou em todas as constituições anteriores, ressalva que o presidente não pode delegar essas atribuições a nenhuma outra autoridade. É exclusividade da função.

O trâmite burocrático funciona assim: o presidente assina o acordo, o Congresso examina se é procedente, e o chefe do governo então promulga, colocando-o em vigor.

NÃO HOUVE ACORDO – Na verdade, jamais houve acordo com a OEI assinado por qualquer presidente da República. Para justificar o “ingresso” do Brasil, a OEI cita um convênio assinado em 1957 na República Dominicana por Francisco Montojos para criação da Organização de Educação Ibero-americana.

Mas Montojos era apenas funcionário do MEC, não tinha poderes para assinar nada, e na época o  ministro da Educação era o professor Clóvis Salgado da Gama. Mesmo assim, a OEI afirma que o Brasil é “sócio-fundador” da organização.

Para conseguir montar seu esquema de corrupção no Brasil, 45 anos depois  a OEI requereu um “acordo de sede”, datado de 2002, que permitisse a instalação de um escritório em Brasília, mas esse convênio também não tem a menor validade, porque não foi assinado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, mas pelo ministro da Educação, Paulo Renato Souza.

TRADUÇÃO SIMULTÂNEA – Portanto, o golpe da filiação do Brasil à OIE ocorreu da seguinte maneira. Em 2002, final de governo, o ministro Paulo Renato foi convidado para uma reunião de ministros  ibero-americanos e aceitou. Foi então convencido a assinar um “acordo de sede” para a OEI se instalar em Brasília.

É claro que Paulo Renato não poderia imaginar que fosse um golpe e que o Brasil jamais tivesse sido membro oficial da organização. Aliás, o próprio texto do “acordo de sede”  deixa bem claro que não havia acordo internacional anterior, assinado por qualquer presidente.

Na introdução está registrado que “considerando o REINGRESSO da República Federativa do Brasil na Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação a Ciência e a Cultura (OEI), durante a 67ª Reunião de seu Conselho Diretivo (…)”.

FALSO REINGRESSO – Justamente por não haver autorização anterior, os espanhóis da OEI falaram em “reingresso” do Brasil ao justificar o “acordo de sede”. Algo que nunca ocorreu, porque, se não houve ingresso, jamais poderia haver reingresso…

Lula e o chanceler Celso Amorim também caíram na esparrela. Em 2004 assinaram o Decreto 5.128, promulgando o irregular ‘acordo de sede”, e a OEI então pôde dar início ao esquema de corrupção no Brasil, que hoje é oficialmente “coordenado” pela primeira-dama Janja da Silva. 

DETALHE FINAL – Se o “acordo de sede” tivesse sido redigido pelo Ministério da Educação ou pelo Itamaraty, e não pelos espertalhões da OEI, o texto seria iniciado com a obrigatória citação do acordo internacional que algum presidente brasileiro teria assinado anteriormente com a tal organização. 

Além disso, o Brasil não poderia ser integrante, porque que a OEI era dedicada apenas a países de língua espanhola. Somente em 2002, na reunião presenciada por Paulo Renato, foi adotada também a língua portuguesa.

Todo esse imbroglio nos obriga a reconhecer que, em matéria de corrupção, a criatividade dos espanhóis da OEI realmente é extraordinária. No Direito Internacional, jamais houve golpes desse tipo. Eles merecem o Oscar de Efeitos Especiais.

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P.S. 1 – Inadvertidamente, o Congresso aprovou os acordos com a OEI de total nulidade, porque nenhum deles foi assinado pelo presidente da República. A validade é zero e a OEI precisa ser expulsa do país, antes de nos depenar totalmente, com a providencial “coordenação” de dona Janja. 

P.S. 2 – Quanto aos defensores da improbidade administrativa, que abraçam a tese de que a corrupção propicia desenvolvimento e defendem ardorosamente os espanhóis da OEI, com certeza são ruins da cabeça ou doentes do pé, como dizia o genial Dorival Caymmi, e dedico a eles toda a força de meu desprezo. Amanhã voltaremos com mais informações exclusivas sobre esse novo escândalo brasileiro. (C.N.)

A necessária garantia das conquistas democráticas das últimas quatro décadas

Procurador Gonet blinda atos de Janja e o Planalto mantém o sigilo sobre ela

GONET livra JANJA! Denúncias de GASTOS são ARQUIVADAS

Delirante, Gonet chegou a comparar Janja a Darcy Vargas

Carlos Newton

Os ministros do Supremo vivem a alardear que conseguiram evitar danos à democracia, chegando a usar expressões rastaqueras, como “Perdeu, mané!”, incorporadas ao linguajar de um advogado e professor reconhecidamente culto e educado, como Luís Roberto Barroso, atual presidente, vejam a que ponto chegamos.

Mas essa apaixonada defesa da democracia é apenas conversa fiada, porque o regime está cada vez mais vilipendiado, escrachado e humilhado no Brasil, um país que funciona como se fosse uma cleptocracia, em que corruptores, corruptos e ladrões do erário desfrutam de total impunidade, os gastos públicos desnecessários sequer podem ser investigados.

EXEMPLO JANJA – Essa imunidade judiciária fica patente quando o procurador-geral da República, Paulo Gonet, manda arquivar todos os pedidos de apuração sobre os gastos da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, feitos por parlamentares de oposição.

