Eis a questão: devemos publicar ou não o que acontece na família de Lula?

Filho de Lula xinga Janja em mensagem, mostra site

Não convidem Luís Cláudio e Janja para o mesmo evento…

Carlos Newton

Nesta sexta-feira, como editor da Tribuna da Internet, fiquei na dúvida se deveria publicar a notícia divulgada pelo jornalista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles, que recebeu com exclusividade cópia de uma mensagem enviada por Luís Cláudio Lula da Silva, filho mais novo do presidente, em que ofende sua madrasta, Janja da Silva, de maneira desclassificante.

É assunto de família, ninguém tem nada a ver com isso, uma tremenda falta de ética – essas colocações me passavam pela cabeça.

PREÇO DA FAMA – No entanto, lembrei a liberdade de imprensa e as circunstâncias que cercam quem entra na política e luta muito até se tornar famoso.

Como se sabe, a fama é um fardo a ser carregado, mesmo que seja rápida e ocupe apenas aqueles 15 minutos previstos pelo artista plástico e animador cultural Andy Warhol.  

No caso de Lula, é um dos políticos mais famosos e importantes do mundo. Isso significa que tudo o que faz se torna notícia. É claro que cabe a ele não somente administrar o país, mas também cuidar da própria família, que anda se estranhando depois do terceiro casamento oficial do velho sindicalista, sem contar a ligação paralela com Rosemary Noronha.

FAMÍLIA ESPARSA – Todos os cinco filhos foram convidados e participaram da cerimônia do casamento, mas nenhum deles se aproximou da madrasta. Pelo contrário, a família não existe mais, está cada vez mais esparsa, não se reúne nem mesmo nos dias festivos, nos aniversários, tudo mudou em comparação ao que acontecia nos primeiros governos, com aquela bagunça na piscina do Alvorada.

Isso não deve ser do interesse de ninguém, pode-se argumentar. No entanto, creio que é exatamente o contrário. Todos devem se preocupar com a vida pessoal do presidente, porque ela sempre influenciará  seu desempenho à frente do governo.

Salta aos olhos que Lula não está bem, a cada dia uma surpresa, não diz coisa com coisa, a ponto de Janja o proibir de falar de improviso diante de pessoas deficientes, mas ele sempre arranja uma maneira de dizer alguma asneira.

IDEIA FIXA – Todos já perceberam que, ao invés de pensar (?) em seu governo, Lula está inteiramente dedicado à reeleição, em campanha diária e ininterrupta. É a esse empenho que se deve tanta declaração patética e ridícula.

Seu empenho em recuperar a aprovação popular chega a ser comovente. Está completamente dedicado à política eleitoral, inaugurando obras pela metade, iniciativa que o fez passar vergonha no Ceará.

Será que Lula está variando, como se diz lá no Nordeste? Ou será o efeito dos aditivos que toma para se sentir mais jovem e segurar a onda, digamos assim?

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P.S. – É exatamente por isso que a imprensa precisa divulgar tudo o que ocorre em torno de Lula ou de qualquer governante. Eles não são infalíveis e estão sujeitos a erros, como todos nós. No Brasil, apenas o ministro Alexandre de Moraes e o Supremo jamais erram e estão acima da lei e da ordem. Todos os outros são simples mortais. (C.N.)

Faça como João Havelange e não esqueça que hoje, 20 de Julho, é o “Dia do Amigo”  

A amizade é um amor que nunca morre. Mario Quintana - PensadorVicente Limongi Netto

Ando irritadiço, nostálgico, saudades de amigos e parentes que partiram, meus pais, e hoje lembrei de João Havelange, eterno amigo, porque o dia 20 de julho tem um significado especial para todos que gostam de exaltar a arte de viver. É o Dia do Amigo. Ele preenche o vazio da alma.

O amigo não nos deixa faltar nada. É uma dádiva dos céus. Espanta a melancolia, fortalece o espírito. Estimula a convivência, respeita a individualidade. Pondera com sabedoria. Amo meus amigos. Não vivo sem eles. No meu blog destaco Vitor Hugo: “Um amigo pela metade, é um traidor pela metade”.

NETO E AMIGO – É sublime a relação dos netos com os avós. Corações iluminados de ternura, amor e dedicação. Com emoção e orgulho. Jovens e adultos de todas as idades, retribuindo o carinho e atenção que sempre tiveram. Saudável que na correria pela vida, netos encontrem tempo no coração e nos compromissos, para beijar os avós. Para saber como estão. Para saborear boas lembranças. Para rirem abraçados. Para saber se precisam de alguma coisa.

Nada mais belo do que o afeto desinteressado. O gesto grandioso de saber ouvir e conviver com os mais experientes.  São exemplos marcantes de seres humanos que mostram que nem tudo está perdido nos sombrios horizontes da humanidade. Prova de que milhões de jovens amorosos e determinados salvarão o mundo do caos da ignorância, da patrulha doentia, da intolerância e da barbárie de sentimentos. Ando meio nostálgico, mas sou um avô feliz. 

GRANDE HAVELANGE– O ex-presidente da Fifa, João Havelange, jamais esquecia o Dia do Amigo. Hoje achincalhado por hienas e hipócritas, Havelange realmente usou todo seu prestigio para trazer a Copa do Mundo e a Olimpíada de 2016 para o Brasil.

“Caro amigo Limongi, não desejava faltar com o sentimento de amizade, de cumprimentá-lo por esse momento que, para todos nós, é de felicidade. Em razão de meu estado de saúde ainda delicado, tenho restringindo minhas idas ao meu escritório. Mas isso não exclui de tê-lo sempre em meu pensamento como um amigo. Renovando aqui as minhas felicitações, envio o meu abraço amigo”, escreveu Havelange, em carta que me enviou:

LEMBRAR O TRI – Da mesma forma que exaltou a conquista do tetra, seguramente a imprensa esportiva não deixará de também destacar, com merecidas honras e orgulho, no próximo dia 21, os 54 anos da conquista do Tri, no México, formada por monstros sagrados como Pelé, Gerson, Rivelino, Carlos Alberto Torres, Tostão, Clodoaldo e Jairzinho.

E a coluna S/A (Correio Braziliense – dia 10/07) informa que na opinião do vice-presidente Geraldo Alckmin, Milei “tem mau gosto” ao trocar Lula por Bolsonaro.

De minha parte, não aceitaria a companhia e a amizade nenhum dos três citados por Alckmin. É duro tentar saber qual deles é pior amigo.

Pesquisa após atentado mostra Trump empatado com Biden

Atentado não provocou mudanças no sentimento dos eleitores

Pedro do Coutto

Uma pesquisa Reuters/Ipsos com eleitores registrados divulgada nesta terça-feira, coloca Trump com 43%, contra 41% do presidente Joe Biden, bem dentro da margem de erro do levantamento, praticamente um empate. O levantamento anterior empatou a disputa em 40%.

