ONU não aprova resoluções: guerra e mortes continuam

ONU veta resoluções dos EUA e da Rússia para a guerra

Pedro do Coutto

O Conselho de Segurança da ONU, reunido na quarta-feira, não aprovou nenhuma resolução destinada a suspender ou, pelo menos, reduzir o clima de guerra, os bombardeiros, as mortes e mutilações que atingem mais de mil pessoas por dia. O projeto do Brasil havia sido rejeitado no início da semana e, ontem, foram vetadas as resoluções propostas pelos Estados Unidos e pela Rússia. Não se verificou, portanto, nenhum avanço.

Também creio que, mesmo que alguma resolução tivesse sido aprovada, ela não seria cumprida na prática. Logo, seu efeito seria nulo e a situação continuaria no ponto de calamidade que já atingiu. Agora, a catástrofe humana se delineia em toda a sua forma, sobretudo porque o primeiro-ministro de Israel, Netanyahu, tem afirmado que “nos encontramos na véspera da invasão terrestre na Faixa de Gaza”. Portanto, a tragédia encontra-se por horas, talvez dias, mas se prolongará no tempo como o próprio comando militar israelense já admitiu.

CONFLITOS – A ONU, criada em 1947, após a Segunda Guerra Mundial, foi a melhor solução possível, como admitiu Santiago Dantas. Mas nem por isso exequível na prática, tanto que não impediu, por exemplo, as guerras da Coréia e do Vietnã e as de 1967 e 1973 no Oriente Médio, para ficarmos apenas nesses, suficientes para mostrar que uma coisa é a ideia e outra é a prática marcada por fatos concretos.

São contradições eternas. Em inúmeros casos os recursos da ONU evitaram o pior, sem dúvida. Porém, nem por isso pode-se dizer que o seu saldo seja amplamente positivo, principalmente ao que se refere às vidas humanas atingidas pelos conflitos. Entre as guerras não impedidas, acrescento a da Ucrânia, consequência da invasão russa contra o governo Zelenski. No conflito não faltou sequer a contratação de mercenários.

A ONU, é preciso que se esclareça, não possui força militar capaz de impor as suas decisões. Por aí se constata a dificuldade inultrapassável  de fazer valer suas deliberações. Devemos, porém, manter a esperança humanista, o que não é fácil, mas é preciso diante da perspectiva trágica que permanece na véspera de um desfecho.

CEF – Em mais uma decisão política, sob o argumento da necessidade de assegurar maioria no Congresso, o presidente Lula da Silva demitiu a presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, cuja administração elogiou, para substituí-la por Carlos Antonio Vieira Fernandes, indicado pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira.

Lira e o Centrão desenvolvem uma atuação profunda em troca de apoio que deixa o presidente Lula e o governo muito mal junto à opinião pública. Não há preocupação com a eficiência e com o projeto que se dirija em benefício da população. Os interesses predominantes são outros. No O Globo, reportagem de Alice Cravo, Sérgio Roxo e Geralda Doca, focaliza muito bem o assunto. No Estado de S. Paulo, a reportagem é de Vera Rosa e Roseann Kennedy.

ARGENTINA –  O apoio de Patricia Bullrich a Javier Milei dividiu a oposição argentina, uma vez que uma corrente volta-se para Sergio Massa. Bullrich criticou Milei ao longo da campanha e chegou a chamar suas ideias de “perigosas e ruins”. Em entrevista nesta quarta, no entanto, ela afirmou que quer impedir o “perigo do kirchnerismo”, em referência a Sérgio Massa, aliado dos ex-presidentes Néstor e Cristina Kirchner.

No primeiro turno, Patricia Bullrich alcançou 24% dos votos. Indicando um racha dentro de sua coligação “Juntos por el Cambio”, Bullrich disse ainda que sua decisão de pedir votos para Milei é pessoal, e não de toda a coligação. Aguardemos as pesquisas sobre a disputa eleitoral.

Entenda a filosofia de vida que levou Martinho da Vila a fazer sucesso

Martinho da Vila marcará presença em uma conferência na UFS

Martinho explora a cadência do samba

Paulo Peres
Poemas & Canções

O escritor, cantor e compositor Martinho José Ferreira, o Martinho da Vila (Isabel), nascido em Duas Barras (RJ), expressa a sua “Filosofia de Vida”. Esse samba foi gravado por Martinho da Vila no CD Filosofia de Vida, O Pequeno Burguês, em 2010, pela MZA.

FILOSOFIA DE VIDA
Martinho da Vila

Meu destino eu moldei
Qualquer um pode moldar
Deixo o mundo me rumar
Para onde eu quero ir
Dor passada não me dói
E nem curto nostalgia
Eu só quero o que preciso
Pra viver meu dia a dia

Pra que reclamar de algo que não mereço
A minha razão é a fé que me guia
Nenhuma inveja me causa tropeço
Creio em Deus e na Virgem Maria
Encaro sem medo os problemas da vida
Não fico sentado de pernas pro ar
Não há contratempo sem uma saída
Pra quem leva a vida devagar

Meu destino eu moldei
Qualquer um pode moldar
Deixo o mundo me rumar
Para onde eu quero ir
Dor passada não me dói
E nem curto nostalgia
Eu só quero o que preciso
Pra viver meu dia a dia

Que o supérfluo
Nunca nos falte
Básico para
Quem tem carestia
Não quero mais do que eu necessito
Pra transmitir minha alegria

Ao ajudar Bolsonaro a chegar ao poder, os militares fizeram muito mal ao país

Em livro, Villas Bôas confirma que pressão sobre o STF contra Lula foi articulada pela cúpula do Exército – Política – CartaCapital

General Villas Bôas apoiou Bolsonaro incondicionalmente

Carlos Newton

Quem conhece Jair Bolsonaro pessoalmente e já teve oportunidade de discutir com ele algum assunto realmente importante, como é o caso do editor da Tribuna da Internet, certamente fica estarrecido com o comportamento do poderoso general Eduardo Villas Bôas, que era comandante do Exército e deu força total à candidatura de Bolsonaro à Presidência da República.

O experiente chefe militar teve oportunidade de estar com Bolsonaro em muitas situações, porque o então deputado comparecia a todas as solenidades militares, era tido como representante da classe, e várias vezes foi recebido em audiência por Villas Boas.

ERRO DE AVALIAÇÃO – Não se pode acreditar que o comandante do Exército não tenha percebido o despreparo de Bolsonaro. Então, só resta uma alternativa. Com certeza, Villas Bôas achou que poderia “mandar” em Bolsonaro através dos generais que fossem posicionados no Planalto,  inclusive ele mesmo, se não tivesse tão graves problemas de saúde.

Foi um terrível erro de avaliação, porque Bolsonaro nunca aceitou rédeas, era um “mau militar”, como o general Ernesto Geisel fez questão de dizer aos pesquisadores Maria Celina D’Araújo e Celso Castro, da Fundação Getúlio Vargas.

O plano de Villas Bôas deu certo até eleger Bolsonaro, depois tudo saiu de controle. Ao exercer a Presidência, o capitão deixou de ouvir os generais e assumiu a postura de comandante-em-chefe das Forças Armadas, uma função só exercida em tempos de guerra ou ocasiões especiais.