Como se sabe, em cima da hora, Janja foi designada pelo presidente Lula para representar o Brasil em uma reunião do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola, em Roma. O governo federal gastou ao menos R$ 260 mil para bancar a ida da primeira-dama, do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, e de um grupo de assessores no início de fevereiro. Benefício zero para o país.

No ano passado, a viagem da primeira-dama às Olimpíadas de Paris custou pelo menos R$ 83,6 mil. Viajou em avião de carreira para a França e, ao chegar lá, recebeu tratamento de chefe de Estado. Outro benefício zero para o país

DARCY VARGAS – Gonet afirmou em sua decisão que os relatos “não contêm elementos informativos mínimos, que indiquem suficientemente a realidade de ilícito cível ou penal, justificadora da atuação investigativa do Ministério Público”.

Disse, ainda, que a participação de Janja em eventos oficiais “não caracteriza indevida ingerência na administração do Executivo”, e que o presidente pode confiar ao cônjuge atos protocolares que, a seu juízo, propiciem “melhores resultados diplomáticos”.

Empolgado com a própria subserviência, Gonet perdeu a linha e exagerou, ao dizer que não há novidade na atuação de Janja, inclusive citando a mulher de Getúlio Vargas como exemplo. “É inegável, além disso, a consolidação da tradição no Brasil e em outros tantos países do papel social desempenhado pelas suas assim chamadas primeiras-damas. Entre nós, lembre-se, a mero título exemplificativo, de Darcy Vargas, mulher do presidente Getúlio Vargas, a quem se liga a criação e a direção da Legião Brasileira de Assistência”.

PALPITE INFELIZ – Coitada da mulher de Vargas. Nunca foi vista discursando em eventos que não fossem assistenciais, jamais viajou ao exterior para se exibir em público. A honorabilíssima mulher de Vargas nada tem a ver com a exibicionista mulher de Lula, cujo comportamento levou o atual presidente a manter sob sigilo todas as atividades de sua consorte, como se dizia antigamente.

Aliás, dona Darcy Vargas jamais aceitou cargo em ONG estrangeira que se faz passar por organização internacional para subtrair do erário milionários recursos que tanta falta fazem ao país. Ela foi um exemplo a todos os brasileiros e brasileiras, merece respeito e veneração.

Quanto à dona Janja, teve de entrar na muda, mandou retirar seu perfil no Instagram, devido às críticas que vem recebendo. Nas pesquisas, sua popularidade cai igual à do marido, porque foram feitos um para o outro.

P.S. – Estávamos esperando um pronunciamento oficial da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), sobre as denúncias aqui publicadas, mas isso não aconteceu nem acontecerá. Os espanhóis da corrupção são muito hábeis e não passam recibo. Para eles, o silêncio vale ouro. Então, no próximo artigo vamos dar cabo ao mistério, mostrando por que a OEI não pode funcionar no Brasil como “organização intergovernamental”. Na verdade, não tem autorização para tanto nem jamais terá. Por isso, tem de ser considerada como uma simples ONG internacional e nada mais. Não percam o artigo de amanhã. (C.N.)

Lula precisa de um conselheiro fiel e deveria recorrer a José Sarney

Sarney defende que MDB apoie Lula em 2026

Lula e Sarney são os mais experientes políticos do país

Vicente Limongi Netto

Lula não precisa ficar queimando neurônios nem se desgastando emocionalmente, atrás de um conselheiro que tenha experiência de vida. Basta olhar para o lado e sacar o nome de José Sarney. Bingo. Jogada de craque. Amigos fidalgos. Conselhos de Sarney seriam preciosos para legítimos homens públicos. Lula administrando, Sarney pensando. Matutando juntos em benefício dos brasileiros.

Dupla de fogosos idosos cuidando dos brasileiros. Idade que fortalece a alma e as ações nasce com a lucidez de gestos e atitudes. José Sarney deixou marcas em todos os cargos que ocupou. Vice de Tancredo Neves, Sarney ocupou a chefia da nação em quadra tumultuada. Teve o bom senso como parceiro. Redemocratizou o Brasil. Mãos à obra.

PT e MDB sempre estiveram juntos, em bons embates pela governabilidade. O figurino é este. No setor de imprensa, desgastado atualmente com Lula, o governo contará com três magos na conturbada área, Fernando Mesquita, Hélio Doyle e Silvestre Gorgulho. Clareando fatos, informando sem escamotear nada. Simples assim.  Marcando gols e correndo para o abraço. 

CADEIRA VAZIA – Cruz credo! Tapa no bom senso e no bom gosto. Machado de Assis irritado no túmulo. Protesta energicamente. A Academia Brasileira de Letras pretende jogar a credibilidade da instituição no lixo. É o fim da picada. A medonha pretensão da ABL não pode prosperar.

Respirem fundo. Intelectualidade estarrecida. Só pode ser fake.  Depois de ler a patética e medonha notícia na Folha de São Paulo, tenham calma. Bebam água. Aguentem o tranco. Mas preparem o passaporte, porque Cristovam Buarque e Miriam Leitão pretendem disputar na Academia Brasileira de Letras a vaga de Cacá Diegues. Meus sais! Barbaridade. Em todo caso a cadeira de Cacá continuará vazia.