Mariana Muniz, Gabriel Sabóia e Bernardo Lima
O Globo
Seis anos depois de restringir o foro especial para autoridades, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para mudar o atual entendimento e ampliar as hipóteses nas quais um político tem seus processos analisados pela Corte. A questão começou a ser discutida de forma simultânea em dois julgamentos distintos, no plenário virtual, mas tiveram suas votações interrompidas a pedido do presidente do tribunal, Luís Roberto Barroso.
Ao mesmo tempo, parlamentares de oposição articularam uma reação para tentar esvaziar o poder dos magistrados e avançar com uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o chamado foro privilegiado.
DIZ GILMAR – O relator nos dois casos é o ministro Gilmar Mendes, que defende manter na Corte processos de autoridades com foro por prerrogativa de função mesmo após o fim de seus mandatos. Segundo seu voto, os casos só seriam analisados em instâncias inferiores quando o crime for praticado antes de assumir o cargo público. Na prática, a intenção é acabar com o chamado “elevador processual”.
O entendimento apresentado por Gilmar pode ser aplicado, por exemplo, em processos como os que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro, que teve pedidos de investigação relacionados à sua atuação no cargo remetidos à Justiça Federal na primeira instância após o fim do mandato. O mesmo já havia ocorrido com seu antecessor, Michel Temer, que passou a ser alvo de investigação na primeira instância após deixar a Presidência.
“A saída do cargo somente afasta o foro privativo em casos de crimes praticados antes da investidura no cargo ou, ainda, dos que não possuam relação com o seu exercício”, diz Gilmar em seu voto.
REGRA EXPANSIVA – Com esse novo entendimento do STF, a mesma regra deverá ser seguida nas ações de autoridades com foro no Superior Tribunal de Justiça (STJ), como governadores, e nos tribunais de segunda instância, caso de deputados estaduais.
Em um dos casos concretos discutidos pela Corte, os ministros avaliam se cabe ao tribunal a análise de um inquérito que investiga a ex-senadora Rose de Freitas (MDB-ES) por atos cometidos durante seu mandato ou se o processo deve ser remetido à primeira instância por ela não ter sido reeleita.
O entendimento de Gilmar, de que a Corte deve, sim, julgar a ex-parlamentar, foi seguido pelos ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luís Roberto Barroso.
CASO DE RACHADINHA – No outro caso, os ministros discutem um habeas corpus apresentado pelo senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), que pede para levar ao STF uma ação penal que responde na Justiça Federal do Distrito Federal por um suposto esquema de rachadinha em seu gabinete quando era deputado federal.
A defesa do parlamentar argumenta que não há razão de o processo ser analisado na primeira instância, uma vez que desde 2007 ele exerce cargos com foro privilegiado.
O entendimento atual do Supremo definido há seis anos, em 2018 restringe o foro somente a casos de deputados e senadores que tenham cometido crimes durante o mandato e relacionados ao exercício do cargo. Antes, qualquer inquérito ou ação penal contra parlamentares, mesmo anteriores ao mandato, eram transferidas para o tribunal.
DATA DO CRIME – Único ministro a tornar público seu voto, além de Gilmar, Zanin entende que a competência do julgamento é fixada quando o crime é cometido, mesmo que a pessoa já não esteja mais no cargo no momento da análise do caso.
Em seu voto, Zanin ainda pontua que ao manter o julgamento na mesma instância gera estabilidade ao processo e “previne manipulações e manobras” que podem ocorrer pela própria autoridade, como, por exemplo, uma renúncia ao mandato. Neste caso, a “manobra” citada pelo ministro seria a mudança do magistrado que irá analisar o caso. Por isso, avalia que uma “regra objetiva” pode ajudar a evitar nulidades.
“A tese proposta rechaça modificações contínuas de competência que não contribuem para os legítimos escopos da persecução criminal e podem até mesmo caracterizar ‘usurpação da democracia constitucional do povo brasileiro’”, diz Zanin.
PEDIDO DE VISTA – Agora, depois do voto de Barroso, o ministro André Mendonça pediu vista e tem até 90 dias para devolver o processo e fazer com que o julgamento seja retomado — no próprio plenário virtual.
A retomada da discussão ocorria no momento em que o Supremo é alvo de questionamentos por avocar casos como o dos réus pelos atos do 8 de janeiro e do assassinato da vereadora Marielle Franco. No primeiro, a Corte tem levado a julgamento ações de pessoas sem mandato acusadas de tentativa de golpe porque a investigação envolve também parlamentares, esses, sim, com prerrogativa de foro.
