Piada do Ano! Gusttavo Lima pensa (?) que poderá ser presidente

Gusttavo Lima - Um Sonho Louco (Voz e Violão)

Um dos grandes sucessos do cantor é “Um Sonho Louco”

Carlos Newton

A democracia tem dessas coisas. Qualquer um pode sonhar em virar presidente da República, basta ser eleitor, ter mais de 35 anos e estar na posse de seus direitos políticos. O cantor mineiro Gusttavo Lima tem exatamente essa idade e rompeu o Ano Novo cheio de esperanças.

É um sertanejo vencedor. Ficou milionário à custa do próprio esforço, a ponto de gastar 25 milhões de reais para comprar o iate Lady Laura IV, de Roberto Carlos. Lima é um rei Midas do showbiz, tudo o que faz dá certo.

SERÁ CANDIDATO? – Entediado com o sucesso excessivo, o cantor passou o réveillon pensando em entrar na política. No dia 2 de janeiro, contatou a repórter Lilian Tahan, do portal Metrópoles, e anunciou que será candidato a presidente da República.

A notícia explodiu em todo o país, Lima passou a ser mais um protagonista da política brasileira. E o sucesso não demorou nada. Exatamente um mês depois da entrevista, o cantor já aparece gravando um vídeo para agradecer pelos índices de mais de dez pontos percentuais alcançados em diversos cenários na pesquisa Genial/Quaest para presidente.

O cenário principal apontou Gusttavo Lima como o principal nome da direita no segundo turno, Segundo a pesquisa, Lula teria 41% e Gusttavo Lima 35%. 

DIZ O CANDIDATO – “O Brasil tem jeito. Não vamos desistir do Brasil”, afirmou o cantor, em vídeo publicado nas redes sociais, acrescentando que “só Deus pode parar um sonho”.

Bem, não faltará partido para filiar o cantor sertanejo, mas suas chances são mínimas. Na chamada pesquisa espontânea, a mais precisa, em que o entrevistador indaga simplesmente “em quem você vai votar?”, sem citar nomes, Lula tem 9% e Bolsonaro, 6%. Gusttavo Lima nem chega a pontuar…

Assim, o cantor precisa pensar (?) com calma se deve ou não entrar na política. Aliás, se soubesse como é chato e cansativo fazer política, jamais teria desafinado desse jeito.

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P.S. – Como sempre lembramos aqui na Tribuna da Internet, sonhar não é proibido nem paga imposto… Além disso, Gusttavo Lima não perderá nada na política, apenas as ilusões. (C.N.)

Acredite se quiser! Eleição de 2026 será mesmo entre Lula e Bolsonaro

Charge do JCaesar | VEJA

Charge do JCaesar | VEJA

Carlos Newton

Por incrível que pareça, as correntes políticas da polarização insistem em canalizar entre Lula da Silva e Jair Bolsonaro a disputa da eleição de 2026.  A repetição do confronto somente será evitada caso algum dos contendores tenha problemas de saúde, com agravamento de suas comorbidades, como se diz atualmente.

Lula vai estar com 81 anos nesta campanha eleitoral, na condição de mais idoso governante de país democrático, já com data de validade vencida e graves problemas de saúde. Se Lula não for candidato, o PT perde e se extingue, por decomposição espontânea, e Lula quer evitar esse vexame.

BOLSONARO – O principal adversário é Bolsonaro, dez anos mais novo e que chegará à eleição com 71 anos. Mas também está com a validade vencida, devido aos graves problemas de saúde.

A facada de Adélio Bispo, em 2018, não conseguiu matá-lo, mas roubou sua higidez. A tela implantada no abdômen salvou a vida de Bolsonaro, mas já houve várias recidivas, parece ser um problema que terá pelo resto da vida.

Enriquecido pelos R$ 17,2 milhões que os admiradores depositaram em sua conta por Fix, calcula-se que a fortuna de Bolsonaro já atinja mais de R$ 45 milhões, incluindo o patrimônio imobiliário, declarado à Receita em preço de compra. Mesmo assim, ele não desiste da política.

LULA FAVORITO – Pesquisa eleitoral realizada pela Genial/Quaest mostra que o cantor Gusttavo Lima surge como o nome mais competitivo contra o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em um cenário que reúne diversos outros nomes da direita.

A pesquisa incluiu nomes como o do presidente Lula (PT), o de Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro e atualmente inelegível, e de governadores de destaque como Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), e Ronaldo Caiado (GO), além de outras figuras do cenário político, como Pablo Marçal e Fernando Haddad, atual ministro da Economia.

A pesquisa parece ser Piada do Ano, porque o povo brasileiro é gozador, sacaneia até pesquisa eleitoral. Tudo indica que o candidato mais forte contra Lula é mesmo Bolsonaro.

FALTA A ANISTIA – Para concorrer à eleição, Bolsonaro precisa que o Congresso aprove a anistia, com benefício estendido a políticos de oposição punidos pela Justiça Eleitoral.

Com apoio de Lula e do PT, essa aprovação fica garantida, e Lula tem convicção absoluta que pode sair vitorioso com maior facilidade se Bolsonaro concorrer.

Assim, se Lula mandar o PT votar a anistia, dizendo que não tem medo de perder para Bolsonaro e quer enfrentá-lo, o projeto terá aceitação mais que garantida no Congresso.

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P.S. –
Detalhe importante: as Forças Armadas torcem desesperadamente para que a anistia seja aprovada. Mas isso é assunto para outro artigo. (C.N.)

Descontrolado, Trump inicia sua guerra econômica contra o mundo inteiro

COLOQUE TARIFAS EM PAÍSES E PESSOAS ESTRANGEIRAS QUE REALMENTE NOS QUEREM  MAL” Donald Trump voltou a mencionar o Brasil na segunda (27), ao acusar o  país de adotar tarifas elevadas contra produtosCarlos Newton

Quando Donald Trump tomou posse no dia 20 de janeiro e imediatamente começou a tomar decisões ilegais ou inconvenientes, descumprindo a Constituição ou tratados internacionais assinados pelo governo dos Estados Unidos e ratificados pelo Parlamento, comentamos aqui na Tribuna da Internet que ele estaria agindo como o ator que sempre sonhou ser ou realmente apresentaria sinais de perturbação mental.

Uma semana depois, pode-se dizer, com toda certeza, que não se trata de um ator em cena, mas de um governante claramente perturbado, que compra briga contra adversários poderosos, como China e Rússia, ao mesmo em que pune países historicamente aliados, como Canadá, México, Colômbia e Panamá.

DONO DO MUNDO – Na sexta-feira, dia 31, o governo americano anunciou que Trump determinaria uma tarifa de 25% sobre os produtos do México e do Canadá, juntamente com uma tarifa de 10% sobre os produtos chineses.

Neste sábado, dia 1º, o novo dono do mundo mandou a Casa Branca fazer hora extra para avisar que entram em vigor a partir de terça-feira, dia 4, as tarifas prometidas por Trump a países que o desobedecem.

Assim, o governo canadense foi notificado de que os produtos que exporta para os EUA serão taxados em 25%, com exceção de petróleo e energia, que serão atingidos por tarifa de 10%.

REAÇÃO CAUTELOSA – Os três países vêm reagindo com cautela às insanidades de Trump, que está agindo como se não existisse na América do Norte o Nafta, bloco econômico que integra Estados Unidos, Canadá e México. O fato concreto é que o presidente americano está rasgando os acordos celebrados pelos três países, como se não mantivessem relações diplomáticas e comerciais.

Segundo a agência Reuters, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau (Partido Liberal, centro-esquerda), disse na sexta-feira, dia 31, que o país responderá imediatamente e com firmeza se os Estados Unidos prosseguirem com as ameaças de impor tarifas.

“Estamos prontos com uma resposta – uma resposta proposital, enérgica, mas razoável, imediata. Não é o que queremos, mas se ele seguir em frente, também agiremos”, disse Trudeau durante reunião do conselho consultivo sobre as relações Canadá-EUA, convocada às pressas. 

CHINA SOBRETAXADA – No ano passado, o então presidente americano Joe Biden determinou um aumento de tarifas sobre uma ampla gama de importações chinesas — incluindo semicondutores, baterias, painéis solares e minerais estratégicos — em uma tentativa de fortalecer a indústria americana em plena corrida eleitoral.

Biden criou sobretaxa ainda sobre carros elétricos, aço e alumínio, produtos médicos e guindastes portuários. No conjunto, as medidas devem afetar cerca de US$ 18 bilhões em importações anuais da China, segundo a Casa Branca.