Assim, a tentativa de assassinato de sábado  contra Trump, ainda que possa virar a corrida presidencial dos Estados Unidos deste ano, segundo a análise feita, não teve reflexos maiores sobre os números da corrida presidencial americana desde o episódio. Ou seja, o atentado não funcionou como forma mais intensa para ampliar a vantagem de Trump.

EMPATE – A corrida presidencial dos EUA está tecnicamente empatada ao longo de todo este ano. Em dez rodadas de pesquisas, a maior diferença já registrada em 2024 foi de cinco pontos percentuais a favor de Trump, em janeiro. Em abril, a vantagem era de Biden: quatro pontos. Na maioria dos levantamentos, porém, a distância era menor ou houve empate nas intenções de voto. A tendência é de disputa acirrada.

Em meio às especulações sobre uma possível substituição de Biden como candidato do Partido Democrata, alguns institutos testaram outros nomes como concorrentes de Trump – já confirmado como postulante republicano à Casa Branca. A atual vice-presidente, Kamala Harris, tem intenções de voto semelhantes às de Biden, ou seja, fica em condição de empate técnico com Trump.

A situação muda consideravelmente, porém, quando os nomes apresentados são os de Trump e da ex-primeira dama Michelle Obama. Em levantamento do Instituto Ipsos em 1º e 2 de julho, ela tinha mais de dez pontos percentuais de vantagem sobre o republicano.

RECUO –  Biden, por seu turno, admitiu que poderá desistir da candidatura se os médicos acharem que essa é a melhor solução para ele e para o país. Foi a primeira vez que Biden levantou a possibilidade de não participar das eleições e isso deve estar movimentando os bastidores dos democratas.

O presidente americano, que teve diagnóstico positivo para covid-19 e cancelou eventos de campanha, começou a se mostrar “mais receptivo” aos apelos para abandonar a candidatura, segundo o The New York Times. O jornal ressalta, no entanto, que Joe Biden não deu nenhuma indicação de ter mudado de posição.

DEBATE –  A pressão aumentou após o desempenho desastroso no debate com Trump e de uma série de gafes cometidas pelo presidente. Doadores disseram que deixarão de dar recursos à campanha, e há um temor de outros candidatos do partido de que a presença de Biden na eleição possa atrapalhar outras disputas locais, como de governador e deputado. Como o voto não é obrigatório, eleitores democratas menos empolgados podem apenas não comparecer às urnas.

Uma pesquisa divulgada pela Associated Press-NORC apontou que quase dois terços dos democratas acham melhor que Biden deixe a disputa. A candidatura presidencial democrata será confirmada na convenção em agosto. Até lá, seria mais fácil fazer a troca de candidato. No entanto, isso só deverá ocorrer se o próprio Biden optar por desistir. Como ele conquistou votos suficientes nas primárias, tem o direito de ser o candidato do partido.

A amada resiste ao poeta Aluísio de Azevedo e ele entra em desespero

E que mais é o nosso viver nesta espécie de mundo, senão uma...Paulo Peres
Poemas & Canções

O diplomata, jornalista, caricaturista, cronista, romancista, contista e poeta maranhense Aluísio Tancredo Belo Gonçalves de Azevedo (1857-1913), no soneto “Pobre Amor”, revela que sofre pelo pecado e pela resistência de sua amada.

POBRE AMOR
Aluísio de Azevedo

Calcula, minha amiga, que tortura!
Amo-te muito e muito, e, todavia,
Preferira morrer a ver-te um dia
Merecer o labéu de esposa impura!

Que te não enterneça esta loucura,
Que não te mova nunca esta agonia,
Que eu muito sofra porque és casta e pura,
Que, se o não foras, quanto eu sofreria!

Ah! Quanto eu sofreria se alegrasses
Com teus beijos de amor, meus lábios tristes,
Com teus beijos de amor, as minhas faces!

Persiste na moral em que persistes.
Ah! Quanto eu sofreria se pecasses,
Mas quanto sofro mais porque resistes!

STF deve entender que Bolsonaro só existe por causa do repúdio à libertação de Lula

Em outubro, é Lula ou Bolsonaro", diz Lino Bocchini

Este é o retrato do Brasil, que foi criado pelo Supremo

Carlos Newton 

Os ministros do Supremo Tribunal Federal, notadamente Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, vivem se vangloriando de que salvaram a democracia brasileira e evitaram um golpe de estado. É uma boa narrativa, realmente merece algum reconhecimento, mas a verdadeira História, aquela que ficará para o futuro, consagrará uma versão bem diferente e mais consentânea com a realidade dos fatos.

Se recordar é viver, então vamos rememorar importantes aspectos da situação política de lá para cá, para que se possa traçar um raciocínio bem lógico e direto, rigorosamente baseado em fatos.

REPÚDIO AO PT – Jair Bolsonaro somente chegou ao poder, em 2018, devido ao repúdio do cidadão-contribuinte-eleitor ao PT e aos partidos políticos em geral, por causa da roubalheira da Lava Jato. As pessoas estavam revoltadas com aquela dilapidação da Petrobras e dos governos em geral, na corrupção deslavada movida pelas empreiteiras.

As pessoas não tinham vontade de votar em ninguém. Mas em 6 de setembro de 2018, quando Jair Bolsonaro levou a facada de Adélio Bispo, grande parte dos indecisos decidiu votar nele, e foi isso que decidiu a eleição.

O Supremo era presidido por Dias Toffoli, que é meio tapado, mas teve uma ideia genial. Aproximou-se do presidente Bolsonaro, e propôs um acordo de governabilidade, que poderia ter a adesão do Congresso, e assim ficaram íntimos.

SOLTURA DE LULA – Enquanto Bolsonaro se entretinha governando, Toffoli tramava a soltura de Lula, através de revisão do entendimento do Supremo sobre prisão de condenado após segunda instância.

A manobra seu certo. Em 7 de novembro de 2019, quando Bolsonaro fazia um governo extravagante, mas sem a menor ameaça à democracia, Toffoli conseguiu seis votos para tornar o Brasil o único país da ONU que não prende criminoso após segunda instância. Uma vergonha internacional para o Supremo, mas os ministros decidiram soltar Lula, a propósito de pacificar o país, pois ele nem poderia ser candidato, por causa da ficha suja etc. e tal.

Em 11 de março de 2020, a Covid era declarada como pandemia e tudo mudou. Bolsonaro passou a enfrentar a ciência, colocou um general da Intendência como ministro da Saúde, seu autoritarismo tornou-se um problema grave.

FIM DA FESTA – A governabilidade foi para o espaço. Bolsonaro se dizia comandante-em-chefe das Forças Armadas, começou a campanha pelo voto impresso, entrou em choque com TSE e o Supremo, tudo mundo.