Já a investigação sobre a morte de Marielle e do motorista Anderson Torres foi remetida ao STF após o ex-policial militar Ronnie Lessa, executor dos assassinatos, apontar o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) como mandante. Quando o crime foi cometido, há seis anos, Brazão era vereador do Rio de Janeiro, e não tinha foro na Corte.
PEC NA CÂMARA – A possibilidade de o STF ampliar o alcance do foro privilegiado foi criticada por parlamentares de oposição, que defendem a aprovação de uma PEC para limitar a prerrogativa apenas a cinco pessoas: o presidente da República, ao vice-presidente e aos chefes da Câmara, do Senado e da própria Corte.
A PEC já foi aprovada no Senado em 2017 e por uma comissão especial da Câmara no ano seguinte. Desde então, porém, não avançou mais.
O deputado Sanderson (PL-RS), que pediu em fevereiro a inclusão da PEC no plenário da Câmara, diz que o STF “age na contramão das tendências sociais e internacionais”. Segundo o texto, 55 mil autoridades têm direito ao foro, e portanto, só podem ser julgadas pelas instâncias superiores da Justiça.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O deputado Sanderson tem razão. A tendência mundial é no sentido de não dar prerrogativa especial a quem quer que seja. Na nossa matriz USA e também na Inglaterra, nem existe foro privilegiado, mas aqui na filial Brazil esse pessoal fica querendo inventar moda. Certamente, porque não tem mais o que fazer. Enchem o Supremo de ações, que vão prescrever por falta de julgamento. (C.N.)
Esse é o chamado orifício legal, de tramoia em tramoia o crime acaba prescrevendo.
T.I – Cinema.
Tempinho bom que não volta mais.
“Mad Max” faz 45 anos; saiba onde ver filmes da franquia
Em 1979, diretor George Miller deu início à série do mundo pós-apocalíptico
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/bau-do-cinema/2024/04/mad-max-faz-45-anos-saiba-onde-ver-filmes-da-franquia.shtml
A que ponto chegamos.
Defesa de dono do Porsche oferece 1 salário mínimo por mês para família de motorista morto
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2024/04/defesa-de-dono-do-porsche-oferece-1-salario-minimo-por-mes-para-familia-de-motorista-morto.shtml
Sr. Carlos Newton, Armando e amigos tribunários.
Estas imagens, são de assustar qualquer planeta civilizado.
É A BARBÁRIE NUA É CRUA!
Pergunto a todos os amigos, porque eu, já não encontro mais respostas:
EM QUAL PAÍS DO MUNDO, ACONTECE ESTA BARBARIDADE SEM IGUAL?
São selvagens, destruindo o seu futuro o bem mais precioso que um ser humano pode ter: O aprendizado!
Destroem uma Escola, como se fosse lixo!
Não há mais discernimento! 😢
Esses aí junto com os governantes, nos levarão a sermos o país mais atrasado do mundo.
Se é que já não somos.
José Luis
https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&opi=89978449&url=https://twitter.com/riodenojeiraofc/status/1778623222927278385%3Fref_src%3Dtwsrc%255Egoogle%257Ctwcamp%255Eserp%257Ctwgr%255Etweet&ved=2ahUKEwit88Dasb2FAxXSqpUCHQ_zBzEQglR6BAgLEAQ&usg=AOvVaw3kdoaMLiw4B11_BoKIkWQJ
Estamos todos condenados à indigência.
Com governantes que exploram e lucram demais com a miséria, a espoliação, o aviltamento, a insegurança, criando a desgraça e vendendo muito caro falsas soluções.
Não estão nem aí para a população de rua.
Afinal o artigo da ” Constituição Federal ” que diz que todos somos iguais perante as leis , continua vigorando ou não ?
Pelo fato de verdadeiro ” derrame ” contemplados pelo tal ” foro privilegiado .
Dividir para governar, a criação de castas é visível.
Os das mais altas privilegiaturas tem um porto seguro nesse foro.
O resto se divide em castas inferiores até chegar ao lumpemproletariado, e que vão pagar a conta com seus impostos draconianos.
STF olha para o próprio umbigo. Afinal, há que se ocupar dezenas de escritórios de advocacia bem próximos na capital.
Na moska
E continuam “legislando” !
Na verdade, eu quis dizer:
STF olha para o próprio umbigo. Afinal, há que se ocupar dezenas de escritórios de advocacia do tipo amicus curiae, bem próximos na capital.