Biden perdeu a eleição e agora Trump impõe mais 10% sobre importações chinesas, indistintamente, e ataca também países aliados. É evidente que isso causará uma reviravolta no comércio mundial.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É só o início. Enquanto Trump não for submetido a rigoroso tratamento, a esculhambação reinará nesse mundo cão. Se Lula ficar calado e Trump esquecer o Brasil, já será um grande negócio para nós, porque poderemos aumentar nossas exportações para os Estados Unidos, que têm superávit conosco, e também para a China, que compra muitas commodities norte-americanas. Todo cuidado é pouco (C.N.)

Ameaça de Trump sobre os Brics atinge diretamente Lula e o Brasil

Trump diz que países do BRICS não vão ficar felizes, se prejudicarem os EUA  | CNN PRIME TIMECarlos Newton

O imponderável presidente americano Donald Trum considera o grupo dos Brics um grave problema a ser resolvido pelo seu governo. Logo após assumir, no último dia 20, ele afirmou que os países membros do Brics estavam tentando “dar uma volta” nos Estados Unidos e que, se isso ocorrer, “não vão ficar felizes”.

O novo governante americano se referia aos planos já divulgados pelos países-membros sobre crescimento do bloco, como possibilidade de negociações comerciais lastreadas em suas próprias moedas ou em nova moeda a ser criada, para se livrar da submissão ao dólar.

“BONS ACORDOS” – “Eu acho que [os países do Brics] estão procurando prejudicar os Estados Unidos, e se fizerem isso, não ficarão felizes com o que vai acontecer”, disse Trump, que considera que os EUA não possuem bons acordos comerciais com os países-membros do bloco.

O novo dono do mundo, digamos assim, disse que “nós não fizemos nenhum bom acordo (com nenhum dos Brics). Temos déficit com quase todos eles”.

Em relação especificamente à China, que é o maior líder do bloco, Trump lembrou que em seu primeiro mandato impôs “grandes tarifas” aos produtos chineses, especialmente ao aço, o que ajudou a manter empresas de siderurgia funcionando nos EUA.

SEM DETALHES – Trump não deu mais detalhes sobre futuras tarifas contra o país asiático, mas pontuou que tem reuniões e telefonemas agendados com o presidente Xi Jinping para tratar do assunto. Trump acrescentou que, por ora, os EUA ainda “não estão prontos” para implementar novas tarifas universais.

Depois dessa declaração, realmente Trump já teve uma demorada reunião por videoconferência com o presidente chinês XI Jinping, mas não houve vazamento sobre o que foi conversado.

Para o governo Lula, que defende publicamente uma nova moeda, a situação é delicada, porque desde 1º de janeiro o Brasil assumiu a presidência do Brics, integrado por Rússia, Índia, China e África do Sul, além de outros membros recém-admitidos – Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã, e outras nações consideradas parceiras.

SUL GLOBAL – Brics é o bloco que sustenta a articulação diplomática dos países do Sul Global, com foco na cooperação em diversas áreas. E o Brasil se comprometeu a operar sob o lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global por uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”.

É claro que Trump não vai aceitar placidamente o crescimento do Brics. No final do ano passado, Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Nigéria foram anunciados como “países parceiros”. 

Diante dessa delicada situação, convém que Lula se coloque em seu devido lugar, saia o máximo de cena e deixe o Itamaraty gerir a presidência do Brics, sem se meter em nada.

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P.S. –
No momento, o Brasil não tem retaguarda econômica para suportar retaliações de Trump. O ideal seria um bom relacionamento com os Estados Unidos e com os Brics, simultaneamente, meta que o Itamaraty tem condições de atingir, se Lula não atrapalhar. (C.N.)

Logo saberemos se Trump é apenas fanfarrão ou tem problemas mentais

Trump Renomeia Golfo do México para 'Golfo da América'. Veja o Que Ele Pode  — e Não Pode — Fazer

Trump exibe seu decreto ilegal que só durou 48 horas

Carlos Newton

Conforme temos afirmado aqui na Tribuna da Internet, Donald Trump é um excelente ator, que no momento faz o papel de presidente dos Estados Unidos, podendo se sair bem ou mal, depende das circunstâncias. Lembrem que seu primeiro governo não foi lá essas coisas e ele até perdeu a reeleição em 2020.

Agora está de volta, aos 78 anos, e resolveu entrar no palco de maneira apoteótica, surpreendendo o mundo de todas as maneiras possíveis e imagináveis, inclusive assinando um decreto inconstitucional logo após assumir, a pretexto de estar “reinterpretando” a Emenda Constitucional 14, que garante cidadania norte-americana a quem nascer no país.

UM PSICOPATA – Ao assistir a esta cena pela TV, fiquei de tal modo surpreso que levantei a hipótese de Trump estar desequilibrado. Afinal, se age como psicopata e se fala como psicopata, só pode estar “variando”, como se diz no Nordeste.

Mas nem tudo que reluz é ouro. Fica bem mais fácil entender o furacão Donald Trump quando se tem conhecimento do método usado por ele para fazer sucesso como empresário e apresentador de TV.

Em artigo na Folha, o cientista político Marcus André Melo, professor da Universidade Federal de Pernambuco, publica um trecho de um livro escrito por Trump há duas décadas, no qual Trump revela sua estratégia de vida.

DISSE TRUMP – “A chave final para a maneira como eu consigo as coisas é a bravata. Eu jogo com as fantasias das pessoas. Elas nem sempre pensam grande, mas ainda podem se entusiasmar muito com aqueles que pensam. É por isso que um pouco de hipérbole nunca faz mal. As pessoas querem acreditar que algo é o maior, o melhor e o mais espetacular. Eu chamo isso de hipérbole verdadeira. É uma forma inocente de exagero — e uma forma muito eficaz de se conseguir o que quer”, revela Trump em “The Art of the Deal” (“A Arte da Negociação”).

Em tradução simultânea, o presidente americano admite que tem por costume fazer bravatas que soam como ameaças, que ele tenta amaciar dizendo tratar-se de “hipérboles verdadeiras”.

SEM JUSTIFICATIVA – Esse jogo de palavras serve para explicar, mas não pode servir de justificativa para o destrambelhado comportamento de Trump, porque uma coisa é fazer bravata numa reunião empresarial, para fechar um negócio; outra coisa muito diferente é se portar assim na presidência da mais importante potência mundial.

A política não pode ser conduzida assim. No primeiro mandato, Trump até se comportou de maneira bem diferente, mais contido e cauteloso.

Agora, sem nenhum motivo, resolve chutar o balde, desnecessariamente. O decreto inconstitucional somente durou 48 horas. Foi suspenso liminarmente e o juiz federal ainda ironizou o governante, ao indagar onde estavam os advogados do Planalto…

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P.S. –
Mais para a frente, saberemos o estado mental de Trump. Não é difícil perceber o que é bravata e o que passa a ser insanidade. Até porque todo excesso de bravata representa uma insanidade, especialmente quando o fanfarrão mostra não ter limites e está sentado no Salão Oval da Casa Branca(C.N.)

Regulamentar redes sociais ainda é um desafio para a ciência jurídica

 Ilustração: Kleber Sales/Estadão

Charge do Kleber Sales (Estadão)

Carlos Newton

Em meio ao impacto do estranho comportamento de Donald Trump, que procura governar usando marketing em dosagem paquidérmica, tentando desconhecer até mesmo a Constituição americana, a mais famosa do mundo, e nessa bagunça um dos lugares comuns da atualidade é culpar as redes sociais pela deterioração que vivemos.

Essa tendência é mundial. De repente, as redes sociais passaram a ser acusadas de crimes gravíssimos. É preciso regulamentá-las, o mais rápido possível, antes de que destruam a sociedade atual e o que resta de conservacionismo, e tudo isso em plena era do LGBTQIAPN+, uma sigla que não para de crescer, porque é impossível conter as preferências humanas.

NINGUÉM SABE – A única coisa certa a respeito das redes sociais é que ninguém sabe como regulamentá-las, um desafio jurídico que paira sobre a humanidade como uma esfinge flutuante nas nuvens da cibernética.

Virou conceito (ou pré-conceito) dizer que a União Europeia já teria elucidado a questão, através da Lei dos Serviços Digitais, chamada de DAS, que estabelece regras para o funcionamento de plataformas digitais e entrou em vigor em 17 de fevereiro de 2024.