DEU TUDO ERRADO – E o resultado foi a divisão do país entre adeptos de Lula, o criminoso condenado por 10 magistrados, e de Bolsonaro, o mau militar que se transformou numa figura caricata e está cada vez mais enrolado com a Justiça.

Realmente, foi lamentável o erro  cometido pelo general Villas Bôas. Não precisava ser Bolsonaro. Qualquer militar carismático poderia ter vencido a eleição de 2018, tamanha a decepção do eleitorado com a classe política.

Agora, o tenente-coronel Mauro Cid revela que Bolsonaro foi para os Estados Unidos com medo de ser preso. E mandou vender as joias temendo não ter dinheiro para pagar multas judiciais e advogados. Quer dizer, sujou seu nome e desmoralizou o país ao vender presentes recebidos de nações amigas, uma postura patética e jamais vista antes da ascensão de Bolsonaro .

SEM NECESSIDADE – O mais incrível é que ele nem precisava ter se sujado por causa de dinheiro, pois tem cerca R$ 17 milhões em patrimônio, ele e a mulher recebem aproximadamente R$ 130 mil mensais, fora os aluguéis, e o povo depositou este ano na conta bancária de Bolsonaro mais R$ 17,2 milhões, que já estão chegando a R$ 18 milhões, porque rendem R$ 150 mil por mês.

Fica claro que, daqui para a frente, o mito será massacrado pela Justiça. Além dos processos a que já responde, há muitos inquéritos em curso, agora reforçados com as denúncias de Mauro Cid e com as revelações dos quatro celulares de Frederick Wassef, o advogado que defendia Bolsonaro de graça e tentou limpar a sujeira da venda das joias.

Vai sentir também a falta de outro advogado, Gustavo Bebiano, que o defendia sem cobrar e foi traído pelas costas. Daqui em diante, gastará muito dinheiro para se defender, infrutiferamente.

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P.S. –
E pensar que a culpa de tudo isso foi do general Eduardo Villas Bôas… O triste resultado de sua interferência confirma a tese de que os militares têm de ficar bem longe da política. Se não houvessem interferido, já teríamos nos livrado de Lula e de Bolsonaro, duas malas pesadíssimas. (C.N.)

Surge mais um plano mirabolante para salvar o sistema de segurança do Rio

Milícia incendiou 35 ônibus e atacaram um trem da SuperVia

Pedro do Coutto

No artigo que publicou ontem no O Globo e na Folha de S.Paulo, Elio Gaspari lembrou que no ano 2000, passagem do século, o presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou um plano de integração federal para o apoio ao combate à criminalidade no Rio de Janeiro que se expandia acentuadamente.

Vinte e três anos depois ressurge um novo plano com a participação de Forças Nacionais e uma preocupação intensa do governo Lula em relação ao que aconteceu na última segunda-feira no Rio de Janeiro. As milícias efetivamente tomaram conta da Cidade, incendiando por etapas 35 ônibus e atacando um trem da SuperVia. Foi uma ação coordenada que fez transbordar uma preocupação coletiva para o panorama dramático fabricado pela insegurança, provocada pelo tráfico quanto pelas milícias.

METRALHADORAS –  Na tarde de terça-feira, entrevistado pela GloboNews, o coronel Ubiratan Ângelo, ex-comandante geral da PMERJ, colocou a questão com bastante clareza e chamou atenção para uma unidade progressiva que passou a existir no relacionamento entre o tráfico de drogas e as milícias, incluindo o tráfico de armamentos.

O recente episódio do roubo de 21 metralhadoras do Exército em São Paulo expõe claramente a força e a audácia da corrupção que atingiu níveis altíssimos e cujo combate tem que ser desencadeado em várias frentes simultaneamente.

O governador Cláudio Castro falou em asfixia do poder tanto do tráfico quanto da milícia. O caminho é conhecido, mas o problema não é a sua citação, mas de ações concretas para enfrentar as raízes da insegurança e a transformação de agentes da ordem em personagens da desordem. Na raiz da questão, entretanto, a meu ver, encontra-se o consumo de drogas.

Enquanto o consumo das drogas ilícitas estiver alto, a situação da insegurança não se resolverá. Inclusive porque tal mercado estabeleceu um câmbio interno. As áreas de maior conflito, é evidente, são as de baixa renda. Mas, agora, analistas da matéria passaram a incluir a Barra da Tijuca e parte da Zona Oeste, onde residem figuras marcadas como alvos policiais não atingidos.

PREJUÍZOS –  As armas chegam ao país juntamente com substâncias nocivas à vida humana, mas apesar disso são consumidas por grupos sociais da classe média e rica.

Os ataques de segunda-feira na Zona Oeste, incluindo Jacarepaguá, causaram prejuízos muito além do valor dos ônibus destruídos e o pânico projetado. Paralisaram parcelas expressivas de trabalho, fecharam estabelecimentos de comércio, impediram atendimentos médicos e causaram a suspensão de aulas na rede de ensino.

A questão da Segurança torna-se mais grave porque o poder público estadual  tem conhecimento sobre os grandes chefes da criminalidade. O governador fala em asfixia financeira e combate à corrupção. É só entrar em contato com o Coaf e ler a lista dos que desenvolvem operações financeiras muito além de sua renda declarada. Os exemplos vão surgir aos milhares.

Versos bem-humorados de Rubem Braga, se definindo como “um poeta cristão”

A dor do amor tem de repente uma... Rubem Braga - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

Considerado o maior cronista brasileiro desde Machado de Assis, o capixaba Rubem Braga (1913-1990), sempre afirmou que a poesia é necessária, tanto que escreveu vários poemas, entre eles, esse bem-humorado “Poeta Cristão”.

POETA CRISTÃO
Rubem Braga

A poesia anda mofina,
Mofina, mas não morreu.
Foi o anjo que morreu:
Anjo não se usa mais.
Ainda se usa estrela
Se usa estrela demais.

Poeta religioso
Mocinha não pode ler:
Pecará em pensamento,
Que o poeta gosta do Novo,
Mas pilha seus amoricos
É no Velho Testamento.

Ai, o Velho Testamento!
Eu também faço poema,
Ora essa, quem não faz:
Boto uma estrela na frente
E um pouco de mar atrás.

Boto Jesus de permeio
Que Deus, nos pratos de amor,
É um excelente recheio.
E isso bem posto e disposto
Me vou aos peitos da Amada:
Sulamita, Sulamita,
Por ti eu me rompo todo,
Sou cavalheiro cristão.
Minh’alma está garantida
Num rodapé do Tristão
E o corpo? O corpo é miséria,
Peguei doença, mas Jorge
de Lima dá injeção!

O badalo está chamando,
Bão-ba-la-lão.

Amada, não vai lá não!
Eu também tenho badalos –
Bão-ba-la-lão
Eu sou poeta cristão!

Em guerra aberta no Rio, crime organizado desmoraliza o sistema de segurança

Rio teve o maior número de ônibus queimados da história

Pedro do Coutto

A investida assustadora do crime organizado deixou configurada a existência de uma guerra no Rio de Janeiro, entre estas e o governo estadual que, na tarde de segunda-feira, não conseguiu conter as ações que incendiaram 35 ônibus e até um trem da SuperVia. A cidade foi envolvida pelo terror e pela insegurança que se generalizou diante da ofensiva criminosa desencadeada contra o governo de Cláudio Castro.