O Supremo fez então mais uma intervenção na política, desta vez, fatal. Em 8 de março de 2021, o ministro Edson Fachin anulou todas as decisões tomadas pela 13ª Vara de Curitiba, por incompetência territorial absoluta, um tipo processual que só existe em ações imobiliárias.

Em 15 de abril, o plenário confirmou a inusitada decisão de Fachin, por oito votos a três. Ficaram contra Nunes Marques, Marco Aurelio Mello e Luiz Fux.

ENFIM, A LAMBANÇA – O resultado dessas intervenções espúrias na política é essa lambança em que vivemos. Ao favorecer novamente Lula e as empreiteiras, o Supremo consolidou esse repúdio de grande parte do eleitoral, que não aceita a impunidade hoje vigente e prefere Bolsonaro.

Bem, esta é a equação que se coloca hoje ao país, sem que ninguém se atreva a respondê-la. Foram intervenções tão profundas e descabidas no processo político que não há mais como resolvê-las.

Agora, os bolsonaristas querem anistiar o mito. O argumento é compreensível. Se um político sujo como Lula, ex-informante do regime militar, foi favorecido graciosamente pelo Supremo, por que o rival Bolsonaro não poderá ser anistiado pelo Congresso?

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P.S.
Não há dúvida de que Bolsonaro tem chance de ser anistiado pelo Congresso. Já existem seis projetos de lei, que foram unificados e devem ser discutidos em agosto. Na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, a maioria dos integrantes já se manifestou a favor. E o suspense é de matar o Hitchcock, diria o jornalista, publicitário e compositor Miguel Gustavo. (C.N.)  

Lula diz que ainda precisa ser convencido sobre corte de gastos

Lula disse não ser problema para o país um deficit de 0,1% ou 0,2%

Pedro do Coutto

O presidente Lula da Silva afirmou que ainda precisa ser convencido pela equipe econômica da real necessidade de cortar gastos. Disse que não há problema para o país se houver déficit de 0,1% ou 0,2% do Produto Interno Bruto e que o governo não é obrigado a cumprir metas se houver “coisas mais importantes para fazer”.

“Você não é obrigado a estabelecer uma meta e cumpri-la se você tiver coisas mais importantes para fazer. Esse país é muito grande, esse país é muito poderoso. O que é pequeno é a cabeça dos dirigentes desse país e a cabeça de alguns especuladores. Não tem nenhum problema se é déficit zero, se é deficit 0,1%, se é deficit 0,2%. O que é importante é que esse país esteja crescendo, que a economia esteja crescendo, que o emprego esteja crescendo, que o salário esteja crescendo”, disse.

EXPECTATIVA – Dessa forma, os cortes previstos pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, terão que esperar alguns dias. Lula repetiu que muito do que é considerado gasto, para ele é investimento, como por exemplo, recursos para saúde e educação. “Às vezes eu fico irritado porque eu não sou marinheiro de 1ª viagem. Eu sou o presidente da República mais longevo desse país depois de Getúlio Vargas e Dom Pedro II. Eu tenho experiência de administração bem-sucedida”, afirmou.

O governo anunciará um novo bloqueio de despesas na próxima semana, quando será divulgado o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do 3º bimestre de 2024. O valor pode atingir cerca de R$ 10 bilhões. Há, no entanto, diversos cenários sendo estudados até a reunião da Junta de Execução Orçamentária, marcada para hoje.

Os valores, em si, não estão fechados e tudo depende desta reunião. Há ainda a avaliação de que segurar valores de despesas discricionárias é uma sinalização positiva para o mercado financeiro e mostraria que o governo Lula tem comprometimento com o equilíbrio fiscal, apesar dos ruídos causados pelo próprio presidente. A depender, a quantia pode ficar abaixo dos dois dígitos.

CORTE – No início do mês, a equipe econômica havia anunciado um corte de R$ 25,9 bilhões no Orçamento em 2025 na tentativa de acalmar as pressões para ajustar a parte fiscal. A medida foi bem vista por agentes do mercado financeiro.Lula também repetiu que não pretende desvincular benefícios sociais e trabalhistas do salário mínimo, como já defendido inclusive por integrantes do governo, como a ministra Simone Tebet. “O mínimo é o mínimo, não tem nada mais baixo. Então não posso cortar o mínimo”, disse.

Toda a questão deve ser vista com muito cuidado, pois os números estáticos enganam muito. É preciso ver caso a caso com atenção e sensibilidade. Ninguém nega a importância da reforma tributária, mas há limites para tudo e esses não podem ser ultrapassados.

Os mais íntimos já viram o poeta remexendo escombros, em permanente assombro…

Affonso Romano de Sant'Anna - Que País é Este

Affonso Romano também revira seu escombros

Paulo Peres
Site Poemas & Canções

O jornalista e poeta mineiro Affonso Romano de Sant’Anna, no poema “Assombros”, confessa os abalos que lhe ocorrem.

ASSOMBROS 
Affonso Romano de Sant’Anna

Às vezes, pequenos grandes terremotos
ocorrem do lado esquerdo do meu peito.
Fora, não se dão conta os desatentos.
Entre a aorta e o omoplata rolam
alquebrados sentimentos.
Entre as vértebras e as costelas
há vários esmagamentos.

Os mais íntimos
já me viram remexendo escombros.
Em mim há algo imóvel e soterrado
em permanente assombro.

Entenda por que a Abin de Lula quis evitar investigação da “Abin Paralela”

Tribuna da Internet | Lula tem razão! É preciso parar o estardalhaço sobre manipulação da “Abin Paralela”

Charge do JBosco (O Liberal)

Carlos Newton

Foi uma grande surpresa o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ter identificado “interferência” da gestão atual da Agência Brasileira de Inteligência, para ‘evitar uma apuração aprofundada dos fatos” no caso da chamada “Abin Paralela”, que teria sido criada pelo governo Bolsonaro para perseguir os adversários políticos.

Mais surpreendente ainda foi Gonet ter pedido ao ministro Alexandre de Moraes para não investigar esse novo aspecto da situação, que mudaria totalmente os rumos do inquérito do fim do mundo, pois passaria a apurar também irregularidades no governo Lula da Silva. E a grande dúvida passou a ser esta: por que Gonet e Moraes não querem incluir nas investigações a atual gestão petista da Abin?

A CIA BRASILEIRA – Como se sabe, a Abin foi criada em 1999 (governo FHC) para substituir o Serviço Nacional de Informações, o sinistro SNI, que perseguiu tanto a oposição brasileira, mas deu emprego de informante a Lula, quando era sindicalista. O objetivo era ser a CIA brasileira, vejam como essa gente é pretenciosa.