A DSA se aplica a plataformas de grande dimensão, como o Google, Meta e X (antigo Twitter). Seus objetivos são proteger os consumidores; estabelecer regras de transparência e responsabilidade para as plataformas digitais; combater conteúdos ilegais etc.

APENAS INTENÇÕES – Na verdade, a DAS atua no terreno das intenções óbvias, proibindo anúncios direcionados a menores de idade com base em dados pessoais ou confidenciais, exigindo uma moderação de conteúdo mais rígida e a abertura de espaço para os usuários denunciarem serviços ilegais.

Nada de novo no front ocidental, não há – nem poderia haver – nenhuma regulamentação, até porque cada país adota suas próprias leis.

O ponto central dessa discussão que não tem fim é a possibilidade de responsabilizar não somente o usuário delituoso, mas também a própria rede social.

PONTO POLÊMICO – É claro que as redes sociais não querem ser responsabilizadas pelas maluquices dos usuários. Ou seja, se posicionam como os jornais, que jamais se responsabilizaram pelas opiniões dos colunistas e colaboradores.

Além disso, as redes sociais exigem que os prejudicados apresentem queixa e que se abra o devido processo legal, com direito de defesa e de recurso etc. e tal.

O problema em relação ao Brasil é que o ministro Alexandre de Moraes não concorda com isso, está pouco ligando para o devido processo legal e sai atropelando as redes sociais em ações judiciais sigilosas, condenando, multando e bloqueando contas bancárias sem base legal, um verdadeiro festival de ilegalidades puras.

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P.S.
No mundo inteiro, ninguém sabe como regulamentar as redes sociais, prevenir fake news e uso político dos perfis, porque é preciso respeitar as mais sagradas regras da democracia – o devido processo legal, a liberdade de expressão, o direito de defesa e de recurso etc. O ministro Alexandre de Moraes também não sabe como regulamentar, mas finge saber. É aí que mora o perigo, porque no Brasil a ignorância abunda e tem mania de interpretar leis. (C.N.)

A única esperança da Humanidade é obrigar os políticos a fazer a coisa certa

Apenas que você faça a coisa certa.... Marco Aurélio - Pensador

O pensamento do imperador Marco Aurélio continua atual

Carlos Newton

Um fato concreto. O Brasil e o mundo estão sofrendo a fase mais surrealista já vivida pela política. Embora estejamos participando da mais veloz evolução científica e tecnológica da História, com a Inteligência Artificial demonstrando que veio para ficar, a humanidade ainda está cercada de velharias por todos os sete lados, que desperdiçam nosso tempo discutindo direitos a preferências sexuais e a aborto, ao mesmo tempo em que se curvam aos carcomidos dogmas ideológicos de direita e esquerda.

Aqui no Brasil, é insuportável constatar que há pessoas inteligentes e preparadas perdendo tempo em discutir se Lula é melhor do que Bolsonaro ou se Donald Trump significa a recuperação do capitalismo frente ao temido fortalecimento do socialismo.

REDES SOCIAIS – Outra alienação coletiva são as redes sociais, cuja principal serventia ainda é ampliar ao máximo a vaidade de cada imbecil que consiga atrair seguidores.

É impressionante o número de comentaristas que surgem a cada dia na web, dando as opiniões mais ridículas sobre temas políticos, econômicos e sociais. São chamados de influenciadores, há quem acredite neles e eles enriquecem à custa dos trouxas.

Praticamente todos estão ficando meio esquizofrênicos, vivemos uma existência paralela, com a grande maioria digitando celulares e espalhando as notícias mais absurdas. Foi preciso até proibir os celulares nas salas de aula, vejam a que ponto chegamos.

PESSOAS ELETRÔNICAS – Nos transportes coletivos, é raro ver pessoas conversando. Cada passageiro fica ligado no celular, e até o motorista usa o dele, toda vez que tem de parar no sinal, é impressionante.

Nesse admirável mundo novo (que Aldous Huxley nos perdoe…), a imprensa tem papel fundamental. Por mais críticas que receba, a velha mídia passou a ser um farol a nos iluminar. Se não houvesse os portais, os sites e os blogs de veículos de informação, não tenho ideia do que poderia acontecer à humanidade.

A meu ver, a única coisa capaz de nos salvar é a morte. Se os líderes políticos vivessem para sempre, conforme anseiam, é claro que não haveria democracia. Estaríamos todos, no mundo inteiro, submetidos a uma ditadura implacável, que controlaria cada um de nós como seres ”ex-machina”.

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P.S. 1 –
Diante dessa realidade, bendita seja a morte! Porque ela funciona como algo absolutamente divino, ao igualar todos os seres e colocar os políticos em seus devidos lugares.

P.S. 2 – Mas nem tudo está perdido. Talvez os homens aprendam, algum dia, a obrigar seus líderes a fazer as coisas certos, como Sidarta Gautama, o Buda, preconizava cinco séculos antes de Cristo. Quando isso ocorrer, estaremos vivendo no paraíso. (C.N.)

Trump quis imitar o Brasil e “reinterpretar” as leis, mas se deu mal

O juiz perguntou onde estavam os advogados de Trump

Carlos Newton

Quase sempre é a filial que precisa acompanhar as práticas e regras da matriz. Quando ocorre o contrário e a sede decide seguir normas da sucursal, é prejuízo na certa, sem falar na desmoralização. Exatamente o que está acontecendo com o destrambelhado presidente Donald Trump, que decidiu adotar na matriz USA uma suposta inovação da filial Brazil, e agora está dando tudo errado.

Certamente Trump ficou impressionado quando seu amigo Elon Musk lhe contou que do lado debaixo do Equador existe um país onde o governo e o Supremo não cumprem as leis e as reinterpretam de acordo com a ocasião.

REALIDADE BRASILEIRA – No surrealismo da política brasileira, as reinterpretações das leis realmente são as grandes novidades. Foi assim que o condenado Lula da Silva foi solto, em 2019, quando o Supremo reviu suas normas e proibiu prisão antes de julgamento em última instância, uma monstruosidade que não existe em nenhum dos demais países da ONU.

Em seguida, reinterpretou a regra universal de competência territorial, para anular as condenações de Lula e dos demais políticos e empresários corruptos.

Depois, em nova reinterpretação, o STF ficou com pena e decidiu devolver aos criminosos os recursos públicos que tinham desviado.

TRUMP ESCORREGOU – Impressionado com o sucesso dessa estratégia na filial Brazil, o presidente Trump resolveu adotá-la na matriz USA. Mas foi o pior erro que já cometeu em sua agitadíssima vida empresarial, artística e política.

Sua reinterpretação da emenda 14 tornou-se Piada do Ano. Durou apenas quatro dias. Nesta quinta-feira, o juiz federal John C. Coughenour, de Seattle, tomou a decisão de suspender o decreto que pretendia acabar com o direito à cidadania americana de filhos de imigrantes nascidos nos Estados Unidos.

O pior é a gozação. Durante a audiência, o juiz disse que nunca tinha visto tamanha bobagem. Ele ainda questionou onde estavam os advogados da Casa Branca na hora em que o presidente assinou a ordem, ressaltando não entender como um agente do direito poderia considerar o ato como legal.

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P.S.
Trump é um ator fazendo papel de presidente. O problema é que ele não segue o script do roteirista e o resultado é sempre caótico. Do jeito que está tentando governar, Trump é uma ameaça aos Estados Unidos e ao mundo. (C.N.)

É evidente que Trump é um psicopata em surto, que precisa ser internado

Posse de Trump: presidente assina dezenas de decretos executivos inaugurais - Estadão

Orgulhoso, Trump exibe seu decreto inconstitucional

Carlos Newton

Quando a imprensa adiantou alguns dos planos megalomaníacos de Donald Trump, sinceramente eu não consegui levar a sério. Anexar o Canadá, retomar o Canal do Panamá, incorporar a Groenlândia como novo Estado americano, trocar o nome do Golfo do México, entre tantas outras esquisitices, são aberrações totalmente enlouquecidas, que não podem ser recebidas como propostas “normais”.

Perplexo, tentei considerar que tudo isso poderia ser uma estratégia do novo presidente americano, para que todos entendam que a China ainda é apenas um tigre de papel e a política internacional continuaria como dantes, com os Estados Unidos na condição de maior potência e em situação de hegemonia, como tem ocorrido desde a decadência do Império Britânico, onde o sol jamais se punha.