O Ministério da Justiça teve que praticamente intervir, na medida em que enviou para o Rio um contingente ainda maior da Força Nacional. Mas o episódio deixou claro, como todos sabiam ou suspeitavam, da força dos criminosos que se organizam sob as lideranças do narcotráfico e da milícia.

VULNERABILIDADE – O avanço da milícia com os ataques de segunda-feira revelou a vulnerabilidade do sistema de segurança policial que não conseguiu agir, seja lá por qual motivo for, para impedir a alucinação criminosa e a sua capacidade de destruição. A guerra aberta iniciada na Cidade é a sequência de muitos outros episódios e de omissões que se acumularam no tempo, inclusive por falta de desenvolvimento social em áreas carentes que retiram dos jovens opções pelo trabalho honesto.

O crime foi se tornando, assim, uma opção para os grupos de menor renda das comunidades nas Zonas Norte e Oeste do Rio. O impasse é enorme. Os ataques de segunda-feira demonstraram duas faces do problema gravíssimo. A disposição e os armamentos explosivos usados pelo crime nas mãos de bandidos e a hesitação do sistema de segurança. Revelada a demonstração de força e capacidade destrutiva, o crime organizado mantém o estado de guerra. Diante de tudo isso, há ainda a intensa preocupação de todos os habitantes da Cidade e da Baixada Fluminense de que novos acontecimentos sinistros voltem a acontecer.

A situação do Rio de Janeiro é de descalabro. Uma ofensiva contra 35 ônibus que foram destruídos e um trem atacado ocuparam o noticiário até internacionalmente. O crime organizado avançou no tempo. A sociedade recua e começa a se sentir aprisionada pela insegurança. A qualquer momento, os bandidos agem. As densas fumaças que surgiram dos incêndios, e bem focalizadas pela GloboNews, poluíram a população carioca e fluminense, atingindo também a consciência humana.

PETROBRAS –  Reportagem de Nicola Pamplona, Marcelo Azevedo, Stéfanie Rigamonti, Folha de S. Paulo, destaca que a circulação de notícias de que poderá haver indicação política para a direção da Petrobras, derrubou as ações da Bovespa numa proporção em que o seu valor de mercado encolheu na escala de R$ 32 bilhões. Isso porque está sendo debatido o novo estatuto da empresa.

Após a repercussão negativa, a empresa disse que a ideia é suprimir do estatuto o parágrafo que enumera vedações às indicações previstas na Lei das Estatais —como membros do governo ou de partidos políticos e sindicatos, por exemplo— mas que o texto continuará seguindo a lei.

O amor passa, mas sempre deixa alguma recordação, afirmava Mário Lago

Mario Lago | Palavras interessantes, Frases espíritas, PalavrasPaulo Peres
Poemas & Canções

O advogado, radialista, teatrólogo, ator, escritor, poeta e compositor carioca Mário Lago (1911-2002), na letra de “Enquanto Houver Saudade”, em parceria com Custódio Mesquita, não acredita que sua amada não sinta saudades do romance que tiveram. Essa valsa foi gravada por Orlando Silva, em 1938, pela RCA Victor.

ENQUANTO HOUVER SAUDADE
Custódio Mesquita e Mário Lago

Não posso acreditar
Que algumas vezes
Não lembres com vontade de chorar
Daqueles deliciosos quatro meses
Vividos sem sentir e sem pensar

Não posso acreditar
Que hoje não sintas
Saudade dessa história singular
Escrita com as mais suaves tintas
Que existem pra escrever o verbo amar

Enquanto houver saudade
Pensarás em mim
Pois a felicidade
Não se esquece assim
O amor passa mas deixa
Sempre a recordação
De um beijo ou de uma queixa
No coração

Na chegada, peronismo leva Sergio Massa à vitória no primeiro turno

Massa defende governo de unidade e quer atrair eleitorado de Bullrich

Pedro do Coutto

Nos dias finais da campanha à Presidência da Argentina, o peronismo se movimentou e deu a vitória ao candidato Sergio Massa no primeiro turno, na minha opinião indicando também a sua vitória no dia 19 de novembro, segundo turno, pois dificilmente Javier Milei reunirá o apoio da terceira colocada, Patricia Bullrich, que terminou com 24% da votação.

Em números redondos, Sergio Massa alcançou praticamente 37 pontos contra 30% de Javier Milei, demonstrando que os demais candidatos e os votos nulos e brancos ficaram contidos numa fração muito pequena. Somando-se as votações de Massa, Milei e Bullrich, temos cerca dos 90% dos que compareceram às urnas argentinas.

RESISTÊNCIA – O peronismo deu quase 37% dos votos a Sergio Massa, apesar de ser ele o ministro da Fazenda num governo que se defronta com uma inflação de 134% para os últimos 12 meses. Mas o peronismo demonstrou, mais uma vez, que é o único movimento político que resistiu à passagem do tempo, após chegar ao poder em 1948.

Quando digo que Massa deve ser vitorioso no segundo turno, é porque tenho a impressão de que Patricia Bullrich dificilmente poderá apoiar Javier Milei. Inclusive porque qualquer negociação política torna-se mais fácil com Alberto Fernandez na Casa Rosada, do que com Milei numa perspectiva remota. As forças políticas devem isolar a extrema direita, como tem acontecido em várias eleições em diversos países.

Na GloboNews, vi filmes de propaganda de Milei, com ações exacerbadas, violentas e desnecessárias. Milei afirmou na campanha que o governo brasileiro de Lula da Silva é um governo comunista. Anunciou que cortaria relações com o Brasil e com a China. Portanto, as duas principais economias que se encontram no comércio com a Argentina.

PROPOSTAS – A privatização do ensino, também proposta por Milei, isolaria os estudantes de colégios oficiais, levando as famílias a terem que pagar pelos seus estudos. A privatização da Previdência Social, outra de suas propostas, causou impacto entre os que pretendem se aposentar e os que já se encontram aposentados. Milei, inclusive, assustou profundamente os empresários, sobretudo os investidores financeiros. Uma sequência de excentricidades e agressões que se refletiram nas urnas.

Milei não ofereceu nenhuma melhoria de vida e também anunciou a dolarização absoluta da moeda argentina. Lance arriscadíssimo, uma vez que a Argentina não emite dólares. Enfim, o destino do poder na Argentina está traçado.

ADIAMENTO – Na manhã desta segunda-feira, a GloboNews noticiou que o presidente Joe Biden sugeriu ao primeiro-ministro Netanyahu que o governo de Israel adiasse a invasão por terra ao território palestino, uma vez que tal incursão abalaria o socorro humanitário que começou a ser realizado a partir do ingresso na Faixa de Gaza de caminhos com água, alimentos e remédios.

Tenho a impressão de que a sugestão terá que ser aceita, pois não é provável que o governo de Tel Aviv não aceite a indicação de seu principal aliado, o governo dos Estados Unidos. Entretanto, de outro lado, como a Folha de S. Paulo destacou em sua edição de ontem, Israel aumentou os ataques aéreos na Faixa de Gaza.