No caso, os geniais tucanos que tentaram imitar o modelo americano não perceberam a tremenda mancada que estavam dando. É que nem tudo que funciona na matriz USA pode ser implantado na filial Brazil, devido às enormes diferenças existentes entre os dois países.

A CIA é fundamental para os Estados Unidos, porque opera mais fora do que dentro do país, para fornecer à Casa Branca informações sobre amigos e inimigos externos.

Pois a Abin teve de ser criada ao contrário, voltada para dentro, igual ao SNI, sem praticamente atuar no exterior, e foi justamente essa peculiaridade que causou a deformação que passou a ser conhecida como “Abin Paralela”.

TUDO AO CONTRÁRIO – A posição da Abin de Lula, ao tentar boicotar as investigações da Abin de Bolsonaro, conforme a Polícia Federal constatou, é apenas um posicionamento em defesa própria. A CIA brasileira não existe. Aqui na filial Brazil, é tudo ao contrário, e o que existe é uma imensa “Abin Paralela”.

A principal função da Abin, nestes 25 anos de existência verdadeiramente antidemocrática, sempre foi perseguir os adversários do governo em andamento. Assim, a maior parte desses 25 anos foi servindo ao PT de Lula da Silva e Dilma Rousseff, como está acontecendo agora.

Portanto, a posição da Abin está claríssima e a dupla Gonet/Moraes tem de engolir o abacaxi com casca e tudo, não pode mandar investigar por que a Abin de Lula quer blindar de todas as maneiras a Abin de Bolsonaro.  

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P.S. 1
– Na política, pessoas como Bolsonaro e o general Augusto Heleno são crianças em festa de adultos. A gravação da reunião com as advogadas de Flávio Bolsonaro mostra que não estavam decidindo nada ilegal. Pelo contrário, apenas deram seguimento à denúncia das advogadas e indagaram à Receita Federal se tinham sido dentro da lei os procedimentos dos auditores que identificaram a movimentação financeira das rachadinhas.

P.S. 2Bem, esse é o resumo da novela da Abin Paralela, que tanto entusiasma a imprensa petista, que domina as redações deste país. É que macaco não costuma olhar o próprio rabo. Assim, acho melhor passarmos a outro assunto. (C.N.)

Biden tem que dar uma resposta concreta sobre atentado contra Trump

Espaço aberto na política americana está sendo ocupado por Trump

Pedro do Coutto

Enquanto o ex-presidente Donald Trump aproveita o embalo decorrente do atentado sofrido no último fim de semana, o presidente Joe Biden está custando a anunciar qual o seu posicionamento em relação à questão. A Casa Branca precisa assumir uma postura sobre o episódio e não ficar parada, aguardando os acontecimentos, enquanto a opinião pública americana espera uma resposta.

Uma investigação será indispensável por parte do governo para preencher este espaço na política que vem sendo ocupado unicamente por Trump. A morte do atirador impede que se aprofundem as investigações, mas elas precisam ter um desenrolar sob a ótica governamental, pois há o precedente da invasão do Capitólio em 2021 que deixou evidente um plano para a violação do resultado das urnas de 2020.

FIRMEZA – O governo de Washington não pode ficar paralisado diante do fato e sim agir firmemente até para ir ao encontro da opinião pública americana que aguarda uma sinalização sobre o fato de forma concreta.

Trump não vacilou e aproveitou o episódio e o clima de perplexidade inevitável, anunciando a escolha do seu companheiro de chapa, o senador J.D Vance, de 39 anos de idade. Se Trump, apesar da tentativa de morte que sofreu, teve condições para dar sequência às suas articulações, mais motivos tem a Casa Branca para encontrar condições para colocar em prática uma resposta que o eleitorado americano deseja ouvir.

MOBILIZAÇÃO – Bidem tem que mobilizar a sua estrutura política e partidária, avançando no sentido das investigações. Caso não assuma o esforço para investigar todas as faces da questão, o fato manter-se-á como uma sombra de mais um atentado infame não apenas contra o candidato, mas contra toda democracia americana. Biden não pode se manter calado, pois a omissão só acrescentará pontos (e votos) em favor de Trump.

Biden deve incorporar em sua equipe de resposta declarações dos ex-presidentes Bill Clinton, Barack Obama e Jimmy Carter para dar peso à sua ação completa diante do trágico episódio. Além disso, demonstraria que Clinton, Obama e Carter  estão ao seu lado na luta contra atos que atingem a democracia.

Uma canção sobre o realejo que era capaz de despertar amor e tristeza

TV SAUDADES : Artistas encontrados 52 resultados para SADI CABRAl

Sadi Cabral, grande ator e compositor

Paulo Peres
Site Poemas & Canções

O ator e compositor alagoano Sadi Sousa Leite Cabral (1906-1986), em parceria com Custódio Mesquita, aborda alegria, partida, tristeza e saudade de alguém através das canções de um “Velho Realejo”. Essa valsa foi gravada por Carlos Galhardo, em 1952, pela RCA Vitor.

VELHO REALEJO
Custódio Mesquita e Sadi Cabral

Naquele bairro afastado
Onde em criança vivias
A remoer melodias
De uma ternura sem par

Passava todas as tardes
Um realejo risonho
Passava como num sonho
Um realejo a cantar

Depois tu partiste
Ficou triste a rua deserta
Na tarde fria e calma
Ouço ainda o realejo tocar

Ficou a saudade
Comigo a morar
Tu cantas alegre e o realejo
Parece que chora com pena de ti

Confirmado! Gestão atual da Abin quis evitar investigação da “Abin Paralela”

Charge do Nando Motta (Brasil 247)

Carlos Newton

Divulgamos aqui na Tribuna da Internet, em primeira mão, a contrariedade do procurador-geral Paulo Gonet e do ministro-relator Alexandre de Moraes diante do posicionamento que a gestão atual da Agência Brasileira de Inteligência está tendo em relação à escandalosa denúncia da existência de uma “Abin Paralela”, criada pelo governo de Jair Bolsonaro para perseguir seus adversários políticos.

Essa estranhíssima situação começou a se configurar quando a Corregedoria da Abin solicitou ao Supremo acesso às investigações sobre a agência, que fazem parte do famoso inquérito do fim do mundo, aquele criado em 2019, que já completou cinco anos e ninguém sabe quando vai acabar.

INTERFERÊNCIA – Assim, em função do noticiário caudaloso sobre (supostas) gravíssimas irregularidades na Abin, não causa surpresa o pedido da Corregedoria da própria agência. O que não se esperava foi a reação do procurador-geral Paulo Gonet, que propôs a Moraes que não fizesse o compartilhamento de informações, alegando que teria sido identificada “uma possibilidade de interferência”.

E o procurador foi além, ao informar que, em fases anteriores da investigação, apareceram indícios da “intenção de evitar a apuração aprofundada dos fatos”.