DESCULPE, FOI ENGANO – Veio a posse de Trump, nesta segunda-feira, e ele repetiu a ameaça de retomar o Canal do Panamá e a decisão de mudar o nome do Golfo do México para “Golfo da América”, sem deixar claro como isso poderia acontecer.

Como não se referiu à anexação do Canadá nem a incorporação da Groenlândia, achei que tudo era uma forma de gozação “pour épater la bourgeoisie” – para chocar a burguesia, como diziam os poetas franceses do final do século XIX.

Realmente, Trump está chocando todo mundo, com uma precisão surpreendente. Mas suas propostas não seriam maluquices, significariam apenas um estilo midiático de ser. Assim, poderíamos dormir tranquilamente.

MAIS SURPRESAS – Veio a seguir a cerimônia da assinatura de decretos, com novas surpresas, a demonstrar que o presidente norte-americano realmente está variando, como se diz no Nordeste.

Somente um governante inteiramente desequilibrado pode assinar, durante a cerimônia de posse, um decreto destinado a alterar a Constituição americana para que filhos de migrantes ilegais não mais sejam considerados cidadãos americanos.

Seu decreto é uma página vazia, que não serve para nada, porque a cidadania é um direito que nenhum presidente pode contestar. Diante desse tipo de insanidade, fica evidente que Trump merece cuidados e precisa de urgente acompanhamento psiquiátrico.

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P.S. 1 –
O fato é que Trump destrambelhou e quer governar por decreto. E ameaça sobretaxar as importações do México e do Canadá até 1º de fevereiro. Ou seja, comporta-se como se fosse o rei da cocada preta, esquecido de que o Congresso é que legisla sobre impostos.

P.S. 2 – Fica demonstrado também que o presidente está pessimamente assessorado. Manda redigir decretos ilegais em série, e nenhum de seus auxiliares tem coragem de dizer que é tudo uma doideira, porque ele jamais pode passar dos limites constitucionais.

P.S 3 – Isso significa que teremos um mundo muito diferente daqui em diante. Podem ficar preocupados, à vontade. (C.N.)

Sucesso de Nikolas Ferreira leva ao desespero as lideranças do PT

Zeca Dirceu pede para PF investigar vídeo de Nikolas Ferreira | CNN ARENA | Facebook

Zeca Dirceu deve achar que a PF não tem o que fazer

Carlos Newton

O vídeo gravado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), com críticas em geral ao governo de Lula da Silva, especialmente quanto ao aumento da fiscalização sobre transações financeiras pela Receita Federal, incluindo o Pix, está levando ao desespero o PT.

Sem saber como explicar a superviralização, o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), ex-líder do partido na Câmara, chegou ao ponto de propor que a Polícia Federal  e o Ministério Público investiguem o jovem deputado mineiro.

DISSE ZECA – “Existem cerca de 130 milhões de contas do Instagram no Brasil, muitas delas inativas e outras várias de uma única pessoa que administra muitas contas. Assim, como explicar um vídeo ter 300 milhões de visualizações? Tem algo muito errado aí. A PF e o MPF precisam investigar a fundo a Meta e toda esta propagação de fake news sobre o dólar, Pix e falas manipuladas do Haddad. Trata-se de uma ação criminosa que afeta a economia do Brasil”, disse Zeca Dirceu.

O que é novo sempre surpreende quem não está preparado para receber a novidade, é claro que o total de visualizações significa a soma de todas as redes sociais e de aplicativos, por onde viaja a mensagem.

Aqui na Tribuna da Internet, já acessei cerca de 30 vezes, para conferir o conteúdo e para escolher imagens para ilustrar matérias sobre o assunto.

DESESPERO DA GLOBO – O mais interessante foi o desespero da Organização Globo, a preferida na distribuição de verbas do governo, que parou a programação da rede à tarde, para apresentar a versão do governo, e colocou a GloboNews a serviço do Planalto.

O motivo é sempre o mesmo – tudo por dinheiro, como diria Silvio Santos. Um importante estudo do Fórum de Autorregulamentação do Mercado Publicitário, divulgado em setembro de 2024, mostrou que, pela primeira vez na história, a internet, com investimento de R$ 2,391 bilhões (39,6%), superou a TV aberta, cuja participação foi de R$ 2,256 bilhões (37,4%) da verba publicitária disponível no segundo trimestre do ano.

Este é o ponto fundamental da questão. Com mais de 317 milhões de visualizações, Nikolas Ferreira conseguiu uma visibilidade que nem o Jornal Nacional seria mais capaz de oferecer, mostrando que as redes sociais já superam amplamente a audiência da TV aberta no país.

RECADO ENTENDIDO – Ficou comprovado também que o deputado mineiro, usando uma linguagem simples, conseguiu que a imensa maioria da população entendesse o que ele informava.

Pesquisa publicada pela Quaest na última sexta-feira (17) revelou que 88% dos brasileiros já estavam cientes das mudanças nas normas de fiscalização do Pix e que 87% ouviram falar sobre a possibilidade de o governo federal implementar uma taxa nas transações realizadas por meio deste sistema.

Não adianta o PT querer investigar e prender o deputado. A melhor saída é fazer um governo melhor e mais humano, que estude e adote medidas para reduzir privilégios, como os supersalários no serviço público e nas estatais, ao invés de taxar a pequena renda das classes menos favorecidas.

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P.S.
O PT já foi o Partido dos Trabalhadores, porém não merece mais esse título. No Brasil, o trabalhador infelizmente não está representado nos três poderes. Aliás, jamais esteve. (C.N.)

Barroso não conseguiu responder às críticas do Estadão ao Supremo

Charge 14/07/2023

Charge do Marco Jacobsen (Folha de Londrina)

Carlos Newton

A pedido do comentarista Dorivaldo Carlos Vieira da Silva, estamos publicando o artigo insípido, incolor e inodoro que o ministro Luís Roberto Barroso publicou no Estadão, para reclamar das críticas que o mais antigo jornal brasileiro tem feito ao Supremo Tribunal Federal.

Vieira da Silva considerou uma falha da Tribuna da Internet não ter divulgado as “desculpas” de Barroso, e tem toda razão.

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O STF QUE O ‘ESTADÃO’ NÃO MOSTRA
Luís Roberto Barroso

No último ano, o jornal O Estado de S. Paulo produziu mais de 40 editoriais tendo por objeto o Supremo Tribunal Federal (STF) ou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgãos que presido. Por um lado, tal fato revela a importância que o Judiciário tem na vida brasileira, seu papel na preservação da estabilidade institucional e nas conquistas da sociedade.

O Brasil é o país que ostenta o maior grau de judicialização do mundo, o que revela a confiança que a população tem na Justiça. Do contrário, não recorreria a ela.

TOM RAIVOSO – E, no entanto, praticamente todos os editoriais foram duramente críticos, com muitos adjetivos e tom raivoso. Ainda que não deliberadamente, contribuem para um ambiente de ódio institucional que se sabe bem de onde veio e onde pretendia chegar.

Ao longo do período, o jornal não vislumbrou qualquer coisa positiva na atuação do STF ou do CNJ. Faz parte da vida. Parafraseando Rosa Luxemburgo, liberdade de expressão é para quem pensa diferente. Mas o que existe está nos olhos de quem vê.

Passaram despercebidas algumas transformações relevantes e perenes para o Judiciário. Foram criados os Exames Nacionais da Magistratura e dos Cartórios, para garantir mais qualidade e integridade nos concursos dessas carreiras.

PRINCIPAIS MEDIDAS – Foram implementadas resoluções que estabeleceram: paridade de gênero nas promoções por merecimento para os tribunais; redução de milhares de reclamações trabalhistas mediante homologação das rescisões pela Justiça do Trabalho.

E mais: aumento expressivo da arrecadação dos municípios pela exigência de prévio protesto da certidão de dívida ativa antes do ajuizamento da execução fiscal; extinção de mais de 4 milhões de execuções fiscais inviáveis.

Além disso, envio de mais de R$ 200 milhões para ajudar a recuperação do Rio Grande do Sul, com verbas das penas pecuniárias que estavam em juízo, em meio a inúmeras outras medidas.

PRODUTIVIDADE – O Supremo Tribunal Federal é o tribunal mais produtivo do mundo, tendo proferido mais de 114 mil decisões apenas em 2024. Entre elas, destacam-se: enfrentamento ao etarismo, permitindo que maiores de 70 anos escolham o regime de bens do casamento; rejeição ao assédio judicial a jornalistas.

