Irmã nazista de Nietzsche escreveu e publicou livros com o nome do irmão

Nietzsche em HQ de Onfray, Le Roy pela Nova Fronteira (2013)

Nietzsche morreu aos 55 anos e a irmã usou o nome dele

Antonio Carlos Rocha

“Após dez anos de loucura e prostração atribuídas a uma sífilis contraída na juventude e desenvolvida num momento de fragilidade psíquica, Nietzsche morreu aos 55 anos. Nos anos que seguiram, sua irmã escreveu livros e publicou com o nome do irmão, entre eles, ‘A Vontade de Poder’. Ela propagou assim a tese de um Nietzsche antissemita, belicista, que elogiava a brutalidade, a crueldade e o desprezo pela piedade. Elizabeth Nietzsche tornou-se amiga de Hitler e o ditador esteve no sepultamento da admiradora em 1935”.

O trecho acima está na página 128 do livro “Nietzsche em HQ”, ótima biografia do pensador, em quadrinhos, editora Singular.

O texto da obra é do professor de Filosofia francês Michel Onfray, nascido em 1959. Autor de cinqüenta livros e traduzido em quase trinta países. Onfray é um dos fundadores da “Ateologia” uma corrente de pensamento que questiona as teologias.

LIVRE-PENSADOR – Michel Onfray foi professor do Ensino Médio durante 20 anos, aposentou-se e fundou a Universidade Popular do Gosto. Seu pensamento ateologista divulga uma historiografia alternativa, o hedonismo, a ética imanente e a estética generalista. Está mais para um artista livre-pensador pós-cristão.

Quem desenhou e quadrinizou a biografia de Nietzsche foi o ilustrador Maximilien Lê Roy, francês nascido em 1985. Le Roy, em suas pesquisas descobriu que um soldado francês aderiu ao Viet Minh, na Guerra da antiga Indochina, e está escrevendo um livro sobre as aventuras do militar renegado.

VIETNÃ EM ALTA – Lembrar que Indochina era o nome anterior do hoje Vietnã, que no passado foi colonizado pela França, bem antes da chegada dos EUA, que foi expulso pelos vietnamitas na conhecida Guerra do Vietnã.

Ou seja, este pequeno país do Sudeste Asiático, de tradição budista, conseguiu expulsar de suas terras dois poderosos impérios ocidentais e hoje caminha a passos largos para um sistema bem parecido com o chinês, capitalismo de Estado com um único partido no Poder, o Partido Comunista Vietnamita, já é considerado um Tigre Asiático, em termos de Economia e uma curiosidade: nos supermercados cariocas, as sacolas de fibra-plástica retornáveis são produzidas no Vietnã, que acaba de ultrapassar o Brasil, tornando-se o 25º maior exportador do mundo.

E agora fica a dúvida, a escrita ácida e irônica era do grande filósofo alemão Friedrich Nietzsche ou de sua irmã Elizabeth?

5 thoughts on “Irmã nazista de Nietzsche escreveu e publicou livros com o nome do irmão

  1. Por falar em crescimento do Vietnã, o primeiro secretário geral do PC, Thong, enfrenta um dilema (como tantos outros países que cresceram bastante, quando não eram desenvolvidos, tais como EUA, China e outros):

    ” Mas ele está preso em uma contradição. Sob a sua liderança, o partido estabeleceu uma meta ambiciosa de alcançar o status de país de alta renda até 2045, com uma economia baseada na tecnologia e no conhecimento. É isso que impulsiona a parceria cada vez mais próxima com os Estados Unidos.

    No entanto, o crescimento mais acelerado no Vietnã significa quase inevitavelmente mais corrupção. E, ao combater demais a corrupção, arrisca-se extinguir muita atividade econômica.

    Já há reclamações em relação à burocracia, à medida que as autoridades evitam tomar decisões que possam envolvê-las em casos de corrupção.

    “Esse é o paradoxo”, diz Le Hong Hiep.

    “O modelo de crescimento deles tem dependido de práticas corruptas há muito tempo. A corrupção tem sido a graxa que manteve a engrenagem funcionando. Se eles abandonarem a graxa, as coisas podem não funcionar mais.””

  2. 1) Li alhures que o número de estudantes vietnamitas nos EUA é muito grande, aprimorando-se na língua inglesa para ela se tornar a segunda língua do Vietnã …

    2) Sem esquecerem o francês, a primeira língua estrangeira que dominou por lá…

    3) Amigo monge budista brasileiro que peregrinou por lá, me disse que o povo consome o “pão francês” tal como o conhecemos por aqui…

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