Essa denúncia de Gonet é gravíssima, pois ele simplesmente declara que a Abin atual (do governo Lula) tenta evitar a investigação da Abin anterior (do governo Bolsonaro)

AGIR DE OFÍCIO – Diante dessa constatação, o dever do procurador-geral da República era de propor ao Supremo a abertura de investigações específicas sobre a cumplicidade da atual gestão da Abin em relação à diretoria anterior. Mas ele não procedeu assim.

Ardilosamente, Gonet arranjou um jeito de “comunicar” ao ministro Moraes as irregularidades no comportamento da direção atual da Abin, e, ao mesmo tempo, propor que nada fosse investigado sobre a atual gestão, vejam a que ponto chegou a esculhambação institucional neste país.

Está claro que o procurador prevaricou ao encobrir a cumplicidade da direção atual da Abin em relação a supostas irregularidades da gestão anterior.

ERRO DE MORAES – Da mesma forma, o ministro Moraes também prevaricou, porque deixou de cumprir sua obrigação de mandar investigar a atual diretoria, conforme se deduz da comunicação oficial feita pelo procurador Gonet.

Entenda-se: nenhuma autoridade pode receber denúncia de ilegalidade cometida por agente público e simplesmente fingir que não soube de nada. Pelo contrário, a autoridade tem obrigação funcional de agir de ofício e tomar as providências cabíveis.

No entanto, Moraes preferiu se omitir e manter a carga sobre a gestão da Abin no governo Bolsonaro, tendo liberado nesta segunda-feira o sigilo da reunião do então presidente Jair Bolsonaro com o diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, com participação do ministro Augusto Heleno e das advogadas do senador Flávio Bolsonaro, que na reunião denunciaram supostas irregularidades da Receita na investigação das “rachadinhas”.

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P.S. 1
Bem, este é capítulo atual da novela da Abin. A grande dúvida é saber por que a gestão atual da Abin (do governo Lula) tentou fazer “interferência” e “evitar a apuração aprofundada dos fatos”, no dizer do procurador-geral Gonet. Saber o objetivo da atual direção da Abin é a chave de tudo, o elo perdido nesse intrigante aspecto do inquérito do fim do mundo.

P.S. 2É triste constatar essa parceria entre o procurador-geral da República e um dos ministros do Supremo. Uma das funções do procurador é justamente buscar e apontar erros dos ministros, para anular julgamentos e reverter decisões. Vamos voltar ao assunto, é claro, mas quem se interessa? (C.N.)

Pânico na GloboNews, com Trump escapando do atentado e subindo nas pesquisas

GloboNews completa 25 anos na liderança entre os canais de TV por  assinatura - Jornal O Globo

Atentado a Trump fez a GloboNews entrar em pânico

Vicente Limongi Neto 

Clima e ambiente de velório, na GloboNews. Os rapazolas e as moçoilas não escondem o desânimo. Alguns querem mudar de profissão. A brava e notável equipe perdeu a alegria. Nem parece aquela turminha expansiva e radiante, como em baile de formatura, que cobriu o recente julgamento de Trump, que condenou o ex-presidente em curiosas denúncias.

Ficaram muito empolgados, pensando (opa, foi mal) que Trump estava acabado. Gastaram todos os fogos de artifício. A certa altura ficaram tão avexados e perdidos que Natuza Nery entrou no ar para socorrer a moçada indócil. Com ar de pauteira-chefe. Foi feio. Parecia um bando de estagiários na primeira pauta.

DEBANDADA – A tiazona da GloboNews em Nova Iorque não tem mais como exigir prisão para Donald Trump. Sumiu. Foi tomar ar fresco não se sabe onde. 

O boquirroto analista Guga Chacra, esmerado em obviedades, jura que não corta nem ajeita mais a coleção de perucas, gosta de variar o penteado, porque não tem nada na cabeça.

No Brasil, o falante editor internacional não esconde a desolação. Nem o pranto cravado no coração. Não torce mais contra Trump, não induz colegas de bancada a fazerem o mesmo. Passou pano no sangue nos olhos. Agora toca pianinho, devagar, quietinho. Faz um esforço abissal para parecer isento.

ANALISTAS ARROGANTES – Não é só ele. Tem outros insolentes e arrogantes analistas (Deus perdoe a blasfêmia) que também colocaram a viola o saco.  Em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Patéticos e medonho que fuzilavam Trump, sem piedade.

Já na TV-Globo, por ora, a ordem é procurar disfarçar. Sem mostrar descontentamento. Tocar o barco sem alardes. 

Repetindo imagens antigas do fracassado atentado contra Trump, recordando episódios da vida política do ex-presidente. Ou seja, cobertura dócil. Em cima do muro. Como sabe fazer como ninguém.

VOLTA, NEYMAR! – Faz tempo que ele não joga, está se recuperando de forte lesão, mas Neymar faz falta. Joga muito. Permanece superior tecnicamente a Vini Jr e Rodrigo, maiores expressões da atual seleção. Precisa joga mais recuado, onde enxerga melhor o jogo e tem mais espaços para fazer lançamentos.

Continuará muito marcado, levando porretadas sem trégua. Terá, de uma vez por todas, de se acostumar. Levantar, respirar e jogar bola. O que sabe fazer bem. Por mim, nosso meio de campo seria André, Neymar e Lucas Paquetá. 

Ocorre que estou chovendo no molhado, porque a seleção do treineiro Dorival Jr. (como bem definiu o cerebral e eterno Gerson) vai continuar a mesma. Ou seja, uma seleção ruim, indolente, limitada e medíocre. Dorival não vai ganhar nenhum título com ela. Ficando o Brasil cada dia mais longe do hexa. Triste constatação.

Ainda é uma incógnita se atentado facilitará de vitória de Trump

Ainda é cedo para afirmar repercussão do atentado na Pensilvânia

Pedro do Coutto

À primeira vista, o atentado contra Donald Trump poderá fortalecê-lo na sucessão presidencial. Porém, há desdobramentos que estão sendo investigados pelo FBI e que poderão não apagar, mas descaracterizar a importância do que aconteceu na Pensilvânia e o que acontecerá nas urnas de novembro. “Estamos investigando o caso como uma tentativa de assassinato, mas também como um possível ato de terrorismo doméstico”, declarou Robert Wells, diretor assistente da divisão de contraterrorismo do FBI à imprensa norte-americana.

De acordo com as autoridades dos EUA, o autor do ataque contra Trump, identificado como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, agiu sozinho e, até agora, os investigadores não encontraram “nenhuma ideologia relacionada” com a tentativa de assassinato.”Neste momento, as informações que temos indicam que o atirador agiu sozinho”, afirmou Kevin Rojek, agente do FBI na Pensilvânia. .