E ainda:  imposição de um critério mínimo de reajuste para o FGTS dos trabalhadores; execução imediata da pena após condenação pelo Tribunal do Júri; enfrentamento à judicialização da saúde, com a previsão de critérios para fornecimento de medicamentos.

Assim como a atuação decisiva no acordo de Mariana (MG), que resultou na destinação de R$ 170 bilhões para vítimas do desastre.

OUTRAS DECISÕES – Naturalmente, toda e qualquer decisão é passível de divergência ou crítica. Menciono algumas referidas nos editoriais. O STF de fato determinou o uso de câmeras na farda em operações policiais militares.

Há quem ache que a violência policial descontrolada contra populações pobres é uma boa política de segurança pública. Mas não é o que está na Constituição.

O STF ordenou a elaboração de um plano para o sistema prisional. Há quem ache natural presos viverem sob condições indignas de violência e insalubridade. Mas não é o que está na Constituição.

USO DE DROGAS – O tribunal estabeleceu qual a quantidade de drogas distingue porte para consumo pessoal e tráfico. Há quem ache natural a polícia decidir que a mesma quantidade nos bairros de classe média alta é porte e na periferia é tráfico, em odiosa discriminação de classe e de raça. Mas não é o que está na Constituição.

Por igual, é possível ser contra a demarcação de terras indígenas e a favor de invasores, grileiros, garimpeiros ilegais e os que extraem ilicitamente madeira. Mas não é o que está na Constituição. Da mesma forma, há quem fique indiferente diante do desmatamento, das queimadas e da destruição dos biomas brasileiros. Mas não é o que está na Constituição.

Em suma, é possível não gostar da Constituição e do papel que ela reservou para o Supremo Tribunal Federal. Mas criticar o Supremo por aplicar a Constituição é que não é justo.

AFÃ POR HOLOFOTES – A referência ao “afã por holofotes” tem pouco sentido. Nós julgamos “na frente dos holofotes”, com transmissão por TV aberta. É a lei. Somos o tribunal mais transparente do mundo. Desagradar segmentos importantes faz parte do trabalho de bem interpretar a Constituição.

Os editoriais procuram dar especial ênfase a pesquisas de opinião com porcentuais negativos. Tais pesquisas revelam, no máximo, o que um grupo de pessoas pensa, e não o que é a verdade.

Quando o Supremo determina a desintrusão de 5 mil garimpeiros de uma terra que possuía mil indígenas, uma pesquisa na região revelaria grande impopularidade do tribunal.

COISAS DIFERENTES – Popularidade e legitimidade são coisas completamente diferentes. A propósito, nenhum ministro do STF recebe remuneração acima do teto constitucional.

O Supremo Tribunal Federal tem três grandes missões: assegurar o governo da maioria, preservar o Estado de Direito e proteger os direitos fundamentais.

Sob a Constituição de 1988, temos 36 anos de eleições regulares, estabilidade institucional e avanço nos direitos de todos os brasileiros, inclusive de mulheres, negros, gays, comunidades indígenas e pessoas com deficiência. Com plena liberdade de expressão, inclusive para críticas injustas. Sinal de que, mesmo sendo impossível agradar a todos, temos cumprido bem o nosso papel.

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BARROSO NÃO RESPONDEU NENHUMA CRÍTICA

Barroso usou um artifício. Ao invés de responder às críticas do Estadão, que foram feitas com a mesma intensidade  pela Folha e até pelo Globo, com menor entusiasmo, o presidente do Supremo simplesmente mudou de assunto.

As críticas dos jornalões ao STF se referem à reintepretação” de leis, como a criação de “flagrante perpétuo”, “presunção de culpa”, “inquérito do fim do mundo”, “fiança para crimes inafiançáveis”, “censura prévia nas redes sociais, com processo sigilosos”.

OUTRAS CRÍTICAS – Os jornais condenam também a decisão individual de um ministro para perdoar dívidas de cerca de R$ 20 bilhões de empresários que confessaram crimes de corrupção ativa, inclusive do amigo do amigo de meu pai.

Também foi criticada a aceitação de que mulheres e filhos de ministros exerçam advocacia em causas do Supremo, assim como a aprovação do festival de penduricalhos que engordam salários de juízes, procuradores etc., sob os auspícios do Supremo.  

A mídia condena, ainda, a promiscuidade de ministros com empresários corruptos em seminários no exterior, bancados por estatais, com participação de magistrados que só viajam acompanhados de seguranças. E Barroso não deu uma só palavra sobre tudo isso. Só faltou repetir: “Perdeu, mané!”. (C.N.)

Acredite se quiser, Bolsonaro tem chance de ser candidato em 2026

Sem anistia para golpista | Brasil 247

Charge do Nando Motta (Brasil 247)

Carlos Newton

Jair Bolsonaro teve a sua chance e não aproveitou. Fez tanta coisa errada, achando estar dentro das quatro linhas da Constituição, que acabou perdendo a reeleição e emparedando sua carreira no futuro próximo. Apesar de ter sido condenado na Justiça Eleitoral e estar agora respondendo a diversos inquéritos no Supremo, mesmo assim Bolsonaro ainda acredita em recuperar a elegibilidade, e realmente há condições de acontecer esse milagre político, acredite se quiser.

Reforçada pelo criminalista Celso Vilardi, a equipe jurídica está trabalhando simultaneamente em várias possibilidades. A primeira dela é apresentar uma ação rescisória no Tribunal Superior Eleitoral para reverter a condenação, que os advogados consideram “discutível”, porque o placar foi de 5 a 2.

NÃO É PROIBIDO – Sabemos que sonhar não é proibido nem paga imposto. Mas a defesa pode apresentar uma ação rescisória para rediscutir a inelegibilidade em agosto de 2026, com a nova composição do TSE, dois meses antes da eleição.

Nunes Marques assumirá a presidência do tribunal e André Mendonça também estará no colegiado. Seriam dois votos a favor de Bolsonaro, que precisa do apoio de quatro dos sete ministros. E desta vez Cármen Lúcia será substituída por Dias Toffoli, visto por Eduardo Bolsonaro, como “mais equilibrado” que a antecessora, segundo o repórter Augusto Tenório, do Metrópoles.

Assim, ficaria faltando apenas um dos quatro votos restantes de ministros provisórios para devolver a elegibilidade de Bolsonaro.

VOTAR A ANISTIA – Outra possibilidade é a anistia. Com toda certeza o Congresso vai votar uma lei de anistia agora em 2025 e Bolsonaro tem esperanças na aprovação. Segundo a jornalista Eliane Cantanhêde, os comandantes militares estão interessados na concessão do benefício, que atenderia também os condenados do 8 de Janeiro.

Essa possibilidade é considerada factível, porque o próprio presidente Lula estaria interessado, para possibilitar a candidatura de Bolsonaro, que o petista considera mais fácil de derrotar do que outro candidato de direita, como Tarcísio de Freitas ou Ratinho Júnior.

Por fim, Bolsonaro afirmou neste sábado que sonha também com a ajuda do presidente americano Donald Trump, mas é uma ilusão à toa, porque essa possibilidade simplesmente não existe.

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P.S.
Parece brincadeira, mas Bolsonaro realmente tem chance de reverter a situação. O Tribunal Superior Eleitoral é formado por sete juízes: três do Supremo, dois do Superior Tribunal de Justiça e dois advogados especialistas. Bolsonaro já tem dois votos e precisa de mais dois. Um deles pode ser de Toffoli, caso Lula peça que ele absolva Bolsonaro. Mas a maior chance é a anistia pelo Congresso, devido às condenações excessivas determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, que ainda não apreendeu que na vida o radicalismo não leva a nada. Comprem pipocas. (C.N.)

Lula pretende repetir a História como farsa, e essa bagaça não vai dar certo

Sorriso Pensante-Ivan Cabral - charges e cartuns: Charge do dia: Esse Mister Lula....

Charge do Ivan Cabral (Sorriso Pensante)

Carlos Newton

Ao ser eleito e montar o ministério, Lula agiu com a esperteza de sempre. Escalou Fernando Haddad, o melhor quadro do PT, para gerir a estratégica equipe econômica, mas ao mesmo tempo o enfraqueceu, ao nomear a então senadora Simone Tebet para o Planejamento, dividindo a gestão.