Num artigo muito bom publicado ontem no O Globo, Fernando Gabeira destaca a posição do Brasil em relação à guerra e elogia a iniciativa de o Conselho de Segurança da ONU ter convocado para hoje uma reunião bastante ampla em Nova York. O Brasil está enviando seus esforços para fazer cessar a guerra no Oriente Médio.

Milicianos incendiários são “terroristas” de verdade e merecem penas rigorosas

Zona Oeste do RJ tem 35 ônibus queimados após membro da milícia morrer em  confronto com a polícia

Os milicianos afrontam e menosprezam as autoridades no Rio

Vicente Limongi Netto

País sem lei. Bagunçado. Entregue aos bandidos. Deitam e rolam nas barbas das tontas e incapazes autoridades. O povo que se vire, amedrontado e refém dos criminosos. Milicianos queimaram 35 ônibus e um trem, no Rio de Janeiro, em apenas poucas horas. Onde estão, o que dizem o espaçoso e falastrão ministro da Justiça, Flávio Dino, e o secretário-geral do ministério, Ricardo Cappeli, cujo esporte predileto é deitar falação sobre estratégia de inteligência?

Quais serão as novas desculpas da formidável dupla? E as forças de segurança, que o governo Lula mandou para o combalido Rio de Janeiro, escafederam-se na fúnebre brisa carioca? Igualmente inerte o governo do Rio de Janeiro. E a escória da criminalidade avança na destruição do cartão postal Rio de Janeiro.

12 FORAM PRESOS – Segundo o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), 12 elementos foram presos por participar de ataques a ônibus nesta segunda-feira (23). E vão responder pelo crime de terrorismo. Eles foram encaminhados para prisões federais.

Bem, esses bandidos são muito mais terroristas do que os que invadiram a Praça dos Três Poderes e estão sendo condenados a 17 anos de prisão.

O ímpeto incendiário foi provocado pela morte de Matheus da Silva Rezende, o Faustão, durante uma ação da Polícia Civil na comunidade Três Pontes, na zona oeste da cidade. Segundo denúncias à Justiça, Faustão era a segunda liderança da maior milícia do Rio, que tem como chefe seu tio, Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho.

IRMÃOS NORDESTINOS – Línguas de trapo gostam de falar mal dos nordestinos. Pilantras sem a fibra e decência dos excelentes irmãos do Norte.  Com destemido sangue pernambucano nas veias, a jornalista Ana Dubeux, certa feita, em artigo no Correio Braziliense, condenou os pérfidos, rancorosos e mal amados de plantão: “Quem vive de ódio não tem lugar no Nordeste”.

Perfeito. Ana Dubeux aconselhava, ” não sopre a fogueira, apague as fagulhas divulgando seu amor por esta região tão rica e linda”.

Nordestinos são guerreiros e desbravadores. Estão em todo lugar, do Brasil e no exterior. Ocupam cargos de todos os tamanhos. Não se abatem diante dos problemas. O governador reeleito de Brasília é piauiense. Minha amada mulher é cearense. Minha sogra e meus 9 cunhados, também. Assim como todos os 10 irmãos do respeitado e vitorioso clã Campelo Bezerra. Na minha “pelada”, 70% dos craques são nordestinos. Na política, tenho amigos alagoanos. Meu competente médico oncologista, Gustavo Fernandes, é paraibano.

Na poesia de Ribeiro Couto, o drama da prostituta que precisa voltar para casa

Retratado por Vicente do Rego Monteiro

Retratado por Vicente do Rego Monteiro

Paulo Peres
Poemas & Canções

O magistrado, diplomata, jornalista, romancista, contista e poeta paulista Rui Ribeiro de Almeida Couto (1898-1963), da Academia Brasileira de Letras, no poema “Fado de Maria Serrana”, expõe o pedido da prostituta que trocou a vida serrana pela cidade grande.

FADO DE MARIA SERRANA
Ribeiro Couto

Se a memória não me engana,
Pediste-me um fado triste:
Triste Maria Serrana,
Por que tal fado pediste?

Na serra, a fonte e as ovelhas
Eram só os teus cuidados;
Tinhas as faces vermelhas,
Hoje tens lábios pintados.

Hoje de rica tens fama
E toda a cidade é tua;
Tens um homem que te chama
Ao canto de cada rua.

Mas ai! pudesses de novo
Tornar à serra, Maria!
Se não te perdoasse o povo,
A serra te perdoaria.

Lá te espera o mesmo monte,
E a casa junto ao caminho,
E a água da mesma fonte
Que diz teu nome baixinho.

Secos teus olhos de mágoa,
Se não tivessem mais pranto,
Choraria aquela água
Que já por ti chorou tanto.

OCDE não aceita o Brasil, por considerá-lo o país mais corrupto do mundo

OCDE está preocupada e vai monitorar impactos da decisão de Toffoli sobre Odebrecht | CNN Brasil

Ilustração reproduzida do site da CNN

Carlos Newton

Existem perguntas que não querem calar e o governo não se interessa em responder, muito pelo contrário. Por exemplo: qual a diferença entre o Brasil e outros países menos importantes, como Peru, Chile, Colômbia, Costa Rica, Eslovênia, México, Polônia e Turquia? Por que essas nações fazem parte da importantíssima OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e o Brasil continua barrado no baile.

Bem, a diferença é que esses países demonstram que estão realmente tentando reduzir a corrupção, enquanto o Brasil continua a acreditar que a promiscuidade entre governantes e empresários engorda e faz crescer. Justamente por isso, o Brasil é o único país onde a leniência à corrupção é monitorada de forma permanente pela OCDE, através de uma comissão especial, que acaba de lançar mais um de seus temidos relatórios.

PIADA DO ANO – Aliás, foi por essas circunstâncias que consideramos Piada do Ano a declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no início do governo, quando foi logo anunciando que estava tudo certo para o Brasil ingressar na OCDE,

Haddad vem sempre usando o nome da organização internacional para justificar seus atos de ministro. Chegou a atribuir à OCDE a recomendação para criar o voto de minerva (ou voto de qualidade) no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o CARF)

Era “menas verdade”, como antigamente dizia Lula da Silva. A carta que recebeu em março da diretora da OCDE para políticas tributárias, Grace Perez-Navarro, era uma resposta a uma indagação do próprio Haddad sobre o CARF, e não uma recomendação do órgão.

RELATÓRIO NEGATIVO – Nesse final de ano, o mais recente relatório da OCDE é altamente negativo, porque aponta diretamente o retrocesso no combate à corrupção, citando a prescrição das penas antes que os processos transitem em julgado, e criticando também a Lei do Abuso de Autoridade, feita sob medida para intimidar juízes e procuradores que se atreverem a enfrentar os corruptos.

O mais importante, porém, foi o elogio ao ex-juiz Sérgio Moro, hoje ameaçado de cassação por ter mantido relações informais com outros países, sem autorização oficial. O relatório da OCDE afirma que, pelo contrário, Moro agiu acertadamente, porque essa colaboração informal é uma maneira efetiva de avançar nas investigações sem que a burocracia as atrase.