DE RASPÃO – Trump deixou o comício sangrando e foi encaminhado ao hospital. Um disparo atingiu de raspão a orelha do ex-presidente. O republicano teve a segurança reforçada. Os disparos também provocaram a morte de um homem que acompanhava o comício, Corey Comperatore, de 50 anos. Além disso, outros dois espectadores, também do sexo masculino, foram socorridos em estado grave e encaminhados ao hospital.

A polícia recuperou um fuzil AR-15 semiautomático no local do atentado, segundo a Associated Press, consequência da política de liberação para a compra de armas nos Estados Unidos, políticas defendidas pelo candidato republicano. As autoridades afirmaram que o suspeito comprou a arma legalmente. A investigação tentará identificar se outras pessoas estão envolvidas no crime. É preciso não esquecer que a invasão do Capitólio comandada pelo próprio Donald Trump representou o primeiro atentado contra o resultado das eleições americanas que resultou em nove mortos nos conflitos que se desenrolaram.

REFERÊNCIA – O autor do atentado foi morto e assim se perde uma referência sobre o que poderia surgir, revelando aspectos de bastidores, mas que desapareceram efetivamente. Por um triz, a bala não atingiu Trump como o atirador pretendia, mas ficaram no ar as explicações que seriam indispensáveis.

Conforme disse, Donald Trump tentou impedir com a invasão do Capitólio que a democracia fosse exercida na eleição em que perdeu. Agora, ele foi vítima da mesma violência a qual incitou anteriormente. Pode ser que consiga reverter a sua posição, mas ainda é cedo para fazer essa afirmação. O que é concreto hoje pode se dissolver amanhã.

Sob o aspecto da democracia atacada no sábado nos Estados Unidos, o presidente Lula da Silva repudiou o que classificou como um atentado contra o ex-presidente Donald Trump. Na rede social X, Lula considerou o ato como “inaceitável”. Por meio de nota do Itamaraty, o governo brasileiro se manifestou veementemente contra o atentado. Segundo o comunicado, o Brasil reafirma ser inaceitável qualquer forma de violência política em sociedades democráticas e que acompanha com atenção o pleno esclarecimento dos fatos.

Lumiar, um paraíso no alto da Serra, que encantou até o Clube da Esquina

sol de primavera - beto guedes | Letras de musicas, Canção, Sol de primaveraPaulo Peres
Site Poemas & Canções

O jornalista, produtor musical e compositor Ronaldo Bastos Ribeiro, nascido em Niterói (RJ) e membro do Clube da Esquina, na letra de “Lumiar”, fala de um vilarejo bucólico, repleto de vida, diversão na região serrana do Rio, um ótimo lugar para quem deseja somente descansar. A música foi gravada por Beto Guedes, em 1977, no LP A Página do Relâmpago Elétrico, pela EMI-Odeon.

LUMIAR
Beto Guedes e Ronaldo Bastos

Anda, vem jantar, vem comer,
vem beber, farrear
até chegar Lumiar
e depois deitar no sereno
só pra poder dormir e sonhar
pra passar a noite
caçando sapo, contando caso
de como deve ser Lumiar

Acordar, Lumiar, sem chorar,
sem falar, sem querer
acordar em Lumiar
levantar e fazer café
só pra sair caçar e pescar
e passar o dia
moendo cana, caçando lua
clarear de vez Lumiar

Amor, Lumiar, pra viver,
pra gostar, pra chover
pra tratar de vadiar
descansar os olhos,
olhar e ver e respirar
só pra não ver o tempo passar
pra passar o tempo
Até chover, até lembrar
de como deve ser Lumiar

Anda, vem jantar, vem dormir,
vem sonhar, pra viver
até chegar em Lumiar
Estender o sol na varanda…
até queimar
só pra não ter mais nada a perder
pra perder o medo,
mudar de céu, mudar de ar
Clarear de vez Lumiar

Na investigação da Abin, Gonet está prevaricando e levou Moraes a prevaricar também

Divulgação/TSE

Gonet sentiu as irregularidades na Abin e preferiu se omitir

Carlos Newton

Pela primeira vez, desde 2019, quando se iniciaram as investigações das milícias digitais, no famoso inquérito do fim do muno, aquele que não termina nunca, o relator Alexandre de Moraes teve um lampejo de dúvida e recusou-se a compartilhar com a Corregedoria da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) as provas da Operação First Mile, que investiga a criação da chamada “Abin Paralela” durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

É estranho, porque Moraes nunca tem dúvida. Portanto, quando isso acontece, convém raciocinar a respeito. O fato concreto é que o procurador-geral Paulo Gonet propôs ao ministro do STF  que não fizesse o compartilhamento de informações com a Corregedoria da Abin, porque teria sido identificada “uma possibilidade de interferência”.

Gonet ainda reforçou, dizendo que, em fases anteriores da investigação, apareceram indícios da “intenção de evitar a apuração aprofundada dos fatos”.

DENÚNCIA GRAVÍSSIMA – Em tradução simultânea, Gonet fez uma denúncia gravíssima, capaz de abalar qualquer administração pública. Ora, “Intenção de evitar a apuração aprofundada dos fatos” é crime em qualquer país do mundo.

Diante dessa constatação, o procurador-geral da República deveria ter mandado investigar a Abin de cabo a rabo, revirando tudo para encontrar a verdade. Mas preferiu se fechar em copas, como se diz no carteado.

E por que não pediu a investigação sobre a Abin de agora (Lula), que estaria compactuando com a Abin de outrora (Bolsonaro)? Estaria Gonet a prevaricar? A quem estaria tentando proteger? E como a Agência Brasileira de Inteligência, nossa versão da CIA americana, poderia pretender interferir numa investigação oficial conduzida pelo Supremo Tribunal Federal?

E MORAES – Sobram dúvidas também sobre Moraes. O relator também estaria a prevaricar? Ao ser informado de que a Abin lulista queria proteger a Abin bolsonarista, porque não agiu com o rigor que caracteriza praticamente dez em cada dez decisões que toma?

E o mais inquietante foi a desculpa de Gonet, prontamente aceita por Moraes: “A aparente resistência identificada no interior da Agência Brasileira de Inteligência e a ausência de urgência do pretendido compartilhamento, que pode ocorrer após o encerramento das investigações, recomendam o indeferimento do pedido formulado”, argumentou o conciliador procurador-geral da República, e o ministro Moraes prontamente engoliu a pílula.

Em sua decisão, o relator do inquérito do fim do mundo afirmou que a apuração da resistência da Abin de Lula, segundo o parecer de Gonet, “não é adequada para o presente momento investigatório”. Por que nâo?

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P.S. 1
Essa história está muito esquisita. Se a Abin de Lula quer blindar a Abin de Bolsonaro, há algo de podre no governo, fedendo a quilômetros de distância e empesteando o Planalto Central.

