José Carlos Werneck
No governo passado, os menos favorecidos foram convocados a dar sua contribuição para que fosse feita a reforma da Previdência. Agora chegou a vez de os setores realmente bilionários também contribuírem, porque uma reforma tributária só se justifica se for destinada a reduzir nossa cruel distribuição de renda e representar um fator importante de inclusão social.
Por exemplo, é de “urgência-urgentíssima” que seja feita a correção da Tabela de Imposto de Renda da Pessoa Física, que está completamente defasada, como reconhecido pelos próprios auditores da Receita Federal, que entendem a fundo do assunto.
NADA EM TROCA – O contribuinte brasileiro paga muito e não recebe nada em troca. Os impostos que incidem sobre itens básicos de alimentação são profundamente injustos e fazem o trabalhador que ganha um salário mínimo pagar o mesmo que uma pessoa com renda de R$ 500 mil mensais.
No caso das pessoas jurídicas, notadamente as instituições bancárias, a taxação chega a ser risível quando comparada à das pessoas físicas, que vêm sendo vítimas da sanha arrecadatória de sucessivos governos.
O Brasil precisa enfrentar de frente esse problema, de maneira séria e responsável, se de fato quiser corrigir nossa perversa distribuição de renda, pois uma reforma tributária justa é, primordialmente, um importante fator de inclusão social.
NA HORA H – Este é o momento ideal para que nossos homens públicos, que se dizem tão preocupados com o “social”, façam alguma coisa de verdadeiramente útil para o povo, notadamente aquela enorme parcela que as dezenas de milhões de brasileiros menos favorecidos!
Sem levar em conta essas prioridades, tudo mais é balela e perda de tempo e dinheiro. Não adianta fingir que se está fazendo uma reforma tributária, se os mais ricos não derem sua contribuição.
O problema é a definição de “rico”… Para a mente perversa do cachaceiro descondenado e o seu governo nocivo, qualquer simples trabalhador com um pouquinho mais de “conforto financeiro” (classe média) já é considerado RICO e, por isso, deve ser depenado. Como sempre os “Over-riches” certamente estão livres dessa.
Uma reforma justa ainda está distante. Essa que está aí tramitando no Congresso, embora com alguns pequenos avanços, já foi modificada várias vezes, gerando isenções injustificáveis. E de quebra ainda deu descontos generosos àqueles que possuem muito.
Quem acredita nessa reforma tributária cheia de incentivos fiscais para os mesmos!
Basta ver intelectuais e empresários que assinaram carta de apoio a Lula.
Lembrando palavras do Lula antes de ser eleito:
“Obviamente que, tendo em vista os lucros que tiveram o Itaú, o Bradesco e os outros bancos, o Fernando Henrique Cardoso não é nem pai: ele é pai, mãe, avô, avó, tio, tia do sistema financeiro, que nunca ganhou tanto dinheiro como está ganhando agora”.
(Candidato Lula, 2001, Entrevista a Ziraldo)
Palavras do Banqueiro depois que Lula foi eleito:
“Quando ele foi eleito, eu tive uma preocupação de que levasse o governo para uma linha de esquerda, mas ele foi mais conservador do que eu esperava”.
Olavo Egydio Setúbal, presidente do conselho de administração da holding que controla o banco Itaú.
(12/08/2006)
O artigo está certo, os ricos tem de dar maior colaboração para combater a desigualdade social,
Acho difícil com esse Congresso dominado pela direta e fortalecido pela extrema direita dominados por Arthur Lira e Pacheco fazer alguma coisa para tirar algum dinheiro dos ricos e milionários para combater a desigualdade social.
Tirar dos trabalhadores com a reforma da Previdência aumentou a desigualdade social e foi aprovado com facilidade.
O sistema geral do Brasil é elitista, em que a riqueza de uns poucos tem cheiro de sangue dos trabalhadores.