Com essa manobra, evitou seguir o exemplo de Bolsonaro, que criou o Ministério da Economia para Paulo Guedes com plenos poderes, todos lembram o “posto Ipiranga”. Lula, porém, preferiu manter Haddad sob controle e também evitar o crescimento político de Simone Tebet, que teve excelente votação, foi vital para a vitória do PT e podia despontar como alternativa política.

MALANDRAGEM DEMAIS – Essa mania de bancar o malandro, para não dividir o poder, é uma característica antiga de Lula, que nunca deixou que surgisse no PT um líder com prestígio para sucedê-lo.

Malandragem demais é um comportamento danoso, que traz resultados posteriores, como está acontecendo agora com Lula e o PT – um presidente com prazo de validade vencido, comandando um partido também em final de carreira, cujas perspectivas de ficar no poder dependem diretamente de Lula e de suas condições físicas e mentais para encarar a campanha de 2026.

Ao invés de incorporar a seriedade e a majestade do poder, Lula faz o contrário e assume um chapéu de malandro que é marca registrada do carnaval carioca, e não tira mais da cabeça, para fingir que a vida é uma festa.

À BEIRA DO CAMINHO – Haddad, que já confidenciou pouco entender de economia, respeita seus assessores e tenta encontrar o caminho certo, mas Lula atrapalha o quanto pode, com sua patética teoria econômica de que gasto é investimento.

Surgem vozes dissidentes dentro do próprio PT. O ex-ministro e ex-governador gaúcho Tarso Genro, escanteado da direção partidária por Lula, diz que o problema do governo vai além da comunicação.

Em entrevista a Leonardo Fuhrmann, do PlatôBR, o ex-ministro afirma que, neste terceiro mandato de Lula, falta apresentar quais são os programas prioritários e discuti-los com a sociedade, que, segundo ele, está muito mais exigente do que nos mandatos anteriores.

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P.S.
Em 2002, a sociedade elegeu Lula porque não aguentava mais políticos enganadores como Sarney, Maluf e FHC. Agora, o fenômeno se repete, os brasileiros já estão fartos de Lula e anseiam por um presidente de verdade, que entenda um mínimo de economia, para não permitir que o Brasil se torne numa imensa Argentina, podemos dizer, parafraseando Chico Buarque e Ruy Guerra na peça “Calabar”. (C.N.)

Governo Lula e seus jornalistas amestrados tentam destruir Nikolas Pereira

Vídeo de Nikolas contra fiscalização do Pix tem 153 mi views

Nikolas Ferreira é o novo fenômeno da política

Carlos Newton

Tem situações em que é preciso baixar a bola, deixar a poeira assentar, para depois começar de novo. Como dizia o magistral compositor Paulo Vanzolini, “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima…”. Neste terceiro mandato, já com a validade vencida, Lula da Silva não sabe o que fazer e não pode mais culpar a Secretaria de Comunicação (Secom) nem o Banco Central (BC).

Nesta quarta-feira, com a Secom em festa já sob nova direção, o fracasso subiu à cabeça de todos, com o discurso do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre monitoramento do Pix.

SEM FAKE NEWS – O Planalto revidou colocando a tropa em campo e convocando os jornalistas amestrados, que passaram a atacar pesadamente Nikolas Ferreira, que tem apenas 28 anos e já se tornou um líder político de renome nacional.

Na GloboNews, os jornalistas foram ao cúmulo de classificar o parlamentar como “criminoso”, por ter difundido fake news de taxação do Pix. Bem, tomei o cuidado de assistir várias vezes ao vídeo do deputado e posso garantir que não houve fake news.

Ele se limitou a repetir informações da Receita Federal de que as movimentações financeiras acima de R$ 5 mil estão sendo monitoradas desde o dia 1º. Antes, o piso era de R$ 10 mil.

SEM TAXAÇÃO – No vídeo, o parlamentar mineiro afirmou e reafirmou que o Pix não será taxado. Ou seja, não criou nenhuma fake news. Apenas se reservou ao direito de duvidar se, mais para a frente, poderá haver taxação, porque não consegue acreditar no que o governo anuncia, citando diversos exemplos.

Com ou sem mandato parlamentar, todo brasileiro tem direito à liberdade de expressão, que exercemos permanentemente aqui na Tribuna da Internet, 365 dias ao ano.

Como é deputado federal e tem mandato para falar em nome do povo, Nikolas Ferreira tem um direito à liberdade de expressão ainda mais expandido do que o cidadão-contribuinte-eleitor, como dizia  mestre Helio Fernandes.

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P.S. 1
Foi triste, muito triste ver jornalistas renomados a esculachar o deputado Nikolas Ferreira, acusando-o de ter criado uma fake news que absolutamente não existiu. Ele é jovem para a política, tem todo o direito de errar, mas isso não aconteceu. Quem errou foram esses experimentados jornalistas que não se envergonham de defender um governo de péssima qualidade, que está inteiramente baratinado, não sabe o que fazer nem aonde ir. Para defender esse estrupício petista, os jornalistas não se envergonharam de inventar uma fake news que jamais ocorrera.

P.S. 2Nikolas Ferreira nasceu na favela Cabana do País Tomas, filho de um pastor evangélico. Formou-se em Direito e entrou na política, elegendo-se vereador em 2020, como o segundo mais votado em Belo Horizonte. Decididamente, ele não veio ao mundo a passeio.  (C.N.)

Imprensa analisa de maneira errada as estatísticas da letalidade policial

Tarcísio, Lira e Castro se reúnem com empresários em SP - 06/06/2023 - Mônica Bergamo - Folha

Tarcísio é acusado de incentivar a violência policial

Carlos Newton

Já divulgamos várias vezes aqui na Tribuna da Internet nossa definição de estatística, que costuma ser republicada livremente por outros jornalistas e pesquisadores sem que respeitem os direitos autoriais e citem a fonte da informação:

“A estatística é a arte de torturar os números até que eles confessem o objetivo pretendido” – eis a melhor definição de estatística, que é a ciência mais esculhambada do planeta, feita de gato e sapato por pseudos especialistas, basta conferir o que está acontecendo no IBGE, considerado um dos mais avançados institutos do mundo, desde sua criação pelo cientista José Carneiro Felippe, que usava polainas e dormia na própria sede, sob alegação de que perdia muito tempo esperando o bonde e depois caminhando até sua casa. Belos tempos, em que havia dedicação ao serviço público.

CAOS IBGEANO – Bem, 75 anos após a morte de Carneiro Felippe, reina o caos na instituição, presidida por Márcio Pochmann, que traz o PT no coração, só não consegue manipular os números, porque os especialistas não permitem, e agora decidiu criar o IBGE Dois e é claro que essa bagaça não vai dar certo, como diz Délcio Lima

A dúvida agora é o que será derrubado primeiro – se o próprio Pochmann ou aquela exuberante peruca que ele vive a equilibrar, o que impede que entre alguma ideia nobre na cabeça dele e pode voar para destino ignorado, se bater um vento mais forte.

Peruca por peruca, Lula melhor faria se nomeasse Pochmann para o Supremo, onde Luiz Fux lançou a moda, que foi adotada por André Mendonça, Nunes Marques, Luís Roberto Barroso e Paulo Gonet. É o tribunal mais emperucado do mundo, e Dias Toffoli, Flávio Dino e Cristiano Zanin já estão pensando seriamente no assunto. Quanto ao mais necessitado, Alexandre de Moraes, usou muito quando jovem, mas acabou desistindo.

LETALIDADE POLICIAL – A estatística mais manipulada é a da letalidade policial, porque é calculada de modo errado, em números absolutos, tipo “em 2023 a polícia matou 460 pessoas em São Paulo, em 2024 subiu para 760, com aumento de 65%”.

Lamentamos informar que a estatística está errada. Só pode ser calculada em número relativos e diretamente proporcionais, porque, sempre que aumenta o número de operações em favelas, o número de mortes também cresce.

Portanto, se não é levado em conta o número de operações, não dá para calcular se a letalidade aumentou verdadeiramente ou não.

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P.S. 1
O número de operações policiais é apenas um detalhe, como diria Roberto Carlos, porém jamais poderia ser excluído. Se não é considerado, elimina totalmente a seriedade do cálculo. 

P.S. 2 Os governadores Tarcísio de Freitas (SP) e Cláudio Castro (RJ) estão sendo crucificados pelo suposto aumento da letalidade policial, que tem de ser diretamente proporcional ao número de operações, repita-se ad nauseam. Mas quem se interessa? (C.N.)