P.S. 2O assunto é intrigante e inquietante. Prevaricar significa crime cometido por funcionário público, quando, indevidamente, este retarda ou deixa de praticar ato de ofício, ou pratica-o contra disposição legal expressa, visando satisfazer interesse pessoal. Vamos voltar ao assunto, é claro, com novas informações de cocheira, como se diz no hipódromo. Podemos adiantar que a Abin, Moraes e Gonet vão ficar muito mal na foto (C.N.)

No mundo inteiro, a política democrática mostra estar em forte decadência

Gilmar Fraga / Agencia RBS

Charge do Gilmar Fraga (Gaúcha/Zero Hora)

Roberto Nascimento

O mundo está sem alternativas, com líderes fracos e sem estatura para os desafios da modernidade. Estados Unidos, China, União Europeia e Rússia lutam pelos espaços na economia global e na ampliação de suas esferas de influência.

A guerra da Ucrânia está inserida nesse contexto de poder. Já a  China deseja invadir Taiwan, a ilha nacionalista, que se tornou independente de Pequim em 1959, ano da Revolução Socialista liderada por Mao Tse Tung.

Ao mesmo tempo, os Estados Unidos tentam manter a supremacia econômica e política no Oriente Médio, porém encontram forte resistência do Irá, seu antigo aliado dos tempos do Xá Reza Pahlevi, e da Síria, apoiada pela Rússia.

ELEIÇÃO DECISIVA – É nesse quadro que os norte-americanos caminham para uma eleição decisiva. O atual presidente Joe Biden, com todos os problemas atribuídos a ele, tais como esquecimento de nomes e lentidão nas respostas dos debates, tem muito mais conhecimento de política internacional e de política interna do que o adversário Donald Trump.

O candidato republicano já mostrou seu caráter ditatorial, quando desacreditou o processo político e tentou desferir um golpe de estado, na transição do governo, há quase quatro anos, mandando invadir o Capitólio.

Será que os americanos vão dar uma segunda chance a Trump, para ele completar o que não conseguiu no primeiro mandato? Lembrem-se que ele atenta contra a democracia, quer reduzir a assistência à saúde, demonstra ódio visceral aos imigrantes, trata com desleixo a política externa, quer liberação total de armas e munições, nas mãos de quem quiser comprar, e atua pelo enfraquecimento da OTAN.

IMPACTO ELEITORAL – Vamos ver quantos pontos o atentado soma para Trump nas próximas pesquisas. Aliás, os assassinatos de presidentes e políticos nos EUA são uma marca histórica do país, um dos mais violentos do mundo, nesse aspecto.

John Kenedy, presidente democrata, foi assassinado no exercício do Poder. Logo depois, seu irmão, promotor de justiça, foi assassinado quando saía de um restaurante.

Depois disso, outro presidente dos EUA, Ronald Reagan, levou um tiro na barriga no exercício do mandato.

POR POUCO – Trump foi salvo, escapou por pouco, ao levantar o braço para apontar algum local, no momento do disparo, que pegou a orelha dele de raspão. Se não houvesse a movimentação, atingiria a nuca de Trump.

Importante salientar que o autor do atentado não era nenhum comunista. Trata-se de um jovem de 20 anos, filiado ao Partido Republicano, do próprio Trump.

Essa confusão é resultado da política liberal armamentista dos EUA. Lá, qualquer cidadão pode comprar armas, em qualquer loja da esquina. Aqui no Brasil, também iniciaram esse processo de armas para todo mundo. Armas supostamente legais vão parar na mão do crime organizado. As forças policiais, estaduais e federais perderam o controle da política armamentista.

MATANÇA – De norte a Sul, há mortes diariamente, nos confrontos entre quadrilhas pelo domínio do território, enquanto trabalhadores, crianças, mulheres e idosos são atingidos por balas perdidas, inclusive nas suas residências e as crianças nas escolas.

O tempo passa, realizam-se as eleições, há alternância de poder, mas não acontece nada. As quadrilhas e os milicianos continuam dando as cartas nas favelas e nos bairros pobres, onde assumem os serviços de fornecimento de água, energia, TV a cabo e venda de gás de cozinha. Até quando?

 

Atentado contra Trump: a violência enraizada na política americana

Após ser atingido de raspão, Trump é amparado por agentes

Pedro do Coutto

Um atentado contra Donald Trump em comício realizado na Pensilvânia acrescenta um novo rumo à campanha eleitoral nos Estados Unidos. Imagens de um vídeo mostram que Trump caiu no chão do palanque onde estava, ficou assustado e, ao levantar, havia sangue no rosto e sua orelha direita sangrava.

Foi atingido de raspão perto do rosto. Rapidamente, foi cercado por agentes secretos do FBI, que o retiraram do local. Antes de descer do palanque, o ex-presidente levanta o punho direito em sinal de vitória e é aplaudido pelos presentes. Poucas horas depois do atentado, Trump se manifestou na sua rede Truth Social. Ele agradeceu ao Serviço Secreto e às autoridades pela “rápida resposta ao tiroteio”.

“ALGO ERRADO” – “Quero estender minhas condolências à família da pessoa morta no comício, e também à de outra que ficou gravemente ferida. É incrível que tal ato ocorra em nosso país”, escreveu. “Eu fui atingido por uma bala que atravessou a parte de cima da minha orelha direita. Soube imediatamente que algo estava errado ao ouvir o barulho de zumbido, tiros e sentir a bala passando pela pele. Muito sangramento ocorreu, e percebi o que tinha acontecido. Deus abençoe a América!”, acrescentou.

Nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva repudiou o atentado. “O atentado contra o ex-presidente Donald Trump deve ser repudiado veementemente por todos os defensores da democracia e do diálogo na política. O que vimos hoje é inaceitável”, reagiu Lula.

REPERCUSSÃO – O impacto de tudo que ocorreu, certamente será enorme, porém ainda é cedo para dizer que Biden perderá as eleições em virtude do ocorrido na noite de sábado. A disputa será muito apertada, no fim das contas. É claro que Trump ganha muita simpatia, agora, por todo o mundo. Isso deve reforçar o trabalho dentro da base do Partido Republicano. Mas não creio que isso afetará as pessoas que estão de fora da base eleitoral. Faltam menos de quatro meses para o fim da campanha eleitoral e, durante esse período, muitas coisas podem acontecer.
 
Incrível como a violência está enraizada na política americana, basta ver os atentados registrados na história do país.  Movidos pelo ódio e pela paixão, os atiradores não têm limites. De qualquer forma, o atentado foi um ato indescritível não só contra o candidato, mas contra todos os que esperam desfechos democráticos nas lutas políticas que travam.