Segundo a OCDE, Moro usoué uma “boa prática crucial e internacionalmente aceita para navegar com sucesso nos requisitos formais de cooperação legal mútua”.

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P.S.
– Moro f
oi um juiz que cumpriu seu dever, enfrentando alguns dos grupos econômicos e políticos mais importantes do país. Mas nada disso importa. A imprensa amestrada vai continuar exigindo a cassação dele, por ter enfrentado a corrupção endêmica. Esses jornalistas querem se vingar dele por ter colocado na cadeia o corrupto e corruptor Lula da Silva. E o mais incrível é a “justificativa” que apresentam. Alegam que a corrupção é um mal necessário para que haja desenvolvimento econômico. Sinceramente, minha ironia não chega a tanto. (C.N.)

Uma pausa para relembrar “Os Maias”, a obra maior do escritor Eça de Queirós

Frases Eça De Queiroz - ENSINOJosé Carlos Werneck

Eça de Queiroz, que depois passou a assinar Eça de Queirós, é sem dúvida alguma, um dos maiores nomes da literatura luso-brasileira. O escritor português, filho do brasileiro José Maria de Almeida Teixeira de Queirós e da portuguesa Carolina Augusta Pereira d’Eça, é autor de muitos romances, porém, “Os Maias” é considerada sua obra maior.

A narrativa de Os Maias passa-se em Lisboa, na segunda metade do século XIX, e conta a história de três gerações da família.

NO RAMALHETE – Começa no Outono de 1875, quando Afonso da Maia, nobre e rico proprietário, se instala no Ramalhete com seu neto recém-formado em Medicina. Neste momento faz-se uma longa descrição da casa , “O Ramalhete”, cujo nome deriva de um painel de azulejos com um ramo de girassóis.

Afonso da Maia é o personagem mais simpático do livro e aquele que Eça mais valorizou, pois não se lhe colocou defeitos. Descrito como um homem de caráter, culto e requintado. Quando jovem, aderiu aos ideais do Liberalismo e foi obrigado, por seu pai, a sair de casa e a instalar-se em Inglaterra. Após a morte do pai, regressa a Lisboa para se casar com Maria Eduarda Runa, mas pouco tempo depois escolhe o exílio por força de motivos políticos.

Do casamento nasceu apenas um filho, Pedro da Maia, que tinha um temperamento nervoso, fraco e grande instabilidade emocional.

CRISES DE MELANCOLIA – Afonso queria educá-lo à inglesa, mas Maria Eduarda, católica fervorosa, cujo fanatismo mais se exacerba ao viver na Inglaterra, país protestante, não permite e Pedro é educado por um padre mandado vir de Lisboa.

Pedro cresce, muito ligado à mãe e após a morte dela, ficou inconsolável, tendo crises de melancolia, só se recuperando quando conhece a bela Maria, Monforte. Apaixona-se e, apesar da oposição do pai, devido a rivalidade entre as famílias Maia e Monforte, casa-se, o que o afasta do convívio paterno

O casal parte para Itália e com dois filhos: Maria Eduarda e Carlos Eduardo, vivem em meio a muito luxo e requinte. Logo depois do nascimento do segundo filho, Maria Monforte apaixona-se por um príncipe italiano que estava abrigado na casa, após Pedro ferí-lo acidentalmente num acidente de caça, e um dia, Pedro chega em casa e descobre que a mulher fugiu com o italiano, levando a filha. Desesperado, refugia-se em casa do pai, levando o filho, ainda bebê. Nessa mesma noite, depois de escrever ao pai uma longa carta, se suicida com um tiro.

DEDICADO AO NETO – Afonso da Maia então dedica a sua vida ao neto a quem dá a educação inglesa, forte e austera, como a que sonhara para o filho. Num capítulo do livro, essa educação, considerada a ideal, é contraposta à que umas vizinhas, as senhoras Silveira dão ao filho e sobrinho Eusébio.

Passados alguns anos, Carlos contra a vontade de todos, exceto de seu avô, tornou-se médico (profissão que, ainda nos finais do século XIX, era considerada suja e indigna de um homem de bem), monta um luxuoso consultório e manda construir um laboratório, onde pretende dedicar-se à pesquisa.

Após várias aventuras, um dia conhece uma mulher chamada Maria Eduarda e apaixona-se por ela, mas supõe que fosse casada com um cavalheiro brasileiro, Castro Gomes.

AMANTES – Carlos e Maria tornam-se amantes. Carlos, com exceção da sua viagem no fim do curso, viveu sempre em Portugal, pensando que a sua irmã e a mãe morreram, e Maria Eduarda apenas se lembra de que teve uma irmãzinha, que morreu em Londres.

De volta a Lisboa e desagradado com os boatos de que a sua «mulher seria amante de Carlos, Castro Gomes revela a este que Maria não era sua esposa, mas apenas uma mulher a quem ele paga para viver com ele. É assim que Carlos descobre que Maria lhe mentiu sobre o seu passado.

Ela conta-lhe o que sabe sobre a sua vida e ele a perdoa. Resolvem fugir, mas vão adiando o projeto, pois Carlos receia magoar o avô, que já velho passa o tempo em conversas com os amigos, lendo, com o seu gato, o “Reverendo Bonifácio”, a seus pés, opinando sobre a necessidade de renovação do país.

PRINCÍPIOS MORAIS – Afonso é generoso para com os amigos e os necessitados, ama a natureza. Tem altos e firmes princípios morais, quer ajudar quem é pobre.

A verdade surge, quando um tio de um amigo de Carlos, Guimarães, por acaso revela a Ega, o grande amigo de Carlos, que Maria é irmã deste. Embora Ega seja cauteloso ao dar a notícia a Carlos, este leva um grande choque, mas não consegue imaginar Maria como irmã e continua a ser seu amante. Ao descobrir a verdade, Afonso morre de um AVC. Carlos e Maria separam-se e ele vai dar uma volta ao mundo.

O romance termina quando Carlos, depois de 10 anos, retorna, de visita, a Lisboa. O final é ambíguo, como foi a ação de Carlos e João da Ega ao longo da história, pois embora ambos afirmem que “não vale a pena correr para nada” e que tudo na vida é ilusão e sofrimento, acabam por correr desesperadamente para apanhar um transporte público que os leve a um jantar para o qual estão atrasados.

Após a destruição e a matança, quem reconstruirá a Faixa de Gaza ?

Israel diz que intensificará ataques aéreos na Faixa de Gaza

Pedro do Coutto

Os filmes exibidos nas reportagens da GloboNews e da CNN focalizando o quadro trágico da guerra na Faixa de Gaza, revelam uma face que deve ser incluída nas perguntas feitas aos estadistas das grandes potências para que as respostas se acrescentem à consciência humana ou então a despertem para uma realidade efetivamente catastrófica.

Os escombros e as ruínas sob os quais há seres humanos desaparecidos, não podem ficar expostos eternamente. As destruições são cada vez maiores ao longo dos dias. E a solução parece distante, sobretudo em função das afirmações do comando militar israelense de que o período de destruição do Hamas e de formação de um novo governo não será curto.