Devido a sua extrema vaidade, Moraes vai levar muita pancada neste ano

Charge do Kleber (Correio Braziliense)

Carlos Newton

Enquanto colecionava inimigos somente aqui na filial Brazil, não havia problemas para Alexandre de Moraes, exceto suportar as críticas azedas dos milhões de bolsonaristas, e ele não dava a mínima para eles. Podia reinterpretar a Constituição e as leis à vontade, porque o colegas do Supremo lhe davam total cobertura.

Moraes se sentia o máximo. Podia desempenhar vários papéis ao mesmo tempo, posando de vítima, promotor, juiz de instrução, relator, julgador e revisor, ninguém tinha nada a ver com isso, que maravilha viver, como dizia Vinicius de Moraes.

ATÉ QUE… – De repente, não mais que de repente – olha o poetinha aí de novo! – surge diante do estrambólico ministro a figura enigmática de Elon Musk, o empresário mais rico do mundo, que não tem como levar desaforo para casa e decidiu enfrentá-lo pessoalmente, fazendo o ego de Moraes  se sentir ainda mais importante e se alçar a espaços nunca dantes imaginados nem pelos astronautas da SpaceX.

Preso na armadilha da vaidade, o superministro brasileiro não parou para raciocinar sobre as críticas de Musk, que na matriz USA denunciava ordens sigilosas para bloqueio de perfis nas redes sociais brasileiras, sem queixa-crime, inquérito e ação judicial, com desprezo dos requisitos processuais, como o devido processo legal, o direito a ampla defesa, a possibilidade de recurso, e mandando prender, bloquear conta bancária, censurar e tudo o mais.

Se tivesse raciocinado sobre a procedência da queixa de Musk, o magistrado brasileiro não teria partido para uma guerra que é impossível vencer.

PRESSUPOSTOS LEGAIS – A argumentação jurídica de Musk é perfeita. Em nenhum país democrático (são quase 150) aceita-se ordem judicial sem os pressupostos legais.

E agora Musk não está sozinho. Primeiro, conquistou o apoio do Comitê Jurídico da Câmara americana, onde a deputada republicana Maria Salazar exibiu o retrato de Moraes como inimigo da democracia.

O pior veio em seguida. Trump foi eleito, deu um cargo importantíssimo a Musk, que já ganhou apoio de seu antigo maior rival, Mark Zuckerberg. E ao entrar em cena, o dono da Meta foi logo chamando o Supremo de “tribunal secreto”.

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P.S. 1
Moraes pode embromar o  nacionalismo à vontade, dizendo que “este país tem leis”, e até ganhar apoio insensato de Lula, que saiu defendendo a soberania nacional. Mas não se trata disso. O que se discute são atos ilegais do Supremo, inadmissíveis em qualquer país democrático.

P.S. 2Nesta terça-feira, o grupo Meta de Zuckerberg anunciou que o fim do monitoramento das redes sociais será somente nos EUA. Com isso, deu um nó em Moraes, que agora nada mais pode alegar.

P.S. 3Não é preciso ser vidente, pitonisa ou oráculo para prever que Moraes terá um ano dificílimo pela frente, com Lula pendurado nele, por causa dessas supremas aberrações jurídicas. Vai ser divertido. Comprem pipocas. (C.N.)

Liberdade de expressão é muito falada, porém pouco conhecida

Cartunistas de Sorocaba e região comentam sobre atentado ao jornal de humor em Paris - 09/01/15 - CULTURA - Jornal Cruzeiro do Sul

Charge do Glauco Góes (Arquivo Goggle)

Carlos Newton

Entrou na moda, no Brasil e no mundo, a liberdade de expressão. É impressionante como esse conceito é levantado, usado e julgado levianamente. Por causa da liberdade de expressão, as redes sociais estão em pé de guerra em todos os países que desfrutam de um mínimo de democracia, porque nas ditaduras existentes em 49 nações a maioria dos habitantes nem sabem do que se trata,

O fato é que as discussões aumentam e atingem frontalmente o governo de Donald Trump, que ainda nem tomou posse nos Estados Unidos. E a liberdade de expressão foi o prato do dia nos encontros do presidente americano nos jantares que ofereceu separadamente nas últimas semanas a três dos maiores ricaços do planeta – Elon Musk, Bill Gates e Mark Zuckerberg.

O QUE É ISSO? – A confusão é geral, até porque a grande maioria dos cidadãos não sabe definir corretamente a liberdade de expressão e acredita que equivalha à inexistência de censura.

Basta lembrar que em novembro de 2022, quando o petista Lula da Silva já estava eleito, os três comandantes militares (general Freire Gomes, almirante Almir Garnier e brigadeiro Baptista Júnior) emitiram uma nota conjunta esclarecendo que continuavam permitindo acampamentos bolsonaristas nos quarteis para garantir “o legítimo exercício de liberdade de expressão e reunião”, assim como “os direitos individuais e coletivos”.

REAL SIGNIFICADO – Como até os comandantes militares não sabem o que significa liberdade de expressão, alguns formadores de opinião passaram a publicar definições.

O sociólogo Demétrio Magnoli explicou esta semana que “liberdade de expressão é, sempre, exclusivamente, o direito de quem diverge do governo – e isso pela simples e óbvia razão de que o livre discurso dos detentores do poder estatal jamais corre perigo”.

Perfeito. É bom também lembrar Ruy Barbosa. Para aprovar leis democráticas, que garantissem à oposição o direito de liberdade de expressão, imunidade parlamentar e alternância no poder, o genial jurista dizia que “a lei que protege meu inimigo é a lei que me protegerá”.

NADA MUDOU – Mais de 100 depois da morte de Ruy Barbosa, nada de novo no front ocidental. A liberdade de expressão continua a ser bloqueada por governantes e ansiada por oposicionistas.

Para desespero de Ruy Barbosa, a discussão reacionária está sendo provocada justamente pelo Brasil, que passou a ser conhecido mundialmente pela criação do “tribunal secreto”, que emite ordens de bloqueio de informações sem existência de queixa judicial pela suposta vítima, e assim exerce censura sem devido processo legal, sem direito de defesa e sem haver recurso. É triste, mas é verdade.

O mais inquietante é ver que essas aberrações jurídicas contam com apoio de importantes personalidades, inclusive o presidente Lula da Silva, que se considera o político mais honesto do país.

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P.S. –
Quando d. Marisa Letícia morreu, em 2017, ela e Lula já tinham um patrimônio “declarado” de 12 milhões, que acumularam fazendo política, porque nenhum dos dois nunca trabalhou desde que se casaram, em 1974, quando Lula era sindicalista e informante do regime militar. Aliás, o patrimônio na verdade era muito maior, porque os bens imóveis estavam declarados pelo valor da data de aquisição, não pelo valor real. Mas quem se interessa? (C.N.)

STF não sabe o que fazer com redes sociais, mas Moraes finge que sabe

Preocupante ativismo do STF - INFORMA PARAÍBA

Charge do Zappa (Arquivo Google)

Carlos Newton

Toda essa confusão com as big techs, que já envolve o presidente americano Donald Trump e os megaempresários Elon Musk, Mark Zuckerberg e Bill Gates, que almoçou com Trump essa semana, é derivada de um fato singular – o Supremo Tribunal Federal iniciou no final do ano passado o julgamento do Marco Civil da Internet, que discute a responsabilização das redes sociais por conteúdos indevidos publicados pelos usuários.

Há três votos para ampliar as hipóteses de punição das plataformas, mas o julgamento parou. Os outros oito ministros não sabem o que fazer, porque o problema ocorre no mundo inteiro e até agora nenhum país deu solução.

ENORME CONFUSÃO – Ninguém sabe o que fazer. Mas o ministro Alexandre de Moraes finge que sabe, criou essa enorme confusão internacional, não aprendeu o que significa voltar atrás quando se está errado.

Assim, continua propondo (e determinando, sem haver lei) a responsabilização criminal das redes sociais, que vem sendo defendida entusiasticamente por integrantes do governo e pelo próprio Lula, que também não entendem o que isso significa.

Ao dar pitaco no assunto, o amante Lula elogiou o ministro ao discursar no Planalto nesta quarta-feira e causou uma ovação que Moraes decididamente não merece, muito pelo contrário.

MENTIRA DA GLOBO – Embora a Organização Globo insista nisso, não é verdade que a União Europeia e o Reino Unido já responsabilizem as redes sociais e pelos conteúdos que publicam.