Um poema de amor (direto, doce e sensual), bem no estilo de Alice Ruiz

entre tantos loucos e livres existe... Alice Ruiz - PensadorPaulo Peres
Site Poemas & Canções
 

A publicitária, tradutora, compositora e poeta  curitibana Alice Ruiz Scherone, no poema Ninguém Me Canta como Você”, revela o fascínio e o modo sedutor que seu amado exerce sobre ela.

NINGUÉM ME CANTA COMO VOCÊ
Alice Ruiz

ninguém me canta
como você
ninguém me encanta
como você
nem me vê
do jeito
que só você
de que adianta
ter olhos
e não saber ver
ter voz
mas não não ter o que dizer
digam o que disserem
façam o que quiserem
ninguém diz
ninguém vê
ninguém faz
como você
ninguém me canta
ninguém me encanta
como você

Acredite se quiser! Enquanto não prender Bolsonaro, o STF não se sentirá satisfeito

Tribuna da Internet | Maioria dos ministros do STF esconde as agendas de eventos e de audiências

Charge do Zappa (humortadela)

Carlos Newton

A coincidência de três graves investigações da Polícia Federal contra Jair Bolsonaro terem sido concluídas uma atrás da outra, em sequência perfeita, mostra que está aberta a temporada de caça ao ex-presidente, junto com seus filhos e sua trupe partidária.

É uma jogada político-judicial muito bem armada, nesta fase pré-eleitoral, havendo sucessiva divulgação das acusações a cada semana, iniciando-se o esquema com o caso da fraude na caderneta de vacina, depois com as joias sauditas e, por fim, com a chamada Abin Paralela.

MORAES À FRENTE – O ministro-relator manobra suas peças com habilidade, utilizando o privilégio do sigilo imposto por ele mesmo aos inquéritos. Assim, os jornalistas ligados ao PT ou simpáticos a Lula PT vão recebendo simultaneamente as informações em todos os grandes veículos de comunicação, inclusive portais, sites e blogs.

É um massacre midiático – muito bem feito, por sinal. Os principais atingidos estão atônitos. Bolsonaro, os filhos e participantes do seu governo, como Alexandre Ramagem, são duramente atingidos, dia após dia.

O mais incrível é que eles não têm como se defender nem como revidar. Enquanto a Procuradoria da República não se manifestar, os inquéritos continuam sob sigilo, os acusados não podem acessar as acusações, é uma covardia.

SERÃO DENUNCIADOS – É claro que o procurador-geral da República Paulo Gonet vai aceitar fazer as denúncias e abrir os processos. Só então os acusados poderão saber o real teor das acusações e organizar as respectivas defesas.

Em condições normais de temperatura e pressão, os acusados já poderiam ter recorrido ao Supremo, mas Moraes está blindado, porque não há cabimento de recursos contra erros dos ministros, devido à Súmula 606, que instaurou a ditadura do Judiciário, sem que ninguém percebesse. E o Brasil se tornou o único país de mundo onde não pode se apresentar habeas corpus contra decisão errada de ministros ou da Suprema Corte, vejam a que ponto chegamos.

O pior é que os onze ministros, inclusive os dois bolsonarianos, acreditam que são os salvadores da pátria. A partir da libertação do presidiário Lula da Silva, tudo o que fizeram e fazem– dentro ou fora da lei, não interessa – foi para salvar a democracia brasileira.

PIADA DO ANO – Essa convicção dos ministros representa uma Piada do Ano, pois qualquer brasileiro com mais de dois neurônios sabe que o mambembe golpe de estado em 2022 foi impedido pelo Alto Comando do Exército, o Supremo nada teve a ver com isso, só causou ainda mais tumulto.

Bem, sempre há alguma esperança de que o STF reconheça os erros e volte aos trilhos da legalidade, não somente parando de legislar, mas também deixando o Executivo sem amarras, depois de ter chegado ao cúmulo de impedir que um presidente da República nomeasse o diretor da Polícia Federal.

Mas a esperança parece ser ilusória, porque os ministros do Supremo agem de uma forma totalmente antiética, uns acobertando os erros dos outros, e não há explicações para isso.

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P.S.
Não se sabe qual é o objetivo do Supremo ou o que ele pretende. Na minha opinião, não há objetivo algum, os ministros apenas acham que a situação os levou a tomar as providências para conter as ilusões de Bolsonaro. E estão orgulhosos por terem feito esses contorcionismos jurídicos que possibilitaram a libertação de Lula (segunda instância, em 2019) e a anulação de suas condenações (incompetência territorial absoluta, em 2021). Aliás, é justamente por isso que la nave va, cada vez mais fellinianamente.  (C.N.)

Cresce pressão para que Biden desista de reeleição aos 81 anos

Congressistas democratas querem que o Biden seja substituído

Pedro do Coutto

Faltando pouco mais de três meses para as eleições americanas, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enfrenta pressões tanto internas quanto externas em sua campanha. O democrata, de 81 anos, é o mais velho a ocupar a Casa Branca. Sua idade avançada e dúvidas sobre sua capacidade cognitiva e mental preocupam seus apoiadores. Para os republicanos, essa fragilidade pode ser o trunfo necessário para vencer a eleição de novembro, especialmente após o ataque a Trump neste sábado, que sempre influi no eleitorado.

A pressão aumentou após Biden apresentar um desempenho fraco no debate contra Donald Trump. Biden teve dificuldades em completar raciocínios, gaguejou e se perdeu em diversos momentos. A atuação de Biden resultou em uma onda de críticas da imprensa. O New York Times publicou um editorial sugerindo que ele desistisse da reeleição. Alguns deputados e senadores democratas também apoiaram essa ideia, defendendo que ele fosse substituído por outro candidato.

ABALOS – Biden afirmou que o debate foi apenas “uma noite ruim”, mas foi pressionado por apoiadores e patrocinadores de campanha a reconsiderar sua candidatura. Os deslizes de Biden têm se tornado cada vez mais frequentes. Na semana passada, ele cometeu mais duas gafes consecutivas: chamou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, de “Putin” e confundiu a vice-presidente Kamala Harris com Trump.

Caso seja reeleito, Biden terá 86 anos ao fim de seu mandato. Kamala Harris é a favorita para substituí-lo caso ele desista de tentar a reeleição. No entanto, Biden descartou essa possibilidade, afirmando ser o “mais qualificado” para vencer Trump. O próximo debate presidencial, organizado pela ABC News, está marcado para 10 de setembro, e a eleição ocorrerá em 5 de novembro. Outro desempenho desanimador de Biden pode custar-lhe a Casa Branca.

Paralelamente, há também pressões para que Biden mantenha sua candidatura e enfrente Donald Trump nas urnas. A situação não é favorável aos democratas diante das divisões internas. Os que defendem a desistência de Biden baseiam-se na hipótese de surgir um candidato independente, o que poderia inviabilizar a candidatura de Joe Biden, mas isso também enfraqueceria o partido. Portanto, o quadro permanece indefinido.