REFLEXOS – Os caminhões de ajuda humanitária, embora em pequena escala, conseguiram sair do Egito e ultrapassar a fronteira no Sul de Gaza. Este é um fato. Mas a concentração militar de Israel pronta para a invasão permanece e com ela novas destruições vão se verificar. O Hamas precipitou a guerra no dia 7 de outubro. As consequências estão aí abalando o sentimento em favor da vida e explodindo frações da existência humana.

Os estilhaços que se espalham por Gaza ferem profundamente os princípios humanistas, ampliando a pergunta feita no título deste artigo sobre a responsabilidade de reconstruir o que foi destruído e o que tiver ainda de ser lançado pelos ares. Embaixo dos escombros, das paredes desabadas, dos hospitais em regime de desespero, encontram-se a morte e a iminência de destruição ainda maior.

ABISMO – Reportagem de André Fontenelle, O Globo deste domingo, incluindo entrevista com o historiador Henry Laurence, destaca a existência de um abismo de ódio no qual ainda não se divisa uma porta de saída. Os custos da reconstrução ainda não foram estimados ou divulgados os endereços dos que terão que realizar as obras indispensáveis a uma região com diversas fronteiras e que, evidentemente, não poderá permanecer com as características trágicas do momento atual.

O desastre exigirá enormes investimentos, incluindo as indispensáveis condições sanitárias para impedir que uma epidemia enorme possa se espalhar pelo mundo afora. O Brasil marcou uma reunião do Conselho de Segurança ONU para amanhã, terça-feira, com a participação prevista de todos os países. O objetivo é produzir um documento universal sobre uma tragédia que no fundo se refere a todo planeta.

DESENROLA –  Reportagem de Renan Monteiro, O Globo, focaliza afirmações do ministro Fernando Haddad sobre o êxito da Operação Desenrola. Com ela fica aberta uma porta ao retorno dos que encontravam endividados ao mercado de crédito. Não creio que esta seja  uma solução total para o problema que através do tempo se renova.

Atrás de tudo, projeta-se um problema social imenso. Mas ele somente poderá ser resolvido com empregos e salários que não percam para a inflação. Caso contrário, os ex-devedores de hoje se tornarão novos devedores de amanhã. A Operação desenrola prevê descontos nas dívidas e nos parcelamentos. Se os parcelamentos não forem concretizados, como sempre, o governo ressarcirá os bancos. É um processo de estatização das dívidas que decorrem da falta de salário e de emprego. Essa é a grande questão.

A liberdade plena da vida dos ciganos, na inspirada poesia de Raul de Leôni

Veredas da Língua: RAUL DE LEONI - POEMASPaulo Peres
Poemas & Canções

O advogado e poeta Raul de Leôni (1895-1926), nascido em Petrópolis (RJ), expressa em versos a vida e os costumes dos ciganos. Detalhe: guzla é um tipo de rabeca cigana, de uma corda só.

CIGANOS
Raul de Leôni

Lá vêm os saltimbancos, às dezenas
Levantando a poeira das estradas.
Vêm gemendo bizarras cantilenas,
No tumulto das danças agitadas.

Vêm num rancho faminto e libertino,
Almas estranhas, seres erradios,
Que tem na vida um único destino,
O Destino das aves e dos rios.

Ir mundo a mundo é o único programa,
A disciplina única do bando;
O cigano não crê, erra, não ama,
Se sofre, a sua dor chora cantando.

Nunca pararam desde que nasceram.
São da Espanha, da Pérsia ou da Tartária?
Eles mesmos não sabem; esqueceram
A sua antiga pátria originária…

Quando passam, aldeias, vilarinhos
Maldizem suas almas indefesas,
E a alegria que espalham nos caminhos
É talvez um excesso de tristezas…

Quando acampam de noite, é no relento,
Que vão sonhar seu Sonho aventureiro;
Seu teto é o vácuo azul do Firmamento,
Lar? o lar do cigano é o mundo inteiro.

Às vezes, em vigílias ambulantes,
A noite em fora, entre canções dalmatas,
Vão seguindo ao luar, vão delirantes,
Alados no langor das serenatas.

Gemem guzlas e vibram castanholas,
E este rumor de errantes cavatinas
Lembra coisas das terras espanholas,
Nas saudades das terras levantinas.

E, então, seus vultos tredos envolvidos
Em vestes rotas, sórdidas, imundas.
Vão passando por ermos esquecidos,
Como um grupo de sombras vagabundas.

Lá vem os saltimbancos, às dezenas,
Levantando a poeira das estradas,
Vêm gemendo bizarras cantilenas,
No tumulto das danças agitadas.

Povo sem Fé, sem Deus e sem Bandeira!
Todos o temem como horrível gente,
Mas ele na existência aventureira,
Ri-se do medo alheio, indiferente.

E, livres como o Vento e a Luz volante,
Sob a aparência de Infelicidade,
Realizam, na sua vida errante,
O poema da eterna Liberdade.

Marco temporal acirra briga de Congresso com Supremo, que está apenas começando

Pacheco: brecha da reforma para estado criar imposto gera insegurança

Mineiramente, Pacheco dá uma aula de política em Lula

Carlos Newton

Sempre dizemos aqui na Tribuna da Internet que o jornalismo político é tão manipulado que requer tradução simultânea, porque as aparências realmente enganam. Vejam o caso do veto do presidente Lula da Silva ao marco temporal para demarcação das áreas indígenas, que está em vigor há 35 anos, desde que a Constituição Federal foi outorgada por ULysses Guimarães, mas agora o Supremo e governo resolveram mudar as regras, para agradar aos indígenas e à opinião pública mundial.

Sinceramente, o Supremo tem feito tantas trapalhadas que dá margem a que se questione o notório saber desses ministros. Qualquer pessoa com um mínimo de bom senso percebe que é necessário haver um marco temporal, caso contrário os indígenas podem se sentir no direito de reivindicar quaisquer terras, pois eles eram os donos de tudo, e todo dia era dia de índio, como diz Jorge Benjor.

DEPOIMENTO PESSOAL – Nesse ponto, permitam um depoimento pessoal. Na Constituinte, trabalhei muito pelos direitos dos indígenas, levei 18 dos maiores caciques do país, inclusive Davi Yanomami, para conversar com o relator Bernardo Cabral e o presidente Ulysses Guimarães.

Junto com o jornalista Gastão Neves, sobrinho de Tancredo, redigi as emendas dos interesses dos indígenas e conduzimos o grupo de pressão que conseguiu aprovar todas elas, inclusive o marco temporal e o aproveitamento econômico das reservas indígenas, que eram defendidos pelos caciques, que sonham em tirar as tribos da miséria.

Depois da entrada em vigor, não cabia contestar, apenas o Congresso regulamentar, ressalvando que o marco temporal só não valeria para as tribos cujos limites das terras já não estivessem sendo discutidos na justiça pelos indígenas. Apenas e simplesmente isso. Não há outra “regulamentação”.

SUPREMO EXTRAPOLOU – Portanto, não cabia ao Supremo dar pitaco na questão e declarar uma ridícula inconstitucionalidade de um dispositivo originário da Constituição, vejam a que ponto de esculhambação chegamos no STF.