A regra usada é “notice and take down” — “notificar e remover”. Funciona assim: os usuários denunciam qualquer tipo de conteúdo ilegal publicado nas redes – pornografia infantil, mensagens racistas, discurso de ódio, fake news e violações de difamação, injúria e calúnia.

 Uma vez notificada, a plataforma é obrigada a avaliar cada caso e decidir se exclui ou não o conteúdo denunciado. E o usuário pode apelar da decisão da plataforma e não há responsabilização criminal dela.

MORAES EXTRAPOLA – O tribunal secreto a que Zuckerberg se refere chama-se Moraes, e o problema só existe porque o ministro extrapola. É ele que manda remover o conteúdo, não dá direito de defesa e pune a plataforma, multando e até retirando do ar, algo que não existe em nenhum país democrático e só acontece na China, na Rússia, em Cuba, na Nicarágua, no Vietnã, no Irã,no Afeganistão etc.

Lula, que se diz “amante da democracia” sem saber o que isso significa, está transformando Moraes num herói nacional sem merecimento.

Quem pode resolver o imbróglio é o Supremo, que deveria reanalisar o Marco Civil da Internet, tirar o Brasil da lixeira da censura e recolocá-lo entre as maiores democracias do mundo. Mas quem se interessa?

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P.S.
A imprensa está fazendo um papel sujo nesse episódio institucional. Ao invés de aplaudir falsas patriotadas infantis, a mídia deveria explicar o que realmente está acontecendo com a censura e o tal tribunal secreto. Mas nada pode fazer, porque se arriscaria a perder as verbas publicitárias. (C.N.)  

Dúvida cruel! Se receber o passaporte, Bolsonaro pretende fugir para os EUA?

Tribuna da Internet | Bolsonaro volta a pedir ao Supremo seu passaporte  para a viagem a Israel

Charge do Céllus (Arquivo Google)

Carlos Newton

É a grande dúvida do momento, proveniente do fato de Jair Bolsonaro ter pedido ao Supremo Tribunal Federal (leia-se: ministro Alexandre de Moraes) a devolução de seu passaporte, para que possa viajar aos Estados Unidos a tempo de comparecer à posse de Donald Trump em seu segundo mandato, no próximo dia 20.

É uma dúvida tão irremovível quanto o monte Everest, porque ninguém tem condições de prever se Bolsonaro voltará ao Brasil para ser julgado ou se pedirá asilo ao amigo Trump, que o receberia de braços abertos, autorizando imediatamente a impressão do “greencard”, para garantir o visto permanente.

UM HOMEM RICO – Como já explicamos aqui na Tribuna da Internet, Bolsonaro é um homem rico, possuidor de uma fortuna avaliada em R$ 140 milhões. Quando disse que não tinha dinheiro para pagar advogado, no início de 2023, seus admiradores logo depositaram cerca de R$ 72 milhões em PIX, que estão aplicados e já renderam uns R$ 20 milhões, em juros sobre juros.

Além disso, tem outros investimentos e o patrimônio imobiliário, que ele declara ao Imposto de Renda em R$ 16 milhões, mas de acordo com os preços da época da aquisição, não no valor de agora.

Na realidade, o velho Bolso deve estar cheio com no mínimo 140 milhões. Nada mal, para quem nunca trabalhou desde que saiu do Exército.

LIVRE PARA VOAR – Com essa grana, acrescida das aposentadorias do Exército e da Câmara (cerca de R$ 50 mil mensais), Bolsonaro pode viver onde quiser. Porém, se permanecer no Brasil, será julgado por acusações que podem render 28 anos de cadeia, nos cálculos do magnânimo ministro Alexandre de Moraes.

Bolsonaro é um homem rico e doente. A tela implantada no seu abdômen o ajuda a viver, mas de forma limitada. Para evitar que o organismo rejeite o corpo estranho da tela, ele é obrigado a tomar medicamentos imunossupressores, que diminuem suas defesas contra as outras doenças.

O mais novo advogado de sua equipe é o criminalista Celso Vilardi, que diz ter lido milhares de páginas da investigação: “Estou convencido de que ele não praticou crime algum, porque o trabalho da Polícia Federal foi enviesado”.

OPINIÃO DE MORAES – Para o relator Alexandre de Moraes, porém, não importa o viés. O relatório da força-tarefa do Supremo, comandando pelo delegado federal Fábio Shor, que há anos está a serviço de Moraes, indicia Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa, totalizando uma pena que pode chegar a 28 anos de prisão.

Vilardi, que se junta a Paulo Bueno na defesa de Bolsonaro, pode anunciar à vontade a inocência de seu cliente, mas o “conjunto da obra” – circunstância que nem existe no Direito – vai agravar a situação do ex-presidente.

Como diz a velha piada, se Bolsonaro receber o passaporte para aplaudir Trump, poderemos esperar sentados pela volta dele. Será muito otário, caso se atire nos braços do ministro brasileiro que se transformou em superstar internacional e vai ficar cada vez mais tristemente famoso este ano.

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P.S.
Quando o criminalista Celso Vilardi diz que Bolsonaro é inocente, baseia-se no dogma do Direito de que são puníveis apenas o crime ou a tentativa, quando o agente inicia a execução do crime, mas não consegue concluí-lo por circunstâncias alheias a sua vontade. Quanto a apenas planejar o golpe, que é a maior acusação contra Bolsonaro, não é punível, porque representa apenas um sonho. Nas leis em vigor no mundo inteiro, sonhar ainda não é proibido, porém Moraes resolveu mudar isso. (C.N.)

Moraes delira e ameaça proibir redes sociais, se não respeitarem a lei

Charge 30/08/2024 - Marco Jacobsen

Charge do Marco Jacobsen (Arquivo Google)

Carlos Newton

Nesta quarta-feira, o portal da revista IstoÉ e muitos outros espaços de comunicação na web divulgaram a ameaça que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, fez aos empresários Elon Musk e Mark Zuckerberg, ao afirmar que as redes sociais só continuarão operando no Brasil se “respeitarem a legislação brasileira”.

Segundo a revista IstoÉ, a declaração foi feita durante uma roda de conversa em ato realizado em memória aos dois anos dos ataques antidemocráticos aos Três Poderes.

DISSE MORAES – “As redes sociais não são terra sem lei. No Brasil, só continuarão a operar se respeitarem a legislação brasileira, independentemente de bravatas de dirigentes das big techs”, afirmou o ministro, endurecendo o jogo.

Primeiro, advertiu que os controladores das big techs, por serem empresários que movimentam negócios bilionários, não devem achar que podem dominar o mundo.

“Pelo Brasil, tenho absoluta certeza e convicção de que o STF não vai permitir que as big techs, as redes sociais, continuem sendo instrumentalizadas, dolosa ou culposamente, ou, ainda, somente visando o lucro, para ampliar discursos de ódio, nazismo, fascismo, misoginia, homofobia e discursos antidemocráticos”.

BELA OPORTUNIDADE – Mais uma vez, o ministro Alexandre de Moraes perdeu uma belíssima oportunidade de ficar calado. Existe um dogma jurídico recomendando que juiz somente fale nos autos, ou seja, jamais dê declarações sobre questões judiciais, sejam de sua competência ou de outros magistrados.

No caso, Moraes fez declarações falsas, porque nenhuma big tech se manifestou a favor de disseminar “discursos de ódio, nazismo, fascismo, misoginia, homofobia e discursos antidemocráticos”,

Até agora, isso não aconteceu. Tanto Musk quanto Zuckerberg jamais defenderam essas deformações, apenas se mostram favoráveis à liberdade de expressão, que é outro departamento.

GOVERNO ERRA – Da mesma forma, o governo brasileiro também erra grosseiramente, ao seguir a visão desfocada de Moraes.  Na terça-feira, João Brant, secretário de Políticas Digitais do governo Lula, disse que “Zuckerberg se aliou a Trump e Musk contra o Brasil e a União Europeia”.

“Facebook e Instagram vão se tornar plataformas que vão dar total peso à liberdade de expressão individual e deixar de proteger outros direitos individuais e coletivos. A repriorização do ‘discurso cívico’ significa um convite para o ativismo da extrema-direita”, escreveu em sua conta no X (antigo Twitter).

Erro bizarro. Não se trata de questão de direita ou esquerda. A liberdade de expressão paira acima de discursos meramente ideológicos. É isso que precisa ser entendido para que se trave um debate coerente e proveitoso.