Justamente por isso, o Supremo agiu certo ao confirmar o marco temporal, que o presidente Lula da Silva, do alto de sua ignorância sesquipedal (como dizia João Figueiredo) agora veio a vetar.

Lula e Bolsonaro se equivalem. Ambos ignorantes e pessimamente assessorados. Com esse veto imbecil, Lula desagradou à maioria do Congresso, que vai rejeitar a decisão do presidente e mostrar que este país ainda não tem dono.

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P.S. 1
Quanto aos ministros do Supremo, o despreparo deles é impressionante, somente comparável à vaidade que exibem. O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, que é advogado e comanda um dos maiores escritórios de Minas Gerais, está prestando um serviço à nação ao enfrentar o Supremo. É preciso respeitar o equilíbrio entre os poderes, caso contrário não existe democracia. E por isso la nave va, cada vez mais fellinianamente. (C.N.)

Milei, um candidato contra o Brasil, contra a China e, no fundo, contra a própria Argentina

Três nomes lideram as pesquisas de intenção de voto no país

Pedro do Coutto

A Argentina irá às urnas no dia de hoje, iniciando o processo de eleição do novo presidente da República, com um quando  diferente de outros que o antecederam através do tempo, pois a inflação disparou. Três candidatos disputam a ida para o segundo turno e, nas pesquisas divulgadas há poucos dias, Javier Milei, ultradireitista, encontra-se à frente das tendências populares.

Dificilmente conseguirá atingir 45% da votação ou 40% com uma margem de dez pontos em relação ao segundo ou segunda colocada, já que os adversários de Milei são Sergio Massa, ministro da Economia e candidato do governo de Alberto Fernández, e Patricia Bullrich, do Juntos pela Mudança.

ABSURDO – Milei destacou-se pela extravagância e pelo absurdo de algumas de suas teses. Entre elas, rompimentos de relações com o Brasil, ruptura com a China, o que significaria a exclusão de seu principal parceiro econômico, ataques ao presidente Lula da Silva, classificando-o como comunista, o que ele não é e nunca foi, e também culpando-o pelas manifestações de 8 de janeiro. Além disso, Javier Milei anuncia o fechamento do Banco Central e a dolarização absoluta do país. Neste caso, esquecendo-se que a Argentina não emite dólar. Portanto, estabelecer o dólar como um padrão monetário argentino é lançar o país num risco.

Foi revelado na noite de sexta-feira, no Programa Em pauta pelo jornalista Ariel Palácios, que Milei revela manter comunicação por telepatia com ancestrais, obtendo informações para governar, e que no tempo do Coliseu de Roma, portanto há praticamente dois mil anos atrás, ele, Milei, foi um gladiador e que conseguiu na arena domar um leão.

CÁLCULO – Este candidato tem chance de vencer num quadro que se divide em índices próximos a Sergio Massa e Patricia Bullrich. Num segundo turno, o quadro se altera, pois o terceiro colocado poderá transferir votos para o segundo em caso de apoio para enfrentar Milei. A legislação argentina é diferente da brasileira e é complicado o cálculo da maioria absoluta. Mas o panorama se restringe aos três principais nomes em disputa, sendo que Sergio Massa carrega o peso da inflação que atingiu nos últimos meses mais de 130%.

A crise argentina é grande. Mas há um enigma quanto ao resultado da votação. Surgiu  também a informação de que o senador Flávio Bolsonaro encontra-se na Argentina torcendo pela vitória de Milei, talvez mais radical do que o próprio bolsonarismo. Vamos ver o que as urnas falarão no final do dia de hoje.

FAIXA DE GAZA –  Não foi ainda resolvido o problema do ingresso dos caminhões em Gaza através do Egito conforme propõe o presidente Joe Biden para o transporte de socorro para a população que se encontra sem água, sem alimentos e sem energia. Israel, entre os itens de auxílio, não aceita o ingresso de combustível temendo que caia nas mãos do Hamas.

Mas, sem combustível, os geradores não podem funcionar e os médicos não poderão operar na escuridão. A solução seria que Israel restabelecesse a energia e os caminhões entrassem com água, alimentos  e remédios. Joe Biden falou sobre o assunto e calculou que até hoje o problema esteja resolvido. Mas aí existirá o problema da distribuição. A tensão continua.

FAKE NEWS –  Patrícia Campos Mello, Folha de S. Paulo deste sábado, com base em estudo da Mídia Profissional do Brasil, revela que o acesso da população ao jornalismo profissional, jornais e emissoras de televisão e rádios é um caminho que abala e reduz a crença em fake news plantadas na rede da internet.

É verdade, digo. Sempre sustento que diante de uma notícia ou comentário que desperte dúvida, os que lêem jornal e assistem televisão devem aguardar 24 horas para ver se o que foi plantado teve ou não sequência nos jornais e emissoras e também nas versões online dos veículos. Esse é um caminho. O outro, acrescento, é que os atacados através de fake news exijam direito de resposta, o que é assegurado pela Lei de Imprensa que se estende ao setor.  

Uma desesperada canção de amor, na criatividade do compositor Marcus Viana

Marcus Viana - Pantanal (DVD Trilhas, Mantras e Canções) - YouTube

Marcus Viana, um grande músico mineiro

Paulo Peres
Poemas & Canções

O produtor musical, instrumentista e compositor mineiro Marcus Viana, na letra de “Amor Selvagem”, mostra as transformações que podem ocorrer quando acontece um grande amor, uma paixão alucinante. A música faz parte do LP Pantanal, trilha sonora da novela, gravado em 1990 pela Bloch Discos.

AMOR SELVAGEM
Marcus Viana

Quando os corações dos puros amam
Cala a imensidão, o espaço
E a eternidade ergue seu véu

Todas coisas vivas se aquecem
Todos olhos se iluminam
Com a luz de um outro céu

Corações selvagens
Quando batem de paixão
Acordam toda a natureza
Fazem a vida renascer

Florestas que queimaram
Voltam a se vestir de verde e flor
E as fontes que secaram
Ressuscitam ribeirões

Corações selvagens
Quando ardem de paixão
Incendeiam a noite, o tempo
E cegam sóis

Estrelas são as lágrimas dos anjos
A chorar
Por não terem o corpo e a vida
E não saberem o que é amar

Povo brasileiro enfrenta guerras cruentas no desafio do dia-a-dia em grandes cidades

Quando falta trabalho, consequentemente falta comida

Vicente Limongi Netto

Em menor escala, mas com idêntico sofrimento e dor, guerras e batalhas no Brasil varonil não cessam. Mortos e desaparecidos que compõem as angústias, sofrimentos, dores e tormentos diários dos brasileiros não são enfrentados com mísseis, canhões, granadas ou bombas. como no Oriente Médio. Há canalhas e insanos que estupram e matam os próprios filhos. É a mais dramática e indigna das guerras.

Os bombardeios que destroem famílias surgem com enchentes, alagamentos, secas, poluição, queimadas, desabamentos, insegurança, feminicídios, desemprego, falta de moradia e insegurança. São batalhas que matam e sangram milhares de corações. Nessa linha, a guerra contra a fome parece não ter fim.  Números oficiais revelam que 38 milhões de brasileiros pouco têm para comer, todos os dias.

MERECE PARABÉNS – O cearense de Crateús, Antônio Valmir Campelo Bezerra,  completa 79 anos, neste domingo, dia 22.  Honrou todos os cargos que ocupou. Administrador do Gama, Brazlândia e Taguatinga, deputado federal constituinte, vice-presidente do Banco do Brasil, senador e ministro-presidente do Tribunal de Contas da União.

Trajetória pessoal e pública que dignifica a existência de Valmir. Neste sábado será reaberto o Estádio “Bezerrão”, depois de 3 anos fechado, em obras. Nome em homenagem a Valmir, ex-administrador do Gama.

Por fim, experiente e respeitado, o jornalista Hélio Doyle, demitido da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) pelo PT, deveria saber que quem com porcos se mistura, farelo come.

É uma guerra suja, que não interessa a ninguém, mas ameaça o mundo inteiro

Bombardeio de Israel atinge hospital em Gaza e deixa ao menos 500 mortos | VEJA

Israel continua a bombardear a população civil em Gaza

Roberto Nascimento

Lamentável e deplorável, sob todos os aspectos, o veto do governo norte-americano à Resolução do Conselho de Segurança da ONU, presidido pelo Brasil, que recomendou um cessar fogo envolvendo Israel e o grupo terrorista Hamas, para possibilitar a ajuda humanitária aos moradores palestinos na Faixa de Gaza e impedir que sejam chacinados no revide israelense.

Falta água potável, alimentos e energia para acionar as bombas de sucção nos poços com água salobra, imprestável para consumo humano. Assim, os civis estão morrendo de inanição e sede, quando escapam do bombardeio que explodem e prédios residenciais e casas.

É UM MASSSACRE– Portanto, está ocorrendo um massacre. Não há dúvidas de que o ataque criminoso do Hamas contra os civis israelenses em 7 de outubro, foi o causador da desgraça atual, vivida pelos palestinos.

Mas essa mortandade poderia ter sido evitada, caso Joe Biden não tivesse mandado vetar a decisão do Conselho de Segurança.

Nesse conflito na Faixa de Gaza, o presidente norte-americano, que tanto crítica Putin pelas bombas lançadas contra a Ucrânia, decidiu eleitoralmente lavar as mãos e depois as sujou de sangue, ao impedir uma trégua com a Resolução da ONU, julgando que com isso poderia subir nas pesquisas visando à vitória nas eleições presidenciais do ano que vem.

BIDEN E TRUMP – Biden tenta desesperadamente sair na frente de Trump nas pesquisas. Os dois políticos sofrem críticas generalizadas da sociedade americana. Trump é golpista declarado, mentiroso, que representa uma ameaça à democracia mundial. Biden tem dificuldades para se reeleger.

O atual presidente parece um zumbi ao discursar e tem trocado nomes e situações, vive a tropeçar, dando sinais claros do peso da idade. Nenhum dos dois tem condições de dirigir a maior democracia do planeta.

Enquanto isso, a limpeza étnica continua a todo vapor, com a morte de milhares de palestinos na Faixa de Gaza, e o governo israelense não parece disposto a parar os bombardekosá-los, a pretexto de tentar atingir os terroristas do Hamas.

RASTILHOS DE PÓLVORA – Felizmente, os demais atores fronteiriços de Israel – Síria, Egito, Jordânia e Líbano – não querem entrar no conflito, pois condenam a ação terrorista do Hamas. Por outro lado, a grave crise econômica, que atinge a região, impediria a progressão da escalada militar, caso os Estados Unidos não socorressem Israel.

Esse caldo de dor e sofrimento mundial tem os componentes trágicos para disparar rastilhos de pólvora que envolvam uma nova guerra mundial, que seria uma a hecatombe, pode explodir a vida na Terra.

Quem resistirá aos efeitos das bombas nucleares? Parece que ninguém ficará livre da contaminação e das explosões.

Decisão de Israel invadir a Faixa de Gaza significa dezenas de milhares de mortes de inocentes civis

Netanyahu  afirma querer ‘vencer com o uso de toda a força’

Pedro do Coutto

Com as declarações do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e do Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, a invasão da Faixa de Gaza está por horas e as consequências podem incluir dezenas de milhares de mortes, inclusive de civis inocentes que assistem sob uma angústia terrível ao passar das horas.

Benjamin Netanyahu dirigiu-se à tropa a um passo da invasão que escreverá mais um capítulo terrível da história universal, iniciado pelo ataque terrorista do Hamas, mas não solucionado no passar dos dias, e que vem registrando a morte e a mutilação de milhares de pessoas.

CORREDOR – As reportagens exibidas sobre a Faixa de Gaza mostram a realidade aterradora. Foi aberto um corredor humanitário no Sul de Gaza. Caminhões levaram água, alimentos e remédios em meio à falta de energia elétrica. Em um gesto heroico, médicos que atuam no local recusaram-se a atender o ultimato do Hamas de saírem dos hospitais, fiéis ao princípio de que médicos não podem abandonar pacientes.

O quadro é terrível e não parece haver solução para evitar a catástrofe geral. O Globo publicou com destaque reportagem sobre o tema. Na Folha de S. Paulo, a reportagem e o comentário são de Igor Gioiello, que vem escrevendo diariamente.

ARGENTINA –  Amanhã, domingo, os argentinos irão às urnas, segundo as pesquisas acentuam, para um primeiro turno, uma vez que os números que apontam favoritismo do ultradireitista Milei não provam que ele atinja um número de votos superior a 40%. Portanto, a eleição deverá ser decidida num segundo turno.

Três candidatos disputam os votos dos argentinos e têm chances reais de vitória. Javier Milei, o político de extrema-direita do partido A Liberdade Avança, lidera o pleito na maioria das últimas pesquisas de intenção de voto. Atrás dele estão Sergio Massa, ministro da Economia e candidato do governo de Alberto Fernández; e Patricia Bullrich, do Juntos pela Mudança. Vamos aguardar as urnas para ver se as previsões se confirmam.

METRALHADORAS – Incrível o episódio das metralhadoras roubadas na unidade do Exército em São Paulo e vendidas, pelo menos parcialmente, aos traficantes do Rio de Janeiro. Oito das vinte e uma metralhadoras foram localizadas em favelas e as demais estão sendo procuradas e, possivelmente, serão encontradas.

De acordo com o portal g1, parte das armas furtadas do Arsenal do Exército em Barueri, na região metropolitana de São Paulo, teria sido oferecida ao Comando Vermelho, a maior facção criminosa do Rio de Janeiro. Esse tipo de armamento, que pesa em média 4,5 quilos cada, é capaz de derrubar helicópteros e aviões sem blindagem e atingir alvos a uma distância de até dois quilômetros. Estarrecedor.

ASSINATURA – Num período de situações incríveis, também no Rio de Janeiro, na Câmara de Vereadores falsificaram a assinatura de Teresa Bergher. E dirigiram à vereadora uma ameaça extensiva à comunidade judaica em relação à guerra no Oriente Médio.

Teresa Bergher comunicou o ocorrido à Direção da Casa Parlamentar que, provavelmente, se comunicará com a Polícia Federal.